Obra de Gabriel Delanne, traduzida por Guillon Ribeiro. FEB, 6a edição.
6a Reunião
Objeto do estudo: Capítulos II e III da 2a Parte.
Questões para debate
A. Alguma coisa de natureza física que se faça ao duplo materializado pode repercutir no corpo material do médium? (Pág. 165 do livro; itens 151 a 153 do texto de consulta.)
B. Delanne reporta-se a uma série de evidências da existência do perispírito a partir dos efeitos que se produzem em certos pacientes hipnotizados. Que experiências foram essas? (Págs. 166 a 168 do livro; itens 154 a 157 do texto de consulta.)
C. Que é que a fotografia transcendental demonstrou de modo indubitável? (Págs. 169 a 173 do livro; itens 158 a 160 do texto de consulta.)
D. Onde e de que modo foram produzidas as primeiras moldagens de Espíritos materializados? (Págs. 176 e 177 do livro; itens 161 a 163 do texto de consulta.)
E. Que é que o Sr. de Bodisco, camareiro do czar da Rússia, obteve ao fotografar Espíritos materializados? (Págs 179 e 180 do livro; itens 164 a 166 do texto de consulta.)
F. A médium Florence Cook já havia trabalhado com outros pesquisadores antes de conhecer William Crookes. Quando o Espírito de Katie King se materializou pela primeira vez? (Págs. 182 a 185 do livro; itens 168 a 172 do texto de consulta.)
G. No início, Katie King não podia mostrar-se sob uma luz mais forte. Que fato ocorreu nessa época quando os pesquisadores aumentaram as luzes no ambiente? (Págs. 185 a 188 do livro; itens 173 a 176 do texto de consulta.)
H. Qual foi a importância da participação de William Crookes na pesquisa dos fatos espíritas? (Págs. 188 a 192 do livro; itens 177 a 180 do texto de consulta.)
Texto para consulta
151. O Sr. Aksakof, em experiência realizada com Kate Fox, observou certa vez que, enfulijada a mão fluídica da médium, a fuligem foi transportada para os seus dedos materiais, que estavam imobilizados pelo pesquisador. (Pág. 165)
152. No seu tratado de Magia Prática, Papus refere o caso de um oficial russo que, presa de obsessão por uma individualidade encarnada, lançou-se de espada em punho sobre a aparição e lhe fendeu a cabeça. O ferimento feito no perispírito se reproduziu na mulher causadora do fenômeno, que, devido a isso, acabou morrendo. (Pág. 165)
153. Dassier cita muitos casos semelhantes extraídos dos arquivos judiciários da Inglaterra. O caso Joana Brooks é um deles. Quando alguém disse que estava vendo o Espírito de Joana, então desdobrada, um dos presentes saltou e deu um golpe de punhal no lugar indicado. O vidente disse que a mulher ficara ferida na mão. Indo no dia seguinte à casa da feiticeira, eles verificaram que ela estava realmente ferida. (Pág. 165)
154. Delanne relata, em seguida, uma série de evidências da existência do perispírito a partir dos efeitos que se produzem em certos pacientes hipnotizados, quando se aproximam de seu corpo determinadas substâncias. (Pág. 166)
155. Conservada a uma distância de dez a quinze centímetros de um paciente adormecido, a cuba de um termômetro lhe produzia dor muito viva, convulsões e uma contração do braço. Um cristal de iodeto de potássio determinava espirros. O ópio o fez dormir. (Pág. 166)
156. Outras substâncias foram usadas e cada uma produziu efeito de acordo com a sua natureza, como se o paciente a houvesse introduzido em seu organismo. Tais fatos são, sem dúvida, singulares, mas não é difícil explicá-los depois que a exteriorização do perispírito e do fluido nervoso se tornou fenômeno demonstrado, como vimos no caso da água que acumulara a sensibilidade e depois transmitira sensações ao corpo físico do sensitivo. (Pág. 167)
157. Uma circunstância digna de registro é que, nas experiências precedentes, as substâncias estavam encerradas em frascos fechados a esmeril ou selados a fogo. O fluido perispirítico, porém, penetra todos os corpos, o mesmo fazendo o fluido nervoso em grande número deles. (Pág. 168)
158. Um dos fenômenos que de modo autêntico demonstram a existência da alma durante a vida é a fotografia do duplo, durante a sua saída temporária do corpo. Ora, se a alma humana é capaz de impressionar uma chapa fotográfica por ocasião de seu desprendimento, a mesma faculdade há de ela ter após a morte, como depois se comprovou. (Pág. 169)
159. Há um meio muito simples de verificar se a figura retratada é a de um Espírito desencarnado: basta verificar se os membros de sua família reconhecem a pessoa que se apresenta na chapa. Alfred Russel Wallace trata do assunto em seu livro Os Milagres e o Moderno Espiritualismo, em que relata, entre muitos outros fatos, a experiência em que o Espírito de sua própria mãe foi fotografado. (Págs. 170 e 171)
160. Essas experiências - informa Delanne - só puderam realizar-se com muito trabalho e perseverança, mas os êxitos alcançados valeram bem a pena que custaram, porque demonstraram de modo indubitável: 1o, a existência objetiva dos Espíritos; 2o, a faculdade da vidência mediúnica. (Pág. 173)
161. Outro fenômeno que se alia à fotografia transcendental, no capítulo da comprovação da existência dos Espíritos, é o das impressões deixadas por eles em suas intervenções em nosso meio. O eminente astrônomo alemão Zöllner obteve, em folhas de papel enegrecido, duas marcas, uma de um pé direito, a outra de um pé esquerdo, sem que o médium houvesse tocado as lousas que as continham. Noutra ocasião, a marca aí feita media quatro centímetros menos do que o pé de Slade, o médium com quem ele trabalhava. (Pág. 176)
162. O professor Chiaia, experimentando com Eusápia Paladino, teve a idéia de se munir de argila dos escultores e o Espírito imprimiu nessa matéria plástica o seu rosto: derramando gesso no molde assim produzido, obteve ele uma cabeça de um homem, de melancólico semblante. (Pág. 176)
163. O uso da parafina derretida em água quente foi descoberto na América. Como a parafina fica na superfície da água, o Espírito era instruído a mergulhar repetidas vezes na parafina a parte do seu corpo que se desejava conservar. Quando o envoltório de parafina se secava, aí ficava um molde perfeito: bastava derramar gesso dentro dele e ter-se-ia uma lembrança duradoura do Espírito que se prestou à operação. Eis assim como se produziram as célebres moldagens. (Pág. 177)
164. Após transcrever uma experiência notável registrada por Aksakof em sua obra citada, Delanne reporta-se às experiências de materialização feitas pelo Sr. de Bodisco, camareiro do czar, o qual entendia que o corpo astral é, na natureza, o mais importante de todos os corpos. Ele constitui - asseverou o Sr. de Bodisco - a única parte imperecível do corpo humano. É o zôo-éter, ou matéria primordial, ou força vital. (Pág. 179)
165. Quatro fotografias tirou o Sr. de Bodisco, mostrando fases diversas da materialização, desde aquela em que a aparição astral cerca o médium, até a da condensação de uma forma, vendo-se a seu lado o médium em letargia. (Págs. 179 e 180)
166. A respeito dos fenômenos de materialização, que constituem, segundo o autor, as mais altas e irrefragáveis demonstrações da imortalidade, Delanne recomenda se consultem: Animismo e Espiritismo, de Aksakof; Ensaio de Espiritismo Científico, de Metzger; Depois da Morte, de Léon Denis, e Psiquismo Experimental, de Erny. (Pág. 180)
167. Os fatos de materialização mais célebres se deram, porém, com a médium Florence Cook, instrumento de que serviu o Espírito Katie King, examinado, entre outros, pelo renomado químico inglês Sir William Crookes. (Pág. 180)
168. Um erro que, todavia, se comete é pensar que Katie King foi examinada apenas por Crookes. Na verdade, quando ele pôde verificar a mediunidade da Srta. Cook, já havia muito tempo que Katie se materializava. Foi em 22 de abril de 1872, quando a médium contava apenas dezesseis anos, que Katie King se materializou pela primeira vez, embora parcialmente. Na reunião, ela trouxe também algumas folhas frescas de hera, planta que não existia no jardim da casa. (Pág. 182)
169. No dia 25 de abril seguinte, o Sr. Harrison - a convite de Katie King - se fez presente à reunião, que foi realizada em casa do Sr. Cook, pai da médium, da qual fez ele uma reportagem publicada no seu jornal, The Spiritualist. A médium não estava adormecida, pois o Sr. Harrison ouviu nitidamente o diálogo que Katie e ela travaram no início da sessão. Vê-se por esse diálogo que a aparição não era o duplo da médium e que a vontade consciente da Srta. Cook parecia opor-se ao desejo do Espírito de manifestar-se visivelmente. (Pág. 183)
170. O Sr. Harrison pôde apreciar, em sessões ulteriores, o desenvolvimento do fenômeno. Nessa época, a médium permanecia quase sempre acordada, enquanto se achava presente o Espírito. Depois, Katie não mais apareceu sem que Cook estivesse em transe. (Pág. 184)
171. Para assegurar a veracidade dos fatos, muitos controles foram utilizados nas experiências com a Srta. Cook. Certa vez, suas mãos foram atadas, sendo postos selos de cera sobre os nós. Katie mostrou-se, então, com as mãos inteiramente livres. Muitas fotografias de Katie, completamente materializada, foram então obtidas. (Pág. 185)
172. Um fato digno de nota, diz Delanne, é que todas as sessões da Srta. Cook se realizavam gratuitamente. A médium não precisava, porém, preocupar-se com o seu sustento, porquanto desde os primórdios de suas faculdades mediúnicas o Sr. Blackburn, de Manchester, concedeu-lhe importante dote que lhe assegurou a subsistência. (Pág. 185)
173. Foi na primavera de 1873 que se obtiveram as primeiras fotografias de Katie King. Delanne descreve os cuidados que os experimentadores tiveram para evitar a possibilidade de fraude nessas sessões. (Págs. 185 a 187)
174. Diz a Sra Florence Marryat que um dia perguntaram a Katie por que não podia mostrar-se sob uma luz mais forte, pois ela só permitia aceso um bico de gás e assim mesmo com a chama muito baixa. Katie pareceu irritada com a pergunta e disse que não sabia por que não podia suportar uma luz mais intensa. Se eles duvidavam disso, que acendessem as luzes e veriam o que ocorreria. (Pág. 187)
175. A equipe decidiu, no entanto, aumentar a claridade, com o consentimento de Katie. Ela pôs-se então de pé junto à parede e abriu os braços em cruz, aguardando a sua dissolução. Acenderam-se três bicos de gás e Katie resistiu apenas por um instante à claridade. Em seguida, todos viram-na fundir-se, como uma boneca de cera exposta ao fogo. (Pág. 188)
176. Coisa curiosa! Com o exercício o Espírito adquiriu maior força, pois que William Crookes pôde, depois, bater mais de quarenta chapas com auxílio da luz elétrica. (Pág. 188)
177. A Sra Marryat revela ainda que outros Espíritos se materializavam valendo-se da mediunidade da Srta. Cook e descreve a aparição de sua própria filha, morta em tenra idade, que lhe apareceu trazendo num dos lábios a deformação com que nascera. Na sessão, a filha parecia contar dezessete anos. (Págs. 188 e 189)
178. Os incrédulos negaram com obstinação esses extraordinários fenômenos e muitas polêmicas, mesmo entre os espíritas, se travaram, colocando em dúvida os relatos mencionados, até que o químico William Crookes, um dos maiores vultos da Ciência de então, confirmou a autenticidade absoluta das materializações de Katie King. (Pág. 190)
179. As experiências de Crookes, além de comprovar a existência do ser espiritual, estabelecem que o perispírito reproduz não só o exterior de uma pessoa, mas todas as partes internas do seu corpo, reduzindo a pó a objeção, tantas vezes formulada, de que nas sessões espíritas as aparições fotografadas são simples desdobramentos do médium. (Pág. 191)
180. Não só a altura de Katie King e de Florence Cook, mas a cor dos cabelos, as pulsações e os batimentos de uma e de outra foram registrados por William Crookes, que comprovou assim ter diante de si duas individualidades distintas, que em nada se pareciam, salvo o fato de serem jovens e do mesmo sexo. (Págs. 191 e 192)
Londrina, janeiro de 2004
Astolfo O. de Oliveira Filho
A alma é imortal
Nenhum comentário:
Postar um comentário