COEM II - Sociedade Espírita Obreiros do Bem
COEM II- SEOB
UNIDADE TEÓRICA 07
INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM:
RISCOS E PERIGOS DA MEDIUNIDADE
INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM
Sendo a mediunidade uma faculdade natural da criatura humana e, sendo através dela que se estabelece a comunicação do MUNDO CORPORAL como o MUNDO ESPIRITUAL, será interessante perguntarmos o seguinte:
a) Qual a relação entre a mediunidade e a grau de elevação morai de quem a possui?
b) Por que não constitui a faculdade mediúnica privilégio das pessoas de bem?
Para bem responder a tais perguntas, será necessário recapitular e distinguir aspectos diversos da questão, analisando, em cada um deles, a relação proposta -mediunidade/moral do médium:
1. A faculdade mediúnica tem raízes no organismo;
2. A faculdade mediúnica é, pois, espontânea e própria de certos organismos, não dependendo das qualidades morais do indivíduo que a possui;
3. A mediunidade existe e se manifesta entre bons e maus
Como podemos perceber o funcionamento da mediunidade independe das qualidades morais do médium, mas o mesmo não ocorre com a aplicação ou uso da mediunidade. Embora a mediunidade seja neutra, ou seja, não é boa nem ruim, o seu uso determina suas qualidades. O médium poderá usá-la para o bem ou para o mal, de acordo com seu discernimento ligado, este, ao seu grau de elevação moral.
Conforme ensina a Doutrina, são muito importantes as qualidades morais do médium, no estabelecimento da relação com os Espíritos que se comunicam.
Se o médium, do ponto de vista do exercício, não passa de um instrumento, exerce, todavia, influencia muito grande sob o aspecto moral. Uma vez que, para se comunicar, o Espírito desencarnado se identifica com o espírito do médium, esta identificação não se pode verificar senão havendo, entre um e outro, simpatia e, se assim é lícito dizer-se, afinidade. A alma exerce sobre o Espírito livre uma espécie de atracão, ou de repulsão, conforme o grau de semelhança existente entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus, com os maus. Se o médium é vicioso, em torno dele se vêm grupar os Espíritos inferiores, sempre prontos a tomar o lugar dos bons Espíritos. Todas as imper(eições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos Espíritos inferiores. A que, porém, eles exploram com mais habilidade é O orgulho. 18
Para que possa ser o veículo de conhecimentos úteis e verdadeiros, o médium deverá estar em condições adequadas para isso. O conhecimento das verdades espirituais está relacionado com a maturidade espiritual ninguém conhece alguma coisa se não estiver amadurecido para entendê-la. O conhecimento das leis superiores da vida pode vir pelas vias da Revelação, como aconteceu com Moisés, Jesus e, nos tempos modernos, através da mediunidade. Para que o homem assimile tal conhecimento, faz se mister uma receptividade de ordem espiritual, mais relacionada com as qualidades morais conquistadas é o desenvolvimento do senso moral.
CARACTERES DOS MÉDIUNS BONS
Consideremos aqui os médiuns bons, porque médiuns perfeitos não existem na Terra, uma vez que a perfeição não é apanágio deste planeta.
Médium perfeito seria aquele que contra o qual os Espíritos inferiores jamais causassem uma tentativa de enganá-lo. Os médiuns bons, que também são raros, são os que simpatizando somente com os bons Espíritos, têm sido os menos enganados .
Estes, às vezes, podem ser enganados e os Espíritos bons permitem para lhes exercitar a ponderação e para lhes ensinar a discernir o verdadeiro do falso ; para lhes servir lição e mostrar-lhes que não são tão perfeitos que não possam se atacados em seus pontos fracos; para que não são se orgulhem e não se considerem infalíveis.
São dotados de sensibilidade mediúnica bastante acentuada, suscetíveis de fácil sintonia com os Espíritos. Transmitem a mensagem com fidelidade e autenticidade.
Os médiuns bons consideram a faculdade um instrumento do bem, não a apresentam como demonstração de seus próprios méritos.
CARACTERES DOS MÉDIUNS IMPERFEITOS
São orgulhosos e egoístas. O orgulho e o egoísmo são as duas imperfeições morais mais exploradas pelos Espíritos inferiores. O orgulho dos médiuns é facilmente reconhecível e torna suas comunicações suspeitas quanto a veracidade.
Têm confiança cega nas comunicações que recebem. Tratam com desdém tudo o que não venham por eles; julgam ter o privilégio da verdade.
Consideram infalíveis os Espíritos que os assistem. O prestígio dos grandes nomes, com que se adornam os Espíritos tidos por seus protetores, os deslumbra e desprezam tudo o que não venham deles. Duvidar desses Espíritos é, para eles, quase um profanação. Por se afastarem daqueles que lhes poderiam abrir os olhos, refugiamse no insultamento criado por esses próprios Espírito, que não querem contraditores e se comprazem em lhes conservar as ilusões; consideram coisas sublimes os maiores absurdos.
São vítimas fáceis de elogio. Muitas vezes, o orgulho é estimulado nos médiuns pelos que o cercam. Se têm faculdade um pouco destacada, são procurados e elogiados e passam à vaidade, a se julgarem indispensáveis. Lembremos André Luiz:O elogio é sempre dispensável.
Em síntese, o que caracteriza os médiuns imperfeitos é o seguinte : confiança absoluta na superioridade do que obtém; irrefletida importância dada aos grandes nomes; recusa de todo conselho; suspeita sobre qualquer crítica; afastamento dos que podem emitir opiniões desinteressadas e proveitosas.
CONSEQÜÊNCIAS DO MAU USO DA MEDIUNIDADE
O médium que emprega mal a sua faculdade está se candidatando:
a-) a ser veículo de comunicações falsas e vítima dos Espíritos Inferiores;
b-) a perturbação de conseqüências desastrosas;
c-) a perda ou suspensão da mediunidade.
RISCOS DA MEDIUNIDADE
5. Fraudes: A significação do termo é: burla, engano, logro, tapeação. Pressupõe uma atitude previamente para fazer parecer verdadeira uma coisa que é falsa. As pessoas que não admitem serem os fenômenos mediúnicos causados por inteligência estranha, por um Espírito desencarnado, julgam-nos como fraudulentos. Mas ninguém iria falsificar uma coisa que não existe; a falsificação dos quadros famosos pressupõe a existência de quadros autênticos. Além disso, ninguém comete fraude sem intenção de lucro, seja monetário, seja pessoal.
As fraudes podem ser de dois tipos:
5 Fraudes conscientes: Voluntárias, são de inteira responsabilidade e conhecimento do encarnado, o qual simula uma intervenção espiritual. Podem elas ser produzidas por:
a) falsos médiuns, espertalhões que usam a sistemática mediúnica para melhor iludirem a ignorância dos que os procuram. Utilizam-se de processos mágicos de prestidigitação ou ilusionismo, sempre para auferir lucros, posições sociais de liderança ou glórias;
b) verdadeiros médiuns, porém, não devidamente preparados para a missão. Desconhecem a nobreza do mandato que lhes foi outorgado. Quando os Espíritos demoram para se manifestarem ou não estão presentes, esses médiuns viciados entram com sua colaboração, ajudando a manifestação. Tais fraudes existem mais na categoria dos fenômenos físicos, como: materializações, transfigurações, transportes, operações espirituais, etc.
2. Mistificaçôes espíritos mistificadores: As mistificações provêm sempre de Espíritos desencarnados. Nem todos os espíritos que se comunicam conosco vêm para trazer ensinamentos ou consolo. Entre os desencarnados, encontramos, como entre os homens, sábios, presunçosos, ignorantes e brincalhões. Estes podem dar comunicações que simulam provir de Espíritos evoluídos, os quais se destacaram, na vida terrena, pela cultura ou por outros dotes de espíritos : ou, mesmo sem querer fazer passar por notabilidade, trazem ensinos errados, tendentes a lançar a confusão.
Nem sempre os ensinos são ridículos ou muito chocantes. Podem ser apresentados com argumentos sofistas, vestidos por vezes com linguagem bonita e aprimorada, de modo a darem a impressão de que provêm de espíritos muito cultos. Recorrem, outras vezes, a elogios, enaltecendo méritos do dirigente dos trabalhos e dos médiuns do grupo, a fim de lhes captarem a simpatia. Formulam teorias exóticas e atraentes, com noções inadequadas, trazidas da ciência ou das religiões orientais e se arrogam títulos de grandes mestres. Alguns se dizem contemporâneos de Platão, Aristóteles ou até do Cristo. Outros trazem detalhes fantasistas da vida em outros planetas. Dessa forma, conseguem embalar a boa fé dos Espíritos desprevenidos, os quais passam a adotar seus ensinamentos absurdos.
Haverá algum meio de nos defendermos de tais mistificações?
Kardec esclarece muito bem o assunto, no O Livro dos Médiuns. Diz que não devemos pedir ao Espiritismo senão aquilo que ele possa dar. Uma vez que seu fim é o aprimoramento moral da humanidade, se dele não nos afastarmos, jamais seremos enganados. Os que são mistificados, geralmente é porque o merecem. A função dos Espíritos comunicantes não é serem substitutos dos adivinhos e feiticeiros. Deus não manda Espíritos para que aplainem a estrada material da vida, mais para que preparem a do futuro.
2.1 Mistificação com participação do médium: Kardec lembra que nada se prestaria melhor ao charlatanismo de que explora os espíritos com o fito de obter informes sobre questões materiais. Essa modalidade suplantaria os métodos dos quiromantes e adivinhos e daria grandes lucros. Mas seria tolice supormos que os Espíritos estivessem às ordens para satisfazer nossa curiosidade mesquinha.
É conhecida a aversão que têm os Espíritos de certa evolução para com tudo demonstre e egoísmo. Eles nunca se prestariam ao papel de comparsas de interesseiros. Todavia, existem Espíritos levianos, menos escrupulosos, que buscam ocasião de se divertirem à custa dos encarnados.
Há médiuns interesseiros, que nem sempre exigem remuneração financeira, mas cujo objetivo está em ambições as mais variadas, desde às dádivas materiais até a preeminência social. Os Espíritos zombeteiros deles podem tirar partido, embalandolhes as ilusões. Substituem os Espíritos bons, que se afastam, ao perceberem as más intenções. O egoísmo é um dos piores defeitos e os espíritos jamais se prestariam a estimulá-lo.
Os efeitos físicos, como sabemos, geralmente são produzidos por espíritos pouco evoluídos, ainda apegados à matéria e que encontram maior facilidade em manipulá-la. Assim sendo, neste campo não seria tão difícil encontrar-se Espíritos queauxiliassem os médiuns explorarem sua faculdade. Contudo, também esta forma de mediunidade não lhes foi conferida para permitir vantagens materiais. Se o médium abusar, poderá perder a mediunidade, como freqüentemente tem ocorrido.
O médium que se presta às mistificações, não contando mais com a colaboração dos galhofeiros, recorre à simulação ou fraude. Daí à necessidade de rigoroso exame, de controle em todas as sessões de efeitos físicos, como o qual ninguém poderá ofender-se.
A mediunidade jamais poderá ser motivo de vanglória ou prestar-se àostentação. Ninguém poderá apregoar ter à sua disposição Espírito para exibições públicas.
Alguns diriam que se o médium dedicar várias horas por dia à doutrina, ficará privado de ganhar seu sustento e, por isso, deverá ser remunerado. Mas ele está dedicando horas de sua vida não só ao interesse da causa espírita, mas principalmente, ao seu verdadeiro interesse, que é o progresso espiritual.
3. Abusos no exercício da mediunidade: A mediunidade é uma faculdade outorgada a muitas pessoas geralmente como prova, oportunidade de resgatar faltas passadas. Seu exercIdo exige comportamento dentro dos princípios cristãos e estudo permanente. Todo exercício mediúnico fora dessas normas de conduta deve ser considerado como abuso: praticar desordenadamente o mediunismo, a qualquer hora e em qualquer lugar; não evitar os ambientes deletérios; acreditar-se um missionário, usando desses subterfúgio para dominar pessoas e instituições; praticar o mediunismo aceitando vantagens monetárias ou de outra natureza; tudo isso é abuso e deve ser combatido.
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