Módulo IX
Há muitas moradas na Casa do Pai
3
– Mundo Espiritual
Dentre
as muitas revelações trazidas pelo Espiritismo, a existência de um
mundo dos Espíritos, merece de nossa parte um maior destaque.
O
mundo das inteligências incorpóreas, apesar de interpenetrar-se com
o nosso (físico), é um mundo à parte. É vida em outra dimensão,
caracterizada por organização e constituição diferente de tudo o
que conhecemos por aqui.
Constitui-se
na morada ou pousada dos Espíritos, formando colônias ou
comunidades de transição, onde se reúnem de forma homogênea
baseados em laços de afinidade.
Afinidade
caracterizada pela elevação moral dos elementos ali vinculados.
Através
das informações obtidas via mediúnica, notamos a existência de
várias esferas de vida no Mundo Maior, cada uma com sua vibração
característica, formando assim mundos diferenciados em muitas faixas
de elevação.
Alguns
autores classificam várias delas denominando-as como:
Abismo:
Região de grandes sofrimentos, devido à recalcitrância no
violar as Leis Divinas.
No
livro “Memórias de um Suicida”, recebido mediunicamente por
Ivone do Amaral Pereira, o Espírito comunicante dá uma idéia do
que seja esta região, e dos padecimentos pelos quais passou, devido
à escolha que fez, usando o livre-arbítrio no sentido do suicídio.
Trevas:
Esta é uma região do plano espiritual que, como o próprio nome
diz, é desprovida de qualquer luminosidade.
Os
Espíritos vinculados a ela acham-se envolvidos por vibrações
malignas, e normalmente fazem o mal por prazer. O ponto que o
diferencia do abismo, muitas vezes não percebemos, mas como
acreditamos que o grau de culpa está diretamente ligado ao grau de
conhecimento e de insistência no erro, acreditamos que no abismo
encontram-se Espíritos mais capazes, e por isso mais culpados.
Como
citação bibliográfica, o livro “Libertação”, de André Luiz,
mostra vários lances desta esfera.
Crosta
Terrestre: A Terra é um mundo ainda inferior habitado por
Espíritos inferiores.
Muitos
desses Espíritos, quando desencarnados, ficam ligados ao planeta em
busca da satisfação de seus vícios e apetites mais grosseiros,
formando assim em volta do nosso orbe uma esfera espiritual
caracterizada por vibrações altamente deletérias.
O
livro “Nas fronteiras da Loucura”, ditado pelo Espírito Manoel
Philomeno de Miranda, narra episódios passados durante o período de
carnaval, nos dando uma clara idéia dos acontecimentos espirituais
que envolvem nossa Terra, nesta ocasião.
Umbral:
“É uma região espiritual que começa na crosta terrestre, na
qual se concentra tudo o que não tenha finalidade para a vida
superior. É região de esgotamento de resíduos mentais; uma espécie
de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material
deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado,
menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena.” 69
69
“O Reformador”, Agosto de 1996, artigo de Gil Restani de
Andrade.
No
livro “Nosso Lar”, ditado mediunicamente por André Luiz, Lísias
faz a seguinte afirmativa sobre o umbral:
Há
legiões compactas de almas irresolutas e ignorantes, que não são
suficientemente perversas para serem enviadas a colônias de
reparação mais dolorosa, nem bastante nobres para serem conduzidas
a planos de elevação.70
É,
portanto, uma região semi-trevosa habitada por Espíritos revoltados
de toda espécie e envoltos por tendências e desejos inferiores.
Zonas
de Transição: São colônias Espirituais muitas vezes situadas
no próprio Umbral. Funcionam como verdadeiros oásis nos desertos.
Espíritos ainda vinculados a problemas conscienciais, mas já dignos
de merecimentos são atendidos nestas colônias buscando refazimento
com vistas ao reajuste que se faz necessário.
Nosso
Lar, é uma destas colônias, e é muito bem descrita na obra de
André Luiz, não só no livro de mesmo título, mas em toda série
que o segue.
Devido
à importância desta colônia para o melhor entendimento do que seja
a vida no plano espiritual, citaremos parte do estudo feito pelos
Espíritos André Luiz e Lúcius, no livro “Cidade no Além”.
A
cidade espiritual Nosso Lar, segundo informação de André
Luiz, foi fundada por portugueses desencarnados no Brasil, no século
XVI. Está localizada sobre o estado do Rio de Janeiro, entre as
cidades do Rio de Janeiro, Campos e Itaperuna.
Na
época em que nosso Amigo Espiritual nos brindou com esta magnífica
obra, a cidade contava com cerca de um milhão de habitantes.
Sua
administração é feita pela Governadoria, órgão central, e está
assessorada por seis ministérios, a saber: Ministério da
Regeneração, do Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento, da
Elevação e da União Divina, que atuam nas áreas definidas pelo
próprio nome, sendo cada Ministério dirigido por doze ministros.
Os
trabalhadores de Nosso Lar moram sempre perto de seu trabalho,
de tal forma que quando um trabalhador é transferido de ministério,
é também transferido de residência.
Como
se trata de uma colônia espiritual, a justiça se manifesta em maior
intensidade.
Veja
a questão da moeda. O bônus-hora é como se fosse a moeda de Nosso
Lar.
Para
cada hora trabalhada, o trabalhador recebe um bônus, e é com o
acúmulo de bônus que os bens são adquiridos.
Poderíamos
aqui enumerar muitas outras características desta colônia, mas o
mais importante é sabermos que, do outro lado da vida, não existe a
ociosidade para aqueles que querem evoluir, que há uma hierarquia
espiritual que pela afinidade somos atraídos, e que, acima de tudo,
a vida continua.
Esferas
Superiores: São regiões espirituais caracterizadas pela
felicidade e pelo trabalho em favor do próximo. Como conseqüência,
estas regiões são habitadas por Espíritos de grande elevação
moral, ou seja, os bons Espíritos e os Espíritos Superiores.
70
“Nosso Lar”, cap. 12.
André
Luiz em suas obras, muitas vezes fala de Espíritos destas regiões,
que foram visitar Nosso Lar, mas para que tal fato ocorresse,
tiveram que adensar o perispírito.
Esferas
Resplandecentes: Regiões espirituais onde imperam a bondade,
a confiança e a felicidade verdadeira. No livro “Renúncia”,
ditado pelo Espírito Emmanuel ao médium Francisco Cândido Xavier
(FEB), assim é descrita a paragem espiritual a que estava vinculado
o Espírito Alcione:
Pouco
depois, ei-la que aporta em portentosa esfera, inconfundível em
magnificência e grandeza. O espetáculo maravilhoso de suas
perspectivas excedia a tudo que pudesse caracterizar a beleza, no
sentido humano. A sagrada visão do conjunto permanecia muito além
da famosa cidade dos santos, idealizada pelos pensadores do
Cristianismo. Três Sóis rutilantes despejavam no solo arminhoso
oceanos de luz mirífica, em cambiâncias inéditas, como lampadários
celestes acesos para edênico festim de gênios imortais. Primorosas
construções, engalanadas de flores indescritíveis, tomavam a forma
de castelos talhados em filigrana dourada, com irradiações de
efeitos policromos. Seres alados iam e vinham, obedecendo a objetivos
santificados, num trabalho de natureza superior, inacessível à
compreensão dos terrícolas.71
71
“Renúncia”, págs. 25 e 26.
Conclusão
O
ensino dos Espíritos sobre a vida de além-túmulo faz-nos saber que
no espaço não há lugar algum destinado à contemplação estéril,
à beatitude ociosa.
Todas
as regiões do espaço estão povoadas por Espíritos laboriosos. Por
toda parte, bandos, enxames de almas sobem, descem, agitam-se no meio
da luz ou na região das trevas.
Em
certos pontos, vê-se grande número de ouvintes recebendo instruções
de Espíritos adiantados; em outros, formam-se grupos para festejarem
os recém-vindos. Aqui Espíritos combinam os fluidos, infundem-lhes
mil formas, mil coloridos maravilhosos, preparam-nos para os
delicados fins a que foram destinados pelos Espíritos superiores;
ali ajuntamentos sombrios, perturbados, reúnem-se ao redor dos
globos e os acompanham em suas revoluções, influindo, assim,
inconscientemente, sobre os elementos atmosféricos.
Espíritos
luminosos mais velozes que o relâmpago, rompem essas massas para
levarem socorro e consolação aos desgraçados que os imploram. Cada
um tem o seu papel e concorre para a grande obra, na medida de seu
mérito e de seu adiantamento. O Universo inteiro evolui. Como os
mundos, os Espíritos prosseguem seu curso eterno, arrastados para um
estado superior, entregues a ocupações diversas. Progressos a
realizar, ciência a adquirir, dor a sufocar, remorsos a aclamar,
amor, expiação, devotamento, sacrifício, todas essas coisas os
estimulam, os aguilhoam, os precipitam na obra; e, nessa imensidade
sem limites, reinam incessantemente o movimento e a vida. A
imobilidade e a inação é o retrocesso. É a morte. Sob o impulso
da Grande Lei, seres e mundos, almas e sóis, tudo gravita e move-se
na órbita gigantesca traçada pela vontade divina.72
72
“Depois da Morte”, Léon Denis, cap. XXXIV.
Apostila
do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade
Goiânia – GO
Centro Espírita Amor e Caridade
Goiânia – GO
Trabalho realizado em 1997 pelo Grupo de Estudos desta Casa Espírita com a coordenação de Cláudio Fajardo
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