terça-feira, 30 de junho de 2015

3 - Introdução ao Estudo de A Grande Síntese

1a apostila - do cap. 1 ao 9 e resumo biográfico.

Organizada por Gilson Freire

Introdução ao estudo da Grande Síntese

6  Monismo

Viagem a síntese máxima  princípio único

A Grande Síntese nos leva a uma viagem insólita, uma viagem ao espírito. Conduzindo-nos no estudo do funcionamento orgânico do Universo, caminha da periferia, a matéria, ao centro, onde está o espírito. 

Caminha em aproximações gradativas e retornos periódicos de conceitos, que paulatinamente amadurecem e nos eleva, à sua síntese máxima. Esta viagem do espírito é a jornada da alma que regressa ao seu princípio, da criatura que volta ao seu Criador, o centro do Universo.

Nossa realidade está pulverizada e limitada nas barreiras do tempo e do espaço, a unidade foi fragmentada, mas percorrendo o caminho inverso a esta descida nos reencontraremos com a unidade, com a visão do Absoluto, visão que jamais a nossa razão poderá nos proporcionar. 

Do monoteísmo ao monismo

A Grande Síntese nos conduz a um princípio único, a realidade de todas as coisas, onde existe uma lei única, que tudo dirige, que explica todos os fenômenos. Um conceito central chamado monismo.

Do politeísmo passamos ao monoteísmo, onde definimos um Deus único, porém um deus antropomórfico e fora da criação. Passamos agora do monoteísmo ao monismo, isto é, a  um conceito de um Deus que é a criação, formando uma unidade com o ser.

A razão desta viagem

A finalidade é dar ao homem nova consciência cósmica, fazendo-o sentir-se não apenas eterno e membro de uma humanidade que abraça todo os seres do Universo, mas também potência que desempenha um papel no funcionamento orgânico da própria Criação. É dar ao homem novas normas de comportamento, pois sabendo olhar nos abismo de seu próprio destino, saberá agir cada vez de forma mais elevada.

Nesta estrada nosso coração se acenderá de nova paixão. Paixão de ascensão, a idéia que nos domina, e de amor, o sentimento que nos inflama.

A Ciência do novo homem

Como referido no capítulo I, além de um roteiro, A Grande Síntese proporciona novo direcionamento para nossas pesquisas. Nova ciência, novo sistema místico, que consiste na penetração dos  fenômenos com a alma possuída de nova sensibilidade, além dos seus meros sentidos materiais. Transformando-nos em delicado instrumento de pesquisa, refinado pela aperfeiçoamento moral, nos conduzirá a formação de Nova Ciência, ciência conduzida pelos caminhos do amor e da elevação espiritual, fundamentos do novo homem.

7 - Aspecto estático, dinâmico e mecânico do Universo

Comentando

A observação de nós mesmos nos mostra que somos constituídos de matéria  organizada em órgãos. Temos em nós ainda, impulsos elétricos trafegando pelos nervos, energias que nos movem, geram calor, atividade, ânimo e trabalho, portanto podemos considerar que temos em nós o elemento energia. Além disto trazemos uma consciência, que pode ser sentida quando nos perguntamos quem somos, quando pensamos ou desejamos e, na percepção do nosso próprio eu, uma substância imaterial, feita apenas de conceito, de emoção, de pensamento. Ai identificamos uma unidade que chamamos espírito, presente não somente em nós, mas em toda manifestação da vida, como forma de individualização do eu. Portanto, mesmo que não tenhamos uma maneira objetiva de provar a existência do espírito, não podemos negá-lo, pois isto seria negar a nossa própria existência. Assim, chegamos a conclusão que somos uma unidade ternária formada de matéria, energia e espírito.

E o Universo que nos rodeia, de que está constituído? De matéria, pois esta é inquestionável dada a sua realidade que nos impressiona sobremaneira os sentidos. De energia também, que se manifesta por movimentos e irradiações, como a luz e o som, exemplos de manifestações ondulatórias, que também nos impressiona de tal modo os sentidos, que não se pode questionar a sua existência. Mas e o espírito? Podemos identificá-lo no Universo também? Ora, o Universo não é um corpo de leis muito bem identificadas? Ele não traz em si uma grande idéia, idéia geradora de mundos e vida? Claramente vemos nele leis e princípios sempre imutáveis e inteligentes, que normalmente são expressos em fórmulas matemáticas.

Há portanto no Universo uma idéia que o dirige, que podemos chamar de espírito do Universo. Assim, como em nosso corpo, identificamos a presença dos três estados no Universo: espírito, energia e matéria. Estes estados se inter-relacionam? Haverá algum ponto de união entre eles? Nossa ciência já descobriu que energia e matéria são manifestação de uma mesma substância, ainda não determinada em sua essência e natureza. Haverá uma inter-relação também entre estes e o espírito? Nascerão de uma mesma substância que se transmuta nestas formas conhecidas? Eis o que nos propõe responder a A Grande Síntese.
A unidade ternária do Universo

O Universo é uma unidade ternária, ou seja, pode ser dividida em três partes ou aspectos: estático, dinâmico e mecânico.

Aspecto Estático

Neste aspecto a unidade-todo é considerada na estrutura material que o compõe, as suas partes. Partes que se correspondem formando um organismo, que se coordenam em um objetivo comum. Portanto temos aqui matéria, estrutura ou forma.

Aspecto Dinâmico

Aqui identificamos o seu movimento, o vir-a-ser. Movimento que pressupõe trajetória, finalidade, transformismo. Movimento que coordena as partes em um funcionamento harmônico, em objetivos comuns. 

Temos aqui a energia, as irradiações, o dinamismo do Universo.

Aspecto Mecânico

O Universo é um conjunto de leis e princípios, configurando o seu aspecto mecânico, lembrando que o termo aqui é definido como a ciência que trata das leis do movimento e do equilíbrio. Temos aqui o espírito, a idéia, a inteligência do Universo.

Três aspecto sempre coesos  a unidade do Universo

Estes três aspectos não se acham isolados, mas em toda parte estão coesos e conexos. Esta é a idéia que domina todo o nosso Universo e se expressa em todos os seus fenômenos, em todos os seus reinos, biológico, astronômico, físico ou químico. Este é a unidade que permeia o Universo, a grande idéia central que o governa.

A unidade é ordem

A unidade do Universo se manifesta sobretudo como ordem, porque o primeiro aspecto, o princípio, a idéia, se manifesta como ordem. Ordem que coordena e coloca em seu próprio lugar todos os fenômenos de nosso cosmo, de modo que cada um tenha sua própria trajetória, dada pelo princípio dinâmico. Vontade de existir, de mover-se, de individualizar-se, de atingir uma meta, são orientados por essa ordem.

A lei se adapta a cada fenômeno e a sua necessidade. Além de adaptável é  compensadora, abarcando todas as possibilidades da substância. É ordem, mais poderosa do que toda desordem. É equilíbrio, alegria, bem. A desordem, o mal e a dor somente existem como pacotes isolados de desordem dentro da ordem, como reações isoladas.

Determinismo e livre-arbítrio

Ordem e lei que não pressupõem um determinismo fatalista e inviolável. A ordem não é rígida e admite espaços de elasticidades onde a desordem pode se manifestar. A desordem se manifesta em formas de pacotes limitados, encerrados dentro de suas unidades dimensionais e coordenados dentro de uma ordem maior. Assim é que dentro do caos do universo infra-atômico se constrói a ordem aparente de nossa matéria macroscópica. É assim que dentro da ordem da vida, podemos nos manifestar como desordens temporárias, dentro dos limites de nosso raio de ação. De modo que o livre-arbítrio está sempre contido por um determinismo, que se dilata a medida que a evolução se processa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário