Ana Cecília
Rosa
A
ansiedade e o transtorno do pânico, contrariamente ao que se acredita, não são um
problema moderno. Na mitologia grega, encontra-se seu exemplo mais antigo: o
Deus Pã (metade homem e metade carneiro), pertencente ao inconsciente coletivo
daquele povo, fonte de sustos aos que se “aventuravam” por florestas e origem
do termo pânico. Os sintomas da ansiedade, como palpitações, sudorese, náuseas
e dor torácica, foram, durante séculos, relacionados aos distúrbios dos órgãos,
sendo negligenciada a sua causa mental pela medicina. Porém, com o advento da Psicanálise,
comprovou-se que certas debilidades 
mentais (desordens  sexuais) mediavam
essas manifestações.
    Segundo a teoria psicanalítica, a ansiedade
é oriunda do conflito entre o Id e o Superego, o que leva à repressão de
impulsos inaceitáveis pelo Ego, gerando desequilíbrio mental e os sintomas. O Espiritismo,
por Joanna de Angelis, explica que o distúrbio “está enraizado no ser que desconsiderou
as Soberanas Leis e se reencarna com predisposição fisiológica, imprimindo nos
gens a necessidade da reparação dos delitos transatos”. Assim, estão na nossa programação
reencarnatória, mais precisamente no nosso corpo somático, as condições
necessárias para a eclosão da doença, desencadeadas por fatores sociais e psíquicos
(estresse, traumas, perfeccionismo) geradores de conflitos e insegurança,
principalmente na infância.
    A disfunção orgânica requer tratamento com
ansiolíticos e antidepressivos, além da psicoterapia para o enfrentamento dos
medos. Os cuidados emocionais, provenientes da lei da caridade, amor e justiça,
e o reconhecimento do indivíduo como doente da alma são fundamentais para o
restabelecimento da confiança em busca da cura, proporcionando condições de
aprendizado e evolução. 
    Ana Cecília Rosa é médica pediátrica, residente
no Brasil. É membro do Instituto  de
Divulgação Espírita  - Araras/SP.
Jornal de Estudos Psicológicos 
Ano II   N°
4  Maio e Junho 2009
The Spiritist Psychological Society 



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