Rodrigo Machado Tavares
O início deste século XXI
começa a se caracterizar como um momento de grandes mudanças no orbe terrestre.
Não é preciso fazer uma análise muito detalhada para constatarmos que a Terra
vem passando visivelmente por transformações em vários aspectos. A humanidade,
então, mostra-se cada vez mais em busca de explicações. E estas são
desenvolvidas em diversos campos do conhecimento humano, os quais sempre
permeiam, de formas direta e/ou indireta, a ciência, a filosofia e a religião.
Apesar destes esforços, o
homem dificilmente consegue associar de forma harmônica esses três pilares do
saber humano. É justo dizer que, a partir do final do século passado, grandes
avanços foram alcançados, sobretudo no âmbito científico.
Contudo, em verdade,
cientistas, filósofos e religiosos, ainda, apesar de grandes avanços na
“relação” entre si, muitas vezes parecem viver em mundos paralelos. E, desta
forma, somos levados a observar que a razão pela qual ainda existem certos
abismos entre estas três vertentes do conhecimento humano, talvez, seja o fato
de que poucos entenderam, ou se quer tentaram analisar, os pensamentos
inspirados de missionários como Albert Einstein que nos disse certa feita:
“Deus é a Lei e o Legislador do Universo”.
Diante, assim, deste
panorama, o Espiritismo se vem mostrando, cada vez mais, a fonte segura para
tirar as nossas dúvidas e as nossas incer-tezas em quaisquer campos do conhecimento.
Isto porque, sendo a Doutrina Espírita o consolador prometido pelo nosso Mestre
Jesus, veio unir o que homem ainda insiste em separar. Em outras palavras, vem
mostrar a humanidade que para evoluir das trevas para a luz é preciso integrar
ciência, filosofia e religião. E é este o seu tríplice aspecto.
O Espiritismo é religião;
não no sentido dogmático da palavra, mas no sentido hermenêutico da mesma. Isto
é, no sentido mais profundo, o Espiritismo é, sim, religião, uma vez que
esclarece de forma clara e concisa como o homem poderá desenvolver a sua
ligação com o Pai Celestial. Este tópico é bastante elucidado em todo O
Evangelho segundo o Espiritismo.
O
Espiritismo é filosofia. Sobre isto, Allan Kardec chega mesmo a dizer que a
força do Espiritismo está “na sua filosofia, no apelo que dirige à razão, ao
bom-senso”. (O Livro dos Espíritos, p.484, 76.ed FEB).
E o Espiritismo é ciência.
Para muitos, até mesmo alguns de nós espíritas, por mais paradoxal que pareça,
esta idéia ainda não é muito clara. Talvez isso se deva ao fato de vivermos
ainda num planeta com fortes tendências materialistas. Realmente, é correto
afirmar que na maioria dos centros de pesquisas, dos centros acadêmicos, dos
meios de comunicação e até mesmo dos meios artísticos existe um forte domínio de
uma postura materialista e, por assim ser, somos levados quase todos, de formas
direta e/ou indireta, a pensar que religião e ciência não se “misturam”. (Essa
discussão, por si só, é um tema para um outro artigo). Isto é, pois, um grande
equívoco. E a própria ciência, ironicamente, vem-nos mostrando isto. Por
exemplo, através da física quântica, curiosamente, os cientistas vêm estudando
a estrutura do átomo para entender o Universo. Estabelece-se, cada vez mais, um
elo entre o microcosmo e o macrocosmo, demonstrando, mesmo que sem a vontade
deles, a grandeza do Pai e a harmonia da Sua casa, o Universo. É interessante
notar que, o instrutor de André Luiz, no livro Libertação, através de
Chico Xavier, já falava isso que a ciência vem percebendo: “Existem princípios,
forças e leis no universo minúsculo, tanto quanto no universo macrocósmico”. A
literatura espírita está repleta de verdadeiras fontes sublimes de conhecimento
que es-clarecem os mais variados temas, muitos deles, intrigantes até hoje, que
vão desde clonagem até a for-mação do Universo. Uma leitura minuciosa de O
Livro dos Espíritos e de A Gênese nos mostra o porquê de o
Espiritismo ser ciência.
Se a humanidade tivesse, sempre,
aliado a ciência à religião, conseguiríamos lograr progressos inimagináveis.
Sendo assim, nós espíritas precisamos sempre nos atentar a relembrar o nosso
querido codificador Allan Kardec, quando nos disse em A Gênese: “toda
teoria deve ir ao encontro da idéia de Deus, se não caí em erro”.
É, dessa forma, que o Espiritismo
apresenta-se, sendo uma ciência com bases filosóficas e conseqüências
religiosas e, assim, morais. Unindo o saber, através da junção dos três pilares
do conhecimento humano, ao invés de separá-lo, a Doutrina dos Espíritos
possibilita uma interpretação racional das palavras de Jesus, que são as verdades
de Deus.
O
Espiritismo é, portanto, Ciência, Filosofia e Religião.
Jornal de Estudos Psicológicos
Ano I N°1 Novembro - Dezembro 2008
The Spiritist Psychological Society
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