O LIVRO DOS MÉDIUNS
(Guia dos
Médiuns e dos Doutrinadores)
por
ALLAN KARDEC
Contém o
ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de
manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento
da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática
do Espiritismo.
SEGUNDA PARTE
DAS
MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO XVI
MÉDIUNS
ESPECIAIS
Estudo 69 - Item 189 Variedades especiais
para os efeitos físicos – Médiuns de aparições.
Relembramos que a mediunidade apresenta infinitas
variedades de expressão e que a divisão dos médiuns em médium de efeitos
físicos e de efeitos inteligentes é aplicada para facilitar o nosso
entendimento. Recordamos ainda, que a mediunidade de efeitos físicos se
expressa através de médiuns considerados especiais, que são aptos a produzirem
fenômenos que se traduzem por efeitos sensíveis aos órgãos dos sentidos, tais
como, ruídos, movimentos, deslocamentos de corpos sólidos. Para que tais
efeitos se processem, é necessária a intervenção de uma ou mais pessoas dotadas
da especial aptidão (médiuns especiais) que por efeito de sua constituição,
possibilitam maior emanação de fluido animalizado, mais ou menos fácil de
combinar-se com o fluido universal, com os fluidos próprios do plano dos
Espíritos, com os quais, por ação da vontade dão vida factícia ou momentânea a
determinados objetos, produzindo os fenômenos citados anteriormente.
Médiuns de aparições – Os que podem
provocar as aparições fluídicas ou tangíveis, visíveis para os assistentes.
Muito raros.
Transcrevemos a seguir as questões 100 – 27ª e 104
do capítulo VI (O Livro dos Médiuns) sobre as manifestações visuais –
aparições.
100-27ª Pode-se provocar a aparição dos
Espíritos?
"Isso algumas
vezes é possível, porém, muito raramente. A aparição é quase sempre espontânea.
Para que alguém veja os Espíritos, precisa ser dotado de uma faculdade
especial”.
104. O Espírito, que quer
ou pode fazer-se visível, reveste às vezes uma forma ainda mais precisa, com
todas as aparências de um corpo sólido, a ponto de causar completa ilusão e dar
a crer, aos que observam a aparição, que têm diante de si um ser corpóreo. Em
alguns casos, finalmente, e sob o império de certas circunstancias, a
tangibilidade se pode tornar real, isto é, possível se torna ao observador
tocar, palpar, sentir, na aparição, a mesma resistência, o mesmo calor que num
corpo vivo, o que não impede que a tangibilidade se desvaneça com a rapidez do
relâmpago. Nesses casos, já não é somente com o olhar que se nota a presença do
Espírito, mas também pelo sentido tátil.
Dado se possa atribuir à ilusão ou a uma espécie de
fascinação a aparição simplesmente visual, o mesmo já não ocorre quando se
consegue segurá-la, palpá-la, quando ela própria segura o observador e o
abraça, circunstâncias em que nenhuma dúvida mais é lícita.
Os fatos de aparições tangíveis são os mais raros;
porém, os que se têm dado nestes últimos tempos, pela influência de alguns
médiuns de grande poder (1) e absolutamente autenticados por testemunhos
irrecusáveis, provam e explicam o que a história refere acerca de pessoas que,
depois de mortas, se mostraram com todas as aparências da realidade. Todavia,
conforme já dissemos, por mais extraordinários que sejam, tais fenômenos perdem
inteiramente todo caráter de maravilhosos, quando conhecida a maneira por que
se produzem e quando se compreende que, longe de constituírem uma derrogação
das leis da Natureza, são apenas efeito de uma aplicação dessas leis.
(1) Entre outros, o Sr Home.
Os Espíritos podem se tornar visíveis e serem
vistos no estado de vigília, o que é mais raro ou durante o sono, o que é
comum. Todos podem se tornar visíveis, mas nem sempre têm permissão ou desejam
fazê-lo. Pertencem a toda as categorias, das mais elevadas as inferiores e
segundo a sua natureza o fim pode ser bom ou mau. No primeiro caso visam
consolar os que lamentam sua partida, provar que continuam a existir, dar
conselhos ou pedir assistência, preces, ajuda para si mesmos; no segundo caso,
assustar e, às vezes, vingar-se.
Quando ocorrem essas aparições não se deve
temê-los, pois estão por toda parte, e o mal que possam causar decorre do
encarnado se deixar influenciar por seus pensamentos desviando-se do bem.
Vendo Espíritos, a melhor ação é conversar,
perguntando-lhe quem é e o que deseja, o que se pode fazer por ele. Se for
infeliz, sofredor, o sentimento de querer ajudar, a atenção demonstrada muito o
aliviará.
Essas visões ou aparições podem ocorrer em
condições perfeitamente normais de saúde, a qualquer hora do dia, sendo mais
comuns à noite, uma vez que a claridade intensa pode ofuscar uma aparição
delicada. Relembramos que os Espíritos não são vistos com os olhos físicos. É a
alma que vê e a prova disso é que podem ser divisados mesmo estando de olhos
fechados, O Espírito se apresenta revestido do seu perispírito na forma humana
ou outra qualquer no sono ou vigília; combina fluidos e produz no corpo
perispiritual uma disposição especial que o torna perceptível.
Nessa forma de aparição é impossível tocá-los.
O espírito que quer ou pode fazer-se visível,
reveste-se às vezes, de todas as aparências de um corpo sólido, a ponto de
causar completa ilusão e os que vêem realmente pensam ter diante de si um corpo
sólido. Em alguns casos a tangibilidade pode tornar-se real sendo possível ao
observador tocar apalpar, sentir na aparição a mesma resistência, o mesmo calor
do corpo vivo, o que não impede que a tangibilidade se desvaneça com a rapidez
do relâmpago; essa aparição é sensível ao olhar e também ao tato. Como exemplo,
citamos as aparições de Katie King, graças à mediunidade de Florence Cook,
caracterizando o chamado agênere.
Em nosso próximo estudo continuaremos estudando
variedades especiais de médiuns para os efeitos físicos.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap XVI - 2ª Parte
– item 189 e itens 100-27ª e 104
BIGHETTI,
Leda Marques – Educação Mediúnica “Teoria e Prática” 1º volume: 1.ed Ribeirão
Preto: BELE, 2005 – pág 161 a 163
Tereza Cristina D'Alessandro
Maio/2007
Centro
Espírita Batuíra
cebatuira@cebatuira.org.br
Ribeirão
Preto - SP
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