quarta-feira, 19 de agosto de 2015

COEM II - Sociedade Espírita Obreiros do Bem
COEM II- SEOB 

UNIDADE TEÓRICA 08

DA NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES
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COMUNICAÇÕES GROSSEIRAS, FRÍVOLAS, SÉRIAS, INSTRUTIVAS

Da Natureza Das Comunicaçôes:

Desde o instante em que se observou com cuidado e detalhes as manifestações objetivas (fenômenos de efeitos fisicos), e se pode concluir pela inteligência extra-física que os provocava e dirigia, e que se dizia ser a alma de uma pessoa já falecida dando provas de identificação, um mundo novo se abriu aos olhos da humanidade: O Mundo Espiritual, habitado pelos seres invisíveis, que pelo fenômeno da morte já tinham abandonado o veículo fisico.

Notou-se, porém, que os Espíritos não somente se manifestavam, como, também, procuravam estabelecer um diálogo esclarecedor, estabelecendo assim, uma verdadeira comunicação. Respondiam a perguntas, esclareciam pontos obscuros, discorriam com seriedade sobre questões controvertidas, faziam revelações.

ALLAN KARDEC, o Codificador do Espiritismo, homem dotado de extraordinário bom senso, todavia, concluiu, de início, que nem todos os Espíritos estão aptos a responder a todas as questões, e que cada um só pode falar daquilo que sabe, não havendo impedimento porém, a que Espíritos levianos, aproveitando-se da credulidade e do excesso de fé de alguns, impingissem certas orientações e ensinos que não suportariam o mais leve raciocínio analítico e lógico.
Um dos primeiros resultados que colhi das minhas observações, foi que os Espíritos, nada mais sendo do que alma dos homens, não possuíam nem plena sabedoria, nem a ciência integral. Que o saber de que dispunham se circunscrevia ao grau que haviam alcançado, do adiantamento, e que a opinião deles só tinha o valor de uma opinião pessoal. Reconhecida desde o princípio, esta verdade me preservou do grave escolho de crer na infalibilidade dos Espíritos e me impediu de formular teorias prematuras, tendo por base o que fora dito por um ou alguns deles (Obras Póstumas, 20 parte  A Minha Primeira Iniciação no Espiritismo).

Segundo, em decorrência do primeiro juízo, concluiu que há uma verdadeira hierarquia entre os Espíritos, sendo que as suas posições se definem graças a um desenvolvimento intelectual e moral adquirido na Terra. Em conseqüência, as comunicações dos Espíritos há de refletir a elevação ou a baixeza de suas idéias, o saber e a ignorância deles, seus vícios e suas virtudes; numa palavra, elas não se hão de assemelhar mais do que as dos homens, desde os selvagens até o mais ilustrado europeu.( O Livro dos Médiuns, 20 parte, cap. X). Segundo suas características, as comunicações podem ser divididas em:

a) grosseiras;

b) frívolas;

c) sérias;

d) instrutivas;

Comunicações Grosseiras:

São comunicações de termos chão, baixos e indecorosos, provêm de Espíritos inferiores, ignorantes e revoltados que extravasam o que lhes vai na alma. Geralmente, são entidades obsessoras que se comunicam através daqueles personagens a quem perseguem. Em trabalhos especiais essas entidades podem também se comunicar por médiuns que caridosamente lhes proporcionem tal oportunidade, porém, a comunicação não terá o caráter grosseiro à boa educação mediúnica, que a filtra, reprimindo o que seja indesejável.

De acordo com o caráter dos Espíritos grosseiros, elas podem ser:

a) triviais;

b) ignóbeis;

c) obscenas;

d) insolentes;

e) arrogantes;

f) malévolas;

g) ímpias;

Comunicações Frívolas: são comunicações verborrágicas e que não trazem conteúdo algum, às vezes pontilhadas de absurdos, pois são destituídas de todo senso lógico. Nada têm de indecoroso e também nada têm de sério; são mensagens de irresponsáveis.

Às vezes são espirituosas e por trás do chiste, da graça, apresentam duras verdades, que ferem com justeza.

A verdade é o que menos os preocupa; daí o maligno encanto, diz ALLAN KARDEC  que acham em mistificar os que têm a fraqueza e mesmo a presunção de neles crer sob palavra.

As pessoas que se comprazem nesse gênero de comunicações naturalmente dão acesso aos Espíritos levianos e falaciosos. Delas se afastam os Espíritos sérios do mesmo modo que na sociedade humana, os homens sérios evitam a companhia dos doidivanas.

Geralmente, são os Espíritos que se prestam a revelar o futuro, a fazer predições, a dar palpites no destino das criaturas humanas, que, sem firme orientação doutrinária, buscam os conselhos através das cartomantes, sortistas, etc...

Emanam dos Espíritos:

a) levianos;

b) zombeteiros;

c) brincalhões;

d) maliciosos

Comunicações Sérias: São ponderadas quanto ao assunto e elevadas quanto à forma. Nem todos os Espíritos sérios são igualmente esclarecidos; há muita coisa que eles ignoram e sobre as quais podem enganar-se de boa fé. Por isso é que os Espíritos verdadeiramente superiores nos recomendam de contínuo que submetamos todas as comunicações ao crivo da razão e da mais rigorosa lógica. ( O Livro dos Médiuns, 20 parte, cap. X).

No tocante às comunicações sérias cumpre se distingam as verdadeiras das falsas, o que nem sempre é fácil, porquanto, exatamente à sombra da elevação da linguagem, é que certos Espíritos presunçosos ou pseudo-sábios, procuram conseguir a prevalência das mais falsas idéias e dos mais absurdos sistemas .

E para melhor acreditados se fazerem e maior importância ostentarem, não tem escrúpulos de se adornarem com os mais respeitáveis nomes e até com os mais venerados. (ldem, idem).

Comunicações Instrutivas: São as que têm caráter sério, são verdadeiras e induzem a algum esclarecimento particular ou geral no campo da ciência, da filosofia e da moral. São tanto mais profundas quanto mais elevado for o Espírito que as dita. Têm como características a continuidade, a regularidade e tal esforço dos Espíritos secunda a dos encarnados interessados no estudo e no esclarecimento, ficando entregues aos Espíritos levianos e zombeteiros os que vêem nas comunicações simples diversão e entretenimento.

Em uma reunião de pessoas interessadas somente em passatempo, que faria um homem de bem e de ciência ? O mesmo ocorre mundo espiritual. O mesmo ocorre no mundo no espiritual. O meio seleciona a categoria dos Espíritos que atua sobre si. Nessa categoria, muitas vezes empolada e enfática, com que os Espíritos que os ditam, mais presunçosos do que instruídos, contam iludir os que os recebem. (O Livro dos Médiuns, 20 parte, cap. X).

Em todos os planos do nosso relativo conhecimento encontramos o espírito e a matéria estreitamente unidos: só pelo pensamento podemos conceber um sem o outro. Essa união é necessária para que o espírito perceba-se a si mesmo no processo de individualização, e para que a matéria seja intelectualizada.

Os Espíritos são, portanto, a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material. Deus cria os espíritos permanentemente, mas a época e o modo por que essa formação se opera nos são desconhecidos. Os Espíritos povoam os espaços infinitos, são imortais e são os instrumentos de que Deus se serve para a execução de seus desígnios.

ROTEIRO: DA NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES - COMUNICAÇÕES GROSSEIRAS, FRIVOLAS, SÉRIAS, INSTRUTIVAS

ALLAN KARDEC, 0 Livro dos Médiuns, 20 parte, caps. X e Xl

ALLAN KARDEC, Obras Póstumas, 20 parte  A Minha Iniciação

LÉON DINIS, No Invisível, caps. XVI e XVII

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