sábado, 4 de julho de 2015

8 = A ALMA É IMORTAL

Obra de Gabriel Delanne, traduzida por Guillon Ribeiro. FEB, 6a  edição.

8a Reunião

Objeto do estudo: Capítulos II, III e IV da 3a Parte.

Questões para debate

A. Segundo as ciências físicas, que diferenças existem entre os estados sólido e gasoso de uma substância qualquer, como a água? (Págs. 214 a 224 do livro; itens 211 a 215 do texto de consulta )

B. De que é formada a atmosfera espiritual da Terra? (Págs. 227 a 232 do livro; itens 217 a 221 do texto de consulta.)

C. Podemos dizer que, apesar de intangíveis e invisíveis aos nossos olhos, os fluidos são tão reais quanto o ar que nos circunda? (Págs. 233 a 237 do livro; itens 222 a 224 do texto de consulta.)

D. O calor aumenta ou diminui o movimento das moléculas que formam os corpos materiais? (Págs. 237 a 239 do livro; itens 225 a 228 do texto de consulta.)

E. Por que razão os fluidos do mundo espiritual são sempre imponderáveis? (Págs. 239 a 245 do livro; itens 229 a 232 do texto de consulta.)

F. A força centrífuga tem por efeito diminuir ou aumentar o efeito da gravidade? (Págs. 246 e 247 do livro; itens
233 a 235 do texto de consulta.)

G. A força da gravidade também se exerce sobre o perispírito? (Págs. 247 a 249 do livro; itens 236 e 237 do texto de consulta.)

H. É verdade que William Crookes, ao cabo de três anos de investigações, conseguiu fotografar ao mesmo tempo o Espírito de Katie King e a médium Florence Cook? (Págs. 252 e 253 do livro; itens 238 e 239 do texto de consulta.)

Texto para consulta

210. Abrindo este capítulo, Delanne diz que seu objetivo é mostrar que os principais ensinos do Espiritismo decorrem de estudos minuciosos, harmônicos com as concepções modernas e constituindo uma filosofia religiosa de imponente realidade. Dito isso, ele  passa a reportar, de forma reduzida, as informações contidas no cap. VI, Uranografia geral, de A Gênese, de Allan Kardec, a respeito do espaço, do tempo e da matéria. (Págs. 212 e seguintes)

211. A par dos textos extraídos d A Gênese, o autor consignou nesta obra algumas informações interessantes sobre o assunto: I) Tales de Mileto reconheceu a esfericidade da Terra e a causa dos eclipses. II) Pitágoras ensinava o movimento diurno da Terra sobre seu eixo e seu movimento anual em torno do Sol, e ligou os planetas e os cometas ao sistema solar. III) Segundo Sir Charles Lyell, que empregou os métodos usados em Geologia, mais de 300 milhões de anos transcorreram depois da solidificação das camadas superficiais do globo terrestre. (Págs. 214 a 216)

212. As ciências físicas admitem  - diz Delanne - que todos os corpos têm suas moléculas animadas de duplo movimento: de translação ou oscilação em torno de uma posição mediana e de libração (balanço) ou de rotação em torno de um ou de muitos eixos. Esses movimentos se efetuam sob a influência da lei de atração. (Pág. 220)

213. Nos sólidos, as moléculas se encontram dispostas segundo um sistema de equilíbrio ou de orientação estável; nos líquidos, acham-se em equilíbrio instável; nos gases, encontram-se em movimento de rotação e em perpétuo conflito umas com as outras. (Págs. 220 e 221)

214. Todos os corpos da Natureza se acham submetidos a essas leis: seja a asa de uma borboleta, a pétala de uma rosa, o rosto de uma donzela, o ar, o mar, ou o solo, tudo vibra, gira, se balança ou se move. Repouso é, na Natureza, palavra carente de sentido. (Pág. 221)

215. Fechando o capítulo, Delanne disserta sobre as famílias químicas e lembra que todos os tecidos dos vegetais e dos animais são formados basicamente de combinações variadas de quatro gases apenas: o hidrogênio, o oxigênio, o carbono e o nitrogênio, aos quais se adicionam fracas quantidades de corpos sólidos em número muito reduzido. (Págs. 221 a 224)

216. Em suma, diz Delanne, a idéia de uma matéria única, donde necessariamente tudo o mais derivaria, é também admitida pelos sábios, e os Espíritos que a preconizaram estão, pois, de acordo com a ciência contemporânea. (Pág. 225)

217. Delanne de novo se reporta ao cap. VI de A Gênese, de Allan Kardec, parte do qual ele transcreve. Um fluido etéreo, dizem os Espíritos, enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é a matéria cósmica primitiva, geratriz do mundo e dos seres. A Natureza   assevera Delanne   jamais está em oposição a si mesma, e uma só é a divisa no brasão do Universo: Unidade. (Pág. 227)

218. Escapa ao homem o poder de criar qualquer parcela de energia, ou destruir a que existe. Transformar um movimento em outro é tudo o que está ao seu alcance. Assim, não se pode criar a energia e firmado está que ela não se destrói. (Pág. 228)

219. Pertence ao médico J. R. Mayer, de Heilbronn, a Colding e ao físico Joule o mérito de haverem demonstrado que nem uma só fração de energia se perde e que é invariável a quantidade total de energia de um sistema fechado. (Pág. 228)

220. Para dissertar sobre o mundo espiritual, Delanne se vale de parte do cap. XIX, Os fluidos, de A Gênese, em que Allan Kardec mostra que os fluidos mais próximos da materialidade compõem a atmosfera espiritual da Terra e é desse meio que os Espíritos encarnados ou desencarnados extraem os elementos necessários às suas existências. (Pág. 231).

221. A solidificação da matéria mais não é -  segundo a obra citada - do que um estado transitório do fluido universal, que pode volver ao seu estado primitivo, quando deixarem de existir as condições de coesão. (Pág. 232)

222. É preciso - diz Delanne - que o público, ao ouvir-nos falar de fluidos, se habitue a não ver nessa expressão um termo vago, destinado a mascarar a nossa ignorância. Que todos fiquem bem persuadidos de que estamos constantemente mergulhados numa atmosfera invisível, intangível aos nossos sentidos, mas tão real quanto o próprio ar. (Pág. 233)

223. Se estudando a matéria gasosa, chegamos a imaginar certos estados transcendentes, que não se dirá do estado radiante, em que os átomos se movem a velocidades fantásticas? E tudo isso dentro dos limites da matéria conhecida! (Pág. 235)

224. Nas primeiras idades da ciência, parecia que as forças eram separadas e que o número delas se multiplicava ao infinito. Pouco a pouco, porém, se reconheceu que efeitos diferentes podem derivar de uma causa única. Newton identificou a gravidade e a atração, observando na queda da maçã e na manutenção do astro em sua órbita efeitos de uma mesma causa: a gravitação universal. Ampère demonstrou que o magnetismo é apenas uma forma de eletricidade. (Págs. 236 e 237)

225. Nos dias atuais, uma grandiosa concepção veio mudar de novo a face da ciência: a de que todas as forças da Natureza se reduzem, na verdade, a uma só. A energia ou a força (são sinônimos os dois termos) pode assumir todas as aparências, sendo, alternativamente, calor, eletricidade, luz e dar origem às combinações e decomposições químicas. (Pág. 237)

226. Aquecer um corpo significa aumentar-lhe o movimento interno, isto é, o movimento de suas moléculas. Ora, desde o átomo invisível até o corpo celeste, tudo se acha sujeito a movimento, tudo gravita numa órbita imensa ou infinitamente pequena. Em geral, a aceleração do movimento das moléculas lhes aumenta as órbitas e as afasta uma das outras, ou, por outras palavras, aumenta o volume dos corpos. (Págs. 237 e 238)

227. Sob a influência do calor, as moléculas - afastando-se cada vez mais - fazem com que os corpos passem do estado sólido ao líquido e, em seguida, ao gasoso. Persistindo o calor, os gases se dilatam indefinidamente, e aí está o princípio que rege os veículos movidos a vapor. (Pág. 238)

228. À medida que a matéria passa do estado sólido ao estado líquido, o volume aumenta; depois, do estado líquido ao gasoso, a dilatação se torna ainda maior, de sorte que a matéria se rarefaz, na proporção em que o movimento molecular se pronuncia. Um litro d água, por exemplo, dá 1.700 litros de vapor, isto é, ocupa um volume 1.700 vezes superior ao que ocupava no estado líquido. Nessas condições, as atrações mútuas entre as moléculas diminuem e o movimento oscilatório das mesmas se torna mais rápido. (Págs. 238 e 239)

229. A velocidade das moléculas será tanto maior quanto mais leve for o gás, ou seja, quanto menos matéria contiver na unidade de volume. Assim, enquanto a velocidade média por segundo, à temperatura do gelo em fusão (zero grau), é de 485 metros para as moléculas do ar, ela alcança 1.848 metros por segundo no caso das
moléculas do hidrogênio. (Pág. 239)

230. Ora, se acompanharmos a ciência em suas induções, será perfeitamente possível conceber um estado em que a matéria se ache tão rarefeita que o seu movimento molecular a liberte da atração terrestre. O éter dos físicos atende a essa concepção. (N.R.: A espuma quântica da Física moderna corresponderia, segundo o professor Antônio Carlos Tôrres Teixeira, de Leopoldina-MG, ao conceito espírita de fluido cósmico universal.) (Pág. 240)

231. De acordo com o Espiritismo, os Espíritos possuem um corpo fluídico que nenhuma das formas de energia pode influenciar. Nem os frios intensos dos espaços interplanetários, nem a temperatura de muitos milhares de graus dos sóis qualquer influência exercem sobre a matéria perispirítica. (Pág. 241)

232. Os fluidos do mundo espiritual caracterizam-se - segundo Delanne - por movimentos cada vez mais rápidos das moléculas e dos átomos e, por isso, são sempre imponderáveis. (Pág. 245)

233. Encerrando este capítulo, o autor trata da questão da ponderabilidade e explica por que um pedaço de ferro apresenta pesos diferentes, conforme seja posto numa balança em Paris, no equador ou num dos pólos do globo. É que o peso de um corpo mais não é do que a soma das atrações exercidas pela Terra sobre cada uma das moléculas desse corpo. Ora, a atração decresce com muita rapidez segundo o afastamento do objeto em relação ao centro do planeta. Assim, um pedaço de ferro que pesasse 2 kg em Paris, no equador pesaria menos 5,70 gramas e no pólo mais 5,70 gramas. (Pág. 246)

234. A gravidade é, portanto, uma propriedade secundária, não ligada intimamente à substância, o que permite conceber com certa facilidade como a matéria pode vir a ser imponderável. Basta-lhe desenvolver uma força suficiente para contrabalançar a atração terrestre. (Pág. 247)

235. Os corpos que giram em torno de um centro, como a Terra gira sobre si mesma, desenvolvem uma força que é denominada força centrífuga, que tem por efeito diminuir o efeito da gravidade. No pólo ela é nula e máxima no equador. Calculou-se que se a Terra girasse dezessete vezes mais depressa, isto é, se fizesse sua rotação em 1 hora e 24 minutos, a força centrífuga se tornaria grande bastante para destruir a ação da gravidade, de modo que um corpo colocado no equador deixaria de pesar. (Pág. 247)

236. Aplicando esses conhecimentos às moléculas materiais, que são animadas também de um movimento duplo, de oscilação e de rotação, possível nos será imaginar, para cada uma delas, um movimento de rotação bastante rápido para que a força centrífuga desenvolvida anule a de gravitação. Nesse momento, a matéria se tornará imponderável. Aplicado o raciocínio à matéria fluídica, em que a rarefação é mais acentuada do que nos gases, é fácil compreender por que a matéria perispirítica é imponderável. (Págs. 247 a 249)

237. Concluindo, diz Delanne que os fluidos formativos da atmosfera terrestre têm uma densidade bastante fraca, mas suficiente para os reter em nossa esfera de atração. Decorre daí o motivo pelo qual a alma, revestida do seu corpo fluídico, não pode abalar para o infinito, no momento em que a morte a libera da prisão carnal. Somente quando se ache terminada a sua evolução terrenal, quando o perispírito estiver suficientemente desprendido dos fluidos grosseiros que o tornam pesado, é que o Espírito poderá gravitar para outras regiões e abandonar, afinal, o seu berço. (Pág. 249)

238. À vista dos volumosos arquivos do Espiritismo contendo relatórios promanantes de homens de ciência universalmente estimados, seria necessária a mais insigne má-fé para não se reconhecer o imenso alcance dessas experiências. Evidentemente, isso não quer dizer que devamos aceitar todas as afirmações espíritas que nos forem feitas, porque faz-se preciso, sobretudo nessas matérias, nos mostremos excessivamente severos quanto ao valor dos testemunhos e proceder a uma seleção rigorosa no acervo das observações. (Pág. 252)

239. Em todos os relatos sérios já publicados sobre as materializações, a primeira parte da narrativa é consagrada à descrição das providências tomadas para evitar o embuste, sempre suspeitável, porque todo o cuidado ainda é pouco. Vejam-se por exemplo as clássicas pesquisas de William Crookes: só ao cabo de três anos de investigações, feitas na maioria em sua própria casa, conseguiu ele ver e fotografar simultaneamente o Espírito e a médium, certificando-se assim de que a aparição não era devida a um disfarce de Florence Cook. (Pág. 253)

Londrina, janeiro de 2004
Astolfo O. de Oliveira Filho
A alma é imortal

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