COEM II- SEOB
UNIDADE TEÓRICA 05
DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO
ORIENTAÇÃO GERAL DO DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE
1. Noções Gerais: Têm-se procurado processos para a formação de médiuns, como se têm buscado diagnóstico para a mediunidade. É importante, porém. Que procuremos a orientação nitidamente espírita, esclarecedora e segura, a fim de que o desenvolvimento da mediunidade se efetue normal e equilibradamente e, ainda, de que o médium se desenvolva com conhecimento de causa, para evitar os percalços e os desenganos.
2. Indícios da Mediunidade: A pessoa que se apresenta candidata a médium deve, antes de tudo, verificar se possui a faculdade, através de indicações que poderão ser caracterizados como sintomas de mediunidade, é importante saber que estes sinais não são uniformes, mas se apresentam de múltiplas maneiras e, apenas por eles não se pode diagnosticar a existência da faculdade, com certeza absoluta. Não se pode, só pelos sinais, afirmar a priori que alguém possui este ou aquele tipo de faculdade. Só a experimentação perseverante, sensata e desprovida de condicionamentos, poderá confirmar ou não o desabrochamento de uma faculdade.
Muito importante é que, no caso de suspeita de mediunidade, o candidato a médium recorra a meios seguros, em locais que lhe inspirem segurança e certeza da real prática mediúnica espírita, pois uma faculdade em vias de desenvolvimento requer boa orientação. Quando mal orientada, torna-se canal de perturbarão.
3. Dificuldade do Principiante: O desejo, natural de todo aspirante a médium é o de poder confabular com o Espírito das pessoas que lhe são caras; deve, porém, moderar a sua impaciência, porquanto a comunicação com determinado Espírito apresenta muitas vezes dificuldades materiais que a tornam impossível ao principiante. Trata-se de obstáculos resultantes da própria organização mediúnica em desdobramento e das condições espirituais da entidade. Daí o não aconselhamento da evocação ostensiva de certos Espíritos, deixando aos Orientadores Espirituais o auxílio ao desenvolvimento da faculdade do médium.
Lembramos que a manifestação dos Espíritos atende a condições gerais e específicas. Assim, para que um Espírito possa comunicar-se é preciso que haja entre ele e o médium relações fluídicas, que nem sempre se estabelecem instantaneamente. Só à medida que a faculdade se desenvolve é que o médium adquire, pouco a pouco, a aptidão necessária para pôr-se em comunicação com o Espírito que se apresente. Pode dar-se, pois, que aquele com quem o médium deseja comunicar-se não esteja em condições propícias a fazê-lo, embora se ache presente, como também pode acontecer que não tenha possibilidade nem permissão para acudir ao chamado que lhe é dirigido.
4. Condições para o desenvolvimento correto: Como pré-requisito essencial, para o desenvolvimento, diz-nos Kardec: no médium aprendiz, a fé não é condição rigorosa. Sem dúvida prossegue secunda-Ihe os esforços, mas não éindispensável; a pureza de intenção, o desejo e a boa vontade bastam. Têm-se visto pessoas inteiramente incrédulas ficarem espantadas de escrever a seu mau grado, enquanto que crentes sinceros não o conseguem, o que prova que esta faculdade se prende a uma disposição orgânica.
Por outro lado, o desenvolvimento mediúnico dentro de um grupo organizado para tal fim apresenta uma série de condições favoráveis. Os que se reúnem com um intento comum formam em todo o coletivo, cuja forca e sensibilidade se encontram acrescidas por uma espécie de influência magnética, que satura o ambiente de fluidos propícios e, entre os Espíritos atraídos por esse recurso de vontades, estarão, provavelmente, alguns que descobrirão nos assinantes o instrumento que lhes convenha.
Evitemos as sessões espíritas nos lares. A organização espiritual não se improvisa. O ambiente do Centro Espírita está em permanente ação e é formado como posto de socorro diverso, sob a orientação e desempenho dos bons Espíritos.
5. Necessidade de Estudo: Para que o futuro médium se desenvolva consciente e adequadamente, é fundamental que se empenhe no conhecimento através do estudo. Mesmo com a faculdade desenvolvida, jamais poderá crer-se dispensado de qualquer instrução mais, porquanto apenas terá vencido uma resistência material. Do ponto a que chegou é que começam as verdadeiras dificuldades, só que ele mais do que nunca precisa dos conselhos da prudência e da experiência, se não quiser cair nas mil armadilhas que lhe vão ser preparadas. Se pretender muito cedo voar com suas próprias asas, não tardará em ser vítima de Espíritos mentirosos, que procurarão lhe explorar a presunção.
6. Momentos Oportunos para a Manifestação: Uma vez desenvolvida a faculdade, é essencial que o médium não abuse dela. Deve lembrar-se de que ela lhe foi dada para o bem e não, para a satisfação e vã curiosidade. Convém, portanto, que só se utilize dela nas ocasiões oportunas e não, a todo momento. Adotemos o sistema de só trabalhar em dias e horas determinados, porque assim se entregará ao trabalho em condições de maior recolhimento e os Espíritos que o queriam auxiliar, estando prevenidos, se disporão a prestar esse auxílio.
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO ESPÍRITA-CRISTÃO
1. Iniciação: Sob o ponto de vista espírita, a mediunidade é uma iniciação religiosa das mais sérias; é um mandato que nos é outorgado pela Espiritualidade Superior, a fim de ser fielmente desempenhado. Dessa forma o aspirante à mediunidade, à luz da Doutrina Espírita, deve partir da conscientização de seus ensinamentos e esforçar-se desde o início de sua formação e informação mediúnica, por ser um ESPÍRITA-CRISTÃO.
2. Reforma íntima Revisão e reconstrução dos hábitos, permutando os vícios por virtudes legitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente e que nos abrirão as portas de planos mais elevados que os atuais.
Dentro destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que nenhuma faculdade venha desabrochar, tenhamos certeza de que nós estaremos desenvolvendo espiritualmente e capacitando-nos para verdadeira mediunidade com Jesus a Mediunidade do Bem.
ROTEIRO: DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO
Allan Kardec, Livro dos Médiuns
20 parte, cap. Vll, itens 208,209,211,217 e 218
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