Módulo
IX
1
– Introdução
A
Doutrina Espírita dá condição de ampliar em muito o entendimento
do ensinamento de Jesus, quando nos disse: Há muitas moradas na
casa do Pai.
É
que, de acordo com a diversidade dos estados evolutivos da alma, esta
encontra morada física ou espiritual apropriada às sua condições.
Portanto, as moradas da casa do Pai, são os diferentes estados em
que se encontra o Espírito após o desenlace.
E
como a Codificação também informa ser a nossa evolução feita em
vários mundos, e que o Universo é a reunião destes infinitos
mundos, essas moradas podem ser entendidas também como cada planeta
que forma este Universo, que é a casa do Pai.
É
por este prisma que procuramos estudar este tema, mostrando a lógica
do pensamento kardequiano.
2
– Diferentes estados do Espírito após o Desencarne
Se
podemos dizer que há uma preocupação constante em todas as
criaturas, esta preocupação é com o futuro da alma após a morte
física.
Em
todos os tempos, desde que foi desenvolvido no homem a faculdade do
raciocínio, esta inquietação quanto ao seu vir a ser, é motivo de
muitas dissensões. Segundo algumas religiões, há um lugar para
aqueles que fizeram o bem, e outro para os que não o fizeram. Sendo
que são eternos estes ambientes, e localizam-se na parte superior e
inferior da Terra. Outros de nossos irmãos, entendem que após a
morte, a alma fica aguardando o dia do juízo, em que será decidido
o seu futuro de acordo com a forma como viveu.
A
Doutrina Espírita ensina que no instante do desencarne, a alma volta
ao plano espiritual, conservando sua individualidade, e que
normalmente não reencarna logo depois de haver se separado do corpo.
Esse estado do Espírito é chamado de erraticidade, isto é, estado
do Espírito sem corpo físico enquanto aguarda a próxima
encarnação.
O
ensino dos Espíritos têm mostrado ainda que há no Universo
inumeráveis mundos de constituição material ou menos material, e
que de acordo com a condição em que se encontra o Espírito, este é
recebido.
As
alegrias e as percepções do Espírito não procedem do meio que ele
ocupa, mas de suas disposições pessoais e dos progressos realizados
(…) 67
67
“Depois da Morte”, Léon Denis, cap. XXXIII.
Isto
significa que o “céu” ou o “inferno” acham-se dentro daquele
que o possui. É que esses Espíritos envolvidos pelo seu próprio
magnetismo, criam para si um corpo fluídico que irá captar a
essência de seu vivenciar psíquico.
Por
isso Jesus afirmou: Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na
terra será ligado no céu (…) (Mateus, 18: 18)
Isso
irá fazer com que as almas se agrupem de acordo com o grau de maior
ou menor pureza que tenha atingido seu corpo espiritual, porque a
situação do Espírito em seu mundo, está diretamente ligada à sua
constituição fluídica.
Assim
sendo, não é um tribunal que a julga, mas ela mesma determina, de
acordo com a sua situação, a recompensa que irá receber quando do
seu desencarne. Isto é que faz com que no plano espiritual criem-se
verdadeiras sociedades, com funcionamento baseado na condição dos
que as formem.
Contrariamente
ao que conhecíamos até então, a Codificação Espírita traz que a
vida do Espírito evoluído não é ociosa, mas extremamente ativa. O
seu transporte é feito à velocidade do pensamento. Seu corpo é de
tal forma rarefeito, que se torna invisível aos Espíritos
inferiores. Seus sentidos não são dados por órgãos materiais, mas
por todo o seu Ser, sendo suas percepções mais precisas e reais que
as nossas.
Não
têm necessidades alimentares ou de repouso, isto porque a matéria
não os influencia.
Os
Espíritos mais atrasados, ao contrário, levam consigo suas
necessidades, seus vícios e suas preocupações. Não podendo
abandonar seus problemas devido à sua materialidade, participam da
vida do homem comum intrometendo em seus afazeres, e participando de
seus prazeres. Suas paixões, determinando seus desejos, são
alimentadas pelo contato com os valores transitórios, e devido à
sua incapacidade de gerenciar tais sentimentos, sofrem pesadas
torturas que os atrasam ainda mais.
Concluindo,
temos então:
•
A situação do
Espírito após o desencarne é definida por ele próprio quando
encarnado.
•
Sua vivência, de
acordo com os princípios evangélicos, o liberta.
•
A valorização das
coisas materiais acima de suas necessidades o escraviza.
As
coisas se dão desta forma, porque a alma enquanto encarnada,
condiciona-se a fatores orgânicos que, por sua vez, estão sob o
império de leis biológicas específicas. Fora do corpo, outras são
as leis e, por conseguinte, outros elementos de equilíbrio e
funcionamento.
Daí
as naturais dificuldades com que, em novo mundo vibratório, bem
diverso do nosso, aqui no plano físico, lutamos todos nós ao
trocarmos a densidade da matéria (envoltório físico) pela
fluidicidade dos planos espirituais.68
68
“O Pensamento de Emmanuel”, cap. 5.
Apostila
do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro
Espírita Amor e Caridade
Goiânia
- GO
Trabalho
realizado em 1997 pelo Grupo de Estudos desta Casa Espírita com a
coordenação de Cláudio Fajardo
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