Reunião pública de 8/8/1960
Questão nº 289 Parágrafo
Se pesquisas praticamente o futuro,
contempla a faixa de terra que o
abandono confiou à secura.
Se não lhe estendes braços amigos, podes
perfeitamente vaticinar-lhe o amanhã, porque o amanhã, para todo solo relegado
ao desleixo, será sempre desolação.
Mas se lhe buscas a água viva no próprio
seio, removendo areia e detrito, ninguém consegue prever a excelência do oásis
que se erguerá do deserto.
Em verdade, toda gente avalia, com
segurança, o futuro do mal, quando o mal é conservado; entretanto, pessoa
alguma conseguirá predizer toda a glória do bem, quando o bem aparece.
*
Transplantemos a imagem para o campo da
vida.
Se cultivas a intolerância, não precisas
perguntar quanto à colheita de aversões que obterás fatalmente.
Se estimas o abuso, não precisas recorrer
aos decifradores da sorte para conhecer o desequilíbrio a que te projetas.
Se foges ao dever que te cabe, não precisas
inquirir adivinhadores para saber quanto doem as consequências da deserção.
Se contrais uma dívida, não precisas ouvir
revelações de outro mundo para reconhecer a obrigação de pagar.
*
É possível tenhas contigo largo acervo de
problemas trazidos do passado, no que se refere a moléstias e tentações,
compromissos e provas, entre dificuldades da vida e lutas da parentela, porque
aquilo que é agora representa aquilo que tem sido justamente até hoje.
Não te percas, porém, a formular consultas
quanto ao que possa haver nas telas do porvir, porquanto, se quiseres renovar-te
no bem, alimentando o bem, todo o mal que te aflige será bem, amanhã.
03. XAVIER, Francisco Cândido. Futuro. In: Seara dos
médiuns. Pelo espírito Emmanuel. 3. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1978.
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