segunda-feira, 21 de maio de 2012

A Mídia e o Espiritismo


MARCIA MATOS

O interesse da grande Mídia pelos fenômenos mediúnicos estudados e experimentados pelos espíritas é antigo, mas, quando se trata da divulgação da doutrina Espírita, ou melhor, dos seus postulados, a situação muda.
Primeiro porque se trata de uma religião e religião não é um produto que possa ser vendido massivamente. Segundo porque, se a Mídia incluísse programas espíritas, as outras religiões iriam reivindicar o mesmo direito, o que seria inviável.
A grande Mídia, aqui entendida como canais importantes de televisão e rádio, permanece muito interessada por temas caros ao Espiritismo como reencarnação e mediunidade. As últimas novelas da rede Globo sempre estão trazendo esses temas, o que tem criado muita controvérsia. De um lado, a preocupação com o purismo da doutrina. De outro, o reconhecimento da necessidade de divulgação, imperiosa no momento atual. Mas a verdade é que nem a reencarnação nem a mediunidade são temas exclusivamente espíritas.
Outra forma pela qual a doutrina espírita tem marcado presença na Mídia tem sido ouvir representantes oficiais do Espiritismo sobre temas polêmicos, profundamente emocionais e chocantes. Nesse caso, é verdadeiramente possível esclarecer coerentemente o grande público sobre o Espiritismo, o que representa um grande avanço. Há ainda o espaço da Internet, em que não faltam programas, blogs, sites, canais fechados, etc...
Todos sabemos que a grande vantagem da divulgação midiática é a audiência extrema. Mas também sabemos dos efeitos colaterais incontroláveis: massificação, banalização, distorção, descrédito.
Talvez, neste caso, a reflexão mais importante seja: Interessa ao Espiritismo uma divulgação massiva? Haverá prejuízos? E que prejuízos seriam esses? Não devemos esquecer que se Mídia é poder, Religião também o é.
Seja como for, o Espiritismo está, atualmente, em vantagem com relação às demais religiões, porque a mídia tem procurado muito mais os seus representantes que considera fontes confiáveis e respeitáveis. De uma forma ou de outra, a semente está sendo lançada. Agora, se a terra está devidamente preparada é outra questão, porque a reação do público sempre foi e sempre será uma incógnita.


Marcia Matos é jornalista é
colaboradora na Fundação


Lar Harmonia
Fundação Lar Harmonia.
JORNAL HARMONIA
Ano VII | Nº 79 | Julho de 2010
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