terça-feira, 8 de outubro de 2013

SÉRIE ENCONTRO COM CHICO E DIVALDO

COMUNICAÇÃO

III – MÉDIUM

Ainda o médium. São tantas as dúvidas existentes sobre o tema que resolvemos ampliar a abordagem do mesmo.
Dentro desta série, os leitores vão se inteirar das opiniões de Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco a respeito de ângulos diversos da questão.
Com a palavra, portanto, os dois valorosos líderes.
O que é desenvolver mediunidade no conceito de Emmanuel?
Chico Xavier - Ele crê que desenvolvimento mediúnico deveria ser a nossa dedicação ao aperfeiçoamento pessoal para servirmos de intérpretes àqueles que habitam a vida espiritual e, ao mesmo tempo, começar muito cedo o trabalho na pauta da obediência e da fé de que todos carecemos perante as Leis de Deus.
A disritmia é problema mediúnico?
Divaldo - Para nós, espíritas, na questão das enfermidades de qualquer porte, o problema é sempre o Espírito encarnado. No processo da fecundação, quando o Espírito começa a moldar o corpo de que tem necessidade para evoluir — porque o corpo é moldado conforme o mérito ou demérito de cada um — encontram-se em gérmen as futuras necessidades do seu processo de crescimento. Na problemática das disritmias cerebrais, a atuação do psiquismo do Espírito reencarnante sobre a matéria em formação cria o desajuste que mais tarde se apresentará em forma de lesões ou descompensações vibratórias. Como todos temos um passado, estamos, por isso mesmo, vinculados aos nossos atos pretéritos.
Aqueles a quem prejudicamos, encontram em nós as matrizes do débito, a fim de que estejam vinculados à nossa necessidade de ressarcimento, atraindo-os, inevitavelmente, à cobrança, quando evolutivamente são iguais a nós. Se forem melhores do que nós, não nos cobrarão nada. Pelo perdão que nos doam, libertam-se, deixando que resgatemos nossa dívida por outros meios. O problema é normalmente psiquiátrico, mas também sofre carga obsessiva. Pode ser psiquiátrico ou neurológico, porque de ordem cerebral, necessitando de uma terapêutica própria. E obsessivo ou mediúnico porque, havendo a dívida e o cobrador por perto, estabelece-se um clima de obsessão. Se a pessoa recebe a terapia espírita, e dispõe-se à prática do Bem, à auto-terapia, libertar-se-á do processo disrítmico, porque iluminará o seu perseguidor — sua vítima de ontem — e resgatará as suas dívidas perante a Consciência Cósmica. A Lei não é de cobrança; é de retificação dos erros. Se eu pratiquei um mal e começo a fazer um grande Bem, o Bem que eu faço anula o mal que eu fiz, deixando-me quite. Existe, portanto, uma injunção de natureza físico-psicológica, quanto de natureza mediúnica, no problema das disritmias, necessitando de tratamento médico especializado e espiritual cuidadoso.
O que acontece para uma pessoa que se recusa a desenvolver sua mediunidade, já que esta mediunidade pode ajudar muitas pessoas? Haverá algum castigo ou cobrança?
Chico Xavier - Energias que não doamos podem ser fator de desequilíbrio em nossas vidas. Nossa consciência, em geral, nos cobra uma atitude perante as tarefas que nos cabem. Praticando o Bem em qualquer parte, estaremos colocando nossa mediunidade a serviço de todos. André Luiz afirma: “Todo bem que não se faz é um mal que se pratica.”
Diz-se, no Espiritismo, que todos temos mediunidade e medo disso. Por quê?
Divaldo - Por ignorar o que é a mediunidade, por um mecanismo de defesa, através do qual o indivíduo, embora cientificado das possibilidades mediúnicas, bloqueia as fontes daqueles registros psíquicos para acomodar-se ao imediatismo.
Quais são os principais sintomas, tanto físicos quanto psicológicos, que a pessoa apresenta para que diagnostique-se mediunidade acentuada?
Chico Xavier - Os sintomas podem ser variados, de acordo com o tipo de mediunidade.
Irritabilidade, sonolência sem motivo, dores sem diagnóstico definido, mau humor e choro inexplicável podem indicar necessidade de esclarecimento e estudo.
Divaldo, quando um médium pode saber se realmente tem um compromisso mediúnico e que compromisso lhe traz essa mediunidade?
Divaldo - Através de sua predisposição. A mediunidade induz o indivíduo a uma posição consciente perante a vida, desde que esta seja pautada em linhas de equilíbrio moral.
Então ele passa a receber intuições vigorosas que o impelem a atitudes positivas em relação ao próximo. Aparece de início, como lampejo de um ideal, como reminiscência de tarefas que ficaram interrompidas ou como uma verdadeira impulsão para realizar determinados compromissos a benefício da criatura humana. À medida que mergulha no mundo interior, desdobram-se-lhe as possibilidades e os Espíritos o conduzem a que execute a tarefa que, a pouco e pouco, lhe vai sendo inspirada e conduzida. A mediunidade é uma faculdade paranormal, e todos podemos experimentar fenômenos que não são habituais, não comuns. Quando estes fenômenos especiais transcendem ao habitual refletem características de mediunidade, tais: percepção de presenças, visões e audições psíquicas, que seriam denominados como alucinações psicológicas por psiquiatras desconhecedores da mediunidade...
Como saber distinguir efeitos mediúnicos de doença física? Por exemplo: as dores de cabeça e de estômago.
Chico Xavier - A segurança em distinguir efeitos da mediunidade de sintomas de doenças físicas, só pode ser alcançada com a educação da própria mediunidade. O ideal é que inicialmente se procure um médico para certificar-se que o mal não é físico e, uma vez confirmada a inexistência de doença, deve-se procurar a orientação espiritual.
Fale-nos, se possível, acerca dos débitos do médium que vende sua mediunidade.
Divaldo - A tradição concebeu uma palavra, “simonia”, como sendo a da venda das coisas sagradas. Na mediunidade, particularmente entre nós, na Terra do Cruzeiro, seguindo a recomendação de dar de graça o que de graça recebemos, o exercício da mediunidade não pode ter outra conotação senão a da gratuidade. Convém consignar aqui que a venda de recursos mediúnicos não se consuma exclusivamente por dinheiro, porque se pode trocá-la por presentes, por concessões, pelo envaidecimento e por várias outras modalidades mais ou menos sob disfarce. Nós, médiuns, devemos acautelar-nos constantemente contra os perigos da simonia indireta, inclusive para com aqueles que fazem parte do nosso círculo íntimo, ou os que nos propiciam conforto e facilidades. “Lembro-me aqui de um querido confrade, médium seguro, que exerceu a mediunidade caritativa por largos anos numa modesta construção no fundo do quintal de sua casa. Este homem de vida santificada carregava uma prova dolorosa, a esposa era alienada mental, a filha sofria de ataques epiléticos e o filho vivia atormentado por Espíritos vingativos. Granjeava recursos para a ‘manutenção daquele lar com a execução de modestos serviços em profissão humilde, que ele executava em sua casa mesmo. Um dia, após atender pessoa portadora de um problema muito grave, notou que tal pessoa deixara boa soma de dinheiro num envelope aberto em cima da mesa, retirando-se em seguida. Levantou-se às carreiras e foi ter com a pessoa: “- Senhor, acho que esqueceu este dinheiro na mesa em que trabalho”. Resposta do doador: “ - Não, não esqueci. Percebi que o senhor tem problemas financeiros e de saúde de seus familiares, e como disponho de muitos recursos quis ajudá-lo a amenizar as dificuldades com que se defronta”.
“‘— Não, bondoso amigo, não posso aceitar.
"— Mas por que não pode, o senhor não me pediu nada, estou dando é para sua família, sua esposa doente e os filhos enfermos. Com este dinheiro o senhor pode minorar o sofrimento deles”.
“— Perdoe-me se não consigo fazer-me entender. Se minha mulher e meus filhos estão ao meu lado passando provações e vicissitudes, é porque deviam às justas Leis Divinas que nos levam ao resgate para nosso benefício. Por favor, não insista, não destrua num segundo o que levei 30 anos para edificar”.
Dito isto passou o envelope para as mãos do doador e voltou ao barraco onde exercia a mediunidade com verdadeiro amor e santidade.

FONTE
Silveira, Adelino; KARDEC PROSSEGUE, ed.UNIÃO, questão 1
Baccelli, C.A; DIVALDO. FRANCO em UBERABA, ed. ALVORADA; questão 2
Xavier, F.C e Emmanuel (Espírito), PLANTÃO DE RESPOSTAS, ed. UNIÃO, questões 3,5,7
Franco, Divaldo P; ELUCIDAÇÕES ESPIRITAS, ed. ALVORADA, questão 4
Franco Divaldo P. VIAGENS E ENTREVISTAS; ed.ALVORADA; questão 6
Franco Divaldo P, e Fernando Worm; MOLDANDO O TERCEIRO MILÊNIO, ed. ALVORADA, questão 8


EMMANUEL E A COMUNICAÇÃO

“Enquanto houver um gemido na paisagem em que nos movimentamos, não será ilícito cogitar da felicidade isolada para nós mesmos”.
“O programa do feminismo não é o da exclusão da dependência da mulher: deve ser o da compreensão dos seus grandes deveres.
Dentro da natureza, as linhas determinadas pelos desígnios insondáveis de Deus não se mudam, sob a influência do ilimitado arbítrio humano; e a mulher não pode transformar o complexo estrutural de seu organismo“.


“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXX Nº351
Janeiro 2006
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
Rua Souza Caldas, 343 - Fone: (11) 2764-5700
Correspondência:

Cx. Postal: 45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)

Nenhum comentário:

Postar um comentário