terça-feira, 11 de agosto de 2015

NOSSO LAR 01-018 OBSESSÃO

Síntese: O capítulo trata de uma reunião de desobssão, assistida por Alexandre e por André Luiz, com a presença tde 5 enfermos em tratamento. Alexandre tece diversos comentários sobre o processo obsessivo e é apresentado um caso de possessão (subjugação).

Trechos do capítulo:

(...)

ALuiz: Todo obsidiado é médium, na acepção legitima do termo?

Alexandre: Médiuns, inclusive nós outros, desencarnados, todos os somos. (...) O obsidiado, porém, acima de médium de energias perturbadas, é quase sempre um enfermo.

(...) "...é muito difiícil identificar a verdadeira vítima, com a visão circunscrita ao corpo terrestre."

(...) "dos cinco apenas uma jovem revela possibilidades de melhores mais ou menos rápidas (...) - Gozará a jovem de alguma proteção diferente? - Não se trata de proteção, mas esforço próprio. 

(...) Ao obsidiado se lhe falta vontade firme para a auto-educação, para a disciplina de si mesmo, é quase certo prolongará sua condição além da morte.(...) A jovem está procurando a restauração de forças psíquicas por si mesma.

(...) Em derredor da mesa se reuniam-se dois médiuns, seis irmãos experimentados no conhecimento e prática de problemas espirituais e os obsidiados em tratamento. (...) Os enfermos apresentavam características especiais. Dois deles, uma senhora relativamente jovem e um cavalheiro maduro demonstravam enorme agitação; dois outros, ambos moços e irmãos pelo sangue, pareciam completamente imbecilizados, e por ultimo, observamos a jovem a que Alexandre se referira. (...) As entidades inferiores compareciam em grande número.

(...)fui surpreendido com a chegada de dois amigos de nosso plano. - São nossos interpretes junto às entidades perseguidoras - exclamou Alexandre.

Diálogo de um dos amigos espirituais com uma das entidades obsessoras:
(...) "A vingança agrava os crimes cometidos. Para restabelecer a felicidade perdida é necessário esquecer todo o mal"

"É quase impossível...Não apregoam que o Pai é justo? Eu não vejo porém o Pai e preciso fazer justiça, usando minhas próprias forças."

"Suas considerações são aparentemente respeitáveis (...) Todavia devemos examinar serenamente a percentagem de nossa co-participação. Apenas em situações raríssimas podemos exibir o título de vítimas"

Alexandre: "O trabalho de esclarecimento espiritual depois da morte exige de nós outros muita atenção e carinho"

Em outra situação, André observa a jovem senhora que se mostrava sob irritação forte. Diversos perseguidores mantinham-se ao seu lado, mas de todos eles sobressaía um obsessor infeliz, de maneiras cruéis. Colara-se-lhe ao corpo, em toda a sua extensão, dominando-lhe os centros de vida ôrgânica.

"Representa um caso de possessão completa" - disse Alexandre, seguindo-se o diálogo entre um amigo espiritual e a entidade infeliz. Questionado sobre a conveniência de aplicação de recursos para que o obsessor pudesse recordar o passado, Alexandre diz: "Não conseguiria compreender. Antes de maior auxílio ao seu entendimento, é necessário que sofra."

Observando a reunião, André se surpreende com as emissões magnéticas dos que estavam reunidos em tarefa de socorro. Os técnicos espirituais valiam-se do abundante fluxo de forças benéficas, improvisando recursos de assistência aos obsidiados e aos perseguidores.

A jovem referida por Alexandre emitia fluxo de energias mentais, expelindo as idéias malsãs depositadas em sua mente pelos obsessores, e absorvia os pensamentos regeneradores e construtivos oriundos dos amigos espirituais. Alexandre: "Apenas o doente convertido em médico de si mesmo atinge a cura positiva. No quadro das obsessões, o princípio é análogo."

Durante o diálogo do companheiro encarnado com um espírito, através do médium, André observa que seu tórax se convertera em um foco irradiante, e que cada palavra proferida lhe saía dos lábios como um jato de luz alcançando diretamente o alvo, fosse o ouvido dos enfermos ou o coração dos perseguidores. Alexandre: "Para ensinar com êxito, não basta conhecer as matérias do aprendizado e ministrá-las. Antes de tudo é preciso senti-las e viver-lhes a substancialidade no coração. O homem que apregoa o bem deve praticá-lo."

Os obsidiados ficaram livres, naqueles momentos, da influência direta dos perseguidores, excetuando-se a que estava em processo de possessão. No entanto se mostravam agitados e inquietos, ansiosos de se reunirem de novo ao campo de atração dos algozes. Alexandre comenta que 90% dos casos de obsessão constituem problemas dolorosos e intricados, pois o obsidiado padece de lastimável cegueira em relação à própria enfermidade, estabelecendo ligações vigorosas com os obsessores.

No entanto, embora as dificuldades, Alexandre alerta que "não podemos mobilizar qualquer argumento intelectual para fugir ao nosso dever de assitência fraterna ao ignorante e sofredor".
André questiona se, verificado os distúrbios fisiológicos nos enfermos psíquicos, eles devem ser considerados também como doentes do corpo. "O desequilíbrio da mente pode determinar a perturbação geral das células orgânicas", afirma Alexandre.

Logo que a cadeia magnética defensiva foi quebrada, ao fim da reunião, os três enfermos voltaram a atrair os obsessores, demonstrado que haviam aproveitado muito pouco da reunião. Alexandre explica que o problema da responsabilidade não está circunscrito a palavras, sendo uma questão vital.

Observando os desequilíbrios fisiológicos, em vários órgãos, André questiona se, no caso dos perseguidores serem afastados, a normalidade orgância retornaria. Alexandre volta a explicar que a condição mental, e os esforços que faça o obsidiado pela própria melhoria, são fundamentais, facilitando o processo de cura. Caso contrário, os problemas de saúde podem permanecer até o processo desencarnatório, mesmo que os verdugos se transformem em amigos.

Algumas questões para conversarmos:

1) Se todo obsidiado é médium, ele deverá desenvolver esta mediunidade após o tratamento desobsessivo?

2) Embora a reunião narrada por André Luiz tivesse a presença dos obsidiados, esta postura praticamente não é mais adotada ultimamente. Qual a sua opinião?

3) Quais as causas motivadoras de um processo obsessivo?

4) Como podemos entender o conceito de "justiça" à luz da Doutrina Espírita?

5) Quais os elementos básicos de um tratamento para os casos de possessão (subjugação)?

6) Por que os processo obsessivos são tão "intricados", como diz Alexandre?

7) Qual a relação entre o desequilíbrio físico e o processo obsessivo? Os obsidiados precisam também de tratamento médico?

Referências sobre o tema:

O Livro dos Espíritos - qts de 459 a 480

O Livro dos Médiuns - 2a. parte cap.23

O Evangelho sgdo o Espitisimo - cap. X, it 6 - cap XXVIII, it 81

O Céu e o Inferno - 1a. parte, cap. 7

A Gênese - cap. 14, it 45 a 49

Conclusão:

1)  Se todo obsediado é médium, ele deverá desenvolver esta mediunidade após  o tratamento desobsessivo?

Comentário:  O obsediado é um médium, como todos o somos,  no sentido de que temos a capacidade de receber a influência de espíritos.  "Médium", no sentido que Kardec recomendou que se utilizasse esse termo, é aquele indivíduo dotado da faculdade bem caracterizada de se comunicar com desencarnados.  Nesse sentido,  o obsediado pode ser ou não um médium.  Se o for,  será  extremamente positivo  se  vier a  desenvolver essa  mediunidade,  pois o seu exercício possibilitará um  maior  esclarecimento para si próprio.  Nesse caso, poderá, também, ser mais útil  no trabalho de esclarecimento de espíritos obsessores, embora, para tanto, não tenha  necessariamente que ser médium.

2)  Embora a reunião narrada por André Luiz tivesse a presença dos obsediados,  esta postura praticamente não é mais adotada ultimamente. Qual a sua opinião?

Comentário:  A vinda de obsediados às sessões em que seus casos serão tratados  é desaconselhável porque  pode criar um ambiente  nada propício ao trabalho  de  esclarecimento e convencimento do obsessor.  Sua presença poderá acirrar a ira  deste, dificultando ou, até mesmo, impedindo o trabalho dos doutrinadores.  O constrangimento que causaria praticamente anularia toda a preparação feita pelo plano espiritual antes do início da sessão.

3)  Quais as causas motivadoras de um processo obsessivo?

Comentário:  As causas que motivam o desencadeamento de um processo obsessivo podem ser várias.  Muitas da vezes - aliás, pode-se, mesmo, dizer que na maioria dos casos - a obsessão tem origem num ato praticado pelo obsediado contra o obsessor, nessa ou em existência precedente.  

Às vezes,  em existência longínqua, criando uma situação que se arrasta por muitas encarnações sem solução.  Por isso se diz que o obsessor tem sempre "razão".  De toda sorte, porém, a obsessão é sempre uma via de mão dupla.  Para que ela se instale, o obsidiado precisa consentir,  quer por sua fraqueza,  quer por desejá-la,  como esclarecem os Espíritos na questão 474 de O Livro dos Espíritos.   Esse consentimento ou esse desejo se dá através da invigilância, da prática de atos e pensamentos maus, enfim, agindo contrariamente às leis morais.

4)  Como podemos entender o conceito de "justiça" à luz da Doutrina Espírita?

Comentário:  Podemos definir o conceito de justiça, segundo a Doutrina Espírita, numa única frase ditada pelos Espíritos, em resposta à pergunta de Kardec  contida na questão 875 de O Livro dos Espíritos:  "A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais."  Esclarecem,  ainda, os Espíritos,  que esses  direitos provêm (1) das leis humanas, imperfeitas  e mutáveis conforme os  costumes  e  o progresso dos povos e  (2) da lei natural,  essa perfeita, imutável e  absolutamente justa.  

O descompromisso com essa "justiça" é que pode gerar o processo obsessivo, ao ferir o direito do próximo.  Os Espíritos confirmaram, como não poderia deixar de ser, pois a Doutrina Espírita veio para resgatar os ensinamentos do Cristo, essa máxima proferida por Jesus: "Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles."

5)  Quais os elementos básicos de um tratamento para os casos de possessão (subjugação)?

Comentários:  É necessário, em primeiro lugar, que o obsediado queira dela se livrar, demonstrando vontade firme de fazê-lo.  No capítulo em estudo,  vamos  encontrar o caso de uma jovem que vinha obtendo sensíveis melhoras com  o tratamento.  Alexandre credita essa melhora ao comportamento por ela adotado, de recorrer à prece, procurar conhecer a si mesma, esclarecer-se e aos seus perseguidores, dando, enfim, um exemplo de resistência ao mal.

Podemos, então, concluir que é indispensável o obsediado reformar-se intimamente e não atender às sugestões dos perseguidores, cansando-os, pois assim, vendo que nada conseguem, terminam por desistir.

6)  Por que os processos obsessivos são tão "intrincados", como diz Alexandre?

Comentário:  Segundo o benfeitor,  porque quase sempre  o obsediado não  tem  consciência da própria enfermidade.  Em conseqüência, torna-se presa fácil e inconsciente de seus perseguidores, sempre espíritos ainda ligados às zonas de atividades grosseiras.  Por outro lado, as causas da obsessão são, geralmente, ligações afetivas mal resolvidas ou mesmo de ódio, que se perpetuam, sem solução. Aponta, ainda, Alexandre, como causa da dificuldade de se obter sucesso nesse  tipo de tratamento, o fato de, comumente, apenas se procurar afastar o obsessor,  sem se atacar a causa.  Salienta a dificuldade de se rebentar, de uma hora para outra, as "algemas seculares" que prendem obsessor e obsediado.

7)  Qual a relação entre o desequilíbrio físico e o processo obsessivo?  Os obsediados precisam também de um tratamento médico?

Comentário:  Sendo o corpo físico resultado da saúde espiritual e  estando o  espírito enfermo, essa enfermidade refletirá no corpo físico.  Pelos ensinamentos contidos nesse capítulo, vemos que as enfermidades geradas pelo processo obsessivo podem não se circunscrever apenas  à mente.  Podem, também,  causar desequilíbrios no  sistema nervoso, distúrbios no coração, fígado,  rins e pulmões.  Nesses casos,  ainda  que neutralizado o processo obsessivo,  o dano físico terá se consumado,  exigindo  a reparação através de tratamento médico convencional.1

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