quarta-feira, 16 de março de 2016

ESTUDO 48 O LIVRO DOS MÉDIUNS

O LIVRO DOS MÉDIUNS
(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN KARDEC

Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO X
NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES
COMUNICAÇÕES GROSSEIRAS, FRÍVOLAS, SÉRIAS OU INSTRUTIVAS.

Estudo 48 - Itens 134 a 138

Em nosso estudo anterior vimos que Allan Kardec utiliza-se da escala espírita para mostrar a infinita variedade de Espíritos no tocante à inteligência e à moralidade, a qual permite identificar as diferenças existentes em suas comunicações. Refletem a elevação ou inferioridade de suas ideias, seu saber ou sua ignorância, seus vícios e suas virtudes; assemelham-se às dos encarnados, desde o mais selvagem ao mais esclarecido. Entendemos ser necessário o seu estudo para compreender a classificação das comunicações feita por Allan Kardec, em: grosseiras, frívolas, sérias, instrutivas.
Comunicações grosseiras são as que contêm expressões que ferem o decoro. Só podem provir de Espíritos de baixa classe, ainda cobertos de todas as impurezas da matéria, e em nada diferem das que provenham de homens viciosos e grosseiros. Repugnam a toda pessoa que tenha um mínimo de sensibilidade, porque, de acordo com o caráter dos Espíritos, elas serão triviais, ignóbeis, obscenas, insolentes, arrogantes, malévolas e mesmo ímpias.
 Comunicações frívolas procedem de Espíritos levianos, zombeteiros, ou brincalhões, antes maliciosos do que maus, e que nenhuma importância ligam ao que dizem. Como nada de indecoroso encerram, essas comunicações agradam a certas pessoas, que com elas se divertem, porque encontram prazer nas confabulações fúteis, em que muito se fala para nada dizer. Tais Espíritos saem às vezes com tiradas espirituosas e mordazes, misturando brincadeiras banais com duras verdades, que quase sempre ferem com justeza. São Espíritos levianos que pululam ao nosso redor e aproveitam todas as ocasiões para se imiscuírem nas comunicações. A verdade é o que menos os preocupa, e, por isso, sentem um malicioso prazer em mistificar os que têm a fraqueza e, às vezes, a presunção de acreditar nas suas palavras. As pessoas que gostam dessa espécie de comunicação dão, naturalmente, acesso aos Espíritos levianos e enganadores. Os Espíritos sérios se afastam delas, como os homens sérios se afastam das reuniões de criaturas irresponsáveis.
 Comunicações sérias são as que tratam de assuntos sérios e de maneira ponderada. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a grosseria, objetiva um fim útil, ainda que de caráter particular, é, por esse simples fato, uma comunicação séria. Nem todos os Espíritos sérios são igualmente esclarecidos; há muita coisa que eles ignoram e sobre que podem enganar-se de boa-fé. É por isso que os Espíritos verdadeiramente superiores nos recomendam que submetamos todas as comunicações ao controle da razão e da mais rigorosa lógica. É, pois, necessário distinguir as comunicações verdadeiramente sérias das comunicações falsamente sérias, o que nem sempre é fácil, porque é graças à própria gravidade da linguagem que certos Espíritos presunçosos e pseudo-sábios tentam impor as ideias mais falsas e os sistemas mais absurdos. E para se fazerem mais aceitos e se darem maior importância, eles não tem escrúpulos de se adornar com os nomes mais respeitáveis e mesmos os mais venerandos.
 Comunicações Instrutivas são as comunicações sérias cujo principal finalidade consiste num ensinamento dado pelos Espíritos sobre as Ciências, a Moral, a Filosofia, etc. São mais ou menos profundas, conforme o grau de elevação e de desmaterialização do Espírito. Para se retirarem proveitos reais dessas comunicações, é preciso é que elas sejam regulares e que sejam seguidas com perseverança. Os Espíritos sérios se ligam aos que desejam instruir-se e perseveram, deixando aos Espíritos levianos a tarefa de divertir os que só veem nas comunicações uma forma de distração passageira. Unicamente pela regularidade e frequência dessas comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos que as dão e a confiança que eles merecem. Se, para julgar os homens, se necessita de experiência, de mais ainda, talvez, necessitamos para julgar os Espíritos.
Qualificando de instrutivas essas comunicações, nós as supomos verdadeiras, pois o que não for verdadeiro não pode ser instrutivo, ainda que transmitida na mais empolgante linguagem. Nessa categoria, não podemos, conseguintemente, incluir certos ensinos que de sério apenas têm a forma, muitas vezes empolada e enfática, com que os Espíritos que os ditam, mais presunçosos do que instruídos, esperando iludir os que os recebem. Mas, não podendo suprir a substância que lhes falta, são incapazes de sustentar por muito tempo o papel que procuram desempenhar, e, logo mostrariam seu lado fraco.
Atuando sobre os nossos órgãos e sobre todos os nossos sentidos, podem os Espíritos manifestar-se à nossa visão, por meio das aparições; ao nosso tato, por impressões tangíveis, visíveis ou ocultas; à audição pelos ruídos; ao olfato por meio de odores sem causa conhecida. Este último modo de manifestação, se bem muito real, é, incontestavelmente, o mais incerto, pelas múltiplas causas que podem induzir em erro. Daí o nós não demorarmos em tratar dele. O que devemos examinar com cuidado são os diversos meios de se obterem comunicações, isto é, uma troca regular e contínua de pensamentos. Esses meios são: as pancadas, a palavra e a escrita, os quais serão estudados a seguir.
É importante analisarmos esses esclarecimentos de Allan Kardec para compreendermos um fato extremamente importante em nossas reuniões mediúnicas: o ambiente espiritual de uma reunião é definido pelo somatório dos ambientes íntimos de cada participante, o qual será responsável por atrair espíritos que se afinizam com esse mesmo ambiente. Outro aspecto importante a ser considerado é que, na atualidade, são comuns as reuniões de atendimento e socorro aos desencarnados, sendo o meio de comunicação mais comum, o que conhecemos por psicofonia (palavra), que é o que melhor se presta ao pronto esclarecimento dos Espíritos comunicantes.
Em nossos próximos temas estudaremos esses meios de comunicação.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2. Ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap X - 2ª Parte.

 Tereza Cristina D'Alessandro
Julho / 2005


Centro Espírita Batuira

cebatuira@cebatuira.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário