segunda-feira, 21 de maio de 2012

O envelhecimento populacional e a necessidade de atenção à população idosa


JOSÉ RIBEIRO
As três últimas décadas foram marcadas por expressivas mudanças sociodemográficas no Brasil e na Bahia. Entre as principais, destacam-se o arrefecimento do ritmo de crescimento demográfico, fruto do significativo declínio da fecundidade, a continuidade da urbanização e o processo de envelhecimento populacional. Esse processo assume visibilidade e se manifesta através do aumento da participação relativa das pessoas idosas (com mais de 60 anos de idade) na população total e pelo aumento da longevidade. Os seus principais fatores determinantes são a queda da fecundidade e o aumento da esperança de vida.
Com efeito, segundo dados dos censos demográficos, a taxa de fecundidade na Bahia, que era de 7,2 filhos/mulher em 1970, declinou para 2,5 filhos/mulher em 2000.
Segundo os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, no ano de 2008, a taxa de fecundidade das mulheres baianas era de apenas 1,86 filho/mulher – já abaixo do nível de reposição da população (2,1) e ligeiramente abaixo da média nacional (1,86).
Por outro lado, a esperança de vida experimentou um significativo acréscimo de 12,6 anos ao passar de 59,7 anos em 1980 para 72,3 anos em 2008.
Com base nas informações da PNAD, a população baiana idosa, ou seja, com mais de 60 anos de idade, já era de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas no ano de 2008 e correspondia a 10,3% da população total. Já na Região Metropolitana de Salvador (RMS) residem 303 mil pessoas com 60 anos e mais. Esse número vem subindo rapidamente e é reflexo do processo de envelhecimento no país como um todo. No Brasil, nesse mesmo ano, o contingente de idosos já chegava a 17,6 milhões de pessoas. O processo de envelhecimento populacional no Brasil se tornará ainda mais intenso a partir das próximas décadas.
Segundo as projeções elaboradas pelo IBGE, a proporção de pessoas com 60 anos e mais aumentará para 18,7% em 2030 e subsequentemente para cerca de 30,0% no ano de 2050, ocasião na qual a população idosa chegará a 64 milhões de pessoas – efetivo superior em 5 milhões ao somatório dos contingentes populacionais de São Paulo e Minas Gerais (estados mais populosos do país) no ano de 2008.

José Ribeiro
é Economista e Demógrafo

Fundação Lar Harmonia.
JORNAL HARMONIA
Ano VII | Nº 79 | Julho de 2010
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