quinta-feira, 13 de agosto de 2015

REPOUSO TAMBÉM

           As muitas tarefas a que atendes exaurem tuas forças e o cansaço anula possibilidades valiosas, que poderias aplicar em realizações de maior profundidade.    
           Fascinado pelos serviços de variada ordem nos quais buscas esquecer problemas de outro quilate, ao te dares conta, estás vencido, sem o controle que se faz preciso, para maior avanço nas vias da evolução.

           Examina os compromissos que te assoberbam e seleciona-os.

           Põe em ordem o que deves executar para que o tempo te seja pródigo.

           Disciplina as realizações para que se submetam ao teu comando otimista.

           Trabalho que enfada é labor que deprime.

           Há trabalhos que podes e deves fazer e há deveres que outros podem executar, na tua esfera de ação.

           Os serviços de superfície absorvem e desesperam, porquanto se multiplicam sem cessar.

           Fugir do que necessitas vencer, significa transferência de luta para tempo e espaço posterior. Se buscas o cansaço para asfixiar a ansiedade que te persegue, raciocinas como o opiômano, que se entrega a um tormento para a outro tormento fugir.

           A Doutrina Espírita, iluminando a mente do homem, dá-lhe os instrumentos de fácil manejo para dissecar os dramas que perturbam, libertando dos falsos problemas resultantes da indisciplina do próprio espírito.

           Em face da necessidade de um exame acurado da dificuldade que se faz empecilho à evolução, o aluno do Cristo deve atirar-se ao trabalho, sem dúvida, mas, primeiramente precisa capacitar-se com os valores que o habilitem para a paz legítima, a fim de adquirir alegria nas realizações, desintoxicando-se dos vapores da estafa que irrita, entorpece e dispõe mal.

           Usa a hora morta meditando.

           Cultiva a leitura espírita como norma de aprendizagem.

           Conhecendo a Doutrina, perceberás as sutilezas de que se utilizam nossos 
adversários, já desencarnados, e assim mais facilmente poderás enfrentá-los.

           O autoconhecimento, como a auto-iluminação, constituem tesouros que devem ser trabalhados.

           Ler ou estudar são hábitos.

           O espírita não pode prescindir do estudo.

           Estudo também é trabalho...

           Não somente merecimento pelo esforço físico, mas também evolução pela renovação íntima ante a luz do conhecimento.

           Não menosprezes, desse modo, nos teus labores, o significado da palavra refazimento.

           Refazer as forças no repouso representa desdobrar possibilidade de ação contínua.

           Nem o sono entorpecente, nem a ação devastadora.

           Repouso pode ser entendido como troca de atividades, que funciona como higiene mental, em que encontres prazer sem tédio, alegria sem irritabilidade.

           As atividades espíritas para o teu espírito são de alto teor. Dá-lhes prioridade.
        
   Que se dirá de quem, tendo feito muito, nada fez pela serenidade de si mesmo?

           Não vale semear uma gleba sem-fim, entregando-a aos parasitos, aos insetos e 
às ervas daninhas.

           Planta e zela.

           Levanta o caído e anda um pouco com ele.

           Ajuda o necessitado e anima-o um tanto mais.

           Os que são levantados e não dispõem de forças para manter-se, quando lhes falta o auxílio, retornam ao chão...

           Trabalho e recuperação podem ser considerados termos do mesmo binômio evolutivo.

           Amanhã farás o que hoje não conseguires.

           Muitas vezes surgem interrogações a respeito dos desaparecimentos do Mestre, nas narrativas evangélicas.

           Conjecturas de vária procedência tomam corpo, tentando elucidações.

           No entanto, após os labores exaustivos junto ao povo, habitualmente o Senhor buscava orar em profundo silêncio, meditar em demorados solilóquios.

           Retemperava, assim, as próprias energias para a áspera liça de esclarecer e consolar, atuando junto aos corações desarvorados e mentes em desalinho, pacificador e harmônico, distribuindo serenidade e equilíbrio como fonte inesgotável, cujas nascentes refrescantes tinham origem nos Céus.


(Divaldo P. Franco por  Joanna de Ângelis. In: Dimensões da Verdade)

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