sexta-feira, 3 de junho de 2016

EVANGELHO ESSENCIAL 10.2 #10 - BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS

EVANGELHO ESSENCIAL 10.2
Eulaide Lins
Luiz Scalzitti

10 - BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS

A Indulgência

José, Espírito Protetor –Bordéus,1863

A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dele unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma desculpa para eles, desculpa aceitável, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a destacam de modo maldoso.
* * *

A indulgência jamais se interessa com os maus atos dos outros, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações ofensivas, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados.
* * *

Quando críticas, que conclusões se devem tirar das tuas palavras? A de que não fazes o que reprovas, visto que estas a censurar; que vales mais do que o culpado.
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Homens! quando será que julgarão os seus próprios corações, os seus próprios pensamentos, os seus próprios atos, sem se ocuparem com o que fazem seus irmãos? Quando só terão olhares severos sobre si mesmos? Sejam severos para consigo mesmos, indulgentes para com os outros.
* * *

Lembra-te dAquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censuras, ou condena o que relevas, porque conhece o motivo de todos os atos.
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Sejam indulgentes, meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita.
* * *

João, Bispo de Bórdeus, 1862

Sejam indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; julguem com severidade apenas as suas próprias ações e o Senhor usará de indulgência para consigo, do mesmo modo como houverem usado para com os outros.
* * *

Sustentem os fortes: encorajem-nos a prosseguirem no bem.

Fortaleçam os fracos, mostrando-lhes a bondade de Deus, que leva em conta o menor arrependimento;
* * *

Que é o que pedes ao Senhor, quando imploras para si o perdão? Será unicamente o esquecimento das suas ofensas? esquecimento que lhes deixaria no nada, porque, se Deus se limitasse a esquecer as suas faltas, Ele não puniria, é certo, mas tampouco recompensaria.
* * *

A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os seus desvios, o que pedes a Deus é o favor de sua graça, para não reincidires neles, é a força de que necessitas para entrares num novo caminho, o da submissão e do amor, nas quais poderias juntar ao arrependimento a reparação do erro.
* * *

Dufetre, Bispo de Nevers- Bordéus

Sejam severos consigo, indulgentes para as fraquezas dos outros. É esta uma prática da santa caridade, que bem poucas pessoas observam.

Todos vocês tem más tendências a vencer, defeitos a corrigir, hábitos a modificar; todos tem um fardo mais ou menos pesado a livrar-se, para poderem subir ao topo da montanha do progresso.
* * *

Por que hão de mostrar-se observadores tão exigentes com relação ao próximo e tão cegos com relação a si mesmos?
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Todo homem bastante orgulhoso para se julgar superior, em virtude e mérito, aos seus irmãos encarnados é insensato e culpado: Deus o castigará no dia da Sua justiça.
* * *

O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, que consistem em ver cada um apenas superficialmente os defeitos dos outros e esforçar-se por fazer que prevaleça o que há nele de bom e virtuoso, porque, embora o coração humano seja um abismo de corrupção, sempre há, em alguns de seus recantos mais ocultos, o gérmen de bons sentimentos, centelha viva da essência espiritual.
* * *

É permitido repreender os outros, notar as imperfeições de outrem, divulgar o mal de outrem?

Espírito São Luís –Paris, 1860

Se considerarmos que ninguém é perfeito, significa que ninguém tem o direito de repreender o seu próximo?

Cada um deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja proteção lhes foi confiada. Mas, por isso mesmo, deves fazê-lo com moderação, com um objetivo útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer de desacreditar. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. A demais, a censura que alguém faça a outro deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio, procurando saber se não a merecemos também.
* * *

Será repreensível observar-se as imperfeições dos outros, quando disso nenhum proveito possa resultar para eles, mesmo que não sejam divulgadas?

Tudo depende da intenção. Certamente, a ninguém é proibido ver o mal quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação resulte em prejuízo do próximo, desacreditando-o, sem necessidade perante a opinião pública. Igualmente repreensível seria fazê-lo alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à alegria de verificar o defeito dos outros. Dá-se inteiramente o contrário quando, lançando sobre o mal um véu para que o público não o veja, aquele que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, tirando uma lição, isto é, para estudar e evitar fazer o que reprova nos outros.
* * *

Haverão casos em que pode ser útil revelar o mal dos outros?

Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo aos outros, deve-se atender de preferência ao interesse da maioria do que o interesse de um só.
* * *

Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode se constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas ou enganados. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes.

COMENTÁRIO

BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS

O sentido de sermos misericordiosos é o de perdoarmos as ofensas de nossos inimigos para estarmos em paz com nossa consciência. O perdão é próprio da virtude de sermos brandos e pacíficos. Lamennais, através a Sra Didier, escreveu na Revista Espírita em agosto de 1962, à pág.251: “Como poder encontrar em si a força para perdoar? A sublimidade do perdão é a morte do Cristo no Gólgota.” Pode parecer que estejamos filosofando, mas se nós gostamos de ser perdoados de nossas faltas, como então não querermos perdoar? É preciso que tenhamos um proceder único e coerente, se queremos atingir a brandura e a paciência e dela fazermos jus à reciprocidade de tratamento; como poderemos entender isto sem o perdão? Sim pode ser difícil perdoarmos, mas se quisermos atingir um grau evolutivo maior e uma elevada moral, faz-se necessário aprendermos a perdoar, para podermos nos declarar primeiro brandos e depois cristãos, ou recomeçarmos a nossa vida para mudar desde o princípio que nos foi dado optar pelo bem ou pelo mal, segundo nossas próprias inclinações.

Aquele que não sabe perdoar não é digno de ostentar o nome de Cristão, porque Jesus nos deu, como vemos na dissertação de Lamennais, exemplo maior. E Ele, segundo o dizer dos Espíritos, é nosso paradigma para progredir. É mais que evidente que se não formos condenados pelo homem aqui na Terra, seremos no mundo espiritual por nossa infração às Leis Naturais Divinas, que as temos inscritas em nossa consciência quanto Espíritos Imortais, e ademais, os que forem prejudicados por nós aqui na Terra estarão nos observando, se forem imperfeitos como nós, para quando nós estivermos presos a corpo material nos obsedar. É claro que devemos respeitar as leis da sociedade onde estamos, vez que foram criadas por nós mesmos, pois é a medida com que julgamos, daí por que as devemos fazer brandas, justas e na medida estrita da necessidade, acima de tudo fazendo com que aquele que burlou possa compreender e educar-se. Precisamos outrossim ao criar as leis da Terra, fazermos de forma que antes de esperar utilizá-las, eduquemos os nossos irmãos, para que sejam preparados a não fazer nada que desrespeite a Lei. Preciso é sejam também criados mecanismos de oportunidades iguais para todos em relação ao trabalho digno. Que a educação seja facilitada, que os homens sejam compreendidos pelo conhecimento, pela razão, e não pela ditadura intelectual, econômica, fria e extremamente dogmática e ortodoxa, em benefício de poucos que ostentam o poder. Cada de nós pode fazer algo, veja o exemplo de algumas iniciativas solidárias e voluntárias particulares que conseguem. É fácil dizer que é impossível, o difícil é aceitar em nós a dureza da falta de perdão.


10.2 final

A Fé Ativa construindo uma Nova Era 23 #Exortação a Perseverar na Fé

A Fé Ativa construindo uma Nova Era 23

Módulo/Eixo Temático: A Fé Ativa

Exortação a Perseverar na Fé

(Paulo de Tarso, in “Epístola aos Hebreus” – cap. X, itens 19 a 39)

19 Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus,

20 Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,

21 E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus,

22 Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,

23 Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.

24 E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e ás boas obras,

25 Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.

26 Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,

27 Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.

28 Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas.
29 De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?

30 Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.

31 Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.

32 Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.

33 Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados.

34 Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente.

35 Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão.

36 Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.

37 Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará.

38 Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.


39 Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.

Céu inferno_064_2a. parte cap. V - Suicidas - Um ateu

Céu inferno_064_2a. parte cap. V - Suicidas - Um ateu

TEXTO PARA ESTUDO

O Sr. J.-B.D... era um homem instruído, mas em extremo saturado de ideias materialistas, não acreditando em Deus nem na existência da alma. A pedido de um parente, foi evocado dois anos depois de desencarnado, na Sociedade Espírita de Paris.

1. - Evocação.

- R. Sofro. Sou um réprobo.

2. - Fomos levados a evocar-vos em nome de parentes que, como tais, desejam conhecer da vossa sorte. Podereis dizer-nos se esta nossa evocação vos é penosa ou agradável?

- R. Penosa.

3. - A vossa morte foi voluntária?

- R. Sim. Nota - O Espírito escreve com extrema dificuldade. A letra é grossa, irregular, convulsa e quase ininteligível. Ao terminar a escrita encoleriza-se, quebra o lápis e rasga o papel.

4. - Tende calma, que nós todos pediremos a Deus por vós.

- R. Sou forçado a crer nesse Deus.

5. - Que motivo poderia ter-vos levado ao suicídio?

- R. O tédio de uma vida sem esperança.

Nota - Concebe-se o suicídio quando a vida é sem esperança; procura-se então fugir-lhe a qualquer preço. Com o Espiritismo, ao contrário, a esperança fortalece-se porque o futuro se nos desdobra. O suicídio deixa de ser objetivo, uma vez reconhecido que apenas se isenta a gente do mal para arrostar com um mal cem vezes pior. Eis por que o Espiritismo tem sequestrado muita gente a uma morte voluntária. Grandemente culpados são os que se esforçam por acreditar, com sofismas científicos e a pretexto de uma falsa razão, nessa ideia desesperadora, fonte de tantos crimes e males, de que tudo acaba com a vida. Esses serão responsáveis não só pelos próprios erros, como igualmente por todos os males a que os mesmos derem causa.

6. - Quisestes escapar às vicissitudes da vida... Adiantastes alguma coisa? Sois agora mais feliz?

- R. Por que não existe o nada?

7. - Tende a bondade de nos descrever do melhor modo possível a vossa atual situação.

- R. Sofro pelo constrangimento em que estou de crer em tudo quanto negava. Meu Espírito está como num braseiro, horrivelmente atormentado.

8. - Donde provinham as vossas ideias materialistas de outrora?

- R. Em anterior encarnação eu fora mau e por isso condenei-me na seguinte aos tormentos da incerteza, e assim foi que me suicidei.

Nota - Aqui há todo um corolário de ideias. Muitas vezes nos perguntamos como pode haver materialistas quando, tendo eles passado pelo mundo espiritual, deveriam ter do mesmo a intuição; ora, é precisamente essa intuição que é recusada a alguns Espíritos que, conservando o orgulho, não se arrependeram das suas faltas. Para esses tais, a prova consiste na aquisição, durante a vida corporal e à custa do próprio raciocínio, da prova da existência de Deus e da vida futura que têm, por assim dizer, incessantemente sob os olhos. Muitas vezes, porém, a presunção de nada admitir, acima de si, os empolga e absorve. Assim, sofrem eles a pena até que, domado o orgulho, se rendem à evidência.

9. - Quando vos afogastes, que ideias tínheis das consequências? Que reflexões fizestes nesse momento?

- R. Nenhuma, pois tudo era o nada para mim. Depois é que vi que, tendo cumprido toda a sentença, teria de sofrer mais ainda.

10. - Estais bem convencido agora da existência de Deus, da alma e da vida futura?

- R. Ah! Tudo isso muito me atormenta!

11. - Tornastes a ver vosso irmão?

- R. Oh! não.

12. - E por que não?

- R. Para que confundir os nossos desesperos?

 Exila-se a gente na desgraça e na ventura se reúne, eis o que é.

13. - Incomodar-vos-ia a presença de vosso irmão, que poderíamos atrair aí para junto de vós?

- R. Não o façais, que o não mereço.

14. - Por que vos opondes?

- R. Porque ele também não é feliz.

15. - Receais a sua presença, e no entanto ela só poderia ser benéfica para vós.

- R. Não; mais tarde...

16. - Tendes algum recado para os vossos parentes?

- R. Que orem por mim.

17. - Parece que na roda das vossas relações há quem partilhe das vossas opiniões. Quereis que lhes digamos algo a respeito?

- R. Oh! os desgraçados! Assim possam eles crer em outra existência, eis quanto lhes posso desejar. Se eles pudessem avaliar a minha triste posição, muito refletiriam.

(Evocação de um irmão do precedente, que professava as mesmas teorias, mas que não se suicidou. Posto que também infeliz, este se apresenta mais calmo; a sua escrita é clara e legível.)

18. - Evocação.

- R. Possa o quadro dos nossos sofrimentos ser útil lição, persuadindo-vos da realidade de uma outra existência, na qual se expiam as faltas oriundas da incredulidade.

19. - Vós, e vosso irmão que acabamos de evocar, vos vedes reciprocamente? -R. Não; ele me foge.

Nota - Poder-se-ia perguntar como é que os Espíritos se podem evitar no mundo espiritual, uma vez que aí não existem obstáculos materiais nem refúgios impenetráveis à vista. Tudo é, porém, relativo nesse mundo e conforme a natureza fluídica dos seres que o habitam. Só os Espíritos superiores têm percepções indefinidas, que nos inferiores são limitadas. Para estes, os obstáculos fluídicos equivalem a obstáculos materiais. Os Espíritos furtam-se às vistas dos semelhantes por efeito volitivo, que atua sobre o envoltório perispiritual e fluidos ambientes. A Providência, porém, qual mãe, por todos os seus filhos vela, e por intermédio dos mesmos, individualmente, lhes concede ou nega essa faculdade, conforme as suas disposições morais, o que constitui, conforme as circunstâncias, um castigo ou uma recompensa.

20. - Estais mais calmo do que vosso irmão. Podereis dar-nos uma descrição mais precisa dos vossos sofrimentos?

- R. Não sofreis aí na Terra no vosso orgulho, no vosso amor-próprio, quando obrigados a reconhecer os vossos erros?

"O vosso Espírito não se revolta com a ideia de vos humilhardes a quem vos demonstre o vosso erro? Pois bem! Julgai quanto deve sofrer o Espírito que durante toda a sua vida se persuadiu de que nada existia além dele, e que sobre todos prevalecia sempre a sua razão. Encontrando-se de súbito em face da verdade imponente, esse Espírito sente-se aniquilado, humilhado. A isso vem ainda juntar-se o remorso de haver por tanto tempo esquecido a existência de um Deus tão bom, tão indulgente. A situação é insuportável; não há calma nem repouso; não se encontra um pouco de tranquilidade senão no momento em que a graça divina, isto é, o amor de Deus, nos toca, pois o orgulho de tal modo se apossa de nós, que de todo nos embota, a ponto de ser preciso ainda muito tempo para que nos despojemos completamente dessa roupagem fatal. Só a prece dos nossos irmãos pode ajudar-nos nesses transes.

21. - Quereis falar dos irmãos encarnados, ou dos Espíritos?

- R. De uns como de outros.

22. - Enquanto nos entretínhamos com o vosso irmão, uma das pessoas aqui presentes orou por ele: - essa prece lhe foi proveitosa? - R. Ela não se perderá. Se ele agora recusa a graça, outro tanto não fará quando estiver em condições de recorrer a essa divina panacéia.

Nota - Aqui lobrigamos um outro gênero de castigo, mas que não é o mesmo em todos os cépticos. Para este Espírito, é independente do sofrimento a necessidade de reconhecer verdades que repudiara quando encarnado. As suas ideias atuais revelam certo grau de adiantamento, comparativamente às de outros Espíritos persistentes na negação de Deus. Confessar o próprio erro é já alguma coisa, porque é premissa de humildade. Na subsequente encarnação é mais que provável que a incredulidade ceda lugar ao sentimento inato da fé.

Transmitindo a resultante destas duas evocações à pessoa que no-las havia solicitado, tivemos dela a seguinte resposta:

"Não podeis imaginar, meu caro senhor, o grande benefício advindo da evocação de meu sogro e de meu tio. Reconhecemo-los perfeitamente. A letra do primeiro, sobretudo, é de uma analogia notável com a que ele tinha em vida, tanto mais quanto, durante os últimos meses que conosco passou, essa letra era sofreada e indecifrável. Aí se verificam a mesma forma de pernas, da rubrica e de certas letras. Quanto ao vocabulário e ao estilo, a semelhança é ainda mais frisante; para nós, a analogia é completa, apenas com maior conhecimento de Deus, da alma e da eternidade que ele tão formalmente negava outrora. Não nos restam dúvidas, portanto, sobre a sua identidade. Deus será glorificado pela maior firmeza das nossas crenças no Espiritismo, e os nossos irmãos encarnados e desencarnados se tornarão melhores. A identidade de seu irmão também não é menos evidente; na mudança de ateu em crente, reconhecemos-lhe o caráter, o estilo, o contorno da frase. Uma palavra, sobre todas, nos despertou atenção - panaceia - sua frase predileta, a todo instante repetida.

"Mostrei essas duas comunicações a várias pessoas, que não menos se admiraram da sua veracidade, mas os incrédulos, com as mesmas opiniões dos meus parentes, esses desejariam respostas ainda mais categóricas.

"Queriam, por exemplo, que M. D... se referisse ao lugar em que foi enterrado, onde se afogou, como foi encontrado, etc. A fim de os convencer, não vos seria possível fazer nova evocação perguntando onde e como se suicidou, quanto tempo esteve submergido, em que lugar acharam o cadáver, onde foi inumado, de que modo, se civil ou religiosamente, foi sepultado? Dignai-vos, caro senhor, insistir pela resposta categórica a essas perguntas, pois são essenciais para os que ainda duvidam. Estou convencido de que darão, nesse caso, imensos resultados.

"Dou-me pressa a fim de esta vos ser entregue na sexta-feira de manhã, de modo a poder fazer-se a evocação na sessão da Sociedade desse mesmo dia... etc."

Reproduzimos esta carta pelo fato da confirmação da identidade e aqui lhe anexamos a nossa resposta para ensino das pessoas não familiarizadas com as comunicações de além-túmulo.

"As perguntas que nos pediram para novamente endereçar ao Espírito de vosso sogro, são, incontestavelmente, ditadas por intenção louvável, qual a de convencer incrédulos, visto como em vós não mais existe qualquer sentimento de dúvida ou curiosidade. Contudo, um conhecimento mais aprofundado da ciência espírita vos faria julgar supérfluas essas perguntas. Em primeiro lugar, solicitando-me conseguir resposta categórica, mostrais ignorar a circunstância de não podermos governar os Espíritos, a nosso talante. Ficai sabendo que eles nos respondem quando e como querem, e também como podem. A liberdade da sua ação é maior ainda do que quando encarnados, possuindo meios mais eficazes de se furtarem ao constrangimento moral que por acaso sobre eles queiramos exercer. As melhores provas de identidade são as que fornecem espontaneamente, por si mesmos, ou então as oriundas das próprias circunstâncias. Estas, é quase sempre inútil provocá-las. Segundo afirmais, o vosso parente provou a sua identidade de modo inconcusso; por conseguinte, é mais que provável a sua recusa em responder a perguntas que podem por ele ser com razão consideradas supérfluas, visando satisfazer à curiosidade de pessoas que lhe são indiferentes. A resposta bem poderia ser a que outros têm dado em casos semelhantes, isto é: - "para que perguntar coisas que já sabeis?"

"A isto acrescentarei que a perturbação e sofrimentos que o assoberbam devem agravar-se com as investigações desse gênero, que correspondem perfeitamente a querer constranger um doente, que mal pode pensar e falar, a historiar as minúcias da sua vida, faltando-se assim às considerações inspiradas pelo seu próprio estado.

"Quanto ao objetivo por vós alegado, ficai certo de que tudo seria negativo. As provas de identidade fornecidas são bem mais valiosas, por isso que foram espontâneas, e não de antemão premeditadas. Ora, se estas não puderam contentar os incrédulos, muito menos o fariam interrogativas já preestabelecidas, de cuja conivência poderiam suspeitar.

"Há pessoas a quem coisa alguma pode convencer. Esses poderiam ver o vosso parente, com os próprios olhos, e continuariam a supor-se vítimas de uma alucinação.

"Duas palavras ainda, quanto ao pedido que me fizestes de promover essa evocação no mesmo dia do recebimento de vossa carta. As evocações não se fazem assim de momento; os Espíritos nem sempre correspondem ao nosso apelo; é preciso que queiram, e não só isso, mas que também possam fazê-lo. É preciso, ainda, que encontrem um médium que lhes convenha, com as aptidões especiais necessárias e que esse médium esteja disponível em dado momento. É preciso, enfim, que o meio lhes seja simpático, etc. Pela concorrência dessas circunstâncias nem sempre se pode responder, e importa muito conhecê-las quando se quer praticar com seriedade e segurança."

QUESTÕES PARA ESTUDO

1) Como era a escrita no começo da evocação? E como o Espírito se encontrava?

2) Quando se dá o suicídio? Qual o papel do Espiritismo para se evitar o suicídio?

3) Qual a situação do Espírito?

4) Por que existem materialistas se todos nós já passamos pelo plano espiritual e deveríamos, todos, ter dele a intuição?

5) Na sociedade existem pessoas que são materialistas. Qual o recado que o Espírito lhes diria?

6) Vimos no texto que o primeiro Espírito evocado fugia de seu irmão. Como e por que os Espíritos fogem uns dos outros no plano espiritual, já que lá não existem obstáculos materiais nem locais para esconderijos?

CONCLUSÃO

1) A escrita era muito grossa, irregular, convulsiva e quase ilegível. No começo, o Espírito se encontrava encolerizado, quebrando o lápis e rasgando o papel.

2) Concebe-se o suicídio quando a vida é sem esperança; procura-se então fugir-lhe a qualquer preço. Com o Espiritismo, ao contrário, a esperança fortalece-se porque o futuro se nos desdobra. O suicídio deixa de ser objetivo, uma vez reconhecido que apenas se isenta a gente do mal para arrostar com um mal cem vezes pior. Eis por que o Espiritismo tem sequestrado muita gente a uma morte voluntária. Grandemente culpados são os que se esforçam por acreditar, com sofismas científicos e a pretexto de uma falsa razão, nessa ideia desesperadora, fonte de tantos crimes e males, de que tudo acaba com a vida. Esses serão responsáveis não só pelos próprios erros, como igualmente por todos os males a que os mesmos derem causa.

3) Sofria por ser obrigado a crer em tudo o que negava. Sua alma era como um braseiro, horrivelmente atormentada.

4) Muitas vezes nos perguntamos como pode haver materialistas quando, tendo eles passado pelo mundo espiritual, deveriam ter do mesmo a intuição; ora, é precisamente essa intuição que é recusada a alguns Espíritos que, conservando o orgulho, não se arrependeram das suas faltas. Para esses tais, a prova consiste na aquisição, durante a vida corporal e à custa do próprio raciocínio, da prova da existência de Deus e da vida futura que têm, por assim dizer, incessantemente sob os olhos. Muitas vezes, porém, a presunção de nada admitir, acima de si, os empolga e absorve. Assim, sofrem eles a pena até que, domado o orgulho, se rendem à evidência.

5) Para crerem em uma outra vida. É o que o Espírito lhes pode desejar de mais feliz; poderiam compreender a sua triste posição e isso os faria refletirem bem.


6) Poder-se-ia perguntar como é que os Espíritos se podem evitar no mundo espiritual, uma vez que aí não existem obstáculos materiais nem refúgios impenetráveis à vista. Tudo é, porém, relativo nesse mundo e conforme a natureza fluídica dos seres que o habitam. Só os Espíritos superiores têm percepções indefinidas, que nos inferiores são limitadas. Para estes, os obstáculos fluídicos equivalem a obstáculos materiais. Os Espíritos furtam-se às vistas dos semelhantes por efeito volitivo, que atua sobre o envoltório perispiritual e fluidos ambientes. A Providência, porém, qual mãe, por todos os seus filhos vela, e por intermédio dos mesmos, individualmente, lhes concede ou nega essa faculdade, conforme as suas disposições morais, o que constitui, conforme as circunstâncias, um castigo ou uma recompensa.

ESTUDO 68 O LIVRO DOS MÉDIUNS - SEGUNDA PARTE DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS – CAPITULO XVI - MÉDIUNS ESPECIAIS - Item 189 Variedades especiais para os efeitos físicos – Médiuns de transporte

 O LIVRO DOS MÉDIUNS

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)

por
ALLAN KARDEC

Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

CAPITULO XVI

MÉDIUNS ESPECIAIS

Estudo 68 - Item 189 Variedades especiais para os efeitos físicos – Médiuns de transporte

Relembramos que a mediunidade apresenta infinitas variedades de expressão e que a divisão dos médiuns em médium de efeitos físicos e de efeitos inteligentes é aplicada para facilitar o nosso entendimento. Recordamos ainda, que a mediunidade de efeitos físicos se expressa através de médiuns considerados especiais, que são aptos a produzirem fenômenos que se traduzem por efeitos sensíveis aos órgãos dos sentidos, tais como, ruídos, movimentos, deslocamentos de corpos sólidos. Para que tais efeitos se processem, é necessária a intervenção de uma ou mais pessoas dotadas da especial aptidão (médiuns especiais) que por efeito de sua constituição, possibilitam maior emanação de fluido animalizado, mais ou menos fácil de combinar-se com o fluido universal, com os fluidos próprios do plano dos Espíritos, com os quais, por ação da vontade dão vida factícia ou momentânea a determinados objetos, produzindo os fenômenos citados anteriormente.

Médiuns de transporte: os que podem servir de auxiliares aos Espíritos para o transporte de objetos materiais. Variedade de médiuns motores e de translações. Raríssimos. Consiste em trazer espontaneamente para o local onde estão os observadores, objetos inexistentes nesse mesmo local. Quase sempre são flores, frutos, confeitos, joias. É o fenômeno que mais se presta à imitação e ao embuste. É necessário observar com muita atenção e possuir conhecimentos que o Espiritismo oferece, o que facilitará descobrir truques. Para produzir esse fenômeno o médium deve possuir em alto grau facilidade de expansão do perispírito e penetrabilidade porque o sistema nervoso facilmente excitável neste, permite que projetem abundantemente em torno de si fluido animalizado que lhe é próprio. São fenômenos raros, uma vez que, além de nem todos os médiuns produzirem os fluidos necessários, nem todos os Espíritos podem realizá-los; deve haver entre o Espírito é médium que apresente condições, afinidade capaz de permitir que a parte expansível do fluido perispíritico do encarnado possa misturar-se, unir-se, combinar-se com o Espírito que deseja fazer o transporte.

Essa fusão deve ser de tal maneira que a força dela resultante se torne por assim dizer una “(...) para a produção desses fenômenos, é necessário que as propriedades essenciais do Espírito agente sejam aumentadas com algumas das propriedades do mediunizado. Só então ele pode, por meio de algumas propriedades do meio ambiente, desconhecidas para vós, isolar, tornar invisíveis e movimentar alguns objetos materiais e mesmo os encarnados”.

“Para resumir: se os fenômenos de tangibilidade são frequentes, os de transporte são muito raros, porque as condições para sua produção são bastante difíceis. Em consequência, nenhum médium pode dizer: Em tal hora ou em tal momento obterei um transporte porque muitas vezes o próprio Espírito se encontra impedido de fazê-lo. Devo acrescentar que esses fenômenos se tornam duplamente difíceis em público, onde quase sempre se encontram os elementos energeticamente refratários que paralisam os esforços do Espírito e com mais forte razão a ação do médium”.

Esse fenômeno apresenta uma particularidade característica: a de que alguns médiuns só obtêm resultado quando se encontram em estado sonambúlico, explicando, porque o médium, no seu desprendimento natural, apresenta uma espécie de isolamento do Espírito e seu perispírito em relação ao corpo, o que deve facilitar a combinação dos fluidos necessários.

Em nosso próximo estudo continuaremos estudando variedades especiais de médiuns para os efeitos físicos.

Bibliografia:

KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap XVI - 2ª Parte – item 189 e itens 96-99

BIGHETTI, Leda Marques – Educação Mediúnica “Teoria e Prática” 1º volume: 1.ed Ribeirão Preto: BELE, 2005 – pág 163 e 164
         

Tereza Cristina D'Alessandro
Abril / 2007


Centro Espírita Batuíra
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Ribeirão Preto - SP


#18 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAPÍTULO II: MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO ITEM 8 UMA REALEZA TERRESTRE

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – XVIII

CAPÍTULO II: MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO

ITEM 8 UMA REALEZA TERRESTRE


Chegamos ao final deste capítulo, em que Kardec estuda o ponto central dos ensinos de Jesus: a vida futura, que o espiritismo, através da mediunidade, veio comprovar.

Inseriu ele, neste estudo, uma comunicação mediúnica de um espírito que se apresentou com uma rainha de França, em Havre, 1863, que exemplifica a realeza terrestre, a dignidade real na Terra, sem a dignidade moral.

É uma comunicação que merece muita atenção e reflexão de nossa parte, visto que se não somos reis e rainhas, temos todavia, nossos pequeninos reinos, onde nos julgamos poderosos: “Aqui, mando eu.” São nossos lares, na função de marido, esposa, pais e mães, posições sociais ou profissionais de mais ou menos poder etc. Como nos comportamos nestes casos?

A ex-rainha inicia dizendo que somente no plano espiritual compreendeu a verdade de Jesus nas palavras: Meu reino não é deste mundo. Pensava ela que seria recebida no reino dos céus, como rainha. Pensamento este coerente com o que se pensava naquela época. A dignidade real era um direito dado por Deus à determinada família.

Surpreendeu-se, pois, ao despertar no plano espiritual, não ter levado consigo a sua realeza e muito mais ainda ao ver, muito acima dela, homens a quem desprezara, por não terem sangue nobre.

Deve ter então compreendido que os chamados direito divinos, que dava à classe nobre todos os privilégios e o poder sobre os demais, era uma invenção humana para legalizar a posse do poder terreno.

“Se a classe superior houvesse podido manter a classe inferior sem se ocupar com coisa alguma, tê-la-ia governado facilmente durante ainda longo tempo; mas, como a segunda fosse obrigada a trabalhar para viver, e trabalhar tanto mais quanto mais premida se achava, resultou que a necessidade de encontrar, incessantemente, novos recursos, de lutar contra uma concorrência invasora, de procurar novos mercados para os produtos, lhe desenvolveu a inteligência e fez com que as próprias causas, de que os da classe superior se serviam para trazê-la sujeita, a esclarecessem. Não se patenteia aí o dedo da Providência?” ( 1 )

Foi assim que os homens aboliram os privilégios de uma minoria e foi proclamada a igualdade de todos perante a lei, embora ainda não vige no comportamento cotidiano dos homens.

A rainha que veio nos contar a sua experiência após a morte, percebeu então, que Deus não privilegia nenhum dos seus filhos, dando a todos experiências, através da quais devem desenvolver-se.

Percebeu a nulidade dos esforços do homem pelo poder e seus privilégios, nos seus diversos patamares e da necessidade da abnegação, da humildade, da caridade, da benevolência para com todos. Percebeu que para penetrar no reino de Deus, somente as ações nobres em favor dos outros se constituem na chave que abre a porta desse reino de paz e felicidade.

“Oh, Jesus! Disseste que teu reino não era deste mundo, porque é necessário sofrer para chegar ao céu, e os degraus do trono não levam lá. São os caminhos mais penosos da vida os que conduzem a ele. Procurai pois o caminho através de espinhos e abrolhos e não por entre as flores.”

Percebemos nestas frases a visão ainda muito humana, muito própria de quem ainda não percebeu a sublime lei da evolução espiritual.

Os sofrimentos do viver na Terra são conseqüências da imperfeição da sua humanidade, que ainda necessita viver em um mundo inferior para evoluir.

No momento em que se compreende as causas e os efeitos dos atos humanos no processo educativo determinado pela lei divina, passa-se a ver nesses sofrimentos, oportunidades de aprendizado e elevação espiritual.


Da então um valor relativo, compreendendo que se bem aproveitados, seus frutos os melhores e muito compensatórios.

Não precisamos, no entanto, procurá-los, mas sim compreendê-los na sua função regeneradora e educativa, colhendo seus frutos sazonados.

A aceitação pela compreensão da continuidade da vida leva o homem a transformar os sofrimentos da vida em desafios, que o estimulam, na sua superação, ao esforço do desenvolvimento espiritual, objetivo número um do viver na Terra.

Bibliografia:

1- Obras Póstumas, Allan Kardec: As Aristocracias


Leda de Almeida Rezende Ebner
Novembro / 2002       
                          

Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
Ribeirão Preto (SP)


O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra. Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORIAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.

ESTUDO EVANGÉLICO 52 - LIVRO PALAVRAS DE VIDA ETERNA - TEMA: Palavra Escrita


Livro: Palavras de Vida Eterna

Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel



ESTUDO 52

Palavra Escrita

"Examinai tudo, retende o bem". – Paulo (I TESSALONICENSES, 5:21)

Com as palavras acima dirigidas aos tessalonicenses, o apóstolo Paulo sinaliza a todos os seguidores do Cristo que fiquem longe de toda espécie de mal.

Sem a devida compreensão, pessoas se utilizam das palavras de Paulo para assegurar que os estudiosos do Evangelho devem ler tudo sem restrições. Talvez, no entendimento delas, o fato de seguir os ensinamentos do Cristo é suficiente para dar discernimento e equilíbrio, podendo as pessoas lerem e verem tudo, sem se deixar influenciar pelas obras de conteúdo duvidoso.

Alegam, essas pessoas, que para termos opinião a respeito dos diversos assuntos, sabermos separar o que é bom do que é ruim, precisamos ler tudo o que nos chega às mãos.

Esse pensamento não é totalmente desprovido de verdade, mas, para saber analisar e separar o que é bom, aproveitável, o que vai contribuir para o crescimento das pessoas, que vai aumentar os conhecimentos que elevam o ser, é necessário que seja alguém com amadurecimento mental, que tenha discernimento.

Não é aconselhável que, crianças e pessoas pouco amadurecidas tenham contato com todo tipo de leitura e que tudo vejam, quando sabemos que existem obras de conteúdo duvidoso, que confundem a mente, ainda, infantilizada, exercendo sobre elas influência negativa.

Como cada pessoa está em um grau evolutivo, e, portanto, as necessidades variam de indivíduo para indivíduo, fica evidente que nem todos reúnem condições para avaliar com proveito, não só em relação ao que é escrito, mas, também, às imagens negativas de toda espécie, que hoje é tão comum nos veículos de comunicação.

Em "O Consolador", questão 124, Emmanuel, diz: " A palavra escrita ou falada é um dom divino; é através dela que o homem recebe o patrimônio das experiências sagradas de quantos o antecederam no mecanismo evolutivo das civilizações. É por intermédio de seus poderes que se transmite, de gerações a gerações, o fogo divino do progresso".

As palavras de Jesus, escritas pelos apóstolos no Evangelho, se constituem em alimento da vida eterna, pois, é pelo livro digno que recebemos o ensinamento e a orientação, o reajuste mental e a renovação interior.

Somente os escritos nobres que esclarecem a inteligência e iluminam a razão, serão capazes de vencer as trevas que envolvem a Humanidade, auxiliando o Espírito imortal na sua caminhada evolutiva.

As pessoas que se sentem com equilíbrio suficiente, estão em condições de ler e analisar tudo, desde que não esqueçam que devem reter apenas o que contribui para a sua evolução espiritual, e para ajudar aqueles que, ainda, não pensam com a mesma segurança e equilíbrio.


I TESSALONICENSES 5

21 mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom;


Maria Aparecida Ferreira Lovo

Novembro / 2005

Centro Espírita Batuira

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