JOSÉ RIBEIRO
As três últimas
décadas foram marcadas por expressivas mudanças sociodemográficas no Brasil e
na Bahia. Entre as principais, destacam-se o arrefecimento do ritmo de crescimento
demográfico, fruto do significativo declínio da fecundidade, a continuidade da urbanização
e o processo de envelhecimento populacional. Esse processo assume visibilidade
e se manifesta através do aumento da participação relativa das pessoas idosas
(com mais de 60 anos de idade) na população total e pelo aumento da
longevidade. Os seus principais fatores determinantes são a queda da
fecundidade e o aumento da esperança de vida.
Com efeito,
segundo dados dos censos demográficos, a taxa de fecundidade na Bahia, que era
de 7,2 filhos/mulher em 1970, declinou para 2,5 filhos/mulher em 2000.
Segundo os dados
mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, no
ano de 2008, a taxa de fecundidade das mulheres baianas era de apenas 1,86
filho/mulher – já abaixo do nível de reposição da população (2,1) e
ligeiramente abaixo da média nacional (1,86).
Por outro lado, a
esperança de vida experimentou um significativo acréscimo de 12,6 anos ao
passar de 59,7 anos em 1980 para 72,3 anos em 2008.
Com base nas
informações da PNAD, a população baiana idosa, ou seja, com mais de 60 anos de idade,
já era de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas no ano de 2008 e correspondia a
10,3% da população total. Já na Região Metropolitana de Salvador (RMS) residem
303 mil pessoas com 60 anos e mais. Esse número vem subindo rapidamente e é
reflexo do processo de envelhecimento no país como um todo. No Brasil, nesse
mesmo ano, o contingente de idosos já chegava a 17,6 milhões de pessoas. O
processo de envelhecimento populacional no Brasil se tornará ainda mais intenso
a partir das próximas décadas.
Segundo as
projeções elaboradas pelo IBGE, a proporção de pessoas com 60 anos e mais
aumentará para 18,7% em 2030 e subsequentemente para cerca de 30,0% no ano de
2050, ocasião na qual a população idosa chegará a 64 milhões de pessoas –
efetivo superior em 5 milhões ao somatório dos contingentes populacionais de São
Paulo e Minas Gerais (estados mais populosos do país) no ano de 2008.
José Ribeiro
é Economista e Demógrafo
Fundação Lar Harmonia.
JORNAL
HARMONIA
Ano VII | Nº 79 | Julho de 2010
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