PASSES E PASSISTAS 9. Postura física e mental no momento do passe
Estudo sobre o passe magnético ou a imposição das mãos segundo a Doutrina Espírita
Astolfo Olegário de Oliveira Filho
9. Postura física e mental no momento do passe
9.1. O valor da oração e do pensamento elevado é uma coisa bem conhecida no meio espírita. Ensina André Luiz ("Missionários da Luz", cap. 5): "A prece, a meditação elevada, o pensamento edificante refundem a atmosfera, purificando-a". Na mesma obra, André anota: "O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe de imaginar".
9.2. Emmanuel ("Caminho, Verdade e Vida", cap. 153) ensina: "Onde exista sincera atitude mental do bem, pode estender-se o serviço providencial de Jesus. Não importa a fórmula exterior". Em outra obra ("Pensamento e Vida", cap. 2 e 26), Emmanuel nos diz que o pensamento é força eletromagnética e a vontade, "o impacto determinante": "A prece impulsiona as recônditas energias do coração, libertando-as com as imagens de nosso desejo, por intermédio da força viva e plasticizante do pensamento, imagens essas que, ascendendo às Esferas Superiores, tocam as inteligências visíveis ou invisíveis que nos rodeiam, pelas quais comumente recebemos as respostas do Plano Divino".
9.3. Compreende-se, então, que a postura física não é relevante: não existe posição convencionada para que o beneficiado receba as energias. Pernas descruzadas, mãos em concha voltadas para o alto etc. são convenções sem fundamento doutrinário: o importante é a disposição mental de quem aplica e de quem recebe o passe, e não a posição do corpo ou a técnica adotada pelo passista. Quanto a esta, já vimos que a imposição de mãos, tal como utilizada por Jesus e pelos apóstolos, é a mais recomendada por sua simplicidade e por estar ao alcance do entendimento de qualquer pessoa.
9.4. Kardec destaca como elementos importantes, no passe, o desejo ardente, a confiança, a fé do doente. O passista age, no passe magnético, como uma bomba calcante e o paciente como uma bomba aspirante. "Algumas vezes é necessária a simultaneidade das duas ações; doutras basta uma só", diz Kardec ("A Gênese", cap. 14, item 11).
9.5. O codificador diz que "a faculdade de curar pela imposição das mãos deriva evidentemente de uma força excepcional de expansão, mas diversas causas concorrem para aumentá-la, entre as quais são de colocar-se, na primeira linha: a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa e a confiança em Deus; numa palavra: todas as qualidades morais" ("Obras Póstumas", Manifestações dos Espíritos, itens 52 e 53). "Uma grande força fluídica, aliada à maior soma possível de qualidades morais, pode operar, em matéria de curas, verdadeiros prodígios", afirma Kardec. E ele completa: "A ação fluídica, ao demais, é poderosamente secundada pela confiança do doente, e Deus quase sempre lhe recompensa a fé, concedendo-lhe o bom êxito".
9.6. Assim, quando o paciente se coloca em posição impermeável ante o passe (atitudes de descrença, leviandade, aversão), mesmo que o auxílio recebido seja bom, o passe será nulo quanto ao seu resultado. Jesus sempre enfatizava em suas curas: `A tua fé te curou'. Isso explica tudo.
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