O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO - XXI
CAPÍTULO III: HÁ
MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI
ITENS 3, 4 e 5: DIVERSAS CATEGORIAS DE MUNDOS HABITADOS
Kardec, através dos estudos dos relatos de muitos espíritos, de
diferentes graus evolutivos, fez uma classificação dos mundos habitados,
classificação relativa em comparação com a Terra, pois aprendeu que há mundos
mais atrasados e outros mais adiantados do que o que habitamos.
É interessante observar a lógica da pluralidade dos mundos habitados (um
dos princípios da doutrina espírita), como conseqüência da existência e
imortalidade dos espíritos, do seu processo evolutivo e da criação constante de
novos seres vivos, que um dia se transformarão em espíritos. Sendo estes
imortais, sendo a criação dos mesmos constante, todos sujeitos à evolução
segundo o livre arbítrio de cada um, tem de haver moradias, lugares apropriados
a esses espíritos.
Qualquer pessoa que pensa, ao olhar à noite, o céu estrelado, mesmo
vendo uma ínfima parte do universo infinito, não pode deixar de pensar que deve
existir seres vivos habitando-os.
Segundo os ensinamentos dos espíritos, os mundos se apresentam muito
diferentes uns dos outros, tanto física como moralmente, de acordo com o grau
de evolução de seus habitantes. Quanto mais atrasados, quanto mais
materializados seus habitantes, mais inferior é esse mundo.
Assim, Kardec aprendeu que existem mundos inferiores, intermediários e
superiores, havendo, em cada tipo, diversos graus de diferenciação evolutiva.
Nos mundos inferiores, “a existência é toda material, as paixões reinam
soberanas, a vida moral quase não existe”, de modo que seus habitantes vivem
quase que, exclusivamente, objetivando sua sobrevivência e a satisfação das
suas necessidades físicas e materiais.
Nos mundos primitivos, onde se
dão as primeiras encarnações dos espíritos, os homens vivem mais guiados pelos
instintos do que pela razão, pois esta aí começa a desabrochar-se.
Nas lutas pela sobrevivência, na satisfação das suas necessidades
físicas e biológicas, vão desenvolvendo suas qualificações espirituais,
lentamente, egocentricamente, preocupados apenas consigo mesmo. Esse
egocentrismo parece-nos, absolutamente, necessário para que o homem desenvolva
mais tarde, muito mais tarde, o amor por si mesmo e muito mais tarde ainda, o
amor ao próximo. A Terra já foi um deles.
Nos mundos intermediários, o bem e o mal se mesclam, predominando o
último quanto mais rude e atrasada é a sua humanidade, e o primeiro quanto mais
caminhou sua humanidade no seu desenvolvimento intelectual e moral. Quando este
último se torna preocupação de muitos, talvez da maioria, e quando esta maioria
busca com determinação a igualdade, a fraternidade e a solidariedade, esse
mundo está preparado para mudar de categoria.
Nos mundos superiores o bem prevalece
a luta pelos valores materiais é inexistente, trabalha-se pelo bem de todos,
através do bem, da fraternidade, da solidariedade. Quanto mais elevado, pelo
adiantamento espiritual dos seus habitantes, mais reina a felicidade e a paz.
Kardec fez então, uma classificação mais diferenciada dentre as três
categorias, sempre de acordo com o grau de adiantamento de seus habitantes: mundos
primitivos, com homens bem animalescos, vivendo quase que exclusivamente segundo
seus instintos, cada um por si, e somente após um algum desenvolvimento da
razão, começam a perceber o outro como um indivíduo igual a ele; mundos de
expiação e de provas, conhecidos por nós, pois a Terra é um deles, onde o mal predomina e o
bem encontra dificuldade para agir; mundos regeneradores, cujos habitantes são mais
felizes do que na Terra, embora ainda tenham débitos a expiar. Todavia essa
expiação já não é feita com tanta angústia e sofrimento como na Terra, visto
que seus habitantes a compreendem como libertação de um passado de ignorância e
faltas contra seus irmãos. Expiam-nas com alegria, no exercício do bem a todos;
mundos felizes, onde o bem supera o mal,
tornando-se o viver pleno de realizações nobres, em gozos espirituais que nós,
homens da Terra nem temos condições de avaliar; mundos celestes ou divinos, moradas dos espíritos purificados, onde o bem, o amor reina absoluto
no coração e na mente de todos.
Os três primeiros servem de moradias aos espíritos sujeitos à leis da
reencarnação em mundos materiais, porque ainda estão em desenvolvimento do seu
potencial espiritual.
Nos dois últimos são para espíritos que não precisam mais do concurso de
mundos materiais. Trabalham, aprendem, criam de outras formas. Colaboram, eficientemente,
nas obras do Pai, auxiliando seus irmãos em desenvolvimento. Vivem a vida plena
do Espírito Imortal!
Os espíritos encarnados em mundos materiais não permanecem sempre no
mesmo. Quando nada mais têm de aprender com as experiências que ele
proporciona, passa a reencarnar-se em um mundo superior, onde continua fazendo
a sua evolução, o seu desenvolvimento. E
assim, sucessivamente, até atingir o estado de espírito puro. É assim que se
cumprem as palavras de Jesus: “Nenhuma ovelha que o Pai me confiou se perderá.”
São sábias e perfeitas as leis divinas!
Quando, após um relativo desenvolvimento intelectual, em mundos
inferiores, se inicia o desenvolvimento moral e este, crescendo na mente e na
sensibilidade, sendo vivenciado dentro das possibilidades de cada um, a vida
material vai deixando de influenciar, com exclusividade o homem, de tal forma
que “nos mundos mais avançados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual.”
Convém lembrar também que dentre
os mundos da mesma categoria há diferenciações, sempre de acordo com o grau de
evolução predominante em seus habitantes. Assim, há mundos de expiação e de
provas piores ou melhores do que a Terra.
Pode- se permanecer no mesmo, quando esse mundo muda de categoria,
continuando a oferecer, então, oportunidades de novas experiências, mais
adequadas ao grau de evolução de seus habitantes. Mas, desde que não se tem
mais nada a aprender no mundo em que se está, liberta-se o espírito da
necessidade de reencarnação em mundo igual ao seu.
“Os mundos são as estações em que eles (os espíritos) encontram os
elementos de progresso proporcionais ao seu adiantamento. É para eles uma
recompensa passarem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo
prolongarem sua permanência num mundo infeliz, ou serem relegados a um mundo
ainda mais infeliz, por se haverem obstinado ao mal.”
Bibliografia:
1- Allan
Kardec: O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Livro Primeiro: Capítulo III: CRIAÇÃO, V:
pluralidade dos Mundos. Capítulo IV, PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS, III e IV:
Encarnação nos Diferentes mundos e Transmigração Progressiva. Capítulo VI, VIDA
ESPÍRITA, I e II: Espíritos Errantes e Mundos Transitórios.
2 – Emmanuel: A CAMINHO DA LUZ, capítulo III; As Raças Adâmicas.
Leda de Almeida Rezende Ebner
Fevereiro / 2002
Centro Espírita
Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
Ribeirão Preto (SP)
Ribeirão Preto (SP)
O
CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos
elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a
devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS
AUTORIAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste
Centro.
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