UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA
ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA
Dirigente Reunião Mediúnica
ANEXOS
O TRABALHO DOS BENFEITORES ESPIRITUAIS NO GRUPO MEDIÚNICO
É fácil a identificação de cada uma dessas ordens de irmãos enfermos, nos grupos mediúnicos da Casa Espírita. São raros os trabalhadores da mediunidade que ainda não depararam com uma das categorias citadas. A classificação em uma ou outra ordem não é para, a partir daí, formular-se um manual de atendimento, baseado nessa ou naquela argumentação, considerada mais ou menos eficaz, desvinculada da problemática existencial vivenciada por cada Espírito.
Em qualquer situação, e guardando sintonia com os mentores e orientadores espirituais, a mente do trabalhador do Cristo emanará vibrações impregnadas de carinho, solidificadas pelo exemplo de amor e respeito aos comunicantes, sem quaisquer imposições, mormente nas relações com Espíritos desajustados e gravemente enfermos.
O tratamento devido aos irmãos desencarnados que comparecem às reuniões mediúnicas da Casa Espírita deve ser aquele pautado na fraternidade autêntica, pois a oportunidade de participarmos da tarefa mediúnica, sob as bênçãos do Consolador, é ensejo bendito que nos habilitará à prática da caridade autêntica, tal como nos asseveraram os numes tutelares: Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.3
Os enfermos desencarnados, ainda que se apresentem em condição de extrema desarmonia, devem ser vistos como alguém que se encontra em momento transitório de sua existência, daí ser necessário estender-lhe o nosso concurso fraterno e sermos solidários com o seu sofrimento. Deus, nosso Pai, patrocina a felicidade de todos os seus filhos, sem concessão de privilégios, por amar igualmente a todos.
Através de recursos renovados, nos possibilita multiplicar suas divinas dádivas para que se cumpram as palavras de nosso Mestre Jesus: As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos. (João, 10: 27-28)
BIBLIOGRAFIA
1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, questão 100, p. 108.
2. ____. Questão 101, p. 108-109.
3. ____. Questão 886, p. 457.
4. ____. O livro dos médiuns. 80. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 24, item 266, p. 344.
5. MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as sombras. 23. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. II (As pessoas), item 2: Os desencarnados, p. 95-180.
6. SCHUBERT, Suely C. Obsessão e desobsessão. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Terceira parte, cap. 4 (Equipe da desobsessão), p. 136.
7. ____. cap. 12 (Tipos de espíritos comunicantes), p. 171-180.
8. XAVIER, Francisco Cândido. Instruções psicofônicas. Por diversos Espíritos. 9. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Item: Adenda, p. 285-286.
9. ____. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 34. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 5 (Assimilação de correntes mentais), p. 51-53.
10. ____. Cap. 6 (Psicofonia consciente), p. 59.
11. ____. Cap. 7 (Psicofonia sonambúlica), p. 79 e 82.
12. ____. Cap. 10 (Sonambulismo torturado), p.102.
Os Participantes Encarnados do Grupo Mediúnico
Ruth Salgado Guimarães*
O texto que se segue representa uma síntese das apostilas: O Dirigente de Reuniões Mediúnicas, Médium de Sustentação e Diálogo com os Espíritos publicadas pela União Espírita Mineira.
1. O Dirigente de Reuniões Mediúnicas
Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes. (Tito, 1:9).
Gostaríamos de enfatizar [...] a importância do estudo, da meditação e do preparo do ambiente para o desenvolvimento de uma reunião mediúnica. Yvonne Pereira exemplifica tal importância, ao examinar a condição de um varão idoso, absorvido na leitura de um manual de filosofia transcendental, o que o empolgava, pois, de fato, estava concentrado nos pensamentos que ia captando das páginas sábias. Essa concentração possibilitava a irradiação de sua fronte de fagulhas luminosas que muito o recomendavam no conceito do Invisível. Tudo indicava compreender ele a responsabilidade dos trabalhos daquela noite, que sobre seus ombros também pesavam, e, por isso, preparava-se a tempo, estabelecendo correntes harmoniosas entre si próprio e seus diletos amigos espirituais. Era o diretor terreno da casa. (Yvonne Pereira: Memórias de um Suicida, p. 148.)
Em todas as épocas da humanidade é certa a posição do homem ora como dirigente, ora como dirigido. Em todos eles percebemos a elevada capacidade de conduzir, mas, o que os diferencia é a base sobre a qual se apóiam, demonstrando o sentimento que vibra na intimidade de cada um.
* Conceito
Segundo o dicionário Aurélio, dirigente é aquele que dirige, é o guia e mentor. [...] Em Diálogo com as Sombras, Hermínio C. Miranda afirma que o dirigente do grupo não é o que se senta à cabeceira da mesa e dá instruções ele é apenas um companheiro, um coordenador, um auxiliar, em suma, dos verdadeiros responsáveis pela tarefa global, que se acham no mundo espiritual. (Hermínio C. Miranda: Diálogo com as Sombras, p. 56.)
Em sua obra Esclarecendo os Desencarnados, Humberto Ferreira afirma
[...] A figura daquele que dirige é de muita importância para todo o grupo. Deve ser uma pessoa que conheça profundamente a Doutrina Espírita e, mais que isto, que viva os seus postulados, obtendo assim a autoridade moral imprescindível aos labores dessa ordem. Esta autoridade é fator primacial, pois uma reunião dirigida por quem não a possui será, evidentemente, ambiente propício aos Espíritos perturbadores. Diz-nos Kardec que a verdadeira superioridade é a moral e é esta que os Espíritos realmente respeitam. É ela que irá infundir nos integrantes da equipe a certeza de uma direção segura e equilibrada. (Humberto Ferreira: Esclarecendo os Desencarnados, p. 17)
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* União Espírita Mineira-UEM: Diretora e coordenadora do DOM (Departamento de Orientação Mediúnica). Belo Horizonte-MG. Representante da UEM- área da atividade mediúnica nas comissões regionais, CFN-FEB.
Hermínio C. Miranda (em obra citada) descreve algumas qualidades na liderança do trabalho mediúnico. Ao resumi-las, aponta como critérios:
* ascendência natural sobre a equipe;
* respeitar as individualidades;
* enfrentar situações difíceis com equilíbrio, serenidade e segurança, buscando resolvê-las com imparcialidade, racionalidade e disciplina;
* ser tolerante e amigo;
* incentivar e estimular a participação de todos.
Ressalta ainda Miranda: [...] é necessário não nos esquecermos nunca de que tal condição não confere a ninguém poderes ditatoriais e arbitrários sobre o grupo. Por outro lado, o líder, ou dirigente, precisa dispor de certa dose de autoridade, exercida por consenso geral, para que haja disciplina e harmonização do grupo.(Diálogo com as Sombras, cap. 1.) Ainda segundo este autor, a escolha do dirigente precisa ser feita, levando-se em conta que, como líder, ele tenha ciência acerca dos cuidados, necessários à formação de um grupo.
1.1 Critérios para a direção espírita
O Espírito André Luiz reforça que o dirigente deve [...] fugir de julgar-se superior somente por estar na cabine de comando. Não é a posição que exalta o trabalhador, mas sim o comportamento moral com que se conduz dentro dela". (Waldo Vieira/André Luiz: Conduta Espírita, cap. 3.)
É indispensável que o dirigente de reunião mediúnica observe as responsabilidades das quais está investido.
Essas responsabilidades são analisadas na apostila Mediunidade (União Espírita Mineira. Mediunidade, Série Evangelho e Espiritismo, v. 6, item 5.5.), que apresenta os seguintes aspectos:
a) Digerir primeiramente as obras fundamentais do Espiritismo, para entrar em seguida nos setores práticos, em particular no que diga respeito à mediunidade.
Teoria meditada, ação segura. (Waldo Vieira/André Luiz: Conduta Espírita, cap. 41).
b) No desenvolvimento das tarefas doutrinárias, colocar o fenômeno mediúnico em verdadeira posição de coadjuvante natural da convicção, considerando-o, porém, dispensável na constituição moral a que nos propomos.
A doutrina Espírita é luz inalterável. (Op. Cit., cap. 29)
c) Furtar-se de crer em privilégios e favores particulares para si, tão somente porque esse ou aquele mentor lhe haja dirigido a palavra pessoal de encorajamento e carinho.
Auxílio dilatado, compromisso mais amplo. (Op. Cit., cap. 25)
d) Abolir a prática da invocação nominal dessa ou daquela entidade, em razão do inconveniente e da desnecessidade de tal procedimento em nossos dias, buscando identificar os benfeitores e amigos espirituais pelos objetivos que demonstrem e pelos bens que espalhem.
O fruto dá notícia da árvore que o produz. (Op. Cit., cap. 25).
e) Tranqüilizar-se quanto aos sucessos porvindouros, analisando com lógica rigorosa todos os estudos referentes a predições.
A profecia real tem sinais divinos. (Op. Cit., cap. 40).
f) Por nenhuma razão elogiar o medianeiro pelos resultados obtidos através dele, lembrando-se que é sempre possível agradecer sem lisonjear.
Para nós, todo o bem puro e nobre procede de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor. (Op. Cit., cap. 27)
g) Abster-se de buscar apoio dos Espíritos para revidar qualquer opinião irônica ou insultuosa que venha a atacar uma expressão de verdade no campo mediúnico.
h) Descentralizar a atenção das manifestações fenomênicas havidas em reuniões de que participe, para deter-se no sentido moral dos fatos e das lições.
Na mediunidade, o fenômeno constitui o envoltório externo que reveste o fruto do ensinamento. (Op. Cit., cap. 29)
i) Ponderar e fazer compreender que o fenômeno mediúnico sem Doutrina Espírita não é Espiritismo.
Furtar-se de incrementar o desenvolvimento de faculdades mediúnicas em crianças, nem lhes permitir a presença em atividades de assistência a desencarnados, ainda mesmo quando elas apresentem perturbações de origem mediúnica, circunstância essa que deve receber auxílio através da oração e do passe magnético. Somente pouco a pouco, o Espírito se vai inteirando das realidades da encarnação. (Op. Cit., cap. 21).
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