quarta-feira, 23 de setembro de 2015

(Espiritismo) - 8ª Parte O Movimento Espírita no Brasil

Apresentamos nesta edição o 8º tema do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.

Questões para debate

1. Que é Movimento Espírita?

2. Existe diferença entre Doutrina Espírita e Movimento Espírita?

3. Qual seria, no dizer de Allan Kardec, um dos maiores obstáculos à expansão do Movimento Espírita?

4. Qual a importância do Pacto Áureo, celebrado em 5 de outubro de 1949, para o Movimento Espírita brasileiro?

5. Qual é o objetivo do Movimento Espírita e como ele se desenvolve no Brasil?

Texto para leitura

1. O Movimento Espírita é uma organização dinâmica e federativa que congrega as atividades das associações espíritas, dentro de um clima de confraternização com diretrizes comuns e o propósito, não só de difusão coordenada dos princípios basilares da Doutrina Espírita, como de vivência de uma ética racional, com vistas ao progresso espiritual da Humanidade.

2. Há uma clara distinção entre Doutrina Espírita e Movimento Espírita. A Doutrina é o corpo doutrinário codificado por Allan Kardec entre 1857 e 1868. Movimento Espírita, como o próprio nome sugere, é algo dinâmico e sua unificação implica a convivência dentro de uma unidade de pensamento e ação, na qual está implícito o reconhecimento da existência de uma diretriz, objetivando o ajustamento a princípios de ordem doutrinária e um sistema dinâmico global.

3. Não se trata, entretanto, de um sistema de coordenação por diretrizes impostas, mas de uma movimentação espontânea, fruto da conscientização e do amadurecimento dos espíritas. É, pois, um movimento livre, aberto, sem hierarquias rígidas, sem obediência cega ou dogmática, mas de compreensão harmoniosa, de autodisciplina, buscando apenas a maior fidelidade e a maior segurança dos postulados fundamentais da Doutrina, o que implica vigilância pertinaz do adepto e decidido devotamento à causa.

4. Como previa Allan Kardec, um dos maiores obstáculos à expansão do Movimento Espírita seria "a falta de unidade". Asseverou o Codificador (O Livro dos Médiuns, item 348):

"Todos devem concorrer, ainda que por vias diferentes, para o objetivo comum, que é a pesquisa e a propaganda da verdade.

Os antagonismos, que não são mais do que efeito de orgulho superexcitado, só poderão prejudicar a causa, que uns e outros pretendem defender".

5. Noutro momento, ao defender a idéia de que é melhor para o Movimento Espírita a existência de "pequenos grupos" espíritas do que a constituição de grandes aglomerações, Kardec referiu-se à importância da confraternização e dos contatos freqüentes entre as Sociedades espíritas (L.M., item 334):

"Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade cristã".

6. Para superar os obstáculos à concretização dessas idéias e, assim, consolidar e intensificar o Movimento Espírita brasileiro, foram envidados todos os esforços para edificar uma inabalável unidade, substancialmente decisiva para a missão do Brasil, em sua condição de Pátria do Evangelho.

7. Tudo começou por um documento lançado no início do século XX, que merece destacado relevo: "Bases de Organização Espírita", dado a lume em 1904. Nesse documento previu-se o advento das federações nas capitais dos Estados, nos moldes da Federação Espírita do Rio de Janeiro, com adesão de todas ao programa da Federação Espírita Brasileira.

8. Foi, porém, o Pacto Áureo, celebrado em 5 de outubro de 1949, o ponto magno, "o alto estágio atingido pelo Movimento Espírita no âmbito nacional, ao longo das lutas, vicissitudes e testemunhos dos espíritas que receberam e cumpriram as obrigações nobilitantes nas esferas da Unificação. Das `Bases' de 1904, ao Conselho Federativo Nacional, em 1950, a distância, no tempo, é de quase meio século".

9. Os signatários do Pacto Áureo, ad referendum das Sociedades por eles representadas, acordaram em aprovar:

   1. que cabe aos espiritistas do Brasil pôr em prática a exposição contida no livro "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", do Espírito de Humberto de Campos, psicografado por Chico Xavier, de maneira a acelerar a marcha evolutiva do Espiritismo.

 2. que a FEB criaria um Conselho Federativo Nacional permanente, com a finalidade de executar, desenvolver e ampliar os planos da Organização Federativa estabelecidos em 1949. 

10. O objetivo do Movimento Espírita consiste na propagação e aplicação da Doutrina Espírita, pela vivência do Evangelho redivivo, capaz de operar a renovação do homem, a benefício da própria Humanidade. Da excelência e amplitude do objetivo, decorre toda a sua notável importância, tanto mais quanto se percebem os benéficos resultados alcançados com a expansão da Doutrina Espírita, carreando o progresso moral e espiritual dos povos na Terra.

11. A importância da ação programática do Movimento Espírita pode ser aquilatada pela conquista gradual de suas metas na realização da paz, da concórdia, da redenção individual e do progresso coletivo.

12. No Brasil, a importância do Movimento Espírita está ligada à sua missão de Pátria do Evangelho, como é relatado por Humberto de Campos (Espírito) na obra citada, com vistas a, dentro do ideal cristão, "espiritualizar o ser humano, espalhando com os seus labores e sacrifícios as sementes produtivas na construção da sociedade do futuro".

13. No processo dessa dinâmica, não se contenta apenas com as publicações da imprensa espírita, ou mesmo de seus livros, veículos de maior penetração popular, que projetam a mensagem espírita para os mais longínquos recantos da Terra. O Movimento Espírita desenvolve-se, ainda, por meio de encontros fraternos, congressos, palestras, cursos de evangelização espírita infanto-juvenil e estudos sistematizados da Doutrina Espírita, como também pela assistência material e espiritual prestada a encarnados e desencarnados.

14. O Movimento Espírita realiza, assim, um amplo e intensivo programa de irradiação de amor e luzes divinas, segundo as diretrizes traçadas pelo Consolador prometido por Jesus.

Respostas às questões propostas

1. Que é Movimento Espírita? 

R.: O Movimento Espírita é uma organização dinâmica e federativa que congrega as atividades das associações espíritas, dentro de um clima de confraternização com diretrizes comuns e o propósito, não só de difusão coordenada dos princípios basilares da Doutrina Espírita, como de vivência de uma ética racional, com vistas ao progresso espiritual da Humanidade.

2. Existe diferença entre Doutrina Espírita e Movimento Espírita? 

R.: Sim. Há uma clara distinção entre Doutrina Espírita e Movimento Espírita. A Doutrina é o corpo doutrinário codificado por Allan Kardec entre 1857 e 1868. Movimento Espírita, como o próprio nome sugere, é algo dinâmico e sua unificação implica a convivência dentro de uma unidade de pensamento e ação, na qual está implícito o reconhecimento da existência de uma diretriz, objetivando o ajustamento a princípios de ordem doutrinária e um sistema dinâmico global.

3. Qual seria, no dizer de Allan Kardec, um dos maiores obstáculos à expansão do Movimento Espírita? 

R.: A falta de unidade.

4. Qual a importância do Pacto Áureo, celebrado em 5 de outubro de 1949, para o Movimento Espírita brasileiro? 

R.: O Pacto Áureo foi o ponto magno, o estágio mais elevado atingido pelo Movimento Espírita no Brasil, com vistas à unificação.

5. Qual é o objetivo do Movimento Espírita e como ele se desenvolve no Brasil? 

R.: O objetivo do Movimento Espírita é a propagação e a aplicação da Doutrina Espírita, pela vivência do Evangelho redivivo, capaz de operar a renovação do homem, a benefício da própria Humanidade. Em sua dinâmica, ele não se contenta apenas com as publicações da imprensa espírita, ou mesmo de seus livros, veículos de maior penetração popular, que projetam a mensagem espírita para os mais longínquos recantos da Terra, mas desenvolve-se, ainda, por meio de encontros fraternos, congressos, palestras, cursos de evangelização espírita infanto-juvenil, estudos sistematizados da Doutrina Espírita e também pela assistência material e espiritual prestada a encarnados e desencarnados.

Bibliografia:

"O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec, itens 334 e 348.

"Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", de Humberto de Campos (Espírito).

"Movimento e Doutrina", Reformador, setembro de 1977.

"Grande Conferência Espírita", Reformador, setembro de 1979.

"75 anos de Bases de Organização Espírita", Reformador, janeiro de 1979.

"Unificação", Reformador, abril de 1976.

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