(Guia dos Médiuns
e dos Doutrinadores) Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de
todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo
Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que
se podem encontrar na prática do Espiritismo.
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO II
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS E MESAS GIRANTES
Itens 60 a 64
Chamam-se manifestações físicas as
que se traduzem por efeitos sensíveis, como os ruídos, o movimento e
deslocamento de corpos sólidos.
As manifestações físicas têm
por propósito chamar nossa atenção sobre alguma coisa, e de nos convencer da
presença de uma potência superior ao homem. Uma vez atingido esse propósito, as
manifestações cessam, porque não são mais necessárias.
As Mesas Girantes
Explica Allan Kardec no
desenvolvimento deste capítulo que, dentre as manifestações físicas, um dos
fenômenos de efeito mais simples e um dos primeiros a serem observados,
consiste no movimento circular de uma mesa. Este efeito se produz sobre todos
os objetos igualmente, mas sobre a mesa é o mais cômodo, daí o nome de mesas girantes prevalecer
na designação desta espécie de fenômeno.
Acrescenta que essas
manifestações são conhecidas de todos os tempos e não poderia ser diferente,
pois são fenômenos naturais. Este fenômeno entreteve, durante algum tempo, a
curiosidade dos salões que, depois de se cansarem, passaram a outras
distrações. Para pessoas sérias e observadoras, entretanto, propiciaram campo
para uma revolução no campo das idéias ao se analisar as consequências
resultantes desses fenômenos.
Quando, em 1854, o Professor
Rivail ouviu referências às mesas girantes, entendeu, inicialmente, que o
movimento inexplicável seria efeito do magnetismo animal, do qual tinha grande
conhecimento, mas, ao continuar suas observações e acompanhar os fenômenos das
mesas girantes, percebeu tratar-se de fatos gerados por uma causa não
identificada que merecia estudos aprofundados.
Ao presenciar o fenômeno das
mesas girantes, declarou: "Entrevi,
debaixo da aparente futilidade e da espécie de diversão que faziam com aqueles
fenômenos, algo de sério e como que a revelação de uma nova lei que prometi a
mim mesmo investigar a fundo." 1
O fenômeno das mesas girantes
constituiu assim, o ponto de partida da Doutrina Espírita e por isso deve
estudado com a clareza necessária.
Allan Kardec afirma que para a
produção do fenômeno é necessária a participação de uma ou de muitas pessoas
dotadas de aptidão especial e designadas pelo nome de médiuns. O número de
participantes é indiferente. A forma da mesa, o material de que é feita, a
presença de metais, os dias, as horas, a luz, a obscuridade, etc., também são
indiferentes, porém a única prescrição realmente obrigatória é a do
recolhimento, do silêncio absoluto e sobretudo paciência quando o efeito
demora.
Assim preparada a experiência,
quando o efeito começa a se manifestar, escuta-se, geralmente, um pequeno
estalido na mesa; sente-se um estremecimento que é o prelúdio do movimento; ela
parece fazer um esforço para se desamarrar, depois o movimento de rotação se
acentua e se acelera a tal ponto que os assistentes se esforçam para segui-lo.
Uma vez estabelecido o movimento, pode-se mesmo afastar-se que a mesa continua
a mover-se, sem contato, em várias direções.
Em outras circunstâncias, a
mesa se eleva e se endireita, tanto sobre um pé, quanto sobre um outro, depois
retoma suavemente a posição natural. De outras, se balança para a frente e para
trás e de um lado para o outro, imitando o balanço de um navio. Outras vezes,
enfim, ela se desloca inteiramente do solo, e se mantém em equilíbrio no
espaço, sem ponto de apoio, elevando-se por vezes mesmo até o teto, de maneira
que se possa passar por baixo; depois ela desce lentamente balançando-se como
faria uma folha de papel, ou cai violentamente e se quebra, o que prova de
maneira evidente que não é uma ilusão de ótica, mas para isso necessita uma
potência mediúnica considerável.
Mais tarde iriam aparecer,
também na Europa, as variantes do sistema das mesas girantes. Surgiriam as
sessões com o "copinho deslizante" dentro de um círculo formado pelas
letras do alfabeto. Os circunstantes colocavam a ponta do dedo indicador na
borda do fundo do copo emborcado sobre a mesa. Dentro de algum tempo, mais ou
menos longo, o copo começava a mover-se e ia apontando as letras, uma a uma,
soletrando, assim, as palavras, mas, há muitos séculos, já se empregava um
método parecido de comunicação com o Invisível: trata-se das
"pranchetas" muito usadas na antiga China. O processo era semelhante.
Em vez do copo, usava-se uma pequena tábua dotada de três pés que continha um
indicador. O aparelho move-se dentro de um círculo formado por letras do
alfabeto, incluindo também os algarismos de 0 a 9 e as palavras sim e não. A
prancheta foi reinventada em 1853, na França, e tomou o nome de "ouija".
Na realidade, o "ouija" é uma mesa de pequenas proporções.
Além desses aparelhos
rudimentares, outros foram imaginados e empregados, visando a comunicação com
as inteligências invisíveis que, através desse processo, vêm, há muitos e
muitos anos, tentando comunicar-se com o mundo dos vivos. É necessário
mencionar também, a "corbeille" ou "carrapeta", uma
cestinha de vime usada para servir o vinho em garrafa. Fixa-se um lápis na
extremidade da cestinha, cuja ponta pode apoiar-se e deslizar sobre uma
ardósia. Os circunstantes colocam o dedo indicador sobre a borda da
"carrapeta", a qual, após algum tempo, se movimenta escrevendo
palavras e frases inteiras.
O "ouija" foi
aperfeiçoado, constando de uma tábua plana de madeira, com o formato aproximado
de um coração. Na extremidade mais estreita há um dispositivo para fixar-se um
lápis. Duas roldanas móveis servem de apoio à parte posterior mais larga. Desse
modo, obtém-se um apoio triangular que pode deslizar facilmente para qualquer
lado. Apóia-se este aparelho sobre uma folha de papel e,
sobre a tábua, coloca-se a mão espalmada, ou a ponta dos dedos. Podem
participar uma, duas ou mais pessoas. O "ouija" se desloca escrevendo
palavras sobre o papel, como no caso já citado da "corbeille" ou
"cestinha de bico" como é também chamada.
A interpretação de Allan Kardec
Foi
nessas reuniões que Kardec começou os seus estudos sérios de espiritismo,
"mais pelas observações que pelas revelações". Aplicou à nova
ciência, como sempre fizera o método da experimentação. Jamais utilizou teorias
preconcebidas; observava atentamente, comparava e deduzia as consequências.
Através dos efeitos procurava chegar às causas pela dedução e o encadeamento
lógico dos fatos, só admitindo uma conclusão como válida quando esta conseguia
resolver todas as dificuldades da questão. Afirmou: "Compreendi, logo à
primeira vista, a importância da pesquisa que iria fazer. Vislumbrei naqueles
fenômenos a chave do problema do passado e do futuro da Humanidade, tão confuso
e tão controvertido, a solução daquilo que eu havia buscado toda a minha vida.
Era, em suma, uma revolução total nas idéias e nas crenças existentes. Era
preciso, pois, agir com circunspeção, não levianamente. Ser positivo, não
idealista, para não me deixar levar por ilusões." 1
Logo
Allan Kardec percebeu que os Espíritos nada mais eram do que as almas dos
homens, não possuindo nem a plena sabedoria, nem a ciência integral: "Agi com os Espíritos,
como teria feito com homens. Foram para mim, do menor ao maior deles, veículos
de informação e não reveladores
predestinados" - declarou Kardec. 1
Finalmente,
em 1857, após minuciosa pesquisa, surge a primeira obra sobre o que houvera
investigado: Referindo-se ao seu trabalho, Allan Kardec afirmou: "Foi assim que mais de 10
médiuns prestaram colaboração neste trabalho. Foi através da
comparação e da fusão de todas aquelas respostas coordenadas, classificadas e
muitas vezes refeitas no silêncio da meditação que aprontei a primeira edição
de O
Livro dos Espíritos, publicada a 18 de abril de
1857." 1
Fenômenos de pancadas no interior da madeira
No
estudo deste capítulo II, Allan Kardec também faz referências ao fenômeno das
pancadas no interior da madeira, mas o mesmo será estudado, a seguir, no
capítulo III.
Conclusão
O
fenômeno das mesas girantes constitui assim, um período de manifestações do
Mundo espiritual, com caráter preparatório, instrutivo, visando o despertamento
dos homens para a realidade transcendente do Espírito. O Professor Rivail, em
seus profundos estudos, realizou notável obra de investigação, trazendo à luz a
Nova Revelação, o Consolador prometido por Jesus, que veio para esclarecer e
consolar os homens na Terra.
BIBLIOGRAFIA
KARDEC,
Allan - O Livro dos
Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989
- Cap. II - 2ª Parte
KARDEC,
Allan - Obras Póstumas: 2.ed. São Paulo: LAKE, 1997
- Pág. 217 a 222
WANTUIL,
Zeus - As Mesas Girantes
e o Espiritismo: Rio: FEB,1959
Tereza Cristina D'Alessandro
Junho / 2003
Junho / 2003
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