domingo, 20 de março de 2016

Livro em estudo : No Mundo Maior Referência: Capítulo 20 – último cap.Tema: No Lar de Cipriana

Livro em estudo: No Mundo Maior
Referência: Capítulo 20 – último cap.
Tema: No Lar de Cipriana
Trechos do Capítulo:
Encerrada a semana de estudos que me propusera e guardando valores novos no espírito, acompanhei Calderaro, em pleno crepúsculo, a benemérita fundação nas zonas inferiores, a que o Assistente chamara “Lar de Cipriana”.
(...)
A pesquisa cedera lugar à meditação, o raciocínio ao sentimento. Recolhera extenso material referente às manifestações da mente, obtendo valiosas conclusões para definir desequilíbrios da alma; examinara diversos doentes, com os quais travara relações; identificara moléstias cujas causas se prendiam às mais profundas e menos conhecidas raízes do espírito; entre as novidades, porém, encontrara um enfermo que me transferira da ardente curiosidade intelectual às acuradas reflexões no tangente ao destino e ao ser.
Reconhecia, agora, que, para conseguir a sabedoria com proveito, era indispensável adquirir amor.
(...)
Poderia, em verdade, Ter avançado muito no domínio dos conhecimentos novos, conquistado simpatias prestigiosas, renovado as concepções da vida e do Universo, melhorando-as; no entanto, de que me valeriam semelhantes troféus se me não fosse possível socorrer um benfeitor em dificuldade?
(...)
A maioria dos companheiros que aí se agitavam não eram portadores de luminosa expressão, mas típicas personalidades humanas em processo regenerador. Com exceção de Cipriana e dos assessores que lhe compunham o séquito, a comunidade, não pequena, era formada de criaturas evidentemente inferiores: homens e mulheres análogos, no aspecto, aos que povoam os círculos carnais.
(...)
_ Irmã Cipriana idealizou este amorável reduto de restauração espiritual, e concretizou-o , usando os próprios irmãos sofredores e perturbados que vagueiam nas regiões circunvizinhas.
É claro que não reside sistematicamente aqui; todavia, neste colégio regenerador passa grande parte do tempo, que consagra ao seu ministério santificante nas esferas de baixo nível de evolução. No fundo, a organização funciona sob a vigilância dos próprios companheiros que vão melhorando. Trata-se, pois, de importante escola de reajustamento anímico, de auto-reconhecimento e de preparação, para indivíduos de boa-vontade. (...)Contudo, o instituto é de região inferior para criaturas que desejem melhorar suas condições de existência. Educandário de trânsito, sob a ação direta dos que dele colhem proveito, passou, destarte, a valioso núcleo de instrução e amparo. Individualidades libertas da carne, em penosas condições íntimas nos setores do conhecimento, aqui recebem precioso concurso, a fim de se readaptarem convenientemente à vida.
(...)
_ A venerável instrutora (...) montou aqui verdadeira oficina de restauração do espírito. (...) O programa fundamental de Cipriana é o esquecimento do mal com a valorização permanente do bem, à luz da esperança em Deus. A princípio, a organização custou-lhe muitos sacrifícios, em matéria de tempo e de direito que lhe mereciam os méritos pessoais; no transcurso dos anos, porém, elementos por ela mesmo formados passaram a superintender a obra e a conservá-la.
(...)
Cipriana, assumindo a direção da prece, fez-se acompanhar pelos colaboradores diretos que a seguiam no momento.
(...)
Logo após, a palavra comovente da instrutora vibrou no ambiente, exonerando a proteção do Cristo:
“Senhor Jesus,
Permanente inspiração de nossos caminhos,
Abre-nos, por misericórdia,
Como sempre,
As portas excelsas
De Tua provid6encia incomensurável....

Doador da Vida,
Acorda-nos a consciência
Para semearmos ressurreição
Nos vales sombrios da morte;

Distribuidor do Sumo Bem,
Ajuda-nos a combater o mal
Com as armas do espírito;

Príncipe da Paz,
Não nos deixes indiferentes
À discórdia
Que vergasta o coração
De nossos companheiros sofredores;

Mestre da Sabedoria,
Afugenta para longe de nós
A sensação de cansaço
À frente dos serviços
Que devemos prestar
Aos nosso irmãos ignorantes;

Emissário do Amor Divino
Não nos concedas paz
Enquanto não vencermos
Os monstros da guerra e do ódio,
Cooperando contigo,
Em tua augusta obra terrestre;

Pastor da Luz Imortal
Fortalece-nos,
Para que nunca nos intimidemos
Perante as angústias e desesperos das trevas;

Distribuidor da Riqueza Infinita,
Supre-nos as mãos
Com teus recursos ilimitados,
Para que sejamos úteis
A todos os seres do caminho,
Que ainda se sentem minguados
De teus dons imperecíveis;

Embaixador Angélico,
Não nos abandones ao desejo
De repousar indebitamente,
E converte-nos
Em teus servidores humildes,
Onde estivermos;

Mensageiro da Boa Nova,
Não permitas
Que nossos ouvidos adormeçam
Ao coro dos soluços
Dos que clamam por socorro
Nos círculos do sofrimento;

Companheiro da Eternidade,
Abençoa-nos as responsabilidades e deveres;
Não nos relegues à imperfeição
De que ainda somos portadores!

Dá-nos, amado Jesus, o favor de servir-Te
E que o Supremo Senhor do Universo Te glorifique
Para sempre.
Assim seja! ...

(...)
Encerrada a reunião, Cipriana, com admirável simplicidade, veio despedir-se de mim.
(...)
E ponderando, em silêncio, a grandeza de Deus, verti copioso pranto de júbilo, dando guarida às intraduzíveis sensações que me invadiam a alma, extasiada e feliz sob nova esperança!
Bibliografia de apoio
Leitura completa do capítulo 20 – NMM
LE
ESE
LM
Questões para início de nosso estudo:
01) Como entender e situar para nós mesmos(justificando) as seguintes assertivas:
1. A) “A pesquisa cedera lugar à meditação, o raciocínio ao sentimento. Recolhera extenso material referente às manifestações da mente, obtendo valiosas conclusões para definir desequilíbrios da alma; examinara diversos doentes, com os quais travara relações; identificara moléstias cujas causas se prendiam às mais profundas e menos conhecidas raízes do espírito; entre as novidades, porém, encontrara um enfermo que me transferira da ardente curiosidade intelectual às acuradas reflexões no tangente ao destino e ao ser.
1.B) “Reconhecia, agora, que, para conseguir a sabedoria com proveito, era indispensável adquirir amor.”
1.C)” Poderia, em verdade, Ter avançado muito no domínio dos conhecimentos novos, conquistado simpatias prestigiosas, renovado as concepções da vida e do Universo, melhorando-as; no entanto, de que me valeriam semelhantes troféus se me não fosse possível socorrer um benfeitor em dificuldade?”
02) Qual o papel do conhecimento para nossa evolução? Qual o papel do sentimento para nosso crescimento? Eles se encontram ou são separados? Um vive sem o outro? Por que?
03) Como entender e comparar para o Mundo Terreno e para nós próprios a seguinte assertiva: “No fundo, a organização funciona sob a vigilância dos próprios companheiros que vão melhorando. Trata-se, pois, de importante escola de reajustamento anímico, de auto-reconhecimento e de preparação, para indivíduos de boa-vontade. (...) Contudo, o instituto é de região inferior para criaturas que desejem melhorar suas condições de existência. Educandário de trânsito, sob a ação direta dos que dele colhem proveito, passou, destarte, a valioso núcleo de instrução e amparo. Individualidades libertas da carne, em penosas condições íntimas nos setores do conhecimento, aqui recebem precioso concurso, a fim de se readaptarem convenientemente à vida.”  Justificar.
04) Como entender e verificar junto ao nosso mundo material(justificando) a seguinte afirmativa, justiçando, à Luz da DE: “O programa fundamental de Cipriana é o esquecimento do mal com a valorização permanente do bem, à luz da esperança em Deus. A princípio, a organização custou-lhe muitos sacrifícios, em matéria de tempo e de direito que lhe mereciam os méritos pessoais; no transcurso dos anos, porém, elementos por ela mesmo formados passaram a superintender a obra e a conservá-la.”
05) O que é Prece? Por que fazê-la?
06) Como você compreende o texto da prece realizada por Cipriana? Justificar.

Conclusão do estudo
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

01) Como entender e situar para nós mesmos (justificando) as seguintes assertivas:
1.A) “A pesquisa cedera lugar à meditação, o raciocínio ao sentimento.  Recolhera extenso material referente às manifestações da mente, obtendo valiosas conclusões para definir desequilíbrios da alma; examinara diversos doentes, com os quais travara relações; identificara moléstias cujas causas se prendiam às mais profundas e menos conhecidas raízes do espírito; entre as novidades, porém, encontrara um enfermo que me transferira da ardente curiosidade intelectual às acuradas reflexões no tangente ao destino e ao ser.
Em um certo momento, é preciso que deixemos a realidade que, dia a dia, aparece à nossa frente e nos dediquemos à reflexão. É necessário deixar aflorar os sentimentos, fazer prevalecer o "eu" interno sobre as questões objetivas. É o momento de meditação.
Foi a que se entregou André Luiz, ao comparecer ao "Lar de Cipriana".
Às vezes, um fato nos chama a essa realidade -  no caso de André Luiz, foi o reencontro com seu avô, que se encontrava em deplorável estado de sofrimento. E esse fato, na maior parte dos casos inesperados e sofridos, é o responsável pelo nosso despertamento.

1.B) “Reconhecia, agora, que, para conseguir a sabedoria com proveito, era indispensável adquirir amor.”
O Cristo, em sua passagem pela carne, enfatizou, de maneira didática, que o amor é o combustível que impulsiona o espírito à evolução. A sabedoria, resultado do progresso intelectual - uma das asas da evolução - somente tem valia se acompanhada do amor ao próximo. O amor também é uma conquista que o espírito tem que buscar durante sua trajetória, estando encarnado ou na erraticidade.
1.C) "Poderia, em verdade, ter avançado muito no domínio dos conhecimentos novos, conquistado simpatias prestigiosas, renovado as concepções da vida e do Universo, melhorando-as; no entanto, de que me valeriam semelhantes troféus se me não fosse possível socorrer um benfeitor em dificuldade?”
Nessa passagem, André Luiz ressalta o valor de um outro sentimento que também é imprescindível ao progresso do espírito em evolução: a gratidão. Mais uma vez o Autor aponta a prevalência de um atributo moral sobre o intelectual. De que nos serve dominar todas as ciências se não formos capazes de nos reconhecer gratos a quem outrora nos ajudou (no caso referido, André Luiz reconhecia-se grato ao seu avô, que lhe propiciou a formação em medicina).

02) Qual o papel do conhecimento para nossa evolução? Qual o papel do sentimento para nosso crescimento?  Eles se encontram ou são separados?  Um vive sem o outro?   Por que?
Respondendo a questão proposta por Allan Kardec, os Espíritos disseram que o progresso moral decorre do intelectual, mas nem sempre o segue imediatamente (questão 780 de O Livro dos Espíritos). Isso importa dizer que ambos, conhecimento e sentimento, que representam o progresso intelectual e o moral, devem caminhar juntos, pois são as chamadas "duas asas da evolução".
No entanto, nem sempre - ou melhor, raramente - isso vem a acontecer. A história da humanidade não deixa dúvida:  o progresso intelectual está sempre à frente.  O moral, sempre atrasado em relação àquele, vai sendo alcançado lentamente, à reboque do desenvolvimento material (tecnológico e científico).  E isso é fácil de se compreender, se considerarmos a característica do planeta. A humanidade terrena ainda se encontra muito presa à matéria, pelo que prioriza o progresso intelectual, mais próximo das coisas materiais, em detrimento do progresso moral, mais ligado às questões espirituais.

03) Como entender e comparar para o Mundo Terreno e para nós próprios a seguinte assertiva: “No fundo, a organização funciona sob a vigilância dos próprios companheiros que vão melhorando. Trata-se, pois, de importante escola de reajustamento anímico, de auto-reconhecimento e de preparação, para indivíduos de boa-vontade. (...) Contudo, o instituto é de região inferior para criaturas que desejem melhorar suas condições de existência. Educandário de trânsito, sob a ação direta dos que dele olhem proveito, passou, destarte, a valioso núcleo de instrução e amparo. Individualidades libertas da carne, em penosas condições íntimas nos setores do conhecimento, aqui recebem precioso concurso, a fim de se readaptarem convenientemente à vida.”    Justificar.
Trata-se de uma descrição que traça o caráter da Instituição em que se encontravam o Autor e o Assistente Calderaro. Pelo que nos diz André Luiz, assim como a Terra, o "Lar de Cipriana" é um local de passagem para espíritos ainda em caminho da evolução.  Em que pese situar-se em região inferior, é habitado por espíritos devedores mas que já se conscientizaram de necessidade de se melhorarem-. São espíritos que já fizeram a opção pelo bem e que se encontram em busca do caminho certo.

Como na Terra, cabe àqueles que já avançaram um pouco mais a tarefa de auxiliar os mais necessitados, exercitando a prática da caridade.

04) Como entender e verificar junto ao nosso mundo material (justificando) a seguinte afirmativa, justificando, à Luz da Doutrina Espírita: “O programa fundamental de Cipriana é o esquecimento do mal com a valorização permanente do bem, à luz da esperança em Deus. A princípio, a organização custou-lhe muitos sacrifícios, em matéria de tempo e de direito que lhe mereciam os méritos pessoais; no transcurso dos anos, porém, elementos por ela mesmo formados passaram a superintender a obra e a conservá-la.”
Temos que tomar consciência que o mal não é criação divina.  É fruto da ótica desajustada com a qual o ser humano enxerga o mundo, baseado em seu orgulho e egoísmo. Em verdade, todas as coisas, por piores que nos pareçam em determinada circunstância, sempre resultam no bem, em progresso e evolução. Valorizar o mal é não nos dar a chance de tirarmos proveito, em favor de nós próprios, das circunstâncias que a vida nos apresenta. Em contrapartida, valorizar o bem é plantar sempre uma semente de otimismo em cada evento da nossa vida. Mas, temos que entender que essa mudança de postura exige esforço e sacrifício, pois a humanidade terrena, no estágio em que se encontra, valoriza muito mais o mal que o bem, o que acarreta dores e sofrimentos (nem tão dolorosos ou sofríveis assim) aos que buscam uma postura diferente.  Mas, afinal, alguém tem de começar uma mudança, e esse alguém é sempre o que tiver maiores esclarecimentos.

05) O que é Prece? Por que fazê-la?
Na definição dos Espíritos, a prece é um ato de adoração e de pensamento a Deus. É pôr-se em comunicação com ele para louvá-lo, pedir-lhe e agradecer-lhe.
Devemos cultivar o hábito da prece como forma de haurirmos a energia e a confiança necessárias na luta contra as tentações e pelo cumprimento das Leis Naturais. Aquele que ora com sinceridade, fazendo uma prece vinda do mais profundo do seu ser, se torna melhor, pois tem sempre o socorro dos benfeitores espirituais a serviço de Deus, que os intuem à prática do bem, único meio de evoluirmos.

06) Como você compreende o texto da prece realizada por Cipriana? Justificar.
Em cada trecho ela faz uma rogativa de força para seu trabalho e para o trabalho de inúmeros benfeitores. Pede que a vontade d'Ele se cumpra, que o mal se afugente e tudo concorra para o trabalho edificante. É uma exaltação às qualidades superiores das quais Jesus era portador, ao mesmo tempo em que é um pedido que Ele nos conceda a possibilidade de criarmos em nós essas mesmas qualidades.  Se procurarmos ver em profundidade o ensinamento que a irmã Cipriana nos dá nessa prece, veremos que ela nos chama a atenção às qualidades de Jesus, para que as percebamos em nós mesmos, desenvolvendo-as e aplicando-as na nossa reforma moral, bem como no auxílio aos nossos irmãos.
Abraços a todos e muita paz.
Equipe Nosso Lar

CVDEE

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