O Evangelho Segundo o Espiritismo
CAPÍTULO XVII:
Obs.: Este estudo deveria ter sido
publicado no mês anterior pois é continuação do item 3
O homem de bem não sente ódio, nem
rancor, nem desejos de vingança, porque o amor, sempre crescente na sua
essência espiritual, está eliminando esses sentimentos negativos que o impedem
de ser bom e de agir, corretamente, com a inteligência. Assim, prossegue sua
caminhada, perdoando e esquecendo as ofensas, não se lembrando dos benefícios
que faz, nem das ofensas recebidas, confiante sempre no amor e na justiça de
Deus, a quem cabe julgar seus filhos.
É
indulgente para com as fraquezas dos homens, porque sabe que ele também precisa
de indulgência, tendo em sua mente e em seu coração a mensagem sublime de
Jesus: “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra.” Sentindo, em si, a
fragilidade das boas intenções do Espírito em desenvolvimento, reconhece-as nos
outros, e, então, não tem por eles, outro sentimento que não seja o da
indulgência.
Quando
percebe os defeitos alheios, não se compraz, sente compaixão, porque sabe
quanta dificuldade eles trazem para seus possuidores, quantos erros e enganos
eles poderão proporcionar. Procura, então, não evidenciá-los, e, se for
possível, esforça-se por atenua-los, na busca de compreender os seus
possuidores nas difíceis situações em que criaram e alimentaram esses defeitos.
Pensa na sua própria imperfeição e age para com eles como gostaria que agissem
para consigo.
Procura
conhecer-se a si próprio, nas qualidades em desenvolvimento e nas imperfeições
que dificultam sua progressão, esforçando-se por combater as últimas, a fim de
poder agir sempre no bem, pelo bem e para o bem. Sabe que essa autoeducação,
que lhe é exigida por Deus, é a que o fará, um dia, perfeito e feliz. Trabalha,
pois, em direção a essa meta, procurando ser hoje melhor do que ontem e amanhã
melhor do que hoje, com perseverança, com paciência e com confiança em Deus e
em si mesmo, vigiando e orando como ensinou Jesus.
Não
tenta valorizar-se, à custa dos outros, com suas conquistas intelectuais e
morais, em comparações desestimulantes. Faz, exatamente, o contrário,
procurando sempre ressaltar as vantagens e os progressos dos demais. Desse modo,
estimula-os a continuarem seu desenvolvimento no bem, assim como faz em relação
ao seu, sem considerar-se mais evoluído, porque sabe que, se no presente está
na frente de uns, em alguns aspectos, pode, e, provavelmente está atrás dos
mesmos em outros, se eles melhorarem mais.
O
progresso espiritual acontece em fases desiguais, em ritmos e aprofundamentos
diferentes, não só entre pessoas, como também numa mesma pessoa, em cada
existência.
Não
se envaidece com suas facilidades, nem com os seus predicados pessoais, porque
sabe que tudo vem de Deus, que dá e permite conquistar, segundo as necessidades
espirituais de cada um, podendo, pois, retirá-los quando assim for melhor para
quem os tem.
Procura
compreender os objetivos divinos em relação à sua pessoa, nos talentos que lhe
proporciona, esforçando-se para bem empregá-los, não havendo, pois, razão para
envaidecer-se, mas sim, razão para agir com responsabilidade no uso de tudo que
possui.
Usa,
mas não abusa dos bens materiais que possui, porque compreende a sua
responsabilidade nesse empréstimo divino, do qual terá de prestar contas. Busca
assim, usá-lo espargindo benefícios a quantos puder, principalmente, através do
trabalho digno, porque sabe que, todos os bens da Terra devem ser usados em
favor de todos, porque pertencem a Deus e não aos homens, que nela ficam apenas
um tempo, o necessário para usá-los no bem de si e dos demais, deixando-os com
a morte do corpo físico.
Sabe sempre manter relações sociais
com os demais, qualquer que seja a situação, tratando a todos com consideração
e respeito, porque os vê, a todos, como filhos de Deus iguais a ele.
Quando
em posição de comando, trata todos com bondade e benevolência, usando da sua
autoridade, para estimulá-los no crescimento espiritual, na valorização do
trabalho que fazem, e das suas próprias pessoas. Não se coloca, orgulhosamente,
numa posição elevada, evitando humilhar os subalternos no trabalho,
demonstrando que todos são importantes para o trabalho ali realizado.
Quando
subordinado, compreendendo os deveres de sua posição, esforça-se por
cumpri-los, tratando a todos, seus superiores e os inferiores na hierarquia
profissional, com o mesmo respeito e consideração. Sente-se valorizado como
pessoa e profissional, pela dedicação ao seu trabalho.
“O
homem de bem enfim respeita nos seus semelhantes, todos os direitos que lhes
são assegurados pelas leis da natureza, como desejaria que os seus fossem
respeitados.”
Como
vemos, a regra básica do viver de um homem de bem é fazer aos outros,
exatamente, o que deseja para si, o que exige a abolição do orgulho e do
egoísmo, que impedem os homens de se sentirem iguais a todos, como filhos de
Deus.
O
espiritismo esclarecendo que a vida é eterna, que todos os Espíritos são
criados da mesma forma, que todos têm as mesmas potencialidades e as mesmas
oportunidades de desenvolverem-se em sucessivas reencarnações e que todos têm o
mesmo destino, na dependência do livre-arbítrio e da vontade de cada um,
demonstra que somos todos iguais, com os mesmos direitos e deveres, não
havendo, portanto, motivos para egoísmo e orgulho, os dois maiores obstáculos
da paz e da felicidade dos homens na Terra.
Esforcemo-nos,
pois, para sermos todos, pessoas de bem, que buscam o melhor para nós e para os
demais, considerando sempre a imortalidade do Espírito.
Leda de Almeida Rezende Ebner
Nenhum comentário:
Postar um comentário