terça-feira, 29 de setembro de 2015

C B - Aula 14 - Recordação Das Existências Anteriores(1) 14

 14  recordação das existências anteriores

 A TERCEIRA CRIANÇA

Vamos conhecer outra criatura de Deus, que é nosso irmão em humanidade. Porém antes de mais nada, é bom que saibamos que o Pai criou os Espíritos simples e ignorantes e dá-lhes a liberdade e serem melhores ou não pela sua própria vontade.
Este filho, não interessou-se pelo bem. pelo contrário, sentia prazer no mal. O mal nele se encontra a todo vapor.
Então, enquanto em um dos meninos, o trabalho está quase pronto. (André) Na outra está se processando (Marianinha) .
Neste o trabalho está todo por fazer.
Júlio se compraz no mal. Não só atende a sua índole de Espírito imperfeito também ouve aos que lhe assemelham. Mau, perverso, e ignorante, tem impuro o coração. Mau filho, mau irmão, perverso com as plantas e animais.
 Não se controla ao ver um ninho de passarinhos. A pobre mãe está fora em busca de minhocas para a sua prole e quando volta, já não os encontra, pois Júlio os retirou dali. Sente prazer em agir assim. Mas Deus tudo vê, e sabe o que pode acontecer a um menino tão ruim se assim
Continuar." Quanto maior o mal, mais forte é o remédio".
Na escola , só faz coisas erradas. Desobedece a professora, desmancha o laço do cabelo da colega, joga papel no chão, briga com os companheiros, etc.
Será que um dia Júlio se tornará melhor? Parece impossível.
Parece, mas não é.
Sabemos que lá no intimo de seu coração, Jesus o nosso Mestre amigo, espera pela planta do bem que irá nascer um dia. Sedo ou tarde vai brotar e vigorosa fortalecer-se. A semente do bem está plantada em todos os corações, e no de Júlio também.
Um dia ele irá cansar-se de lutar contra a luz, contra o bem e desejará ser feliz como os demais.
Nesse dia haverá tanta alegria no Céu pela volta do filho extraviado que sofria mas que resolveu afinal ser feliz. Não é muito melhor assim?
Jesus não permitiu que as crianças fossem enxotadas, porque sabe que elas muito podem aprender com ele. Conhecendo o estado simples e inocente dos pequeninos e da facilidade que sentem as lições do Evangelho, tem certeza da aprendizagem.
Outorgou assim aos professores, pais e interessados do porvir, a incumbência de educar para salvar.
A educação dos pequenos é o melhor que podemos fazer por eles. Ainda aconselha Jesus aos adultos que procurem ser como as crianças, simples e humildes e puras de coração.
João Evangelista esclareceu mais sobre o assunto " Deixai vir a min os pequeninos, quando que "pequeninos " não são unicamente as crianças, mas as almas que gravitam no orbe terrestre e mundos espirituais em estados inferiores , onde a infelicidade não conhece a esperança. Jesus chama por essa mensagem, a infância intelectual, aos débeis, aos cativos e aos viciosos. Quer que os espíritos venham a ele , com a confiança das crianças e com o coração da todas as mulheres que são mães. Jesus nos ensina que todos os pensamentos no mal é adultério da Lei de Deus.
E que a verdadeira pureza, não está só nos atos, mas principalmente no pensamento. Para Ter-se um caráter integro é necessário, pureza no pensamento e nos atos.
Lembremo-nos de que o Apostolo Paulo disse: Tudo nos é permitido pela liberdade que o Pai nos concedeu, " mas nem tudo nos convém".
A pureza não esta também nas mãos lavadas e sim no cumprimento aos mandamento de Deus, que os homens esqueceram. Qual o mais importante- Não comer determinados alimentos, não comer sem lavar as mãos, ou " honrar Pai e Mãe".
Os Judeus introduziram na Lei de Deus, conveniências humanas, tradições dos homens, por isso Jesus disse: " Toda planta que meu Pai não plantou, será arrancada pela raiz".
O que torna impuro o homem é o que ele pensa, fala e faz de mal, porque essas coisas vem do coração e da mente. Limpai o interior, e o que está por fora resplandecerá.
Hipócritas, disse Jesus. Bem profetizou de vós o profeta Isaias quando disse: Este povo honra-me com os lábios, mas o coração está longe de mim".
Comentários de Allan Kardec:
Os homens descuram dos verdadeiros mandamentos, para observar práticas estabelecidas por eles. O fundo simples, desaparece sob as complicações da forma.
É mais fácil observar os atos exteriores, do que reformar-se moralmente.
Lavar as mãos do que limpar o coração. O mesmo aconteceu com a doutrina moral do Cristo, que acabou relegada a segundo plano.
O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus. Toda religião que melhora o homem , falha nos seus objetivos e é falsa, pois a forma altera a essência . O Mestre adverte, que não sejam escandalizados os simples e os pequeninos, sob pena de responder-se com grande responsabilidades na Lei de Justiça Divina. ((Causa e Efeito) Os escândalos se verificam para que a sua reação sirva simultaneamente, de castigo para uns e de provas para outros.
É assim que Deus faz sair o bem do Mal
Quando não houver mais culpados, não haverá infelicidade. Tal é o estado dos mundos adiantados, onde o mal foi excluído. Os mundos primitivos servem de habitação e de exílio para os Espíritos Imperfeitos.
É necessário arrancar do coração todo sentimento impuro e todo principio vicioso. Repetimos com Jesus, que mais valeria a um homem não ter tido a mão, do que a ter para servir de instrumento a uma má ação; estar privado da visão do que a visão desperte um mau pensamento. Pôr isso disse:-(Bem - Aventurados os que tem os olhos fechados) A cegueira dos olhos, muitas vezes é a verdadeira luz do coração. Bem- Aventurados os cegos que vivem com Deus.
Coração simples e puro: Exclui o Egoísmo, o Orgulho e a Vaidade.
Para ilustrar essa passagem Evangélica, temos a seguinte história. Diz o filósofo:- " A natureza escreveu no rosto do homem uma carta de credito que tem de aceitar-se onde quer que se apresente".
Os dois semblantes.
Certa vez um grande artista foi escolhido para pintar um quadro a óleo, destinado a uma igreja de Roma. A tela deveria ter por tema a vida de Jesus. O artista que a muito tempo vinha esperando por aquela oportunidade, imensamente feliz, atirou-se ao trabalho ardorosamente. Assim anos a fio e sem descanso, dedicou-se o pintor a execução do quadro.
Mas faltava-lhe dois modelos importantes, justamente aqueles que deveriam representar o menino Jesus e Judas Iscariote.
Pôs-se então a procura dos modelos. Começou a busca em sua própria cidade. Procurou em todos os bairros em todas as ruas. Andou muito e viajou também. Examinou linha por linha centenas de rostos de meninos e de homens sem contudo achar quem representasse as características exigidas para os personagens de seu quadro.
Foi então que retornando a sua terra natal, percorrendo novamente seu velho bairro, viu um pequeno, cujo semblante, de rara beleza e extraordinária meiguice, era justamente o que procurava. O pintor exultou de alegria! Enfim poderia continuar o seu trabalho. De imediato, falou aos pais do menino e pôs mãos a obra.
Durante dias e dias o garoto pousou pacientemente, até que seus lindos traços fisionômicos, passaram um a um para a tela.
Quando o menino se foi, o artista comentou!
"A beleza e a candura de sua alma, estão refletidos em seu rosto"
O pintor então começou a fazer novas buscas, agora na esperança de encontrar quem lhe servisse de modelo para a imagem de Judas. Novas caminhadas.... Novas indagações... Novos semblantes em desfile... Mais nada! Ninguém satisfazia a exigência do artista.
A bela obra paralisada, aguardava o seu último personagem, para ser exposto aos olhares do público. O pintor já desanimava quando um dia, ao passar por um bar pouco recomendável, viu aparecer a porta um pobre homem esfarrapado e magro. Estava embriagado!

Por um instante, o homem cambaleou e agarrou-se a porta. Deu dois passos incertos, tropeçou e caiu ao chão.
O pintor aproximou-se condoído e ao tentar levanta-lo estremeceu de horror e emoção.
Aquela fisionomia ainda moça, marcada impiedosamente pelo vicio, ajustava-se com precisão á sua tela inacabada!
Ajudou-o a erguer-se e propôs-lhe:
_Venha comigo, eu cuidarei de você.
Encontrara afinal o seu Judas Iscariote.
Pôs-se então o artista, dia e noite a completar a tela. Mas coisa estranha, à medida que o trabalho avançava, o modelo pouco a pouco demonstrava desoladora tristeza. O pintor percebia a transformação, mas nada comentava.
Um dia porém, notando que lágrimas silenciosas deslizavam daqueles olhos encovados, interrompeu o trabalho e indagou interessado!
_Meu filho, porque se aflige tanto? Em que posso ajudar?
Desatando a chorar, o modelo cobriu o rosto com as mãos . depois passados uns instantes, olhou para o pintor e disse:
_Não se lembra de mim?

_Há muitos anos, pousei para o seu MENINO JESUS...

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