Geraldo Ribeiro da Silva (Grupo
Espírita “Batuíra” - SP)
Em geral , queremos desempenhar
nossas tarefas de maneira suave, sem dor nem sacrifícios. Entretanto,
observando a vida dos grandes missionários, percebemos que eles enfrentaram muitos
desafios e dificuldades, para alcançarem os objetivos de servir ao próximo.
Todo aquele que recebe do Plano
Maior, a missão de trabalhar pelo bem comum, em geral o faz com espírito de
renúncia e dedicação.
Jesus, em seu Evangelho, nos oferece
o seguinte ensinamento, que reforça esta nossa tese: “... Se alguém quiser
vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
– Porquanto, aquele
que quiser salvar a si mesmo, perder-se-á; e aquele que se perder por amor de mim
e do Evangelho, se salvará – (Marcos,
cap. 8, vv. 34 e 35.)
O que significa tomar sua cruz?
Sinaliza-nos que devemos ter a consciência
de que, durante o desempenho de uma tarefa, que vise a amenizar ou suprimir a
dor dos que sofrem, muitos desafios teremos de superar.
Jesus, que nada tinha a ser testado,
deu-nos o exemplo de que desempenhar uma missão equivale a carregar um grande
fardo. Em sua missão gloriosa na Terra, suportou agressões, assimilou as
provocações dos fariseus, escribas e outros, sem lhes guardar mágoa, ódio ou ressentimento.
Agiu com elevação espiritual,
quando no Calvário, rogou a Deus: “Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o
que fazem!”
Bezerra de Menezes, espírito bom
e sábio, passou por grandes provações. Durante anos, conviveu com um problema
gástrico que o incomodou bastante, sem encontrar a cura na Medicina
convencional. Só mais tarde, se libertou desse mal, com a ajuda do médium de
curas João Gonçalves do Nascimento. No final de sua existência, Bezerra, que foi
chamado o ‘Médico dos Pobres’, paradoxalmente experimentou a grande prova da pobreza.
Soube, entretanto, superá-la com resignação e humildade.
Chico Xavier, médium de dons espirituais
notáveis, que psicografou centenas de obras espíritas, também não ficou imune à
dor. Desde jovem, conviveu com limitações visuais, ficando praticamente cego,
na velhice.
Passou por grandes privações, porém
nunca reclamou da Justiça Divina. Ao contrário, agradecia sempre a Deus as
provações a que era submetido.
Spartaco Ghilardi, homem de várias
faculdades mediúnicas, que orientou milhares de pessoas em condições aflitivas,
apontando-lhes o caminho do bem, também teve uma vida marcada por dificuldades.
Quando era indagado sobre seu estado
de saúde, respondia resignado: “Levo a vida que pedi a Deus.”
Exemplos como estes são comuns
na vida dos missionários, espíritos que, a rigor, nada teriam de provar ou
expiar. Diante disso, o que dizer de nós?!
Ao aportar neste planeta, com a
tarefa de amparar e iluminar almas menos esclarecidas que nós, sabemos dos
desafios que nos esperam. O Divino Pastor de nossas almas não nos prometeu uma
vida tranquila, calma e sem atribulações.
Ao contrário, disse: “Aquele que deseja me
seguir carregue sua cruz”.
Na prática da mediunidade, com Jesus,
as dificuldades não são poucas, como pudemos perceber nos exemplos citados. O
médium passa por inúmeras provações: provações na família, decepções no
trabalho, dores do abandono, da perda de entes queridos, acidentes por vezes inevitáveis
e tantos outros flagelos individuais ou coletivos, aos quais todos nós que
habitamos este mundo estamos sujeitos.
Portanto o médium não deve imaginar
que terá pela frente um caminho fácil, sem obstáculos. Não, isso parece não se
confirmar na vida dos obreiros do bem! Sua mensagem em geral, inovadora, traz
um conteúdo moral muito forte: de desprendimento dos bens terrenos, de combate
ao egoísmo, ao orgulho e de tantos outros vícios morais. Por conta disso, sofrem
injúrias, difamações, calúnias, etc., porém jamais devem recuar, ante a tarefa que
lhes foi confiada.
Assim, o trabalhador da seara
do Bem deve carregar sua cruz com sabedoria, prudência, resignado e confiante
na Divina Providência, que nunca abandona o bom samaritano.
JORNAL DA MEDIUNIDADE
LIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES
“PEDRO E PAULO”
UBERABA-MG – INFORMATIVO
MAIO/JUNHO – ANO 2009 – N.º 17
Jornalista Responsável: Juvan de
Souza Neto
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