sábado, 20 de junho de 2015

09  esboço de o livro dos médiuns

24=33

14. Os objetos, quando se tornam tangíveis pela vontade do Espírito, poderiam ter um caráter de permanência e de estabilidade e se tornar utilizáveis?

Isso poderia acontecer, mas não acontece; está fora das leis.

15. Todos os Espíritos possuem o mesmo poder de produzir objetos tangíveis?

É certo que, quanto mais o Espírito é elevado, mais facilmente o consegue; mas isso depende das circunstâncias. Contudo, Espíritos inferiores podem também ter esse poder.

16. O Espírito sempre se dá conta da maneira pela qual compõe suas roupas ou os objetos que torna aparentes?

Não; muitas vezes ele contribui para a formação de todas essas coisas por um ato instintivo que nem ele mesmo compreende, se não estiver bastante esclarecido para isso.

17. Se o Espírito pode tirar do elemento universal os materiais para fazer todas essas coisas e dar-lhes uma realidade temporária, com suas propriedades, ele também pode tirar daí o que é necessário para escrever, possibilidade que nos daria a chave para o fenômeno da escrita direta?

Até que enfim chegastes ao ponto!

  Era aí, de fato, onde queríamos chegar com todas as nossas perguntas preliminares; a resposta prova que o
Espírito havia lido nosso pensamento.

18. Se a matéria de que o Espírito se serve não tem persistência, como se explica o fato de os traços da escrita direta nunca desaparecerem?

Não faças jogo de palavras; primeiramente, não utilizei o termo nunca; tratava-se de um objeto material volumoso; aqui são sinais escritos úteis de serem conservados, e por isso se conservam. O que quis dizer é que os objetos compostos pelo Espírito não poderiam tornar-se objetos de uso comum por não haver neles, na realidade, agregação de matéria, como há em vossos corpos sólidos.

129 A teoria acima pode ser assim resumida: o Espírito age sobre a matéria; ele tira da matéria cósmica universal os elementos necessários para formar, de acordo com sua vontade, objetos com a aparência dos diversos corpos que existem na Terra. Ele pode igualmente atuar sobre a matéria elementar, de acordo com sua vontade, uma transformação íntima, dando-lhe propriedades determinadas. Essa faculdade é inerente à natureza do Espírito, que, muitas vezes, exerce-a instintivamente, quando necessário, e sem se dar conta disso. Os objetos formados pelo Espírito possuem existência temporária, subordinada à sua vontade ou a uma necessidade; ele pode fazê-los ou desfazê-los como quiser. Esses objetos podem, em certos casos, ter aos olhos das pessoas vivas todas as aparências da realidade, ou seja, podem tornar-se visíveis e até mesmo tangíveis. Existe uma formação, e não uma criação, porque o Espírito não pode tirar nada do nada.

130 A existência de uma matéria elementar única está hoje quase admitida1 pela ciência e confirmada, como já vimos, pelos Espíritos. Todos os corpos da natureza se originam dessa matéria; é assim que uma substância salutar pode tornar-se venenosa por uma simples modificação; a química nos oferece inúmeros exemplos disso.

Todo mundo sabe que duas substâncias simples combinadas em certas proporções podem dar origem a uma que seja deletéria, perigosa. Uma parte de oxigênio e duas de hidrogênio, ambas inofensivas, formam a água; se acrescentarmos a isso um átomo de oxigênio teremos um líquido corrosivo. Sem mudar as proporções, basta uma simples mudança no modo de agregação molecular para mudar as propriedades; é assim que um corpo opaco pode tornar-se transparente e vice-versa. Pelo fato de o Espírito ter, ao exercer a sua própria vontade, uma ação tão poderosa sobre a matéria, entende-se que ele possa não somente formar substâncias, mas também modificar-lhes as propriedades, atuando aí a vontade como um reativo.

131 Essa teoria nos dá a solução para um fato bem conhecido do magnetismo, mas que até o momento presente é inexplicado, que é o da mudança das propriedades da água pela ação da vontade. O Espírito atuante é o do magnetizador, muito frequentemente auxiliado por outro Espírito; ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético, que, como já dissemos, é a substância que mais se aproxima da matéria cósmica ou elemento universal. Se ele pode operar uma modificação nas propriedades da água, pode igualmente fazer a mesma coisa com os fluidos do organismo, o que resulta num efeito curativo da ação magnética convenientemente dirigida.

Sabemos que a vontade desempenha em todos os fenômenos do magnetismo um papel fundamental; mas como explicar a ação material de um agente tão sutil? A vontade não é um ser nem uma substância qualquer; não é nem mesmo uma propriedade da mais etérea matéria. A vontade é o atributo essencial do Espírito, ou seja, do ser pensante. Com a ajuda dessa alavanca, ele age sobre a matéria elementar e, por uma ação consecutiva, reage sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas são então transformadas.

A vontade é atributo do Espírito tanto do encarnado quanto do desencarnado; daí vem o poder do magnetizador, poder que sabemos estar na razão direta da força de vontade. O Espírito encarnado, podendo agir sobre a matéria elementar, pode lhe mudar as propriedades dentro de certos limites; é assim que se explica a faculdade de curar pelo contato e imposição das mãos, que algumas pessoas possuem em um grau maior ou menor (Veja o capítulo 14, Médiuns, item no 7, Médiuns curadores. Veja também a Revista Espírita, julho de 1859, páginas

184 e 189 O zuavo de Magenta e Um oficial do exército da Itália).

Allan Kardec - O Livros dos Médiuns - Parte Segunda - Manifestações Espíritas - cap. 7 - Laboratório do Mundo Invisível

OS ESPÍRITOS SE APRESENTAM VESTIDOS DE TÚNICAS, ENVOLTOS EM PANOS OU COM AS ROUPAS QUE
USAVAM QUANDO VIVOS

ONDE ELES VÃO BUSCAR AS ROUPAS SEMELHANTES ÀQUELAS QUE USAVAM QUANDO ESTAVAM VIVOS,

COM TODOS OS ACESSÓRIOS?

QUAL É O ATRIBUTO ESSENCIAL QUE O ESPÍRITO SE UTILIZA PARA AGIR SOBRE A MATÉRIA?

Lugares Assombrados

132 As manifestações espontâneas de que se tem notícia em todos os tempos e a persistência de alguns

Espíritos em dar sinais ostensivos de sua presença em certos locais são a origem da crença nos lugares assombrados. As respostas a seguir foram dadas a perguntas sobre o assunto.

1. Os Espíritos ficam ligados apenas às pessoas ou ficam também ligados às coisas?

Isso depende da elevação deles. Alguns Espíritos podem se ligar aos interesses terrenos; os avarentos, por exemplo, que esconderam seus tesouros e que ainda não estão suficientemente desmaterializados podem ainda continuar a vigiá-los e guardá-los.

2. Os Espíritos errantes possuem locais de sua predileção?

O princípio é o mesmo. Os Espíritos que não estão mais apegados à Terra vão para onde podem exercitar o amor; são atraídos para esses lugares mais pelas pessoas do que pelos objetos materiais; entretanto, há aqueles que podem momentaneamente ter uma preferência por certos lugares, mas sempre são Espíritos inferiores.

3. Já que o apego dos Espíritos por uma localidade é sinal de inferioridade, isso é igualmente uma prova de que são Espíritos maus?

Certamente que não. Um Espírito pode ser pouco avançado sem ser mau. Não é assim também com os homens?

4. A crença de que os Espíritos frequentam de preferência as ruínas possui algum fundamento?

Não; os Espíritos vão a esses lugares como a qualquer outro; mas a imaginação alimentada pelo aspecto sombrio de certos lugares atribui à presença dos Espíritos o que não passa de um efeito bastante natural.

Quantas vezes o medo não fez tomar a sombra de uma árvore por um fantasma, o grito de um animal ou o sopro do vento por espectros! Os Espíritos gostam da presença dos homens. Eis a razão pela qual procuram mais os lugares habitados do que os lugares isolados.

4 a. Entretanto, pelo que sabemos da diversidade de caráter dos Espíritos, deve haver aqueles que são misantropos* e que preferem viver na solidão.

Por isso mesmo não respondi à pergunta de uma maneira absoluta. Disse que eles podem ir a lugares desertos assim como a todas as partes, e é bem evidente que, se alguns permanecem arredios, é porque isso lhes agrada; mas não há razão para que as ruínas sejam forçosamente locais de sua predileção. Certamente, há um número bem maior deles nas cidades e nos palácios do que no interior dos bosques.

5. As crenças populares têm, em geral, um fundo de verdade; qual pode ser a origem da crença nos lugares assombrados?

O fundo de verdade está na manifestação dos Espíritos em que o homem acreditou instintivamente desde todos os tempos; porém, como já disse, o aspecto dos lugares sombrios desperta sua imaginação e o leva naturalmente a imaginar aí os seres que considera sobrenaturais. Essa crença supersticiosa é sustentada pelas narrativas dos poetas e pelos contos fantásticos com que se é acalentado na infância.

6. Os Espíritos que costumam reunir-se têm preferência por dias e horas?

Não; os dias e as horas são um controle de tempo para os homens e para a vida corporal. Os Espíritos não têm necessidade dele nem se incomodam com tais coisas.

7. Por que se pensa que os Espíritos vêm de preferência à noite?

Por causa da impressão que o silêncio e a obscuridade produzem na imaginação. Todas essas crenças são superstições que o conhecimento racional do Espiritismo destrói. O mesmo acontece com os dias e com as horas que lhes julgam serem mais favoráveis. Ficai certos de que a influência da meia-noite existe apenas nos contos.

7 a. Sendo assim, por que certos Espíritos anunciam sua chegada e suas manifestações em hora e dia determinados, como na sextafeira, por exemplo?

São Espíritos que se aproveitam da credulidade das criaturas e com isso se divertem. É pela mesma razão que existem os que dizem ser o diabo ou se dão nomes infernais. É só lhes mostrar que não vos deixais enganar e eles não mais voltarão.

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