(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores) Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO VI
MANIFESTAÇÕES VISUAIS
Itens 109 e 110
Concluindo os estudos referentes ao Ensaio Teórico sobre as Aparições (itens 101 a 110), recordamos, então: os Espíritos têm um corpo fluídico, a que se dá o nome de períspirito, cuja substância é haurida do fluido cósmico, e que ele é mais ou menos etéreo, conforme os mundos e o grau de depuração do Espírito; que durante a encarnação, o Espírito conserva seu períspirito, sendo o corpo apenas um segundo envoltório mais grosseiro, mais resistente, apropriado aos fenômenos a que tem de prestar-se e do qual se despojará por ocasião da morte.
O períspirito serve de intermediário ao Espírito e ao corpo, sendo o órgão de transmissão de todas as sensações. Não se acha encerrado nos limites do corpo, como numa caixa, e sim, por sua natureza fluídica, é expansível, irradiando-se para o exterior e forma, em torno do corpo, uma espécie de atmosfera que o pensamento e a vontade podem dilatar mais ou menos.
Nos Espíritos desencarnados, devido a sua natureza e em seu estado normal, o períspirito é invisível, tendo isso de comum com uma imensidade de fluidos que sabemos existir, mas que nunca vimos. Pode também, como alguns fluidos, sofrer modificações que o tornam perceptível à vista, quer por uma espécie de condensação, quer por uma mudança na disposição molecular. Pode mesmo adquirir as propriedades de um corpo sólido e tangível e retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível. São as aparições.
Esses diferentes estados do períspirito resultam de vontade do Espírito e não de uma causa física exterior, como acontece com os gases. Entretanto, nem sempre basta ao Espírito a vontade de tornar-se visível: é necessário, para que se opere a modificação, o concurso de uma série de circunstâncias que dele independem. É preciso, inclusive, lhe seja permitido, fazer-se visível, o que nem sempre lhe é concedido, ou somente o é em determinadas circunstâncias, por motivos que nos escapam.
Podendo assumir todas as aparências, o Espírito se apresenta sob aquela que mais reconhecível o possa tornar, se o quiser. Geralmente os Espíritos se apresentam com os atributos característicos de sua elevação, como: resplandecentes demonstrando sua elevação moral, enquanto que outros trajam as que recordam suas ocupações terrenas.
O Espírito que quer ou pode realizar uma aparição toma por vezes uma forma ainda mais precisa, de semelhança perfeita com um sólido corpo humano, podendo, em alguns casos e sob certas circunstâncias, a tangibilidade tornar-se palpável, Istoé, pode-se tocar a aparição, senti-la resistente como um corpo sólido, o que não impede que ela se desvaneça com a rapidez do relâmpago.
Todos os fenômenos citados foram estudados mais profundamente nos itens anteriores, e Allan Kardec afirma que, o períspirito é o princípio de todas as manifestações, sendo que o seu conhecimento nos traz a explicação de numerosos fenômenos, permitindo grande avanço à Ciência Espírita, colocando-a numa nova senda, ao tirar-lhe qualquer resquício de maravilhoso. Nele encontramos, graças aos próprios Espíritos, - pois foram eles que indicaram o caminho, - a explicação da possibilidade de ação do Espírito sobre a matéria, da movimentação de corpos inertes, dos ruídos e das aparições e, certamente, como explicação de muitos outros fenômenos ainda por serem estudados, inclusive o das comunicações. Estas serão melhor compreendidas, se nos inteirarmos de suas causas fundamentais.
Reflete ainda o Codificador que, longe de considerar a teoria que apresenta como absoluta e última palavra na questão, ela será, mais tarde, completada ou retificada através de novos estudos. Mas, por mais incompleta ou imperfeita que se apresente, pode sempre ajudar a compreender os fenômenos por meios que nada tem de sobrenatural. Se é uma hipótese, não se lhe pode negar o mérito da racionalidade e da probabilidade. Por essas reflexões percebemos a postura científica de Allan Kardec e porque foi chamado, por Camille Flammarion, de "o bom senso encarnado", pois razão reta e judiciosa, aplicava sem cessar às suas pesquisas e obras.
Em nosso próximo estudo abordaremos a Teoria da Alucinação.
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2. ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap VI - 2ª Parte.
KARDEC, Allan - A Gênese: 26.ed.Brasília: FEB, 1984 - Discurso pronunciado por Camille Flammarion junto ao túmulo de Allan Kardec.
Tereza Cristina D'Alessandro
Novembro/ 2004
Novembro/ 2004
Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
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