Entre a Terra e o Céu_17_Recuando no tempo
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo das obras de André Luiz
Livro: Entre a Terra e o Céu
Capítulo XVII Recuando no tempo
Trechos do Capítulo:
Depois de nosso esforço de autocondensação, para o necessário ajuste vibratório, Clarêncio abeirou-se dos dois amigos, com o amoroso poder que lhe era característico e, em nos reconhecendo, Mário associou-nos a presença ao pesadelo da véspera e passou a clamar:
_ Meu caso não é com a polícia! ... Não precisamos de qualquer delegado aqui!...
_ Calma, amigo! _ respondeu o Ministro, atencioso _ Não somos quem julgas. Estamos aqui para que te lembres... É indispensável te recordes.
E situando a destra na fronte do enfermeiro, reparamos que Mário Silva aquietava-se, de repente.
O semblante dele acusou estranha metamorfose.
Afigurou-se mais elegante, mais jovem.
Abriu desmesuradamente os olhos, depois de alguns momentos, e exclamou, semi-aterrado:
_ Ah! Agora! ... Agora me lembro!... Meu agressor de ontem é Leonardo Pires... Como poderia esquecê-lo assim tão infantilmente? Como não rememorar? Disputávamos a mesma mulher... (...)
(...)
Mário fixou desagradável carantonha e acentuou:
_ Sou um poço de fel. Não posso modificar-me... Haverá paz sem justiça e haverá justiça sem vingança?
Nosso orientador ergueu a voz calmante e considerou generoso:
_ Ë necessário esquecer o mal, meu amigo. Sem aquela atitude de perdão, recomendada pelo Cristo, seremos viajores perdidos no cipoal das trevas de nós mesmos. Sem amor no coração, não teremos olhos para a luz.
Silva dispunha-se a responder, entretanto, Amaro fizera ligeiro movimento e mostrou-se-nos singularmente renovado. Seu veículo espiritual parecia haver regredido no tempo. Revelava-se mais leve e mais ágil e sua face impressionava pelos traços juvenis.
Buscou aproximar-se do enfermeiro num gesto natural de cordialidade, todavia, em lhe observando o rosto metamorfoseado, o antagonista bradou entre o ódio e a angústia:
_ Armando! Armando! ... Pois és tu? O Amaro que hoje detesto é o mesmo Armando de ontem? Onde me encontro? Enlouqueci, porventura? ...
(...)
_ Não precisei despender grande esforço para que a memória de Amaro tornasse ao pretérito. O sofrimento reparador conferiu-lhe à mente e à sensibilidade recursos novos. Bastou-me tocá-lo de leve, para que aproveitasse a digressão do antigo companheiro, recuperando as recordações da época em estudo...
(...)
_ Agora é o momento de nosso amigo. Comentaste o pretérito à vontade. É indispensável que Amaro fale por sua vez. A justiça, em qualquer solução, deve apreciar todas as partes interessadas.
(...)
QUESTÕES INICIAIS PARA O ESTUDO:
01) O capítulo em estudo traz, durante o sono físico dos protagonistas da história narrada, o exercício da regressão de memória nos espíritos de Mário Silva e Amaro. Por que a necessidade de que fosse feita referida regressão? Qual a finalidade da mesma? Justificar.
02) O que podemos entender da seguinte assertiva : Depois de nosso esforço de autocondensação, para o necessário ajuste vibratório, Clarêncio abeirou-se dos dois amigos, com o amoroso poder que lhe era característico e , em nos reconhecendo, Mário associou-nos a presença ao pesadelo da véspera..?
03) Como podemos entender e adequar à atualidade as seguintes colocações:
a) Ë necessário esquecer o mal, meu amigo. Sem aquela atitude de perdão, recomendada pelo Cristo, seremos viajores perdidos no cipoal das trevas de nós mesmos. Sem amor no coração, não teremos olhos para a luz.
b) Agora é o momento de nosso amigo. Comentaste o pretérito à vontade. É indispensável que Amaro fale por sua vez. A justiça, em qualquer solução, deve apreciar todas as partes interessadas.
04) Qual o ensinamento que o capítulo lhe trouxe?
Conclusão:
Após condensarem seus perispíritos para poderem ser vistos pelos dois espíritos em perturbação, os benfeitores espirituais induziram ambos à recordação dos fatos pretéritos, que deram origem à desavença que os levou ao estado de sofrimento por que passavam.
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1 - O capítulo em estudo traz, durante o sono físico dos protagonistas da história narrada, o exercício da regressão de memória nos espíritos Mário Silva e Amaro. Por que a necessidade de que fosse feita referida regressão? Qual a finalidade da mesma? Justificar.
A regressão de memória operada por Clarêncio nos dois espíritos desafetos visava obter a revelação de fatos ocorridos no passado e que poderiam estar influenciando em seus psiquismos. Identificando o fato que deu origem ao processo de perturbação, os benfeitores ficaram em condições de iniciar o tratamento psicológico que os dois necessitavam.
2 - O que podemos entender da seguinte assertiva: Depois de nosso esforço de autocondensação, para o necessário ajuste vibratório, Clarêncio abeirou-se dos dois amigos, com o amoroso poder que lhe era característico e, em nos reconhecendo, Mário associou-nos a presença ao pesadelo da véspera...__?
A diferença de nível evolutivo entre os benfeitores espirituais e os dois protagonistas do drama era enorme. Mário Silva e Amaro encontravam-se num patamar de evolução muito inferior, presos, ainda, a acontecimentos passados que os mantinham vinculados numa relação de ódio, remorso e desejo de vingança. Com seus psiquismos fixados naqueles fatos e sustentando tais sentimentos, vibravam numa faixa muito abaixo dos benfeitores, o que não lhes permitia vê-los. Para que pudessem se tornar visíveis aos dois, Clarêncio, André Luiz e Hilário tiveram que condensar seus perispíritos, tornando-os mais densos, a fim de ajustá-los ao grau vibratório daqueles dois espíritos.
3 - Como podemos entender e adequar à atualidade as seguintes colocações:
a - "É necessário esquecer o mal, meu amigo. Sem aquela atitude de perdão, recomendada pelo Cristo, seremos viajores perdidos no cipoal das trevas de nós mesmos. Sem amor no coração, não teremos olhos para a luz".
A Lei é de amor. Somente através dele se dá a evolução. Devemos esquecer o mal eventualmente praticado contra nós, compreendendo que o irmão que assim procede ainda carece de esclarecimento. Temos estudado, em capítulos anteriores, os efeitos do perdão e a necessidade de sua prática, dando e recebendo. Ele nos libera dos efeitos dos fluidos deletérios que nos é transmitido pelos maus pensamentos contra nós dirigidos.
Lembremos sempre o que nos ensinou Jesus:
"Se vieres ao altar fazer a tua oferta e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa diante do altar a tua oferta e vai conciliar-te primeiro com teu irmão. Depois, vem e faze a tua oferta. Reconcilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que não aconteça que o adversário te entregue ao Juiz; o Juiz ao oficial de justiça e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo que de lá não sairás enquanto não pagares o último ceitil." (Mateus, 5.23-26)
b - "Agora é o momento de nosso amigo. Comentaste o pretérito à vontade. É indispensável que Amaro fale por sua vez. A justiça, em qualquer solução, deve apreciar todas as partes interessadas".
Clarêncio demonstra o equilíbrio de sempre, característico dos espíritos evoluídos. Era indispensável conhecer a verdade por inteiro, ou, pelo menos, a versão de ambas as partes. Era importante para o tratamento que ambos, não apenas extravasassem suas realidades, mas que, também, conhecessem a verdade um do outro.
4 - Qual o ensinamento que o capítulo lhe trouxe?
O ensinamento maior é que não devemos cultivar desavenças do passado. Devemos olhar sempre para frente, buscar evoluir, sem ressentimentos, ódios e desejos de vingança. É mais um ensinamento em direção ao perdão.
Muita paz a todos.
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