sábado, 5 de setembro de 2015

11

Provas da existência de Deus

Apresentamos nesta edição o tema 11 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.

Questões para debate

1. Podemos afirmar que Deus é um ser vivo, sensível, consciente?

2. Como os Espíritos, em resposta a Kardec, definiram Deus?

3. Quais são as provas referidas pelos Espíritos acerca da existência de Deus?

4. O sentimento intuitivo que temos de Deus é produto da educação e das idéias adquiridas?

5. A formação primeira do Universo não seria fruto de um acaso inteligente ? Por quê?

Texto para leitura

A idéia de Deus

1. "Outrora, Deus foi homem: hoje, Deus é Deus", assevera Léon Denis. O Ser Supremo, criado à imagem do homem, hoje vê apagar-se pouco a pouco essa imagem, substituída por uma realidade sem forma. A forma, a definição, o tempo, a duração, a medida, o grau de potência ou atividade não mais se aplicam a Deus. O próprio nome Deus oculta uma idéia incompleta. Outrora, Júpiter empunhava o raio, Apolo conduzia o Sol e Netuno senhoreava os mares. No Tibete, ainda hoje, adoram Maitreya, que refreia as ondas do mar, abençoa o exército, amaldiçoa o rival e dirige as chuvas.

2. A história da idéia de Deus mostra-nos que ela sempre foi relativa ao grau intelectual dos povos e de seus legisladores, correspondendo aos movimentos civilizadores, à poesia dos climas, às raças, à florescência de diferentes povos, enfim aos progressos espirituais da Humanidade. Com o passar dos tempos, assistimos sucessivamente aos desfalecimentos e tergiversações dessa idéia imperecível que, às vezes fulgurante e outras vezes eclipsada, pode, todavia, ser identificada sempre nos fastos da Humanidade.

3. Nosso Deus é um Deus ainda desconhecido, qual o era para os Vedas e para os sábios do Areópago de Atenas. No entanto, no estado evolutivo em que nos encontramos podemos sentir que Deus não é uma abstração metafísica, um ideal que não existe. Não; Deus é um ser vivo, sensível, consciente. Deus é uma realidade ativa. Deus é nosso Pai, nosso guia, nosso condutor, nosso melhor amigo.

4. Kardec perguntou aos Espíritos: "Que é Deus? " e não quem é Deus? Os Espíritos responderam: "Deus é a Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas" (L.E., item 1).

5. Dizer que Deus é infinito é um erro, conseqüência da pobreza da nossa linguagem, que é insuficiente para definir as coisas que estão acima da nossa inteligência.

6. Deus – ensina Kardec - é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é infinito é tomar o atributo pela própria coisa, e definir uma coisa que não é conhecida por outra que também não o é.

A existência de Deus e suas provas

7. Em "O Livro dos Espíritos" os imortais nos dizem que podemos encontrar a prova da existência de Deus num axioma bastante conhecido dos homens, segundo o qual "não há efeito sem causa". Basta que procuremos a causa de tudo o que não constitui obra do homem e a nossa razão responderá.

8. Todos os homens carregam em si o sentimento intuitivo de Deus, uma prova de que a crença em um Ser superior não é produto da educação ou de idéias adquiridas, visto que até os selvagens o possuem. Ora, se fosse a idéia de Deus produto da educação, não seria universal, mas restrita a certos lugares.

A causa primária da formação das coisas

9. Atribuir a formação primeira das coisas às propriedades íntimas da matéria – afirmam os Espíritos – equivale a tomar o efeito pela causa, porque essas propriedades são elas mesmas um efeito que deve ter também uma causa.

10. A harmonia que regula as atividades do Universo revela combinações e fins determinados e, por isso mesmo, mostra-nos a ação de uma força inteligente. Atribuir essa formação primeira ao acaso seria, de igual modo, um contra-senso, porque o acaso é cego e não pode produzir coisas inteligentes. Um acaso inteligente não seria mais acaso.

11. Pela obra se reconhece o artífice. Nenhum ser humano pode criar o que a Natureza produz por si mesma. A causa primeira é, portanto, uma inteligência superior à Humanidade. Quanto maior o prodígio realizado pela inteligência humana, essa inteligência tem, ela mesma, uma causa, e quanto mais o que ela realiza é grande, mais a causa primeira deve ser grande.

12. Essa inteligência superior é a causa primeira de todas as coisas, qualquer que seja o nome sob o qual o homem a designe - Deus, Allah, Jeová. O nome é, no caso, o que menos importa.

Respostas às questões propostas

1. Podemos afirmar que Deus é um ser vivo, sensível, consciente? 

R.: Sim. Deus é um ser vivo, sensível, consciente. Deus é uma realidade ativa. Deus é nosso Pai, nosso guia, nosso condutor, nosso melhor amigo.

2. Como os Espíritos, em resposta a Kardec, definiram Deus? 

R.: "Deus é a Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas."

3. Quais são as provas referidas pelos Espíritos acerca da existência de Deus? 

R.: Os imortais nos dizem que podemos encontrar a prova da existência de Deus num axioma bastante conhecido dos homens, segundo o qual "não há efeito sem causa". Basta que procuremos a causa de tudo o que não constitui obra do homem e a nossa razão responderá.

4. O sentimento intuitivo que temos de Deus é produto da educação e das idéias adquiridas? 

R.: Não, visto que até os selvagens o possuem. Ora, se fosse a idéia de Deus produto da educação, não seria universal, mas restrita a certos lugares.

5. A formação primeira do Universo não seria fruto de um acaso inteligente? Por quê? 

R.: Atribuir a formação primeira das coisas às propriedades íntimas da matéria – afirmam os Espíritos – equivale a tomar o efeito pela causa, porque essas propriedades são elas mesmas um efeito que deve ter também uma causa. A harmonia que regula as atividades do Universo revela combinações e fins determinados e, por isso mesmo, mostra-nos a ação de uma força inteligente. Atribuir essa formação primeira ao acaso seria, de igual modo, um contra-senso, porque o acaso é cego e não pode produzir coisas inteligentes. Um acaso inteligente não seria mais acaso.

Bibliografia:

"O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, itens 1 a 13.

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