domingo, 3 de janeiro de 2016

O LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo nr. 07*

Capitulo II - O maravilhoso e o sobrenatural.

Por todas as considerações já feitas, fica cada vez mais evidente a importância do conhecimento para bem compreender a atuação das leis divinas e naturais no universo.

O Espiritismo não aceita todos os fatos considerados maravilhosos.

Longe disso, demonstra a impossibilidade de muitos deles e o ridículo de algumas crenças que constitui, propriamente falando, a superstição.

Os adversários do Espiritismo o acusam de despertar idéias supersticiosas.

Mas, o que é que há de comum entre a doutrina que ensina a existência do mundo invisível, comunicando-se com o visível, e fatos da natureza do que relatamos, que são os verdadeiros tipos de superstição?

Se os que o atacam a esse respeito tivessem dado ao trabalho de estuda-lo, antes de julga-lo levianamente, saberiam que não só condena as práticas divinatórias, como lhes demonstra a nulidade.

O estudo sério do Espiritismo, tende a destruir as crenças realmente supersticiosas.

Na maioria das crenças populares há, quase sempre, um fundo de verdade, desnaturado e ampliado. São os acessórios, as falsas aplicações, que a bem dizer, constituem a superstição.

Assim é que os contos de fadas e de gênios repousam sobre a existência dos espíritos bons e maus, protetores ou malévolos.

Todas as estórias de aparição têm sua fonte no fenômeno muito real das manifestações espíritas visíveis e mesmo tangíveis.

Tal fenômeno, hoje perfeitamente verificado e explicado, entra na categoria dos fenômenos naturais, que são uma conseqüência das leis eternas da criação.

Mas o homem raramente se contenta com a verdade que lhe parece muito simples, ele a reveste com as quimeras criadas pela imaginação e é então que cai no absurdo. Ocorre ainda, os que têm interesse em explorar essas mesmas crenças, às quais se juntam um prestígio fantástico, próprio a servir os seus objetivos.

Daí a turba de adivinhos e de ledores de sorte contra os quais a lei se ergue com justiça.

O Espiritismo verdadeiro, racional, não é pois, mais responsável pelo abuso que dele possam fazer, nem mesmo a medicina pelas formulas ridículas e praticas empregadas por charlatães ou ignorantes.

Ainda uma vez, antes de julga-lo dai-vos o trabalho de estudá-lo.

Concebe-se o fundo de verdade de certas crenças, mas talvez se pergunte sobre o que pode repousar tais crenças?

Parece-nos que tem origem no sentimento intuitivo dos seres invisíveis, aos quais se é levado atribuir um poder, que por vezes não têm.

A existência de espíritos enganadores, que pululam a nossa volta, por força da inferioridade do nosso globo, como insetos daninhos num pântano, e que se divertem à custa dos crédulos, predizendo-lhes um futuro quimérico, sempre próprio a adular seus gostos e desejos; é um fato do qual temos provas diárias pelos médiuns atuais.

O que se passa aos nossos olhos aconteceu em todas as épocas, pelos meios de comunicação em uso conforme o tempo e o lugar.

 Eis a realidade.

Com o auxílio do charlatanismo e da cupidez a realidade passou para o estado de crença supersticiosa.

Criticar o que o próprio Espiritismo refuta, é demonstrar ignorância do assunto e argumentação inócua. Daí a pergunta até onde vai a crença do Espiritismo? Lede e observai que o sabereis.

A aquisição de qualquer ciência exige tempo e estudo.

Quando não se tem tempo para aprender uma coisa, não se pode falar dela, e, menos ainda julgá-la, se não se quiser ser acusado de leviandade.

Resumo das proposições já vistas:

Todos os fenômenos espíritas têm como princípio a existência da alma, sua sobrevivência e manifestações.

Decorrendo de uma lei da natureza, esses fenômenos nada têm de maravilhoso e sobrenatural.

Muitos fatos são considerados sobrenaturais porque a sua causa não é conhecida.

Entre os fatos qualificados de sobrenaturais, o Espiritismo demonstra a impossibilidade de muitos e os coloca entre as crenças supersticiosas.

Embora o Espiritismo reconheça um fundo de verdade em muitas crenças populares, eles não aceita que todas as estórias fantásticas criadas pela imaginação sejam da mesma natureza.

Julgar o Espiritismo pelos fatos que ele não admite é dar prova de ignorância e desvalorizar por completo a própria opinião.

A explicação dos fatos admitidos pelo Espiritismo, de suas causas suas conseqüências morais, constitui toda uma ciência e uma filosofia que exigem estudo sério, perseverante e aprofundado.

O Espiritismo só pode considerar como crítico sério aquele que tudo viu, tudo estudou, em tudo se aprofundando com paciência e perseverança de um observador consciencioso em sentido pleno, fazendo constatações e averiguações lógicas.

Conforme O Livro dos Médiuns esse crítico (altamente qualificado) ainda está para aparecer.

Bibliografia:

Kardec, Allan – O Livro dos Médiuns,

Kardec, Allan – O que é o Espiritismo.

Kardec, Allan – Revista Espírita 1860


Elisabeth Maciel - Dezembro  

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