OS PAIS DA TERRA NÃO SÃO OS CRIADORES E SIM OS ZELADORES
e meus filhos? inquiri mentalmente comovida, entre prantos.
Ah! Compreendo murmurou o meu guia invisível as tuas hesitações e escrúpulos... Louvo a afetividade do teu coração amoroso e sensibilíssimo, porém, faz-se mister que tudo encares sensatamente, aceitando com resignação os ditames da vontade divina.
Aqueles a quem emprestaste o potencial das tuas energias orgânicas e que representavam, como teus filhos, o grande tesouro de amor do teu coração, são, como somos, as criaturas do Pai de infinita misericórdia. Os pais da Terra não são criadores e sim zeladores das almas, que Deus lhes confia no sagrado instituto da família. Os teus deveres são austeríssimos, enquanto é do alvedrio superior a sua permanência na face do globo; mas, aquém das fronteiras da carne, é preciso que considerem os filhos como irmãos bem amados.
É necessário, também, que se alheiem às suas lutas e dores, porque o trabalho e o sofrimento são leis imperantes no planeta, em prol do seu próprio resgate e redenção psíquica. Nem todos sabem cumprir as obrigações paternais e eu te felicito pelo constante desejo em bem cumpri-las. Se bem souberes proceder dentro da nossa grande família das almas, ser-te-á permitido velar pela tua pequena família humana, no minúsculo recanto da terra em que viveste.
Vence, pois, o teu mal-estar interior como tens triunfado das mais rudes provas morais!...
(De Cartas de uma morta, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Maria João de Deus)
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