NOSSO LAR 07-01 LUZ NAS SOMBRAS
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual de Estudos André Luiz
Estudo das obras de André Luiz
LIVRO em estudo: AÇÃO E REAÇÃO (FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, DITADO PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ) - Capítulo 1 "Luz nas sombras"
Caros irmãos.
Iniciamos hoje o estudo de mais um livro escrito por André Luiz tendo como instrumento o nosso querido Francisco Xavier. Este autor, como se pode ler no segundo capítulo de Nosso Lar (FEB, 29ª ed, 1984) passou um grande tempo perdido na escuridão do não entendimento de sua condição quando desencarnou depois de uma cirurgia para corrigir uma enfermidade intestinal. Foi socorrido, no entanto, quando buscou ajuda sincera na espiritualidade e quando, enfim, tornou-se mais sereno e lúcido pode, então, trabalhar nessa colônia de atendimento chamado Nosso Lar e, aprendendo também ensina, através da mediunidade de Chico Xavier que escreveu muitos livros dele.
Este livro que agora iniciamos o estudo faz parte desta série escrita por Chico e trata de uma lei fundamental para nosso entendimento: ação e reação, a partir da qual podemos compreender como funciona o universo ao nosso redor.
Esperamos que todos aproveitem bem os ensinamentos contidos nessa obra e que participem ativamente dos estudos, trazendo suas dúvidas e comentários para que possamos vivenciar plenamente esse aprendizado.
Um abraço fraterno e bom estudo!
Eloci - colaboradora
eloci@cvdee.org.br
Equipe André Luiz
eqpnl@cvdee.org.br
AÇÃO E REAÇÃO (FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, DITADO PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ)
Capítulo 1 "Luz nas sombras"
(...)
Hilário e eu visitávamos a "Mansão Paz", notável escola de reajuste de que Druso era o diretor abnegado e amigo.
O estabelecimento, situado nas regiões inferiores, era bem uma espécie de "mosteiro São Bernardo", em zona castigada por natureza hostil, com a diferença de que a neve, quase constante em torno do célebre convento encravado nos desfiladeiros entre a Suíça e a Itália , era ali substituída pela sombra espessa, que, naquela hora, se adensava, movimentada e terrível, ao redor da instituição, como se tocada por ventania incessante.
O pouso acolhedor, que permanece sob a jurisdição de "Nosso Lar" (Cidade espiritual na Esfera Superior. - Nota do Autor espiritual), está fundado há mais de três séculos, dedicando-se a receber Espíritos infelizes ou enfermos, decididos a trabalhar pela própria regeneração, criaturas essas que se elevam a colônias de aprimoramento na Vida Superior ou que retornam à esfera dos homens para a reencarnação retificadora.
Em razão disso, o casario enorme, semelhante a vasta cidadela instalada com todos os recursos de segurança e defesa, mantém setores de assistência e cursos de instrução, nos quais médicos e sacerdotes, enfermeiros e professores encontram, depois da morte terrestre, aprendizados e que fazeres da mais elevada importância.
Pretendíamos efetuar algumas observações, com referência às leis de causa e efeito-o carma dos hindus e, convenientemente recomendados pelo Ministério do Auxílio, achávamo-nos ali, encantados com a palavra do orientador, que prosseguia, atencioso, após longa pausa.
A conversação fascinava-nos.
(...)
Enquanto nos entendíamos, reparávamos lá fora, através do material transparente de larga janela, a convulsão da Natureza.
Ventania ululante, carregando consigo uma substância escura, semelhante à lama aeriforme, remoinhava com violência, em torvelinho estranho, à maneira de treva encachoeirada...
E do corpo monstruoso do turbilhão terrível rostos humanos surdiam em esgares de horror, vociferando maldições e gemidos.
Apareciam de relance, jungidos uns aos outros como vastas correntes de criaturas agarradas entre si, em hora de perigo, na ânsia instintiva de dominar e sobreviver.
Druso, tanto quanto nós, contemplou o triste quadro com visível piedade a marear-lhe o semblante.
Fixou-nos em silêncio como a chamar-nos para a reflexão. Parecia dizer-nos quanto lhe doía o trabalho naquela paragem de sofrimento, quando Hilário interrogou:
- Por que não descerrar as portas aos que gritam lá fora? Não é este um posto de salvação?
- Sim - respondeu o Instrutor, sensibilizado -, mas a salvação só é realmente importante para aqueles que desejam salvar-se.
E, depois de pequeno intervalo, continuou:
- Para cá do túmulo, a surpresa para mim mais dolorosa foi essa, o encontro com feras humanas, que habitavam o templo da carne, à feição de pessoas comuns. Se acolhidas aqui, sem a necessária preparação, atacar-nos-iam de pronto, arrasando-nos o instituto de assistência pacífica. E não podemos esquecer que a ordem é a base da caridade.
Apesar da explicação firme e serena, concentrava-se Druso no painel exterior, tal a compaixão a desenhar-se-lhe na face.
Logo após, recompondo a expressão fisionômica, o Instrutor aduziu:
- Somos hoje defrontados por grande tempestade magnética, e muitos caminheiros das regiões inferiores são arrebatados pelo furacão como folhas secas no vendaval.
- E guardam consciência disso? - indagou Hilário, perplexo.
- Raros deles. As criaturas que se mantêm assim desabrigadas, depois do túmulo, são aquelas que não se acomodam com o refúgio moral de qualquer princípio nobre.
Trazem o íntimo turbilhonado e tenebroso, qual a própria tormenta, em razão dos pensamentos desgovernados e cruéis de que se nutrem.
Odeiam e aniquilam, mordem e ferem. Alojá-los, de imediato, nos santuários de socorro aqui estabelecidos, será o mesmo que asilar tigres desarvorados entre fiéis que oram num templo.
- Mas conservam-se, interminavelmente, nesse terrível desajuste? - insistiu meu companheiro agoniado.
O orientador tentou sorrir e respondeu:
- Isso não. Semelhante face de inconsciência e desvario passa também como a tempestade, embora a crise, por vezes, persevere por muitos anos. Batida pelo temporal das provações que lhe impõem a dor de fora para dentro, refunde-se a alma, pouco a pouco, tranqüilizando-se para abraçar, por fim, as responsabilidades que criou para si mesma.
- Quer dizer, então - disse por minha vez -, que não basta a romagem de purgação do Espírito depois da morte, nos lugares de treva e padecimento, para que os débitos da consciência sejam ressarcidos...
- Perfeitamente - aclarou o amigo, atalhando-me a consideração reticenciosa -, o desespero vale por demência a que as almas se atiram nas explosões de incontinência e revolta. Não serve como pagamento nos tribunais divinos. Não é razoável que o devedor solucione com gritos e impropérios os compromissos que contraiu mobilizando a própria vontade. Aliás, dos desmandos de ordem mental a que nos entregamos, desprevenidos, emergimos sempre mais infelizes, por mais endividados.
Cessada a febre de loucura e rebelião, o Espírito culpado volve ao remorso e à penitência. Acalma-se como a terra que torna à serenidade e à paciência, depois de insultada pelo terremoto, não obstante amarfanhada e ferida. Então, como o solo que regressa ao serviço da plantação proveitosa, submete-se de novo à sementeira renovadora dos seus destinos.
Atormentada expectação baixara sobre nós, quando Hilário considerou:
- Ah! se as almas encarnadas pudessem morrer no corpo, alguns dias por ano, não à maneira do sono físico em que se refazem, mas com plena consciência da vida que as espera!...
- Sim - ajuntou o orientador -, isso realmente modificaria a face moral do mundo; entretanto, a existência humana, por mais longa, é simples aprendizado em que o Espírito reclama benéficas restrições para restaurar o seu caminho. Usando nova máquina fisiológica entre os semelhantes, deve atender à renovação que lhe diz respeito e isso exige a centralização de suas forças mentais na experiência terrena a que transitoriamente se afeiçoa.
A palavra fluente e sábia do Instrutor era para nós motivo de singular encantamento, e, porque me supunha no dever de aproveitar os minutos, ponderava em silêncio, de mim para comigo, quanto à qualidade das almas desencarnadas que sofriam a pressão da tormenta exterior.
Druso percebeu-me a indagação mental e sorriu, como a esperar por minha pergunta clara e positiva.
Instado pela força de seu olhar, observei, respeitoso:
- Diante do espetáculo penoso a que nos é dado assistir, somos naturalmente constrangidos a pensar na procedência dos que experimentam o mergulho nesse torvelinho de horror... São delinqüentes comuns ou criminosos acusados de grandes faltas?
Encontraríamos por aí seres primitivos como os nossos indígenas por exemplo?
A resposta do amigo não se fez esperar.
- Tais inquirições - disse ele -, quando de minha vinda para cá, me assomaram igualmente à cabeça. Há cinqüenta anos sucessivos estou neste refúgio de socorro, oração e esperança. Penetrei os umbrais desta casa como enfermo grave, após o desligamento do corpo terrestre. Encontrei aqui um hospital e uma escola. Amparado, passei a estudar minha nova situação, anelando servir. Fui padioleiro, cooperador da limpeza, enfermeiro, professor, magnetizador, até que, de alguns anos para cá, recebi jubilosamente o encargo de orientar a instituição, sob o comando positivo dos instrutores que nos dirigem. Obrigado a pacientes e laboriosas investigações, por força de meus deveres, posso adiantar-lhes que às densas trevas em torno somente aportam as consciências que se entenebreceram nos crimes deliberados, apagando a luz do equilíbrio em si mesmas. Nestas regiões inferiores não transitam as almas simples, em qualquer aflição purgativa, situadas que se encontram nos erros naturais das experiências primárias. Cada ser está jungido, por impositivos da atração magnética, ao círculo de evolução que lhe é próprio. Os selvagens, em grande maioria, até que se lhes desenvolva o mundo mental, vivem quase sempre confinados a floresta que lhes resume os interesses e os sonhos, retirando-se vagarosamente do seu campo tribal, sob a direção dos Espíritos benevolentes e sábios que os assistem; e as almas notoriamente primitivas, em grande parte, caminham ao influxo dos gênios beneméritos que as sustentam e insPiram, laborando com sacrifício nas bases da instituição social e aproveitando os erros, filhos das boas intenções, à maneira de ensinamentos preciosos que garantem a educação dessas almas. Asseguro-lhes, assim, que, nas zonas infernais propriamente ditas, apenas residem aquelas mentes que, conhecendo as responsabilidades morais que lhes competiam, delas se ausentaram, deliberadamente, com o louco propósito de ludibriarem o próprio Deus. O inferno, a rigor, pode ser, desse modo, definido como vasto campo de desequilíbrio, estabelecido pela maldade calculada, nascido da cegueira voluntária e da perversidade completa. Aí vivem domiciliados, às vezes por séculos, Espíritos que se bestializaram, fixos que se acham na crueldade e no egocentrismo. Constituindo, porém, larga província vibratória, em conexão com a humanidade terrestre, de vez que todos os padecimentos infernais são criações dela mesma, estes lugares tristes funcionam como crivos necessários para todos os Espíritos que escorregam nas deserções de ordem geral, menosprezando as responsabilidades que o Senhor lhes outorga. Dessa forma, todas as almas já investidas no conhecimento da verdade e da justiça e por isso mesmo responsáveis pela edificação do bem, e que, na Terra, resvalam nesse ou naquele delito, desatentas para com o dever nobilitante que o mundo lhes assinala, depois da morte do corpo estagiam nestes sítios por dias, meses ou anos, reconsiderando as suas atitudes, antes da reencarnação que lhes compete abraçar, para o reajustamento tão breve quanto possível.
- Desse modo...
Dispunha-se Hilário a ensaiar conclusões, mas Druso, apreendendo-lhe a idéia, atalhou, sintetizando:
- Desse modo, os gênios infernais que supõem governar esta região, com poder infalível, aqui vivem por tempo indeterminado. As criaturas perversas que com eles se afinam, embora lhes padeçam a dominação, aqui se deixam prender por largos anos. E as almas transviadas na delinqüência e no vício, com possibilidades de próxima recuperação, aqui permanecem em estágios ligeiros ou regulares, aprendendo que o preço das paixões é demasiado terrível. Para as criaturas desencarnadas desse último tipo, que passam a sofrer o arrependimento e o remorso, a dilaceração e a dor, apesar de não totalmente livres das complexidades escuras com que se arrojaram às trevas, as casas de fraternidade e assistência como esta funcionam, ativas e diligentes, acolhendo-as quanto possível e habilitando-as para o retorno às experiências de natureza expiatória na carne.
Lembrava-me do tempo em que perlustrara, por minha vez, semiconsciente e conturbado, os trilhos da sombra, quando de meu desligamento do veículo físico, confrontando meus próprios estados mentais do passado e do presente, quando o orientador prosseguiu:
- Segundo é fácil reconhecer, se a treva é a moldura que imprime destaque à luz, o inferno, como região de sofrimento e desarmonia, é perfeitamente cabível, representando um estabelecimento justo de filtragem do Espírito, a caminho da Vida Superior. Todos os lugares infernais surgem, vivem e desaparecem com a aprovação do Senhor, que tolera semelhantes criações das almas humanas, como um pai que suporta as chagas adquiridas pelos seus filhos e que se vale delas para ajudá-los a valorizar a saúde. As Inteligências consagradas à rebeldia e à criminalidade, em razão disso, não obstante admitirem que trabalham para si, permanecem a serviço do Senhor, que corrige o mal com o próprio mal.
Por esse motivo, tudo na vida é movimentação para a vitória do bem supremo.
Druso quis prosseguir, mas invisível campainha vibrou no ar e, mostrando-se alertado pela imposição das horas, levantou-se e disse-nos simplesmente:
- Amigos, chegou o instante de nossa conversação com os internados que já se revelam pacificados e lúcidos. Dedicamos algumas horas, duas vezes por semana, a semelhante mister.
Erguemo-nos sem divergir e acompanhamo-lo, prestamente.
Questões para estudo:
1. Qual era a finalidade da instituição em que se encontravam os personagens desse relato?
2. Por que alguns dos espíritos sofredores que eram observados não podiam ser ajudados?
3. O que o instrutor quis dizer com: "a ordem é a base da caridade"?
4. Qual a razão desses espíritos encontrarem-se nessa situação?
5. Como o espírito pode livrar-se dessas provações?
6. Que tipo ou classe de espíritos habitam essas regiões? Explique porque os selvagens não fazem parte dessa classe de espíritos?
7. O que significa o "inferno" nas palavras do instrutor e qual sua função?
8. Por que Deus permite que existam esses lugares de tanto sofrimento?
Conclusão:
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala de Estudos André Luiz
Livro em estudo: Ação e reação
Tema: Capítulo 1 - Luz nas sombras - Conclusão
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1.- Qual era a finalidade da instituição em que se encontravam os personagens desse relato?
R - Segundo o relato de André Luiz, a "Mansão Paz", onde se encontrava em nova tarefa de aprendizado, dedica-se "a receber espíritos infelizes ou enfermos, decididos a trabalhar pela própria regeneração, criaturas essas que se elevam a colônias de aprimoramento na Vida Superior ou que retornam à esfera dos homens para a reencarnação retificadora." Para cumprir essa finalidade, está instalada em casario com "todos os recursos de segurança e defesa, mantêm setores de assistência e cursos de instrução, nos quais médicos e sacerdotes, enfermeiros e professores encontram, depois da morte terrestre, aprendizados
e quefazeres da mais elevada importância."
2.- Por que alguns dos espíritos sofredores que eram observados não podiam ser ajudados?
R - Porque esses espíritos ainda se encontravam em situação psíquica que não lhes permitia a prestação de socorro espiritual.
Como explicou o Instrutor Druso, "a salvação só é realmente importante para aqueles que desejam salvar-se." Os espíritos vistos por André Luiz em meio ao terrível turbilhão formado pelas forças da Natureza encontravam-se em tal estado de desequilíbrio que sequer tinham consciência da necessidade dessa ajuda. Apresentavam-se sofridos, como feras humanas, proferindo maldições e gemidos. Não se encontravam ainda preparados para o convívio com o ambiente espiritual do local.
Se acolhidos naquele momento, atacariam a todos e arrasariam a Instituição. Só se conseguiria levar a perturbação ao ambiente, sem que se conseguisse efetivamente atingir o objetivo de ajudá-los.
3.- O que o Instrutor quis dizer com: "a ordem é a base da caridade"?
R - Quis o Instrutor demonstrar que, para se prestar a caridade, é indispensável a manutenção da ordem. Os espíritos de ordem superior têm a ordem e a disciplina como a base do trabalho que desenvolvem em prol dos que se encontram em escala evolutiva inferior. Vemos isso com muita clareza em todas as obras em que André Luiz relata o seu trabalho no mundo espiritual. Mesmo nas Colônias, a vida é caracterizada por uma ordem que preside o seu funcionamento e que é observada por todos, desde os seus dirigentes até os que nela habitam e trabalham.
4.- Qual a razão desses espíritos encontrarem-se nessa situação?
R - Essa situação de tamanho sofrimento e desequilíbrio espiritual é causada pela natureza dos pensamentos desgovernados e cruéis que esses espíritos ainda praticam. São espíritos que cultivam o sentimento de ódio, que agridem e ferem os seus
semelhantes, afrontando habitualmente a Lei de Amor, que é a mola mestra do Universo.
5.- Como o espírito pode se livrar dessas provações?
R - O sofrimento é a expiação dos equívocos, é sua conseqüência, mas não serve como resgate. Não haveria Justiça se o devedor quitasse sua dívida com o sofrimento. Ele serve como instrumento para o despertamento do espírito. É o primeiro passo, que vai levá-lo à conscientização do erro, ao remorso. Mas não basta. É preciso emergir do sofrimento para a sementeira reparadora, como frisou Druso. Ou seja, é preciso dar início ao processo de reparação que o recolocará no caminho da evolução. Não basta sofrer. É preciso construir.
6.- Que tipo ou classe de espíritos habitam essas regiões? Explique por que os selvagens não fazem parte dessa classe de espíritos.
R - Segundo esclareceu o Instrutor, regiões como essa onde se situa a "Mansão Paz" é habitada por espíritos perseverantes na prática do mal, que se dedicam a toda sorte de crimes. São espíritos que trazem suas consciências enegrecidas pelos atos criminosos a que se devotam. Conhecem as responsabilidades morais com que deveriam se portar mas as desprezam.
Os espíritos que habitam os corpos daqueles que conhecemos como selvagens são de natureza diferente. Vivem o estado primitivo da humanidade, o estado de natureza, que Kardec definiu como "a infância da humanidade e o ponto de partida do seu desenvolvimento intelectual e moral" (O Livro dos Espíritos, questão 776). Confinam-se em florestas, que lhes restringem os interesses materiais. Como seu estado mental ainda é primitivo, são dirigidos por benfeitores espirituais que lhes inspiram as ações. Suas encarnações servem como fonte de ensinamentos, que levam até eles a educação que impulsionará suas evoluções.
7.- O que significa o "inferno" nas palavras do instrutor e qual sua função?
R - Druso definiu o inferno como regiões onde predominam as vibrações de espíritos desequilibrados, perseverantes no mal, que criam mentalmente seus padecimentos. São regiões onde se aglutinam pela baixa sintonia espíritos que, embora com o conhecimento da verdade e da justiça, inclinam-se para a prática delituosa. Como explica, "desatentos para com o dever nobilitante que o mundo lhes assinala, depois da morte do corpo estagiam nestes sítios por dias, meses ou anos, reconsiderando as suas atitudes, antes da reencarnação que lhes compete abraçar, para o reajustamento tão breve quanto possível."
8.- Por que Deus permite que existam esses lugares de tanto sofrimento?
R - Deus permite a existência desses lugares não só por respeitar o nosso livre-arbítrio como também para que esses espíritos aprendam a valorizar o bem, vivenciando as conseqüências do mal que praticaram. Como disse o Instrutor, Deus permite que se corrija o mal com o próprio mal.
Um grande abraço a todos.
Equipe CVDEE
Sala André Luiz
Coordenação: eqpal@cvdee.org.br
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