segunda-feira, 31 de agosto de 2015

NOSSO LAR 07-10

10 - Entendimento


Findos alguns minutos, chegamos a vasto hospital de movimentada cidade terrestre.

Laudemira... tudo faz acreditar que a pobrezinha sofrerá perigosa intervenção.  Envolta nos fluidos anestesiantes que lhe são desfechados pelos perseguidores, durante o sono, tem a vida uterina sensivelmente prejudicada por extrema apatia.  O cirurgião voltará dentro de uma hora e, na hipótese de os recursos aplicados não surtirem efeito, providenciará uma cesariana como remédio aconselhável...

Sob a atenção de Clarindo e Leonel que nos seguiam, surpresos, convocou-nos, a Hilário e a mim, para o socorro imediato.

Determinando permanecêssemos ambos em oração, com a destra colada ao cérebro da doente, começou a fazer operações magnéticas excitantes sobre o colo uterino. Substância leitosa, qual neblina leve, irradiava-se-lhe das mãos, espalhando-se sobre todos os escaninhos do aparelho genital. Decorridos alguns minutos de pesada expectativa, surgiram contrações que, pouco a pouco, se acentuaram intensamente.

A cesariana foi esquecida.

Puséramo-nos, de novo, a caminho.

Leonel, cuja inteligência aguda não perdia os nossos menores movimentos, perguntou a Silas, com ar respeitoso, se os trabalhos a que se dedicava exprimiam alguma preparação, diante do porvir, ao que o Assistente respondeu sem pestanejar:

- Sem dúvida. Ainda ontem lhes falei dos meus erros de médico, que praticamente jamais o fui, e comentei o plano de abraçar a Medicina no futuro, entre os encarnados, nossos irmãos. Todavia, para que eu mereça a ventura de tal reconquista, consagro-me, nas regiões inferiores que me servem de domicílio, ao ministério do alívio, criando causas benéficas para os serviços que virão...

- Um dia, consoante as dívidas que me pedem resgate, estarei novamente entre as criaturas encarnadas e, para solver minhas culpas, também sofrerei obstáculo e dúvida, enfermidade e aflição... Que mãos caridosas e amigas me amparem daqui, em nome de Deus, porque isoladamente ninguém consegue vencer... E para que braços amorosos se me estendam, mais tarde, é imperioso movimente agora os meus no voluntário exercício da solidariedade.

O ensinamento era precioso, não apenas para os dois perseguidores que o registravam, perplexos, mas também para nós que reconhecíamos, mais uma vez, a Infinita Bondade do Supremo Senhor, que, ainda mesmo nos mais tenebrosos ângulos da sombra, nos permite trabalhar pelo incessante engrandecimento do bem, como abençoado preço de nossa felicidade.

Enquanto volitávamos de retorno, Hilário,  antecipando-me na curiosidade, inclinou a conversação para o caso de Laudemira.

Silas sorriu complacente para a argüição cerrada e explicou:

- Inegavelmente, creio que o processo redentor de nossa amiga serve por tema palpitante nos estudos de causa e efeito que vocês vão acumulando.

A título de nossa edificação espiritual, posso adiantar-lhes que as penas de Laudemira, na atualidade, resultam de pesados débitos por ela contraídos, há pouco mais de cinco séculos.  Dama de elevada situação hierárquica na Corte de Joana II, Rainha de Nápoles, de 1414 a 1435, possuía dois irmãos consangüíneos que lhe apoiavam todos os planos loucos de vaidade e domínio. Casou-se, mas sentindo na presença do marido um entrave ao desdobramento das leviandades que lhe marcavam o caráter, acabou constrangendo-o a enfrentar o punhal dos favoritos, arrastando-o para a morte. Viúva e dona de bens consideráveis, cresceu em prestigio, por haver favorecido o casamento da rainha, então viúva de Guilherme, Duque da Austria, com Jaime de Bourbon, Conde de Ia Marche.  

Desde aí, mais intimamente associada às aventuras de sua soberana, confiou-se a prazeres e dissipações, nos quais perturbou a conduta de muitos homens de bem e arruinou as construções domésticas, elevadas e dignas, de várias mulheres do seu tempo. Menosprezou sagradas oportunidades de educação e beneficência que lhe foram concedidas pela Bondade Celeste, aproveitando-se da nobreza precária para desvairar-se na irreflexão e no crime. Foi assim que, ao desencarnar, no fastígio da opulência material, nos meados do século XV, desceu a medonhas profundezas infernais, onde padeceu o assédio de ferozes inimigos que lhe não perdoaram os delitos e deserções. Sofreu por mais de cem anos consecutivos nas trevas densas, conservando a mente parada nas ilusões que lhe eram próprias, voltando à carne por quatro vezes sucessivas, por intercessão de amigos do Plano Superior, em cruciantes problemas expiatórios, no decurso dos quais, na condição de mulher, embora abraçando novos compromissos, experimentou pavorosos vexames e humilhações da parte de homens sem escrúpulos que lhe asfixiavam todos os sonhos...

Quando a queda no abismo é de longo curso, ninguém emerge de um salto. Ela naturalmente entrava pela porta do túmulo e saía pela porta do berço, transportando consigo desajustes interiores que não podia sanar de momento para outro.

Nossa irmã, com o amparo de abnegados companheiros, voltou ao pagamento parcelado das suas dívidas, reaproximando-se de credores reencarnados, não obstante mentalmente jungida aos planos inferiores, desfrutando a bênção do olvido temporário, com o que lhe foi possível angariar preciosa renovação de forças.

Padeceu tremendos golpes no orgulho que trazia cristalizado no coração...  Contudo, a par disso, contraiu novas dívidas, de vez que, em certas ocasiões, não conseguiu superar a aversão instintiva, diante dos adversários aos quais passou a dever trabalho e obediência, chegando ao infortúnio de afogar uma criancinha que mal ensaiava os primeiros passos, de modo a ferir a senhora da casa em que servia de ama, tentando vingar-se de crueldades recebidas. Depois de cada desencarnação, regressava habitualmente às zonas purgatoriais de que procedia, com alguma vantagem no acerto das suas contas, mas não com valores acumulados, imprescindíveis à definitiva libertação das sombras, porque todos somos tardios na decisão de pagar nossos débitos, até o integral sacrifício... 

- Contudo, sempre que regressava à esfera espiritual, decerto contava com o auxílio dos benfeitores que procuram refrear-lhe os desatinos.

Vocês não ignoram que o Criador atende à criatura por intermédio das próprias criaturas. Tudo pertence a Deus.

- Ainda mesmo o inferno? - acrescentou Leonel, preocupado.

O Assistente sorriu e aclarou:

- O inferno, a rigor, é obra nossa, genuinamente nossa, mas imaginemo-lo, assim, à maneira de uma construção indigna e calamitosa, no terreno da vida, que é Criação de Deus. Tendo abusado de nossa razão e conhecimento para gerar semelhante monstro, no Espaço Divino, compete-nos a obrigação de destruí-lo para edificar o Paraíso no lugar que ele ocupa indebitamente.  Para isso, o Infinito Amor do Pai Celeste nos auxilia de múltiplos modos, a fim de que possamos atender à Perfeita Justiça. 

- Não obstante os seus valiosos conceitos já expendidos, quanto à memória nas regiões inferiores, será interessante saber se Laudemira, antes da atual reencarnação, chegava a lembrar-se com nitidez dos estágios por que passou nas difíceis provações a que se refere...

Nosso amigo esclareceu com a maior tolerância:

- Estou na Mansão há oito lustros, e acompanhei-lhe a internação em nossa casa, faz precisamente trinta anos. Havia encerrado a existência última, no plano carnal, no início deste século, e atravessara longos padecimentos, nas esferas de baixo nível. 

Ingressou em nosso instituto acusando terrível demência e, submetida à hipnose, revelou os fatos que venho de narrar, fatos esses que constam naturalmente da ficha que lhe define a personalidade, no arquivo das observações que nos orientam. 

Deve agora receber cinco de seus antigos cúmplices na queda moral, para reerguer-lhes os sentimentos, na direção da luz, em abençoado e longo sacerdócio materno. Do seu êxito no presente, dependerão as facilidades que espera recolher do futuro, para a liberação definitiva das sombras que ainda lhe ofuscam o Espírito, pois, se conseguir formar cinco almas na escola do bem, terá conquistado enorme prêmio, diante da Lei amorosa e justa.

O problema de Laudemira, debatido em nosso regresso, valia por preciosa contribuição no tema "causa e efeito" que nos decidíramos estudar.

E, reparando em que a nossa curiosidade se quedara, satisfeita, Silas voltou-se com mais carinho para Leonel e Clarindo, sondando-lhes os ideais. Os dois irmãos, sabiamente tocados pela palavra do amigo que lhes ganhara a confiança, sentiam-se agora mais à vontade. A confissão do Assistente e o exemplo de humildade que nos fornecera, espontâneo, penetrara-lhes, fundo.

Enquanto Clarindo lhe acompanhava a explosão de dor e remorso, com sinais de aprovação, e Silas o acolhia, generoso, de encontro ao peito, pressentimos que Leonel se reportava à morte de Alzira, debaixo da obsessão que, sem dúvida, ele e o irmão haviam comandado.

E o chefe da nossa expedição dizia aguardar para a noite imediata o entendimento entre Alzira e aqueles que lhe seriam filhos no porvir, depois do qual seriam ambos internados na Mansão, com o pleno assentimento deles mesmos, tendo em vista a preparação do futuro...  Na casa dirigida por Druso, trabalhariam e reeducar-se-iam, encontrando novos interesses mentais e novos estímulos para a necessária recuperação...

Assim que o nosso amigo entrou em silêncio, Hilário indagou, preocupado:

- Quanto tempo gastarão Clarindo e Leonel, aplainando os caminhos para a volta ao corpo físico?

- Provavelmente um quarto de século...

- Por que tanto?

- Precisarão reconstituir as idéias, no campo do bem, plasmando-as de modo indelével na mente, a fim de que se consagrem à efetivação dos novos planos. Refugiar-se-ão no serviço ativo, ajudando aos outros e criando, assim, preciosas sementeiras de simpatia, que lhes facilitarão as lutas na Terra, amanhã... No trabalho e no estudo, tanto quanto nos empreendimentos da pura fraternidade, amealharão incorruptíveis valores morais, e a reeducação, dessa forma, aperfeiçoar-lhes-á as tendências, predispondo-os à vitória de que necessitam nas provações remissoras.

- E Antônio Olímpio? - insistiu Hilário - pelo que deduzo, permanecerá muito menos tempo na Mansão...

- Sim - aprovou o Assistente -, Antônio Olímpio, depois de breve reconciliação com os manos, renascerá, sem dúvida, dentro de dois a três anos.

- Por que tão grande diferença?

- Não podemos esquecer - explicou Silas, sereno - que foi ele quem começou a criminosa trama sob nosso estudo. Por isso, do grupo de reencarnantes, será o companheiro menos favorecido na Lei, durante a viagem prevista à esfera humana, pelas agravantes que lhe marcam o problema individual. Com o espírito ainda sombreado de angústia e arrependimento, ressurgirá no berço da família que ele prejudicou, pela prática da usura, movimentando-se num horizonte mental muito restrito, de vez que, instintivamente, a sua maior preocupação será devolver aos irmãos espoliados a existência física, o dinheiro e as terras que deles furtou... Em razão disso, apenas disporá de facilidades íntimas para a cultura e o aprimoramento de si mesmo, na idade madura do corpo, quando houver encaminhado os filhos para o triunfo que a eles compete alcançar.

- Entretanto - ponderou meu colega -, Clarindo e Leonel também mataram...

- E decerto pagarão por isso; contudo, não podemos negar-lhes atenuantes no lamentável delito...

Antônio Olímpio planejou o crime, friamente, para acomodar-se nas vantagens materiais que lhe adviriam da crueldade e da violência, e os irmãos infelizes agiram no pesadelo do ódio, traumatizados de pavorosa dor...  Inegavelmente, Clarindo e Leonel padecem angústia e remorso, devendo sofrer doloroso resgate, em momento oportuno, mas, ainda assim, são credores do irmão que lhes retardou os passos evolutivos...

- E Alzira nessa história?

- Alzira já conseguiu entesourar bastante amor para entender, perdoar e auxiliar... Por esse motivo, dispõe, diante da Lei, do poder de ajudar, tanto ao esposo como aos cunhados, até agora infelizes, tanto ao filho Luís, ainda na carne, como a todos os descendentes de sua organização familiar, porque, quanto mais amor puro no Espírito, mais amplos recursos da alma perante Deus...

Hilário, contudo, pedindo desculpas pela insistência, levantou ainda nova questão.

Por que sofrera Alzira aflitiva desencarnação no lago?

Silas, no entanto, considerou:

- Alzira, diante de nós outros, já é alguém que possui larga faixa de céu no coração... Os assuntos que lhe dizem respeito devem ser analisados no CéU

E, em chegando a hora abençoada de nossos estudos, o Assistente entendeu-se com a irmã Alzira, em longa conversação particular, solicitando-lhe nos reencontrasse, a determinada hora, no lago em que ocorrera a desencarnação dela. Em seguida, recomendou a duas cooperadoras da casa lhe acompanhassem a viagem, instruindo-as para que nossa amiga somente viesse até nós quando chamada por nosso grupo em serviço. 

A noite ia alta...

Tomando a iniciativa, o irmão de Clarindo passou, então, a relatar-nos quanto já sabíamos, detendo-se em copioso pranto, ao referir-se à morte da cunhada, sobre quem atirara as farpas da sua ira...

Extremamente surpreendidos, Hilário e eu anotávamos a paciente atenção de Silas em lhe ouvindo a

confissão, qual se o assunto lhe fora absoluta novidade.

Depois de mais de uma hora, em que nosso companheiro sofredor se mantivera com a palavra, o Assistente, em particular, chamou-nos a mais nobre compreensão, declarando a Hilário e a mim que o nosso amigo tinha necessidade de expungir do coração ferido as suas dores, e que, de nossa parte, embora lhe conhecêssemos o drama intimo, não nos cabia cercear-lhe a confissão e sim recolhê-la fraternalmente, partilhando-lhe a carga de aflição, para que se lhe aliviassem as chagas do pensamento.

Mas... e se Alzira lhes trouxesse em pessoa o abraço de entendimento e de auxílio?

E como sorrissem de esperança, no turbilhão das próprias lágrimas, o Assistente afastou-se por alguns minutos e voltou, trazendo em sua companhia a generosa irmã que, envergando cintilante roupagem, lhes estendeu as mãos, a ofertar-lhes o colo maternal, resplendente de amor.

Leonel e Clarindo, qual se fossem feridos de morte, caíram genuflexos, esmagados de medo e júbilo...

E porque Leonel tentasse debalde pedir-lhe perdão, ensaiando monossílabos cortados pelos soluços, a genitora de Luís suplicou, humilde: - Sou eu quem deve ajoelhar-se, implorando-lhes caridoso indulto!... O crime de meu esposo é também meu crime... Vocês foram espoliados dos mais belos sonhos, quando a mocidade terrestre começava a sorrir-lhes. Nossa desregrada ambição, contudo, furtou-lhes os recursos e as possibilidades, inclusive a existência... Perdoem-nos!...

Alzira, porém, não conseguiu continuar. Copioso pranto orvalhava-lhe a face, mas algo como que se lhe represava na garganta, abafando-lhe a voz.

 Atendendo a mudo sinal do orientador de nossa excursão, auxiliamo-la como se fazia preciso, e, depois de algum tempo, transportando conosco os dois novos amigos, dávamos entrada no grande instituto.

Após interná-los em departamento adequado, falou Silas, contente:

- Graças a Deus, nossa tarefa está cumprida. Agora, esperemos se habilitem todos, ante a nova batalha que ferirão na Terra, para o serviço salvador em que se misturam afeto e aversão, alegria e dor, luta e dificuldade, em busca da redenção.

Em meu entendimento, perguntas diversas nasciam, imperiosas, mas compreendi que a lei de causa e efeito agiria, infatigável, para as personagens de nossa história, e meditei nas minhas próprias dívidas... Foi então que, ao invés de indagar, beijei, respeitoso, as mãos do Assistente, na condição do aprendiz reconhecido ao instrutor generoso, e recolhi-me à prece em silêncio, agradecendo a Jesus a valiosa lição.

Questões para estudo

1.Qual o objetivo de Silas na dedicação ao trabalho a que se dispunha na espiritualidade?

2.Qual a relação deste trabalho com a Lei da Ação e Reação?

3.Como poderíamos caracterizar o passe ministrado a Laudemira por Silas?

4.Qual processo de resgate a que Laudemira estava sendo submetida?

5.Por que ela sempre retornava para a zona de sombra da qual havia saído? 

6.O que o instrutor quis dizer com: "Vocês não ignoram que o Criador atende à criatura por intermédio das próprias criaturas"? 

7.Como Silas definiu o Inferno para o qual voltava Laudemira?

 8 Por que as diferenças nos tempos de preparo para a reencarnação de Clarindo, Leonel e Antônio Olímpio. Qual o papel que Alzira desempenhará neste resgate?

 Conclusão:

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO     

1.  Qual o objetivo de Silas na dedicação ao trabalho a que se dispunha na espiritualidade?
    
R - O trabalho de socorro a enfermos ao qual o assistente Silas se dedicava no mundo espiritual visava credenciá-lo à reconquista da oportunidade de servir como médico na futura reencarnação. Conforme vimos no capítulo anterior, Silas abdicou dos deveres que abraçara em sua última passagem pela Terra, na carreira médica, que nunca exerceu efetivamente. Para se fazer merecedor de nova chance, dedicava-se a ajudar espontaneamente os sofredores das esferas inferiores, recuperando-se da queda moral que experimentara e amealhando valores morais que aumentarão a simpatia da Bênção Divina em favor da nova empreitada. Através da sua dedicação estava criando condições de ser ajudado futuramente, através da sustentação dos amigos desencarnados que o amparariam do Plano Espiritual.                                                                                                                                                                                                         2.  Qual a relação deste trabalho com a Lei da Ação e Reação?

R - Sabemos que a remição do espírito somente se completa com a reparação do mal. Não basta o arrependimento, que é importante, mas que é apenas o primeiro passo para a retificação, nem a expiação, que é o passo seguinte. É indispensável que se repare o mal ocasionado a terceiros. Silas iniciara, já no plano espiritual, a preparação para que, ao retornar à carne, encontre um ambiente favorável às provações retificadores por que passará.  Além disso, através do trabalho e do estudo, estava aperfeiçoando seus talentos para o exercício futuro da medicina, que irão aflorar, na nova existência física, sob a forma de tendências inatas.       

3.  Como poderíamos caracterizar o passe ministrado a Laudemira por Silas? 

R - Com relação ao tipos de passe utilizados pelos Espíritos, temos que admitir que, como encarnados, a nossa capacidade de compreensão ainda é bastante limitada. O que nos é dado saber é que a técnica do passe pode ser dividida em duas maneiras: 

 a) pela simples imposição das mãos e b) pela movimentação das mãos. Porém, 
quanto à natureza dos recursos utilizados pelo plano espiritual na aplicação do passe, nada sabemos. As obras de André Luiz nos trazem inúmeros exemplos, mencionando "passe longitudinal", "passe de longo curso", "passe rotatório", etc., sempre se referindo a passes aplicados diretamente pelos espíritos. Os espíritos encarregados desse trabalho observam pelo ângulo do plano espiritual, vendo o funcionamento dos órgãos enfermos, o que para nós, encarnados, é impossível. No caso em questão, o que podemos saber é o que consta da narrativa de André Luiz, dando notícia de que o passe foi aplicado através de "operações magnéticas excitantes sobre o colo uterino. Substância leitosa, qual neblina leve, irradiava-se-lhe das mãos, espalhando-se sobre todos os escaninhos do aparelho genital.                                                                                 

3.a. Qual processo de resgate a que Laudemira estava sendo submetida?    

R - Em passagem remota pela Terra, Laudemira manteve um comportamento leviano, inteiramente voltado ao gozo das riquezas materiais. Provocou a morte do marido, que lhe opunha entrave aos seus desvarios. Freqüentando o ambiente da nobreza cujo acesso lhe fora permitido, ligou-se a aventuras amorosas que provocaram a destruição de famílias elevadas e dignas. Reencarnara  para resgatar o mal que ocasionara a tantos, com a tarefa de receber, como filhos, cinco de seus antigos cúmplices, a fim de reerguer-lhes os sentimentos através da abençoada missão de mãe, transformando-os em homens de bem. Se obtiver êxito em seu desempenho, estará se libertando das nódoas do passado que impedem que brilhem a sua luz.

 4.  Por que ela sempre retornava para a zona de sombra da qual havia saído?

R - A reencarnação e a desencarnação são fenômenos puramente biológicos, que em nada modificam as qualidades morais do espírito. O espírito continua o mesmo, tanto numa, como noutra circunstância, com suas conquistas e suas imperfeições, acumuladas ao longo da caminhada evolutiva. Assim é que Laudemira mantinha seu psiquismo atrelado a valores morais inferiores, que predominam nos espíritos que vibram nas regiões de sombra, com os quais tinha afinidade. Como disse o assistente Silas, "entrava pela porta do túmulo e saía pela porta do berço, transportando consigo desajustes interiores que não podia sanar de momento para outro". Sua queda moral fora tão grande que era impossível uma transformação repentina. A misericórdia divina, sempre presente, permitia que resgatasse os débitos contraídos aos poucos, nas sucessivas reencarnações, em que se via diante de antigos adversários. No entanto, como não conseguia superar a aversão instintiva que se manifestava na presença desses desafetos do passado, aos quais, para fins de retificação, passou a dever trabalho e obediência, contraíra novas dívidas, o que fazia com que continuasse ligada a espíritos inferiores. 

5.  O que o instrutor quis dizer com: "Vocês não ignoram que o Criador atende à criatura por intermédio das próprias criaturas"?

 R - Silas quis demonstrar que a misericórdia divina se manifesta por intermédio de suas próprias criaturas. São os benfeitores do plano espiritual, que nunca faltam, mesmo àqueles que, como Laudemira, ainda se encontram entregues a sentimentos inferiores. Mesmo freqüentando uma faixa vibratória de baixa evolução, Laudemira não deixava de contar com o auxílio dos amigos espirituais, que procuravam a influenciar visando pôr um freio em seus desatinos.

6.  Como Silas definiu o Inferno para o qual voltava Laudemira?

R - Assim como o céu, o inferno é também um estado de consciência. Em sentido figurado, para melhor ser compreendido, Silas o definiu como "uma construção indigna e calamitosa, no terreno da vida, que é Criação de Deus" e que, tendo sido por nós mesmos edificada pelo mau uso da nossa razão e do nosso conhecimento, a nós cabe "a obrigação de destruí-lo para edificar o Paraíso no lugar que ele ocupa indebitamente". Quis o Assistente demonstrar que, do mesmo modo que criamos um inferno em nossa consciência, dele somente nos livraremos quando o substituirmos pelo céu dos deveres da Lei de Deus cumpridos, o que somente conseguiremos com a nossa transformação moral.

7.  Por que as diferenças nos tempos de preparo para a reencarnação de Clarindo, Leonel e Antônio Olímpio?

Qual o papel que Alzira desempenhará neste resgate?

R - O tempo de preparo para uma reencarnação é o necessário para que o espírito reformule seus pensamentos e seus sentimentos, situando-os no campo do bem. Para que consiga satisfazer os objetivos da nova reencarnação, o espírito precisa afeiçoar sua mente às novas idéias, retornando com o psiquismo modificado, de modo a favorecer as novas tarefas. Dos três, Antonio Olímpio era o mais comprometido com a Lei. Fora a causa da queda de Leonel e Clarindo. Conseqüentemente, seria o menos favorecido no processo retificador, dele sendo exigida uma maior quota de sacrifícios. Assim, ressurgiria na vida física com a mente ainda trazendo as marcas da angústia e do arrependimento e com a tarefa de receber as vítimas de outrora como filho, para auxiliá-los em seus reajustes.



Alzira, que já alcançara uma maior evolução, tendo aprendido a praticar o verdadeiro amor e o perdão, retornaria para propiciar a Leonel e a Clarindo o ventre materno indispensável às suas voltas e servir como companheira de Antônio Olímpio. Conquistara perante a Lei o poder de ajudar a todos, contribuindo para a formação da organização familiar que serviria como o vaso purificador dos três. 
O CÉU E O INFERNO – 015

1ª PARTE CAPÍTULO VIII

OS ANJOS – REFUTAÇÃO


1. Seria possível, segundo o Espiritismo, a existência de anjos?

2. Qual seria o processo de "criação de anjos"?

3. Quais os pontos de contato que faltam aos termos que a Igreja utiliza para caracterizar os planos da criação?

4. Qual é, para o Espiritismo, a utilidade do corpo físico para a alma?

5. Essa união entre a alma e o corpo físico é necessária a todo processo evolutivo do Espírito, segundo o Espiritismo? E para a Igreja?

6. Quais os argumentos que o Espiritismo utiliza para refutar a Doutrina dos Anjos? Escolha e cite três que você considera mais importantes e os comente.


Conclusão:

1. O espiritismo nos mostra que os Espíritos superiores poderiam ser chamados de anjos por suas características, as quais, no entanto, foram adquiridas através do trabalho, da evolução. Ou seja, os anjos são os espíritos dos homens em sua mais elevada escala evolutiva.

2. Os anjos teriam sido criados do nada, já puros e privilegiados, sem que nada precisassem fazer para ocupar este patamar, antes da criação do homem: "puramente espirituais, anteriores e superiores à Humanidade, criaturas privilegiadas e votadas à felicidade suprema e eterna desde a sua formação, dotadas, por sua própria natureza, de todas as virtudes e conhecimentos, nada tendo feito, aliás, para adquiri-los".

3. Falta o encadeamento natural que liga todos os "setores " da natureza, isto é, nesta doutrina a criação destes planos foram feitos independentes um do outro, sendo que não se interligam: quem está num plano não poderá jamais aspirar estar, passar ou experenciar o outro, o que contraria a lógica que pode ser percebida por qualquer pessoa: tudo na natureza obedece a uma cadeia de relação em que cada nível depende do anterior ou se relaciona intimamente com ele.

4. A alma utiliza o corpo físico para sua depuração, para experenciar vivências só possíveis na carne. É seu instrumento de evolução num determinado período.

5. Essa união serve até um determinado nível evolutivo, quando o homem, por seu esforço, já não precisa mais das experiências terrenas, vai para outros mundos onde o corpo físico é cada vez mais etéreo até não ser mais necessário.

Para a Igreja a alma só coexiste ligada a um corpo físico, ou seja, pode-se deduzir daí que a alma só será completa estando ligada a um corpo físico.

6. Quais os argumentos que o Espiritismo utiliza para refutar a Doutrina dos Anjos? Escolha e cite três que você considera mais importantes e os comente.

O concílio de Latrão acredita, pois, firmemente, que as criaturas espirituais como as corpóreas foram simultaneamente formadas e tiradas em conjunto do nada, numa época indeterminada, no passado. A que fica reduzido, assim, o texto bíblico que data a Criação de seis mil dos nossos anos? E, ainda que se admita seja tal o começo do Universo visível, esse não é seguramente o começo dos tempos. Em qual crer: - no concílio ou na Bíblia?

Como se pode ver existe uma falha lógica nesta afirmação que negaria o texto bíblico; isto também demonstra que os homens do concílio não esperavam que o texto fosse analisado desta forma, já que na época de sua realização as pessoas ainda aceitavam o que fosse resolvido sem exame ou discussão, como de fato, a Igreja se impôs aos fiéis.

Se o destino essencial da alma é estar ligada ao corpo humano; se por sua natureza e segundo o fim providencial da Criação, essa união é necessária às manifestações das suas faculdades, forçoso é concluir que, sem corpo, a alma humana é um ser incompleto. Ora, para que a alma preencha os seus desígnios, deixando um corpo preciso se faz que tome um outro - o que nos conduz à pluralidade forçada das existências, ou, por outra, à reencarnação, à perpetuidade.

Apenas raciocinando de maneira lógica, já se pode ver a incoerência desta caracterização do ser humano: por que Deus criaria um ser para viver apenas uma vida física e com uma alma sem utilidade quando o corpo morre? Tudo leva para a verdade da pluralidade de existências. Só não vê quem não quer ter olhos para ver.

Aqui reponta uma questão vital, qual a de saber-se se a alma pode adquirir conhecimentos após a morte do corpo. Se uma vez liberta do corpo não pode adquirir novos conhecimentos, a alma da criança, do selvagem, do imbecil, do idiota ou do ignorante permanecera tal qual era no momento da morte, condenada à nulidade por todo o sempre. Mas se, ao contrário, ela adquire novos conhecimentos depois da vida atual, então, é que pode progredir.


Basta que se pense nos atributos de Deus, que sem eles Ele já não seria Deus, para perceber a incoerência desta linha de pensamento. Só podemos crer na progressão moral do Espírito para continuarmos crendo na justiça divina.

domingo, 30 de agosto de 2015

OBRAS DE ANDRÉ LUIZ  CITAÇÕES POR TEMA 29

TEMAS TRATADOS~


MÃE


As mães que não completarem a obra de amor que o Pai lhes cofia junto dos filhos amados, devem ser bastante fortes para recomeçarem os serviços imperfeitos. ML-12-173.

Descerei (afirma Matilde) dentro em breves anos, para o torvelinho de lutas carnais (encarnará), a fim de esperar Gregório em existência de resgate difícil e doloroso. LI-33-48.

É o Lar de Bênção (...) muitas irmãs da Terra chegam em visita a filhinhos desencanados. Temos aqui importante colônia educativa, mista de escola de mães e domicílio dos pequeninos que regressam da esfera carnal. ETC-9-56.

Nosso educandário (Lar de Bênção) guarda mais de duas mil crianças, mas, sou aos meus cuidados permanecem apenas doze. Somos um grande conjunto de lares, nos quais muitas almas femininas se reajustam para a venerável missão da maternidade e conosco multidões de meninos encontram abrigo para o desenvolvimento que lhes é necessário, salientando-se que quase todos os destinam ao retorno à Terra para a reintegração no aprendizado que lhes compete. A escola das mães apresenta vastas disponibilidades. ETC-11-68/69.

A sabedoria universal colocou imperscrutáveis segredos no carinho materno. Algo de milagroso e divino existe nos laços que unem mãe e filhos que, por enquanto, não podemos compreender. ETC-24-162.

O espírito materno é uma espécie de anjo ou mensageiro, embora muita vez circunscrito ao cárcere de férreo egoísmo, na custódia dos filhos. ETC-33-215.

Odila! Perdoa-me, perdoa-me! ... Agora vejo o inferno que impus, despreocupando-me de teu filhinho... Hoje pago com lágrimas minhas deploráveis displicências! Ajuda-me, querida irmã! ... Seja para o meu Júlio a guardiã que não fui para o teu (Júlio). (Zulmira, ex-madrasta e ex-mãe de Júlio, arrependida da sua negligência no passado, pede a Odila também ex-mãe e atual mãe de Júlio que cuide bem dele). ETC-37-243.

Quantas mães, vemos no mundo, engrandecidas pela dificuldade e pela renúncia, morrendo cada dia, entre a aflição e o sacrifício, para cuidar de filhos monstruosos que lhes torturam a alma e a carne? Em muitos desses quadros terríveis e emocionantes, se oculta, divino, o labor da regeneração que só o tempo e a dor conseguem realizar. AR-15-207.


MAGIA


Através dos impulsos infelizes de nossa alma, descemos às desvairadas vibrações da cólera ou dos vícios e, é fácil cairmos no enredado poço do crime, em cujas furnas nos ligamos a certas mentes estagnadas na ignorância, que se fazem instrumentos de nossas baixas idealizações ou das quais nos tornamos deploráveis joguetes na sombra. ETC-1-11.

As idéias macabras de magia aviltante quais sejam as da bruxaria e do demonismo que as igrejas denominadas cristãs propagam a pretexto de combatê-los, mantendo crendices e superstições, ao preço, de conjurações e exorcismos, geram imagens como esta a se difundirem nos cérebros fracos e desprevenidos, estabelecendo epidemias de pavor alucinatório. (uma senhora cria na tela mental a figura animalesca de um homem agigantado, de longa cauda, com a fisionomia de um caprino degenerado, exibindo pés em forma de garras e ostentando dois chifres), AR-4-53/54.

A contemplação de um simples objeto que lhe tenha sido presenteado pelo magnetizador será o suficiente para que se entregue à hipnose de recuperação por sua própria conta. Semelhante medida, que explica o suposto poder curativo de certas relíquias materiais ou dos chamados talismãs da magia, pode ser interpretada como reflexo condicionado específico, sem a presença do hipnotizador. (...) O objeto aludido servirá como reflexo determinado para o refazimento orgânico, em certo sentido. MM-14-107.

(...) Nos círculos do magimos, dentro dos quais, a mediunidade rebaixada a processos inferiores de manifestações se deixa aprisionar por seres de posição primitiva ou por inteligência degradadas que cunham idéias escravizantes para quantos se permitem vampirizar. MM-19-141.


MAGNETIISMO


De Puysegur foi dos primeiros magnetitas que encontraram o sono revelador, em que era possível conversar com o paciente noutro estado consciencial que não o comum. NMM-4-65.

O magnetismo é uma força universal que assume a direção que lhe ditarmos. Passes contrários à ação paralisante restitui-lo-ão à normalidade. (comentário sobre o mau uso do magnetismo de Gaspar, obsessor de Margarida). LI-15-192.


MÁGOA


Este homem (...) não se acautela contra o ato de encolerar-se e desperta incessantemente a cólera e a mágoa dos que lhe desfrutam a companhia. Tornou-se, por isso mesmo, o centro de convergência de intensas vibrações destruidoras. (referente a um alcoólatra que estava sendo atendido pela espiritualidade através de passes). ML-19-334.


MAL


Para nos, atualmente, meu amigo, o mal é simples resultado da ignorância e nada mais. (atual compreensão da entidade instrutora Vicente). OM-4-30.

Ao mal se segue o mal. OM-41-218.

Lembre-se de que o mal não merece comentário em tempo algum. AC-9-37.

O mal é o desperdício do tempo ou o emprego da energia em sentido contrário aos propósitos do Senhor. LI-1-21.

Para combater o mal e vencê-lo, urge possuir a prudência e a abnegação dos anjos. De outro modo é perder tempo e cair sem defesa, em perigosas armadilhas das trevas. (orientação do instrutor da equipe de André Luiz). LI-15-194.

As inteligências consagradas à rebeldia e à criminalidade, em razão disso, não obstante admitirem que trabalham para si, permanecem a serviço do Senhor, que corrige o mal com o próprio mal. AR-1-20.

O bem é expansão da luz e o mal é condensação da sombra. AR-5-70.

O bem é a luz que liberta, o mal é a trava que aprisiona. AR-5-71.

O bem será, desse modo, nossa decidida cooperação com a lei, a favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a renuncição mais completa. O mal será sempre representado por aquela triste vocação do bem unicamente para nós mesmos, a expressar-se no egoísmo e na vaidade, na insensatez e no orgulho que nos assinalam a permanência nas linhas inferiores do espírito. AR-7-90/91.

Todo aquele que comete o mal é escravo do mal. AR-15-208.

(...) O mal não merece qualquer consideração além daquela que se reporte a corrigenda. SD-2P-11-293.


MATERNIDADE


(...) A paternidade e a maternidade, em si mesmas, são sempre divinas. ML-13-217.

A maternidade, iluminada pelo amor e pelo sacrifício, é feliz em qualquer parte, ainda mesmo quando o mundo, ignorando a causa de nossas quedas, nos nega recursos à reabilitação, relegando-nos à residência e ao desamparo. NMM-10-175.

Maternidade é sagrado serviço espiritual em que a alma se demora séculos, na maioria das vezes aperfeiçoando qualidades do sentimento. ETC-28-177.

A mulher grávida, além da prestação de serviço orgânico à entidade que se reencarna, é igualmente constrangida a suportar-lhe o contacto espiritual, que sempre constitui um sacrifício quando se trata de alguém com escuros débitos de consciência. ETC-30-185.

O organismo feminino durante a gestação, sofre a verdadeira enxertia mental. ETC-30185.

A gestante é uma criatura hipnotizada em longo prazo (por nove meses, daí as explicações das transformações e das atitudes e hábitos que a gestante pode tomar). ETC-30-187.

O organismo materno, absorvendo as emanações da entidade reencarnante, funciona como um exaustor de fluidos em desintegração, fluidos esses que nem sempre são aprazíveis ou facilmente suportáveis pela sensibilidade feminina. ETC-30-189.

A paternidade e a maternidade, dignamente vividas no mundo, constituem sacerdócio dos mais altos para o espírito reencarnado na Terra, pois através delas, a regeneração e o progresso se efetuam com segurança e clareza. NDM-30-283.

Opor-se a qualquer artificialismo que vise transformar o casamento numa simples ligação sexual, sem as belezas da maternidade. CE-1-18.


MATERIALIZAÇÃO


Considerações

(Materialização) trata-se de serviço de elevada responsabilidade, portanto, além de exigir todas as possibilidades do aparelho mediúnico, há que movimentar todos os elementos de colaboração dos companheiros encarnados, presentes às reuniões destinadas a esses fins. (...) Por isso mesmo, as reuniões para serviços de materialização aparecem raramente; a homogeneidade, aqui deve ser muito mais intensa. O ectoplasma (elemento essencial para o fenômeno de materialização), ou força nervosa, que será abundantemente extraído do médium, não pode sofrer, sem prejuízos fatais, a intromissão de certos elementos microbianos. ML-10-107/110/112.


Alexandre tomou pequena quantidade daqueles eflúvios leitosos (ectoplasma), que se exteriorizavam particularmente através da boca, narinas e ouvidos do aparelho mediúnico (médium). (...) Vi formar-se, sob meus olhos atônitos, um delicado aparelho de fonação (garganta). No íntimo do esqueleto cartilaginoso, esculturado com perfeição na matéria ectoplásmica, (...) Alexandre falou pela garganta artificial, como quem utilizava um instrumento vocal humano. ML-10-119.

sábado, 29 de agosto de 2015

O CÉU E O INFERNO

- 1a PARTE CAPÍTULO VIII

OS ANJOS SEGUNDO A IGREJA


1. Qual o princípio da Doutrina dos Anjos defendida pela Igreja?

2. Quais os três planos da criação? Onde se localizam os homens encarnados nesta hierarquia?

3. Que semelhança/diferença existe entre os termos que identificam os três planos da criação com o conhecimento Espírita?

5. Qual é, para o Espiritismo, a relação entre a alma e o corpo físico?

6. Como a Igreja explica essa união entre a alma e o corpo físico?

7. Que característica possuem os anjos nesta doutrina? Você vê aí alguma semelhança com o que você já conhece da Doutrina Espírita?


Conclusão:


1. Os anjos são uma ordem distinta da criação e foi-lhes dado uma posição celestial, acima da esfera do homem. Foram criados  num determinado momento, antes da criação do mundo físico. São distintos dos seres humanos. Pertencem a uma categoria à parte, distinta do mundo material e espiritual como conhecemos; a natureza angélica subsiste por si mesma não só sem mistura como dissociada da matéria. Não são os espíritos dos mortos

2. Espiritual e corpórea, angélica e mundana - tendo sido formado depois, como elo entre as duas, a natureza humana, composta de corpo e Espírito

3. A semelhança é que a Igreja considera a existência do mundo espiritual e do material, sendo o homem dotado de corpo e alma quando na Terra.

4. O corpo físico é o instrumento da alma para vivenciar sua evolução necessária na Terra.

5. A nossa alma, igualmente espiritual, associa-se ao corpo de modo a formar com ele uma só pessoa, sendo tal e essencialmente o seu destino; "Nossa alma é de natureza simples e indivisível, porém limitada em suas faculdades. A idéia que temos da perfeição faz-nos compreender que pode haver outros seres simples quanto ela, e superiores por suas qualidades e privilégios. A alma é grande e nobre, porém, está associada à matéria, servida por órgãos frágeis e limitada no poder e na ação."


6. A descrição da Igreja para caracterizar as propriedades angélicas assemelha-se em muito com a descrição dos espíritos superiores, inclusive quanto aos atributos, com a ressalva que no Espiritismo já sabemos que estes espíritos são dos homens que já viveram entre nós e que, como nós, foram criados simples e ignorantes e não são seres privilegiados, são merecedores da condição que hoje usufruem.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

 14 recordação das existências anteriores 2

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

(QUESTÕES 200 A 202) - SEXO NOS ESPÍRITOS

200 Os espíritos não têm sexo como nos entendemos, há entre eles amor, simpatia e concordância de sentimentos.

201 O espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher e vice-versa.

202 O espírito nasce homem ou mulher em função das provas por que tem de passar.

(QUESTÕES 203 A 206) - PARENTESCO, FILIAÇÃO

203 Os pais transmitem aos filhos somente a vida material, a alma adiciona a vida moral.

204 A sucessão de existências corporais estabelece entre os espíritos ligações que ultrapassam a parentela comum.

205 A reencarnação não enfraquece os laços de família, ampliam-os, muitos estão ligados por laços de sangue de vida anterior.

A A reencarnação diminui a importância da genealogia, os espíritos transitam entre povos e raças diversas.

206 Devemos ter afeição pelos antepassados mesmo que os espíritos não procedam uns dos outros.

(QUESTÕES 207 A 217) - PARECENÇAS FÍSICAS E MORAIS

207 Os pais transmitem aos filhos a aparência física, a aparência moral fica por conta das diferença entre os espíritos.

A As semelhanças morais têm causa na atração recíproca entre espíritos simpáticos e pela analogia de pendores.

208 Os pais exercem grande influência sobre os filhos tendo como tarefa e responsabilidade desenvolve-os pela educação.

209 Pais virtuosos podem ter filhos perversos a pedido destes na esperança de serem mais bem encaminhados.

210 As preces do pais não têm a força de atrair um bom espírito para o corpo em formação, mas ajuda o reencarnante.

211 A semelhança de caráter que muitas vezes existe entre irmãos, está na semelhança de tendências.

212 Em crianças cujos corpos nascem ligados há dois espíritos cuja semelhança, às vezes, nos pareça um só.

213 Não é regra o fato de irmãos gêmeos serem simpáticos entre si, espíritos antagônicos podem estar juntos na vida.

214 A estória de que crianças lutam no seio materno, figuram o sentimento de ódio recíproco que há entre mãe e filho.

215 O caráter distinto de cada povo significa uma grande família formada pela reunião de espíritos simpáticos.

216 Em nova existência os espíritos podem conservar o caráter da anterior, mas pode melhorar também. E bastante.

217 O espírito se reflete no corpo, imprimindo certo cunho, sobretudo ao rosto, daí se diz que os olhos são o espelho da alma.

(QUESTÕES 218 A 221) - IDÉIAS INATAS

218 O espírito encarnado conserva algum vestígio das existências anteriores através de vaga lembrança ou idéias inatas.

A Os conhecimentos adquiridos por um espírito não se perdem, encarnando esquece-os em parte, a intuição os conserva.

B Nem sempre há grande conexão entre duas vidas consecutivas, às vezes há mudanças em função do progresso auferido.

219 A origem das faculdades extraordinárias de um indivíduo está no progresso anterior da alma, o corpo muda o espírito não.

220 Um espírito pode perder (ficam em estado latente) certas faculdades se as utilizou mal ou se precisa exercitar outras.

221 A intuição da existência de Deus se deve ao fato do espírito saber antes de encarnar. O orgulho abafa este sentimento.

A Pela mesma razão, certas crenças da Doutrina Espírita são intuitivas, mas preconceitos e ignorância atrapalham.

CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

(QUESTÃO 222) - O DOGMA DA REENCARNAÇÃO

222 O dogma da reencarnação não é invenção do Espiritismo, é conhecido desde a mais remota antigüidade.

CAPÍTULO VI - DA VIDA ESPÍRITA

(QUESTÕES 223 A 233) - ESPÍRITOS ERRANTES

223 Na Terra, a reencarnação pode ser imediata, mas em geral ocorre a intervalos mais ou menos longos.

224 No intervalo da encarnações a alma é um espírito errante aspirando um novo destino.

A Os intervalos duram desde algumas horas a milhares de séculos, mas não perpétuo, é preciso continuar o progresso.

B Essa duração depende do espírito, para alguns imposta como expiação.

225 A erraticidade não é um sinal de inferioridade, existem espíritos de todos os graus; a encarnação é um estado transitório.

226 Errantes são todos os espíritos desencarnados que precisam reencarnar.
227 Os espíritos errantes se instruem observando lugares, conselhos e cursos com espíritos mais elevados.

228 Na matéria os espíritos inferiores conservam suas más paixões, os mais elevados conservam as boas paixões.

229 Para os espíritos é difícil deixar as paixões na Terra, sobretudo para os que as tem bastante acentuadas.

230 Na erraticidade o espírito pode melhorar-se muito, mas é na vida corporal que ele pratica as idéias que adquiriu.

231 Os espíritos errantes são felizes ou desgraçados conforme seus méritos.

232 Os espíritos errantes não podem ir a todos os mundos, podem entrevê-los, donde nasce o desejo de melhoria.

233 Os espíritos purificados descem aos mundos inferiores para auxiliar o progresso.

(QUESTÕES 234 A 236) - MUNDOS TRANSITÓRIOS

234 Existem mundos conforme a natureza dos espíritos a que eles têm acesso, onde gozam de maior ou menor bem-estar.

A Os espíritos que se encontram nesses mundos são livres para deixá-los, a fim de irem para onde devam ir.

235 Os espíritos progridem nos mundos transitórios ao se instruírem com vistas à perfeição.

236 Os mundos transitórios são destinos temporários aos espíritos errantes.

A Esses mundos não são habitados por seres corpóreos, sua superfície é estéril, pois os habitantes de nada necessitam.

B Estes mundos são estéreis temporariamente.

C Mesmo não tendo belezas naturais, reflete as belezas da imensidade.

D A Terra já pertenceu à categoria de mundo transitório.

E Este fato ocorreu durante sua formação.

 (QUESTÕES 237 A 256) - PERCEPÇÕES, SENSAÇÕES E SOFRIMENTOS DOS ESPÍRITOS

237 De volta ao mundo dos espíritos, a alma conserva as percepções que tinha, além de outras de que não dispunha.

238 Os espíritos mais próximos da perfeição sabem mais, os inferiores são mais ou menos ignorantes acerca de tudo.

239 Conforme a elevação e a pureza alcançada os espíritos conhecem o princípio das coisas.

240 A noção do tempo varia na compreensão dos espíritos, daí a dificuldade de determinar datas ou épocas.

241 Dependendo da elevação os espíritos fazem do presente uma idéia mais precisa do que nós.

242 Os espíritos lembram o passado com mais facilidade, mas nem tudo sabem, a começar da própria criação.

243 Quanto ao futuro depende da elevação alcançada. Muitas vezes entrevêem, mas nem sempre podem revelá-lo.

A Mesmo os espíritos perfeitos não têm completo conhecimento do futuro, por isso só Deus é soberano.

244 Os espíritos superiores vêem e compreendem a Deus, os inferiores sentem e adivinham.
A Quando um espírito inferior diz que Deus lhe proíbe ou permite uma coisa, ele não vê a Deus, mas sente sua soberania.

B Deus transmite suas ordens por intermédio dos espíritos imediatamente superiores em perfeição e instrução.

245 A visão dos espíritos superiores não está circunscrita aos olhos como nos seres corpóreos.


246 Para os espíritos superiores não há necessidade de luz para enxergar, com os inferiores ocorre o inverso.