terça-feira, 19 de novembro de 2013

Kardec Afirma


Em “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”,
Questões 903.

Se é com o fito de criticar e divulgar, há muita culpa, porque isso é faltar com a caridade. Se é com intenção de proveito pessoal, evitando-se aqueles defeitos, pode ser útil. Mas não se deve esquecer que a indulgência para com os defeitos alheios é uma das virtudes compreendidas na caridade. Antes de censurar as imperfeições dos outros, vede se não podem fazer o mesmo a vosso respeito. Tratai, pois, de possuir as qualidades contrárias aos defeitos que criticais nos outros. Esse é um meio de vos tornardes superior. Se os censurais por serem avarentos, sede generosos; por serem orgulhosos, sede humildes e modestos; por serem duros, sede dóceis; por agirem com mesquinhez, sede grandes em todas as vossas ações.

Em uma palavra, fazei de maneira que não vos possam aplicar aquelas palavras de Jesus: “Vedes um argueiro no olho do vizinho e não vedes uma trave no vosso”.

sábado, 16 de novembro de 2013

OS TRÊS GRAUS DE ESPÍRITAS

PANORAMA


Em O Livro dos Espíritos, ao apresentar o Espiritismo em seus três aspectos, o Codificador classifica os espíritas em três graus: os que crêem nas manifestações e as comprovam, sendo, portanto, experimentadores; os que percebem as consequências morais dessa experimentação e os que praticam ou se esforçam por praticar essa moral.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, em O Livro dos Médiuns, ele propõe uma nomenclatura para cada tipo de adepto, a saber:
Os que crêem nas manifestações
espíritas experimentadores. Só se importam com os fenômenos e sua explicação científica.
Os que, além dos fatos, compreendem as consequências morais, mas não as colocam em prática – espíritas imperfeitos, que não abrem mão de ser como são.
Aqueles que praticam a moral espírita e aceitam todas as suas conseqüências os verdadeiros espíritas ou espíritas cristãos, apresentando duas características básicas: a caridade como regra de proceder e, pela compreensão dos objetivos da existência terrestre, o esforço “por fazer o bem e coibir seus maus pendores”.
Aqueles demasiadamente confiantes em tudo o que se refere ao mundo invisível, aceitando sem verificação ou reflexão todos os conteúdos que lhes chegam ás mãos: espíritas exaltados.
Este tipo de adeptos é mais nocivo que útil à causa espírita.
Vamos nos deter nos dois últimos tipos.
Em primeiro lugar, o verdadeiro espírita, reconhecível “pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”.
Chama-nos a atenção os termos usados por Kardec “coibir” e “domar”.
Ou seja, o esforço da transformação moral requer do interessado uma luta íntima fortíssima que, absolutamente, não é desamor a si mesmo, mas tenacidade na tarefa de substituir valores do mundo por valores espirituais.

Ouve-se muito, dentro das casas espíritas, que a reforma interior não deve ser um sofrimento, e o desculpismo toma conta das criaturas que se reconhecem imperfeitas, mas... Continuam sendo como são, ou melhor, espíritas imperfeitos. A luta pela mudança interna é reconhecida, por inúmeros autores espirituais confiáveis, como imprescindível ao nosso amadurecimento espiritual. É a “decisão de ser feliz” proposta por Joanna de Ângelis, que passa pela revisão de toda a nossa conduta diante de Deus e do próximo, pela coragem de enfrentar a si mesmo, reconhecendo os erros e iniciando o processo de correção de rumo.
Sobraram os espíritas exaltados, apaixonados por modismos, novidades, revelações (principalmente quem foi quem em existências passadas).

Frequentam, muitas vezes, reuniões de estudo doutrinário, mas não estudam; citam “best sellers” do momento, mas não sabem dar exemplos da literatura consagrada de autores encarnados ou desencarnados.
São ávidos por lançamentos editoriais sem conhecer as obras básicas ou o trabalho de Instrutores como Emmanuel, André Luiz e Joanna de Ângelis. Prejudicam a Doutrina porque divulgam conceitos equivocados, estimulando novos companheiros a seguir pelo mesmo caminho.
É André Luiz que alerta, quanto a alguns “modos como nós, espíritas, perturbamos a marcha do Espiritismo”:

– esquecer a reforma íntima, – afastar-se das obras de caridade, – negar-se ao estudo, – abdicar do raciocínio, deixando-se manobrar por movimentos ou criaturas que tentam sutilmente ensombrar a área do conhecimento espírita com preconceitos e ilusões.
O verdadeiro espírita ou o espírita cristão é aquele que adquiriu a “maturidade do senso moral” segundo o Codificador. Entendamos que essa maturação ainda não se completou (estamos na Terra!), mas representa o rompimento com o passado de erros e a obrigação de nos reformarmos, sem desculpas, contemporizações ou omissões.
Em um texto de Obras Póstumas encontramos o estímulo e o consolo para as dificuldades encontradas em nosso processo renovador: “Se passarmos à categoria dos espíritas propriamente ditos, ainda aí depararemos com certas fraquezas humanas, das quais a doutrina não triunfa imediatamente. As mais difíceis de vencer-se são o egoísmo e o orgulho, as duas paixões originárias do homem. (...) Pode dar-se que a coragem e a perseverança fraquejem diante de uma decepção, de uma ambição frustrada, de uma preeminência não alcançada, de uma ferida no amor próprio, de uma prova difícil. Há o recuo ante o sacrifício do bem-estar, ante o receio de comprometer os interesses materiais, ante o medo do “que dirão?”; há o ser-se abatido por uma mistificação, tendo como consequência, não o afastamento, mas o esfriamento; há o querer viver para si e não para os outros, o beneficiar-se da crença, mas sob a condição de que isso nada custe.(...) Sem dúvida, podem os que assim procedem ser crentes, mas, sem contestação, crentes egoístas, nos quais a fé não ateou o fogo sagrado do devotamento e da abnegação; às suas almas custa o desprenderem-se da matéria.

“Fazem nominalmente número, porém não há contar com eles.”
Temos, ainda, inúmeras fragilidades, mas já não queremos, por certo, “fazer número”, ser estatística. Desejamos que o Espiritismo possa contar conosco, e acima de tudo, precisamos e queremos SERVIR A JESUS, aliando conhecimento doutrinário e prática evangélica.



“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXXIV N° 401
FEVEREIRO 2010
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
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sábado, 9 de novembro de 2013

QUEVEDO E O INCONSCIENTE

Nas apresentações do "Fantástico", o padre Quevedo sempre atribuiu todos os fenômenos, que chamamos mediúnicos, ao poder do inconsciente. A pessoa humana seria capaz de produzir esses fenômenos sem saber que é ela mesma quem os está produzindo. Isso explicaria muitos fenômenos de comunicação espiritual e até mesmo os casos de efeitos físicos, estes pela força da mente, uma espécie de magnetismo, creio eu.
Como podemos melhor elucidar essa questão em nosso meio espírita?

Para que possamos compreender a questão, basta nos reportarmos ao Prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail ( Allan Kardec) que, a partir de 1854, passou a se interessar e estudar os fenômenos das mesas girantes.
Estas informações podem ser obtidas nas biografias de Kardec ou em OBRAS PÓSTUMAS e REVISTA ESPÍRITA. Rivail, de formação científica, inicialmente, não acreditava na autenticidade dos fenômenos que lhe relatavam, mas quando os constatou, e viu que não se tratava de fraude, atribuiu os estranhos movimentos das mesas ao magnetismo das pessoas que ali se encontravam. Na época, ainda não havia uma concepção de inconsciente, como a temos hoje, mas o próprio Rivail já vislumbrava algum substrato psíquico dessa natureza, formulando assim os primeiros conceitos de inconsciente, mais tarde delineado por Sigmund Freud. Depois de pormenorizados estudos é que verificou algo mais além das "forças anímicas" das pessoas presentes, algo que direcionava os fenômenos para uma meta além da vontade humana e o principal: quando se tratava de fenômenos inteligentes, como responder perguntas de alto conteúdo filosófico e científico ou prestar informações que todos desconheciam, se não h
avia ali quem pudesse fornecê-las, a não ser supostas entidades desencarnadas? Kardec passa a reconhecer que existem duas "forças" concorrentes que determinam o fenômeno: a do médium (poder inconsciente) e a dos Espíritos. Isto quer dizer que o médium é dotado de uma capacidade "anímica" que oferece os meios ou os recursos "materiais" com os quais os desencarnados podem agir, produzindo o fenômeno. Assim, Kardec já reconhece a transmissão de pensamento e outras faculdades anímicas inconscientes, hoje chamadas paranormais, e conclui que somente pela existência dessas faculdades é que se pode chegar à conclusão da existência dos Espíritos. Todavia, a abordagem de Quevedo, em nome da Parapsicologia, sempre revestida de eloquente
 teatralidade, não constitui nenhuma novidade, pois os seus argumentos são tão antigos quanto o Espiritismo, o que demonstra que não se atualizou; basta considerar que Alexandre Aksakof, já em 1890, quando lançou
"ANIMISMO E ESPIRITISMO", refutava os mesmos argumentos contra o Espiritismo de uma obra bem mais consistente que as do padre jesuíta, a do alemão Eduard Von Hartmann, publicada em 1885. Na verdade, o que esse jesuíta tem feito, desde que chegou ao Brasil, na década de 60, é combater o Espiritismo por todos os meios possíveis, utilizando, no entanto, de idéias das escolas materialistas ou antiespiritualistas.
Com isso, tem-se esbarrado desastradamente nos interesses da sua própria religião, na medida em que põe em xeque os milagres da Igreja, ponto vital da fé católica. Mas, de certa forma, a sua atuação, ainda que pouco convincente, não deixa de ter um aspecto positivo, na medida em que desperta a atenção para a matéria, levantando uma série de questionamentos e dúvidas, tanto dos espíritas como de seus adversários, obrigando as pessoas a se interessarem e a estudarem mais a Doutrina Espírita.


PALAVRAS AOS JOVENS

“Compadece-te do jovem - ele é suscetível de mergulhar-se nos abismos da
ilusão”.
André Luiz


“A alma pode suportar todos os obstáculos e ultrapassá-los,
conservando-se, desde a Terra, na santa e eterna juventude do
Bem infinito”.
Emmanuel


“Sem um raciocínio amadurecido para
superar a desaprovação provisória da
ignorância e da incompreensão e sem as
fibras harmoniosas do carinho fraterno
para socorrê-las, com espírito de
solidariedade real, quase impraticável a
jornada para a frente”.

Adolfo Bezerra de Menezes


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ANO XXX Nº351
Janeiro de 2003.
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ARREPENDIMENTO E SALVAÇÃO

Uma coisa, que não me convence, é o tal do arrependimento, porque existem pessoas que vivem uma vida descompromissada, fazem e aprontam, prejudicam os outros, chegam até a cometer crimes bárbaros e, depois, se penitenciam diante de uma igreja, acreditando que obtiveram o perdão e alcançaram a salvação, só porque passam a dizer que aceitam Jesus. Eu me pergunto como pode ser isso? Onde está o princípio da justiça? Será que Deus vai proteger somente aqueles que se dizem arrepender de seus pecados, depois de terem feito tanto mal? Como ficam suas contas passadas? E o mal que fizeram? Será que a fé é suficiente para apagar tudo isso, deixando vítimas amarguradas e revoltadas e prejuízos sem acerto de contas? Neste caso, seria vantajoso ser mal até o último dia e depois se arrepender. Gostaria de ter uma explicação sobre isso.

Prezada leitora, o seu raciocínio está correto e bem colocado; na própria pergunta você já deu a resposta que procura. O Espiritismo traz no seu bojo o mais perfeito senso de justiça, que já se formulou em todas as épocas da Humanidade, tirado justamente da concepção ampla e profunda de Jesus sobre a vida moral. Não foi por outro motivo que o jurista cubano Fernando Ortiz, estudando pormenorizadamente Allan Kardec, lançou a obra "A FILOSOFIA PENAL DOS ESPÍRITAS" ( Editora LAKE, S. Paulo), que merece ser lida não apenas por conhecedores do Direito, mas por todas as pessoas que querem penetrar mais a fundo o aspecto moral da Doutrina. Na obra espírita, os conceitos de culpa e mérito são fundamentais. Se somos seres dotados de vontade própria, se podemos aprender a dominar as nossas emoções e sentimentos, se temos capacidade de decidir, é porque Deus nos permitiu, caminhando pelos próprios pés, construir a vida que pretendemos, pelos caminhos que mais nos aprouver e, assim, assumir as conseqüências de nossos atos ou omissões, sempre respondendo por eles.
O arrependimento (conforme podemos ler na questão 990 e seguintes de O LIVRO DOS ESPÍRITOS é o primeiro passo da consciência que amadureceu, mas não representa, por mais sincero que seja, a quitação definitiva das "dívidas" contraídas ao longo de nossa experiência e, muito menos, a conquista do céu: cada um deve
responder pelo que fez ou deixou de fazer. O perdão de Deus consiste nas oportunidades de REPARAÇÃO dos prejuízos causados, etapa que vem depois do ARREPENDIMENTO, para quitar definitivamente a "dívida", ou contra pessoas ou contra a coletividade. Para o Espírito em evolução, o maior sofrimento sempre virá a partir do momento em que ele se arrepender do mal que fez ou do Bem que deixou de fazer (amadurecimento espiritual), em forma de sentimento de culpa ou remorso, de modo que as contas a serem prestadas ou o tribunal que o julga não estão propriamente em
Deus ou na pessoa de algum Juiz Supremo, mas na sua própria consciência que, cedo ou tarde, vai exigir e conseguir dele o retorno à vida para quitar dívida por dívida, para reparar prejuízo por prejuízo, de alguma forma, em algum tempo ou lugar. Portanto, a doutrina do arrependimento, aliado à fé, como meta única de salvação, sem a necessidade da reparação, é profundamente falha, porque não conserta a situação, não recupera o delinquente e não o coloca, portanto, em condições de compartilhar dos ideais superiores da vida num reino de amor e justiça, como aquele a que Jesus tanto se referiu.


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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

INTERVENÇÃO DA ESPIRITUALIDADE

JUVENTUDE
  
“Está chovendo aqui em Viçosa há uns dois dias e, na madrugada de ontem, um barraco foi soterrado, quando o dono saía para ver se havia riscos. Dentro da casa ficaram a esposa, grávida de sete meses e duas filhinhas. Todas morreram.
Estou triste e chocada e não paro de pensar se há explicação para tais tipos de fatos. Não seriam os Espíritos de Luz ou Anjos da Guarda desses inocentes
capazes de protegê-los?” (JULIANA, VIÇOSA-AL)

Como você se diz espírita, não é difícil responder a sua questão. Quando nos deparamos com um acontecimento, como esse que você citou, devemos procurar avaliá-lo não apenas e tão somente do ponto de vista de seu resultado imediato – para nós, uma lamentável tragédia. A Doutrina Espírita nos convida a buscar explicação mais ampla nas Leis Naturais que regem a vida e que concorrem efetivamente para a nossa felicidade futura. O sofrimento de hoje pode se tornar num grande benefício amanhã. O que vemos, diante de nós, são fatos isolados de um contexto mais amplo das experiências reencarnatórias dessa mãe e de seus filhos.

Não sabemos, no entanto, que realidade existe atrás de tudo isso e que significado esse amargo acontecimento tem na evolução desses Espíritos. Muitas vezes, se soubéssemos as vantagens que se escondem atrás de uma aparente derrota, não quereríamos sequer experimentar o gosto da pretensa vitória. Assim, é possível que esse trágico acontecimento represente um resgate para os Espíritos envolvidos ou mesmo um salto evolutivo na sua jornada reencarnatória.
Quanto aos seus Espíritos Protetores, eles têm um papel importante, mas sua capacidade de ação está limitada a leis maiores, essas mesmas que regem a vida de seus protegidos. Em razão disso e diante de determinadas situações, muitas vezes eles não podem mudar o rumo dos acontecimentos e, de outras, eles permitem que tudo aconteça porque sabem que as conseqüências serão benéficas para seus tutelados no futuro, assim como um pai permite que o filho sofra para aprender a viver melhor. Ademais, estudando a Doutrina Espírita, sabemos perfeitamente que a vida é constituída de obstáculos, problemas e desafios a serem experenciados por cada um de nós, ao longo de nossa jornada.
Considerar que os “maus acontecimentos” só nos prejudicam seria fazer uma idéia negativa de Deus e achar que Ele se diverte às nossas custas. Leia e reflita sobre as questões 963 e 964 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS.


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ANO XXX Nº351
janeiro de 2002.
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ESPÍRITO DE VERDADE

JUVENTUDE

Assinante desta conceituada revista, solicitaria especial obséquio de me informarem qual é o certo: “Espírito da Verdade”, “Espírito de Verdade” ou “Espírito Verdade”. (JOSÉ ESTEVES FERNANDES JUNIOR, CAMPINAS-SP)

Não percebemos haja um consenso em relação ao nome exato do Espírito que, desde o início da Codificação, se manifestou a Kardec. Alguns chegam a afirmar que não se trata apenas de um Espírito, mas de uma falange de Espíritos, mas não é isso que vemos em OBRAS PÓSTUMAS. Traduções brasileiras antigas das obras kardequianas, como O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Torrieri Guimarães, revista por Carlos Imbassahy, Editora LAKE, utilizam “Espírito da Verdade”. Herculano Pires, Roque Jacintho, Salvador Gentile preferem “Espírito de Verdade”. E é com esta mesma grafia que encontramos as traduções da FEB.

Aliás, há uma versão dessa obra, editada pela FEB (“L´EVANGILE SELON LE SPIRITISME”, 3ª edição, revista, corrigida e  alterada) do original francês de 1866 (Dentu, Fred. Henri, librairies, au Palais-Royal), com a subscrição na mensagem inicial “L´Esprit de Verité” (Espírito de Verdade). Enquanto isso, Canuto de Abreu optou por “Espírito Verdade”, conforme apresenta na edição comemorativa do centenário de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, texto bilíngüe (francês/português) editado pela Companhia Editora Ismael; Canuto chega a traduzir a palavra “verité”, utilizada nos textos por Kardec, por “Espírito Verdade”, considerando que o Codificador, em OBRAS PÓSTUMAS, chamou de “Verdade” o Espírito orientador que, em 21/03/1856, se comunicou pela médium, Srta. Baudin, dando-lhe oportunas instruções; entretanto, mais adiante, o próprio Kardec, na mesma obra, a ele se refere como “Espírito de Verdade”, que nos parece ser a denominação mais utilizada.


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MUNDOS SUPERIORES

JUVENTUDE

Às vezes, não acredito que estou vivendo num mundo tão violento como o nosso, onde o egoísmo predomina, fazendo vítimas. Gostaria de viver num mundo superior, onde o homem não tivesse mais necessidade de mentir, de corromper e de agredir violentamente seu semelhante por causa de dinheiro. ( NEUZA MARISA GENTIL MAE, BAURU-SP)

Acontece, prezada leitora, que não pertencemos à Humanidade por acaso. Este mundo em que vivemos, da forma como se nos apresenta, com todas suas contradições e absurdos, desonestidade e violência, é o mundo que temos construído para nós, ao longo dos milênios. Já não estamos mais num mundo primitivo, porque superamos essa fase inicial da experiência humana, e tampouco nos encontramos num mundo superior, porque ainda não reunimos condições para tanto. O ambiente cultural da Terra retrata exatamente o nível de evolução de seus habitantes, que somos nós.

Espíritos superiores, quando reencarnam em nosso Planeta, não são aceitos pelos homens e quase sempre se tornam vítimas de sua incompreensão, justamente porque procedem de um mundo onde o nível moral é bem superior ao da Terra. Por outro lado, nós, que aqui vivemos – hoje, no início do século XXI - ainda não estamos preparados para viver num mundo sem violência e dominação; nossas atitudes e comportamentos feririam logo seus princípios, causariam perturbação e desequilíbrio e nós, não os compreendendo, seríamos desajustados em seu ambiente, do mesmo modo que um troglodita, pela sua condição de homem primitivo, se sentiria perdido e confuso se tivesse que conviver numa família civilizada de nosso tempo.


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terça-feira, 8 de outubro de 2013

SÉRIE ENCONTRO COM CHICO E DIVALDO

COMUNICAÇÃO

III – MÉDIUM

Ainda o médium. São tantas as dúvidas existentes sobre o tema que resolvemos ampliar a abordagem do mesmo.
Dentro desta série, os leitores vão se inteirar das opiniões de Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco a respeito de ângulos diversos da questão.
Com a palavra, portanto, os dois valorosos líderes.
O que é desenvolver mediunidade no conceito de Emmanuel?
Chico Xavier - Ele crê que desenvolvimento mediúnico deveria ser a nossa dedicação ao aperfeiçoamento pessoal para servirmos de intérpretes àqueles que habitam a vida espiritual e, ao mesmo tempo, começar muito cedo o trabalho na pauta da obediência e da fé de que todos carecemos perante as Leis de Deus.
A disritmia é problema mediúnico?
Divaldo - Para nós, espíritas, na questão das enfermidades de qualquer porte, o problema é sempre o Espírito encarnado. No processo da fecundação, quando o Espírito começa a moldar o corpo de que tem necessidade para evoluir — porque o corpo é moldado conforme o mérito ou demérito de cada um — encontram-se em gérmen as futuras necessidades do seu processo de crescimento. Na problemática das disritmias cerebrais, a atuação do psiquismo do Espírito reencarnante sobre a matéria em formação cria o desajuste que mais tarde se apresentará em forma de lesões ou descompensações vibratórias. Como todos temos um passado, estamos, por isso mesmo, vinculados aos nossos atos pretéritos.
Aqueles a quem prejudicamos, encontram em nós as matrizes do débito, a fim de que estejam vinculados à nossa necessidade de ressarcimento, atraindo-os, inevitavelmente, à cobrança, quando evolutivamente são iguais a nós. Se forem melhores do que nós, não nos cobrarão nada. Pelo perdão que nos doam, libertam-se, deixando que resgatemos nossa dívida por outros meios. O problema é normalmente psiquiátrico, mas também sofre carga obsessiva. Pode ser psiquiátrico ou neurológico, porque de ordem cerebral, necessitando de uma terapêutica própria. E obsessivo ou mediúnico porque, havendo a dívida e o cobrador por perto, estabelece-se um clima de obsessão. Se a pessoa recebe a terapia espírita, e dispõe-se à prática do Bem, à auto-terapia, libertar-se-á do processo disrítmico, porque iluminará o seu perseguidor — sua vítima de ontem — e resgatará as suas dívidas perante a Consciência Cósmica. A Lei não é de cobrança; é de retificação dos erros. Se eu pratiquei um mal e começo a fazer um grande Bem, o Bem que eu faço anula o mal que eu fiz, deixando-me quite. Existe, portanto, uma injunção de natureza físico-psicológica, quanto de natureza mediúnica, no problema das disritmias, necessitando de tratamento médico especializado e espiritual cuidadoso.
O que acontece para uma pessoa que se recusa a desenvolver sua mediunidade, já que esta mediunidade pode ajudar muitas pessoas? Haverá algum castigo ou cobrança?
Chico Xavier - Energias que não doamos podem ser fator de desequilíbrio em nossas vidas. Nossa consciência, em geral, nos cobra uma atitude perante as tarefas que nos cabem. Praticando o Bem em qualquer parte, estaremos colocando nossa mediunidade a serviço de todos. André Luiz afirma: “Todo bem que não se faz é um mal que se pratica.”
Diz-se, no Espiritismo, que todos temos mediunidade e medo disso. Por quê?
Divaldo - Por ignorar o que é a mediunidade, por um mecanismo de defesa, através do qual o indivíduo, embora cientificado das possibilidades mediúnicas, bloqueia as fontes daqueles registros psíquicos para acomodar-se ao imediatismo.
Quais são os principais sintomas, tanto físicos quanto psicológicos, que a pessoa apresenta para que diagnostique-se mediunidade acentuada?
Chico Xavier - Os sintomas podem ser variados, de acordo com o tipo de mediunidade.
Irritabilidade, sonolência sem motivo, dores sem diagnóstico definido, mau humor e choro inexplicável podem indicar necessidade de esclarecimento e estudo.
Divaldo, quando um médium pode saber se realmente tem um compromisso mediúnico e que compromisso lhe traz essa mediunidade?
Divaldo - Através de sua predisposição. A mediunidade induz o indivíduo a uma posição consciente perante a vida, desde que esta seja pautada em linhas de equilíbrio moral.
Então ele passa a receber intuições vigorosas que o impelem a atitudes positivas em relação ao próximo. Aparece de início, como lampejo de um ideal, como reminiscência de tarefas que ficaram interrompidas ou como uma verdadeira impulsão para realizar determinados compromissos a benefício da criatura humana. À medida que mergulha no mundo interior, desdobram-se-lhe as possibilidades e os Espíritos o conduzem a que execute a tarefa que, a pouco e pouco, lhe vai sendo inspirada e conduzida. A mediunidade é uma faculdade paranormal, e todos podemos experimentar fenômenos que não são habituais, não comuns. Quando estes fenômenos especiais transcendem ao habitual refletem características de mediunidade, tais: percepção de presenças, visões e audições psíquicas, que seriam denominados como alucinações psicológicas por psiquiatras desconhecedores da mediunidade...
Como saber distinguir efeitos mediúnicos de doença física? Por exemplo: as dores de cabeça e de estômago.
Chico Xavier - A segurança em distinguir efeitos da mediunidade de sintomas de doenças físicas, só pode ser alcançada com a educação da própria mediunidade. O ideal é que inicialmente se procure um médico para certificar-se que o mal não é físico e, uma vez confirmada a inexistência de doença, deve-se procurar a orientação espiritual.
Fale-nos, se possível, acerca dos débitos do médium que vende sua mediunidade.
Divaldo - A tradição concebeu uma palavra, “simonia”, como sendo a da venda das coisas sagradas. Na mediunidade, particularmente entre nós, na Terra do Cruzeiro, seguindo a recomendação de dar de graça o que de graça recebemos, o exercício da mediunidade não pode ter outra conotação senão a da gratuidade. Convém consignar aqui que a venda de recursos mediúnicos não se consuma exclusivamente por dinheiro, porque se pode trocá-la por presentes, por concessões, pelo envaidecimento e por várias outras modalidades mais ou menos sob disfarce. Nós, médiuns, devemos acautelar-nos constantemente contra os perigos da simonia indireta, inclusive para com aqueles que fazem parte do nosso círculo íntimo, ou os que nos propiciam conforto e facilidades. “Lembro-me aqui de um querido confrade, médium seguro, que exerceu a mediunidade caritativa por largos anos numa modesta construção no fundo do quintal de sua casa. Este homem de vida santificada carregava uma prova dolorosa, a esposa era alienada mental, a filha sofria de ataques epiléticos e o filho vivia atormentado por Espíritos vingativos. Granjeava recursos para a ‘manutenção daquele lar com a execução de modestos serviços em profissão humilde, que ele executava em sua casa mesmo. Um dia, após atender pessoa portadora de um problema muito grave, notou que tal pessoa deixara boa soma de dinheiro num envelope aberto em cima da mesa, retirando-se em seguida. Levantou-se às carreiras e foi ter com a pessoa: “- Senhor, acho que esqueceu este dinheiro na mesa em que trabalho”. Resposta do doador: “ - Não, não esqueci. Percebi que o senhor tem problemas financeiros e de saúde de seus familiares, e como disponho de muitos recursos quis ajudá-lo a amenizar as dificuldades com que se defronta”.
“‘— Não, bondoso amigo, não posso aceitar.
"— Mas por que não pode, o senhor não me pediu nada, estou dando é para sua família, sua esposa doente e os filhos enfermos. Com este dinheiro o senhor pode minorar o sofrimento deles”.
“— Perdoe-me se não consigo fazer-me entender. Se minha mulher e meus filhos estão ao meu lado passando provações e vicissitudes, é porque deviam às justas Leis Divinas que nos levam ao resgate para nosso benefício. Por favor, não insista, não destrua num segundo o que levei 30 anos para edificar”.
Dito isto passou o envelope para as mãos do doador e voltou ao barraco onde exercia a mediunidade com verdadeiro amor e santidade.

FONTE
Silveira, Adelino; KARDEC PROSSEGUE, ed.UNIÃO, questão 1
Baccelli, C.A; DIVALDO. FRANCO em UBERABA, ed. ALVORADA; questão 2
Xavier, F.C e Emmanuel (Espírito), PLANTÃO DE RESPOSTAS, ed. UNIÃO, questões 3,5,7
Franco, Divaldo P; ELUCIDAÇÕES ESPIRITAS, ed. ALVORADA, questão 4
Franco Divaldo P. VIAGENS E ENTREVISTAS; ed.ALVORADA; questão 6
Franco Divaldo P, e Fernando Worm; MOLDANDO O TERCEIRO MILÊNIO, ed. ALVORADA, questão 8


EMMANUEL E A COMUNICAÇÃO

“Enquanto houver um gemido na paisagem em que nos movimentamos, não será ilícito cogitar da felicidade isolada para nós mesmos”.
“O programa do feminismo não é o da exclusão da dependência da mulher: deve ser o da compreensão dos seus grandes deveres.
Dentro da natureza, as linhas determinadas pelos desígnios insondáveis de Deus não se mudam, sob a influência do ilimitado arbítrio humano; e a mulher não pode transformar o complexo estrutural de seu organismo“.


“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXX Nº351
Janeiro 2006
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