13 = AULAS E DINÂMICAS PARA A JUVENTUDE
Família - importância da família
Objetivos da aula: levar os evangelizandos a reconhecerem a importância da família em nossas vidas. Que nossos familiares erram e acertam, e merecem nosso carinho, nosso perdão e a nossa gratidão. Que nossos pais biológicos, adotivos ou as pessoas responsáveis por nós são os responsáveis pela nossa educação, nos amam e querem o melhor para nós, ensinando-nos, dentro do seu grau evolutivo e suas limitações, o que é certo. A aula visa despertar nos jovens a compreensão de que é no lar, junto do grupo familiar, que encontramos a ajuda que necessitamos para nosso crescimento espiritual.
Obs.: caso o tempo determinado para a aula não seja suficiente para realizar a aula completa, ela pode ser adaptada pelo evangelizador, ou dividida em duas aulas.
Prece inicial
Primeiro momento: aplicar a dinâmica “Cada coisa a seu Tempo”: dividir a sala em dois grupos e entregar para cada grupo um pote de vidro vazio, 03 bolas de golfe ou de tênis (ou outras similares que tenham peso), algumas bolas de gude, uma porção de areia e um copo de água. Pedir que cada grupo coloque TODOS os componentes dentro do pote de vidro, da maneira que achar melhor, deixando de fora, apenas o copo de água para o momento que o evangelizador solicitar. Aguardar os resultados sem influenciar.
Obs.: se a turma for grande e não houver material suficiente para cada evangelizando fazer sua experiência, o evangelizador poderá fazer a dinâmica convidando um ou dois evangelizandos para lhe auxiliarem.
Segundo momento: caso não tenham conseguido colocar todos os componentes dentro do vidro, fazer a demonstração do modo certo: pegar as 03 bolas de golfe ou similar e colocar primeiramente dentro do pote de vidro e perguntar se o pote de vidro está cheio. Em seguida, o evangelizador deverá colocar as bolas de gude e estas encherão todos os espaços vazios entre as bolas de golfe. O evangelizador deve perguntar se o vidro está cheio e aguardar respostas. Na seqüência, pegar a porção de areia e colocar dentro do vidro. A areia preencherá
os espaços vazios que ainda restam. Perguntar novamente aos alunos se o pote agora está cheio e aguardar as respostas.
Terceiro momento: explicar o significado da dinâmica.
* O pote de vidro representa nossas vidas.
* As bolas de golfe são os elementos mais importantes, como DEUS, A FAMÍLIA E OS AMIGOS. São com as quais nossas vidas estariam cheias e repletas de felicidade.
* As bolas de gude são as outras coisas que importam: o trabalho, a casa, o carro, a escola. * A areia representa todos as pequenas coisas, como os brinquedos, as roupas de marcas, o computador.
Se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golfe e para as de gude. O mesmo ocorre em nossas vidas. Se gastamos todo nosso tempo e energia com as pequenas coisas, nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes.
Lembrar que devem prestar atenção nas coisas que são importantes para felicidade. Brincar com os irmãos, sair para se divertir com a família e com os amigos, dedicar um pouco de tempo a vocês mesmos, buscar a Deus e crer nEle. Vocês estão fazendo isso participando das aulas de evangelização.
Também é importante buscar o conhecimento, estudar, praticar esportes. Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas é essencial se ocupar das bolas maiores em primeiro lugar, o resto é apenas areia.
Quarto momento: o evangelizador deverá perguntar se ainda cabe alguma coisa dentro do vidro, aguardando as respostas. Em seguida, deverá pedir então que os evangelizandos peguem o copo de água e o derramem dentro do pote de vidro. Perguntar se agora o pote de vidro está totalmente cheio e aguardar as respostas.
Perguntar então: O que representa a água? A água serve apenas para demonstrar que, por mais ocupada que esteja nossa vida, sempre que aparecer alguma coisa que nós achamos realmente importante, encontraremos tempo para realizá-la.
Obs.: só encontramos tempo para as coisas que damos prioridade, ou seja, para aquilo que achamos importante.
Quinto momento: pedir para que cada evangelizando exponha o seu ponto de vista e dizer o que aprendeu com a dinâmica. Este é um momento muito importante porque os jovens gostam de serem escutados, além do mais, podem apresentar opiniões equivocadas que podem ser corrigidas pelo evangelizador, em um diálogo esclarecedor.
Sexto momento: contar uma das histórias abaixo.
A Flor Azul
D. Tereza estava fazendo compras no supermercado e de repente um estranho trombou com ela: - Oh, me desculpe por favor! Foi a reação dela.
E ele disse: - Ah, desculpe-me também, eu simplesmente nem te vi!
Foram muito educados um com o outro, aquele estranho e ela.
Então, se despediram e cada um foi para o seu lado.
Mais tarde naquele dia, ela estava fazendo o jantar e seu filho parou do seu lado tão em silêncio que ela nem percebeu.
Quando ela se virou, tomou o maior susto e lhe deu uma bronca.
- Saia do meu caminho filho! E ela disse aquilo com certa braveza.
E ele foi embora, certamente com seu pequeno coração partido.
Ela nem imaginava como havia sido rude com ele.
Quando ela foi se deitar, podia ouvir a voz calma e doce de seu anjo da guarda lhe dizendo:
- Quando falava com um estranho, quanta cortesia você usou! Mas com seu filho, a criança que você ama, você nem sequer se preocupou com isso! Olhe no chão da cozinha, você verá algumas flores perto da porta. São flores que ele trouxe para você. Ele mesmo as pegou, a cor-de-rosa, a amarela e a azul. Ele ficou quietinho para não estragar a surpresa e você nem viu as lágrimas nos olhos dele.
Nesse momento, D. Tereza se sentiu muito pequena.
E agora, o seu coração era quem derramava lágrimas.
Então ela foi até o quarto do filho e ajoelhou-se ao lado de sua cama e disse:
- Acorde filhinho, acorde. Estas são as flores que você pegou para mim? Ele sorriu:
- Eu as encontrei embaixo da árvore. Eu as peguei porque as achei tão bonitas como você! Eu sabia que você iria gostar, especialmente da azul.
Ela disse: - Filho, eu sinto muito pela maneira como agi hoje. Eu não devia ter gritado com você daquela maneira.
- Ah mamãe, não tem problema, eu te amo mesmo assim!
- Eu também te amo. E eu adorei as flores, especialmente a azul.
Autor desconhecido
Mensagem pra você!
Marcela era uma menina muito gentil e educada na escola e com os amigos. Em casa, porém, suas atitudes eram diferentes: gritava com todos, reclamava de tudo, e parecia não conhecer as palavras mágicas obrigado, com licença, por favor e desculpe.
Um dia, teve uma enorme briga com uma de suas irmãs, xingou muito e foi se trancar no quarto. Uma hora depois, recebeu no celular a seguinte mensagem:
Horrível o seu comportamento, Marcela! Você deve estar envergonhada de ter gritado tanto...
Ela não estava envergonhada e achou que devia ser engano. Mas se deu conta que dizia seu nome, então pensou que era uma brincadeira. Como não conhecia o número de quem mandou o recado, logo já tinha esquecido.
No dia seguinte, à hora do almoço, foi mal-educada com sua mãe, saindo da mesa sem terminar o almoço e reclamando da comida.
Meia hora depois, em seu celular havia uma nova mensagem:
Deus, através dos seus mensageiros, está observando suas atitudes, Marcela.
Uma ameaça? - pensou a garota. Quem teria a coragem de enviar algo assim? Resolveu ligar de volta para o número indicado para pedir satisfações, mas o telefone estava desligado. Tentou várias vezes, sem sucesso.
No dia seguinte, pediu um tênis novo para o pai e como não ganhou, bateu a porta do quarto dizendo:
- Mas que droga! Ninguém faz o que eu quero nesta casa!
Algum tempo depois, nova mensagem:
Quem tem Jesus no coração não deve se comportar assim.
Marcela ficou ofendida, e prometeu a si mesma não mais olhar as mensagens daquele número de celular.
Pensou bastante em quem poderia ser, achava que era uma de suas irmãs, mas, embora tentasse, não conseguia descobrir o autor dos recados.
Marcela continuava uma menina mal-educada em casa e gentil com aqueles que não eram de sua família.
Por isso, nos dias que se seguiram, ela recebeu várias outras mensagens, que faziam pensar sobre o seu comportamento e sugeriam mudanças.
Irritar-se é o melhor processo de perder – dizia uma delas.
Ela tentava não olhar os recados, mas sua curiosidade era grande e ela tinha esperança que descobriria o autor, que mantinha o celular sempre desligado para não ser encontrado, mas que mandava mensagens assim:
Use a gentileza, mas, de modo especial dentro da própria casa. Experimente atender os familiares como você trata as visitas.
O tempo foi passando, e os recados continuavam. Quando tinha alguma atitude legal com algum familiar,
Marcela ficava contente com os recados carinhosos que recebia, pois mensagens de incentivo eram enviadas:
Muito bem! Jesus deve estar feliz com sua atitude!
E foi assim, acompanhado de perto por uma de suas irmãs, que comprou um celular especialmente para ajudar Marcela, que ela foi se tornando gentil e educada também em casa, com os familiares. Ela nunca descobriu quem lhe mandava as mensagens, mas conseguiu entender que as atitudes de cada um são importantes para que haja paz e harmonia em família.
Claudia Schmidt
Responsabilidade: Grupo Espírita Seara do Mestre
Organização/correção: Claudia Schmidt
Preserve os direitos autorais
terça-feira, 26 de maio de 2015
3-9 = O BOM SAMARITANO
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
QUESTIONAMENTOS:
Quais as lições que podemos tirar desta parábola?
Ela enfatiza o que?
Qual a característica dos personagens da história?
Estimular a sensibilidade de cada um para os diferentes comportamentos
Comentar os benefícios e prejuízos com determinados comportamentos.
Estimular a reflexão em nossas atitudes atuais.
Discutir isoladamente o perfil de cada personagem, ressaltando o comportamento do samaritano.
Discutir o valor de uma boa ação.
Comparar uma boa ação com o pensamento em linha reta
Comparar o que é o bem e o que é o mal
Mostrar o valor do bem na vida do Ser, entendendo a máxima de Jesus "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo"
Mostrar o compromisso que cada um assume perante Deus e com a vida. Este compromisso desperta nossa consciência no sentido de buscar soluções para nosso melhoramento.
O BOM SAMARITANO" OU "O BOM TRAVESTI" - (RUBEM ALVES)
E perguntaram a Jesus: "Quem é o meu próximo?" E ele lhes contou a seguinte parábola:
Voltava para sua casa, de madrugada, caminhando por uma rua escura, um garçom que trabalhara até tarde num restaurante. Ia cansado e triste.
A vida de garçom é muito dura, trabalha-se muito e ganha-se pouco.
Naquela mesma rua dois assaltantes estavam de tocaia, à espera de uma vítima. Vendo o homem assim tão indefeso saltaram sobre ele com armas na mão e disseram: "Vá passando a carteira".
O garçom não resistiu. Deu-lhes a carteira.
Mas o dinheiro era pouco e por isso, por ter tão pouco dinheiro na carteira, os assaltantes o espancaram brutalmente, deixando-o desacordado no chão.
Às primeiras horas da manhã passava por aquela mesma rua um padre no seu carro, a caminho da igreja onde celebraria a missa. Vendo aquele homem caído, ele se compadeceu, parou o caro, foi até ele e o consolou com palavras religiosas: "Meu irmão, é assim mesmo. Esse mundo é um vale de lágrimas. Mas console-se: Jesus Cristo sofreu mais que você." Ditas estas palavras ele o benzeu com o sinal da cruz e fez-lhe um gesto sacerdotal de absolvição de pecados: "Ego te absolvo..." Levantou-se então, voltou para o carro e guiou para a missa, feliz por ter consolado aquele homem com as palavras da religião.
Passados alguns minutos, passava por aquela mesma rua um pastor evangélico, a caminho da sua igreja, onde iria dirigir uma reunião de oração matutina. Vendo o homem caído, que nesse momento se mexia e gemia, parou o seu carro, desceu, foi até ele e lhe perguntou, baixinho: "Você já tem Cristo no seu coração? Isso que lhe aconteceu foi enviado por Deus! Tudo o que acontece é pela vontade de Deus! Você não vai à igreja. Pois, por meio dessa provação, Deus o está chamando ao arrependimento. Sem Cristo no coração sua alma irá para o inferno. Arrependa-se dos seus pecados. Aceite Cristo como seu salvador e seus problemas serão resolvidos!" O homem gemeu mais uma vez e o pastor interpretou o seu gemido como a aceitação do Cristo no coração. Disse, então, "aleluia!" e voltou para o carro feliz por Deus lhe ter permitido salvar mais uma alma.
Uma hora depois passava por aquela rua um líder espírita que, vendo o homem caído, aproximou-se dele e lhe disse: "Isso que lhe aconteceu não aconteceu por acidente. Nada acontece por acidente. A vida humana é regida pela lei do karma: as dívidas que se contraem numa encarnação têm de ser pagas na outra. Você está pagando por algo que você fez numa encarnação passada. Pode ser, mesmo, que você tenha feito a alguém aquilo que os ladrões lhe fizeram.
Mas agora sua dívida está paga. Seja, portanto, agradecido aos ladrões: eles lhe fizeram um bem. Seu espírito está agora livre dessa dívida e você poderá continuar a evoluir." Colocou suas mãos na cabeça do ferido, deu-lhe um passe, levantou-se, voltou para o carro, maravilhado da justiça da lei do karma.
O sol já ia alto quanto por ali passou um travesti, cabelo louro, brincos nas orelhas, pulseiras nos braços, boca pintada de batom. Vendo o homem caído, parou sua motocicleta, foi até ele e sem dizer uma única palavra tomou-o nos seus braços, colocou-o na motocicleta e o levou para o pronto socorro de um hospital, entregando-o aos cuidados médicos. E enquanto os médicos e enfermeiras estavam distraídos, tirou do seu próprio bolso todo o dinheiro que tinha e o colocou no bolso do homem ferido.
Terminada a estória, Jesus se voltou para seus ouvintes. Eles o olhavam com ódio. Jesus os olhou com amor e lhes perguntou: "Quem foi o próximo do homem ferido?"
A PARÁBOLA RELEMBRADA
Depois da parábola do bom samaritano, à noite, em casa de Simão, Tadeu, sinceramente interessado no assunto, rogou ao Mestre fosse mais explícito no ensinamento, e Jesus, com a espontaneidade habitual, falou:
Um homem enfermo jazia no chão, em esgares de sofrimento, às portas de grande cidade, assistido por pequena massa popular menos esclarecida e indiferente.
Passou por ali um moço romano de coração generoso, em seu carro apressado, e atirou-lhe duas moedas de prata, que um rapazelho de maus costumes subtraiu às ocultas.
Logo após, transitou pelo mesmo local um venerando escriba da Lei, que, alegando serviços prementes, prometeu enviar autoridades, em benefício do mendigo anônimo.
Quase de imediato, desfilou por ali um sacerdote que lançou ao viajante desamparado um gesto de bênção e, afirmando que o culto ao Supremo Senhor esperava por ele, exortou o povo a asilar o doente e alimentá-lo.
Depois dele, surgiu, de relance, respeitável senhora, a quem o pobre se dirigiu em comovedora súplica; todavia, a nobre matrona, lastimando as dificuldades da sua condição de mulher, invocou o cavalheirismo masculino, para aliviá-lo, como se fazia imprescindível.
Minutos após, um grande juiz varou o mesmo trecho da via pública asseverando que nomearia testemunhas a fim de saber se o mísero não seria algum viciado vulgar, afastando-se, lépido, sob o pretexto de que a oportunidade lhe não era favorável.
Decorridos mais alguns instantes, veio à cena um mercador de bolsa que, condoído, asseverou a sua carência de tempo e deu vinte moedas a um homem que lhe pareceu simpático, a fixa de que o problema de assistência fôsse resolvido, mas o preposto improvisado era um malfeitor evadido do cárcere e fugiu com o dinheiro sem prestar o socorro prometido.
O doente tremia e suava de dor, rojado ao pó, quando surgiu ali velho publicano, considerado de má vida, por não adorar o Senhor, segundo as regras dos fariseus. Com espanto de todos, aproximou-se do infeliz, endereçou-lhe palavras de encorajamento e carinho, deu-lhe o braço, levantou-o e, sustentando-o com as próprias energias, conduziu-o a uma estalagem de confiança, fornecendo-lhe medicação adequada e dividindo com ele o reduzido dinheiro que trazia consigo. Em seguida, retomou a sua jornada, seguindo tranqüilamente o seu caminho.
Depois de interromper-se, ligeiramente, o Mestre perguntou ao discípulo:
Em tua opinião, quem exerceu a caridade legítima?
Ah! sem dúvida exclamou Tadeu, bem-humorado , embora aparentemente desprezível, foi o publicano, porquanto, além de dar o dinheiro e a palavra, deu também o sentimento, o tempo, o braço e o estímulo fraterno, utilizando, para isso, as próprias forças.
Jesus, complacente, fitou no aprendiz os olhos penetrantes e rematou:
Então, fase tu o mesmo. A caridade, por substitutos, indiscutivelmente é honrosa e louvável, mas o bem que praticamos em sentido direto, dando de nós mesmos, é sempre o maior e o mais seguro de todos.
(Jesus no Lar - Francisco Cândido Xavier - Neio Lucio)
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
QUESTIONAMENTOS:
Quais as lições que podemos tirar desta parábola?
Ela enfatiza o que?
Qual a característica dos personagens da história?
Estimular a sensibilidade de cada um para os diferentes comportamentos
Comentar os benefícios e prejuízos com determinados comportamentos.
Estimular a reflexão em nossas atitudes atuais.
Discutir isoladamente o perfil de cada personagem, ressaltando o comportamento do samaritano.
Discutir o valor de uma boa ação.
Comparar uma boa ação com o pensamento em linha reta
Comparar o que é o bem e o que é o mal
Mostrar o valor do bem na vida do Ser, entendendo a máxima de Jesus "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo"
Mostrar o compromisso que cada um assume perante Deus e com a vida. Este compromisso desperta nossa consciência no sentido de buscar soluções para nosso melhoramento.
O BOM SAMARITANO" OU "O BOM TRAVESTI" - (RUBEM ALVES)
E perguntaram a Jesus: "Quem é o meu próximo?" E ele lhes contou a seguinte parábola:
Voltava para sua casa, de madrugada, caminhando por uma rua escura, um garçom que trabalhara até tarde num restaurante. Ia cansado e triste.
A vida de garçom é muito dura, trabalha-se muito e ganha-se pouco.
Naquela mesma rua dois assaltantes estavam de tocaia, à espera de uma vítima. Vendo o homem assim tão indefeso saltaram sobre ele com armas na mão e disseram: "Vá passando a carteira".
O garçom não resistiu. Deu-lhes a carteira.
Mas o dinheiro era pouco e por isso, por ter tão pouco dinheiro na carteira, os assaltantes o espancaram brutalmente, deixando-o desacordado no chão.
Às primeiras horas da manhã passava por aquela mesma rua um padre no seu carro, a caminho da igreja onde celebraria a missa. Vendo aquele homem caído, ele se compadeceu, parou o caro, foi até ele e o consolou com palavras religiosas: "Meu irmão, é assim mesmo. Esse mundo é um vale de lágrimas. Mas console-se: Jesus Cristo sofreu mais que você." Ditas estas palavras ele o benzeu com o sinal da cruz e fez-lhe um gesto sacerdotal de absolvição de pecados: "Ego te absolvo..." Levantou-se então, voltou para o carro e guiou para a missa, feliz por ter consolado aquele homem com as palavras da religião.
Passados alguns minutos, passava por aquela mesma rua um pastor evangélico, a caminho da sua igreja, onde iria dirigir uma reunião de oração matutina. Vendo o homem caído, que nesse momento se mexia e gemia, parou o seu carro, desceu, foi até ele e lhe perguntou, baixinho: "Você já tem Cristo no seu coração? Isso que lhe aconteceu foi enviado por Deus! Tudo o que acontece é pela vontade de Deus! Você não vai à igreja. Pois, por meio dessa provação, Deus o está chamando ao arrependimento. Sem Cristo no coração sua alma irá para o inferno. Arrependa-se dos seus pecados. Aceite Cristo como seu salvador e seus problemas serão resolvidos!" O homem gemeu mais uma vez e o pastor interpretou o seu gemido como a aceitação do Cristo no coração. Disse, então, "aleluia!" e voltou para o carro feliz por Deus lhe ter permitido salvar mais uma alma.
Uma hora depois passava por aquela rua um líder espírita que, vendo o homem caído, aproximou-se dele e lhe disse: "Isso que lhe aconteceu não aconteceu por acidente. Nada acontece por acidente. A vida humana é regida pela lei do karma: as dívidas que se contraem numa encarnação têm de ser pagas na outra. Você está pagando por algo que você fez numa encarnação passada. Pode ser, mesmo, que você tenha feito a alguém aquilo que os ladrões lhe fizeram.
Mas agora sua dívida está paga. Seja, portanto, agradecido aos ladrões: eles lhe fizeram um bem. Seu espírito está agora livre dessa dívida e você poderá continuar a evoluir." Colocou suas mãos na cabeça do ferido, deu-lhe um passe, levantou-se, voltou para o carro, maravilhado da justiça da lei do karma.
O sol já ia alto quanto por ali passou um travesti, cabelo louro, brincos nas orelhas, pulseiras nos braços, boca pintada de batom. Vendo o homem caído, parou sua motocicleta, foi até ele e sem dizer uma única palavra tomou-o nos seus braços, colocou-o na motocicleta e o levou para o pronto socorro de um hospital, entregando-o aos cuidados médicos. E enquanto os médicos e enfermeiras estavam distraídos, tirou do seu próprio bolso todo o dinheiro que tinha e o colocou no bolso do homem ferido.
Terminada a estória, Jesus se voltou para seus ouvintes. Eles o olhavam com ódio. Jesus os olhou com amor e lhes perguntou: "Quem foi o próximo do homem ferido?"
A PARÁBOLA RELEMBRADA
Depois da parábola do bom samaritano, à noite, em casa de Simão, Tadeu, sinceramente interessado no assunto, rogou ao Mestre fosse mais explícito no ensinamento, e Jesus, com a espontaneidade habitual, falou:
Um homem enfermo jazia no chão, em esgares de sofrimento, às portas de grande cidade, assistido por pequena massa popular menos esclarecida e indiferente.
Passou por ali um moço romano de coração generoso, em seu carro apressado, e atirou-lhe duas moedas de prata, que um rapazelho de maus costumes subtraiu às ocultas.
Logo após, transitou pelo mesmo local um venerando escriba da Lei, que, alegando serviços prementes, prometeu enviar autoridades, em benefício do mendigo anônimo.
Quase de imediato, desfilou por ali um sacerdote que lançou ao viajante desamparado um gesto de bênção e, afirmando que o culto ao Supremo Senhor esperava por ele, exortou o povo a asilar o doente e alimentá-lo.
Depois dele, surgiu, de relance, respeitável senhora, a quem o pobre se dirigiu em comovedora súplica; todavia, a nobre matrona, lastimando as dificuldades da sua condição de mulher, invocou o cavalheirismo masculino, para aliviá-lo, como se fazia imprescindível.
Minutos após, um grande juiz varou o mesmo trecho da via pública asseverando que nomearia testemunhas a fim de saber se o mísero não seria algum viciado vulgar, afastando-se, lépido, sob o pretexto de que a oportunidade lhe não era favorável.
Decorridos mais alguns instantes, veio à cena um mercador de bolsa que, condoído, asseverou a sua carência de tempo e deu vinte moedas a um homem que lhe pareceu simpático, a fixa de que o problema de assistência fôsse resolvido, mas o preposto improvisado era um malfeitor evadido do cárcere e fugiu com o dinheiro sem prestar o socorro prometido.
O doente tremia e suava de dor, rojado ao pó, quando surgiu ali velho publicano, considerado de má vida, por não adorar o Senhor, segundo as regras dos fariseus. Com espanto de todos, aproximou-se do infeliz, endereçou-lhe palavras de encorajamento e carinho, deu-lhe o braço, levantou-o e, sustentando-o com as próprias energias, conduziu-o a uma estalagem de confiança, fornecendo-lhe medicação adequada e dividindo com ele o reduzido dinheiro que trazia consigo. Em seguida, retomou a sua jornada, seguindo tranqüilamente o seu caminho.
Depois de interromper-se, ligeiramente, o Mestre perguntou ao discípulo:
Em tua opinião, quem exerceu a caridade legítima?
Ah! sem dúvida exclamou Tadeu, bem-humorado , embora aparentemente desprezível, foi o publicano, porquanto, além de dar o dinheiro e a palavra, deu também o sentimento, o tempo, o braço e o estímulo fraterno, utilizando, para isso, as próprias forças.
Jesus, complacente, fitou no aprendiz os olhos penetrantes e rematou:
Então, fase tu o mesmo. A caridade, por substitutos, indiscutivelmente é honrosa e louvável, mas o bem que praticamos em sentido direto, dando de nós mesmos, é sempre o maior e o mais seguro de todos.
(Jesus no Lar - Francisco Cândido Xavier - Neio Lucio)
AULA 16 - LEI DE AÇÃO E REAÇÃO
Pré Aula- Anotando as experiências vividas
Propor para que após as pessoas terem contado suas semanas para que escrevam em um papel a melhor coisa e a pior coisa que aconteceu esta semana com eles.
Depois de anotarem eles devem guardar o papel e esquece-lo por enquanto
1ª parte- Tema da aula
Visão da física (nesta parte o expositor deve manter uma atitude de cientista.)
Falar que na verdade a aula de hoje não faz parte do programa de mocidade, que na verdade será dada uma aula de física.
Falar que ela será sobre a 3ª Lei de Newton... Não explicar o que é.
Propor um experimento cientifico para que percebam o que é esta 3ª lei.
Entregar uma bolinha de ping-pong para cada um dos participantes. E em seguida pedir para que se levantem, fiquem de frente para uma parede e joguem a bolinha na parede. Mas todos devem jogar a bolinha juntos ao comando do expositor.
Questionar: O que percebem que acontece?
Que princípio da física podemos tirar deste experimento?
Explicar cientificamente como é a 3ª lei de Newton.
2ª parte- O tema dentro do espiritismo
Visão da ação e reação dentro do espiritismo
Explicar que isso não acontece só com a bolinha, mas também em nossas vidas.
De que maneira?
Questionar os participantes: Vocês já ouviram as frases: Quem planta, colhe ou Fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem?
O que isso significa para vocês? (comentar)
A primeira frase tem relação direta com esta lei.
Vocês acreditam que isso realmente acontece em nossas vidas?
Atividade de Adoletá:
Objetivo: Mostrar que as vezes não percebemos este mecanismo dentro da vida porque a reação as vezes acontece de maneira indireta.
Com os participantes sentados em roda, pedir para que coloquem as mãos sobre as pernas com a palma virada para cima e em seguida coloquem sua mão esquerda debaixo da mão do seu companheiro da esquerda e a mão direita por cima da mão do companheiro da direita ( da mesma maneira que na brincadeira de adoletá). Em seguida o expositor deve começar a brincadeira batendo na palma da mão do seu companheiro da esquerda e aquele que recebeu o tapa deve fazer o mesmo até que o circulo se complete. Não deve ser cantada a música de adoletá para não tirar atenção dos participantes e para que seja mais fácil depois eles entenderem a conclusão desta brincadeira.
Questionamento: Que conclusão podemos tirar desta brincadeira?
Perceber que da mesma maneira que batemos em alguém, também recebemos um tapa. E que desta maneira formamos um círculo de ódio.
A segunda frase ( Fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem? ) quem disse foi o J.C. e ela tem relação direta com a brincadeira. Comentar com a turma.
3ª parte- Ação e reação nas nossas vidas
Perceber a causa dos nossos sofrimentos
Questionamento: Será que conseguimos perceber este universo de coisas acontecendo em nossas vidas?
Ativ. Percepção desta realidade: Este momento de percepção pode ser guiado como um relaxamento onde os participantes de olhos fechados são levados a fazerem suas próprias reflexões.
Iniciar pegando a folha que eles escreveram no começo da aula e pedir para lerem para si e pedir para que fechem os olhos. O expositor deve guia-los para tentarem lembrar daquilo que pode der causado aquele acontecimento em nossas vidas. Tanto as coisas boas como as coisas ruins, será que não encontramos nos nossos atos passados algo que justifique estarmos recebendo estas coisas? (mesmo coisas simples podem servir, como ter ido bem em uma prova, pode ser o resultado de ter estudado para ela).
Quem pôde verificar a ação que trouxe determinada reação para nossas vidas?
As vezes não encontramos na nossa vida atual nenhuma justificativa para o que acontece nas nossas vidas, mas ai devemos lembrar que o que nos acontece hoje pode ser efeito de outras vidas.
Tudo o que acontece é de forma justa, por isso mesmo que não tenhamos conseguido lembrar o que pode ter causado aquilo vale é importante lembrar disso quando formos fazer alguma coisa, pois se queremos reações boas precisamos ter ações iguais!
Aproveitar esta etapa para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o tema.
E ai entram todas as aulas que tiveram anteriormente: Humildade e Bom exemplo, Caridade e auxilio, indulgencia e o perdão e outras que ainda vão ter!
Esta é a aula em que a gente tem que sair com a proposta de praticar todos esses conhecimentos!
4ª parte- Lei de amor
Como amenizamos nossas provas
Mas será que sempre vamos ter que sofrer tudo aquilo que fizemos os outros sofrer?
Não, a bondade divina é tão grande que temos como amenizar as nossas provas. Nós podemos escolher pagar nossas dívidas pelo amor ou pela dor. Infelizmente na maioria das vezes escolhemos paga-la pela dor.
De que forma?
Através da prática do bem e do amor sincero. Em alguns momentos por mais que tenhamos que passar por uma prova muito ruim, se tivermos esses sentimentos dentro de nós temos muita ajuda para nos amparar e ajudar a superar as dificuldades, isso por causa da nossa sintonia com o plano superior e os espíritos bons.
Contar a historinha do Escravo que perdeu o braço e o senhor que perdeu o dedo
Conclusão
Precisamos prestar atenção em nossos atos
Agora que eles já tem o conhecimento desta lei universal devem colocá-la sempre que puderem em prática.
E para ajudá-los a colocar em prática os conhecimentos da aula de hoje, os participantes devem ficar com as bolinhas de ping-pong para sempre se lembrarem da lei de ação e reação.
Ex: de como devemos agir daqui para frente.
Adoleta : Eu te odeio.
Para concluir a aula, deve-se realizar novamente a brincadeira do adoletá sem a musiquinha, porem desta vez quando o expositor iniciar batendo na mão do seu companheiro da esquerda, ele deve dizer eu te odeio e todos devem repetir o mesmo procedimento até que roda se feche, e quando a brincadeira chegar novamente no expositor, este deve para a brincadeira e não bater mais em ninguém. Com isso deve ser explicado que as vezes basta uma pessoa emitir amor para ser capaz de acabar com correntes enormes de ódio que poderiam durar por várias encarnações diferentes.
Historinha
Conta-se, que na época do feudalismo quando o forte da economia era a cana de açúcar, estava um dia um escravo a trabalhar na moenda, servindo como tração para a máquina moer a cana, quando este ficou cansado e não agüentava mais continuar. O senhor do engenho, vendo que o escravo tinha parado de trabalhar, mandou açoitá-lo. E como o escravo estava com suas forças esgotadas e mesmo assim não voltou para o trabalho, o senhor do engenho mandou colocar o braço deste escravo no moedor de cana para que este perdesse seu membro brutalmente.
Agora voltamos aos nosso dias atuais, e acompanhamos um senhor que tem uma vida que é um exemplo de caridade e de humildade. Ele ajuda em todos os trabalhos da casa espírita e é um exemplo de trabalhador abnegado e dedicado ao próximo. No entanto um dia num acidente de carro ele se fere de tal forma que é obrigado a ter que amputar o seu dedo indicador. E alem da sua própria dor pessoal, os trabalhadores que atuavam com ele na casa espírita ficaram indignados com isso, e questionavam em seus comentários: onde está a lei da justiça, como pode uma pessoa tão boa perder o dedo de uma maneira tão brutal? e assim rolavam os comentários. Até que um dia em uma sessão mediúnica o mentor do nosso companheiro se manifestou e disse, que este senhor que hoje praticava a caridade e a beneficência foi um dia aquele senhor que ordenou que o escravo perdesse o braço na moenda de cana. E que em sua programação de vida estava escrito para que ele perdesse o braço inteiro, mas tendo em conta as obras de caridade que ele tem praticado, esta prova foi atenuada e ele perdeu somente o dedo.
Desta pequena história podemos concluir que na ação e reação podemos estar pagando por nossas faltas não somente pela dor, mas também pelo amor podemos abrandar as nossa provas.
Pré Aula- Anotando as experiências vividas
Propor para que após as pessoas terem contado suas semanas para que escrevam em um papel a melhor coisa e a pior coisa que aconteceu esta semana com eles.
Depois de anotarem eles devem guardar o papel e esquece-lo por enquanto
1ª parte- Tema da aula
Visão da física (nesta parte o expositor deve manter uma atitude de cientista.)
Falar que na verdade a aula de hoje não faz parte do programa de mocidade, que na verdade será dada uma aula de física.
Falar que ela será sobre a 3ª Lei de Newton... Não explicar o que é.
Propor um experimento cientifico para que percebam o que é esta 3ª lei.
Entregar uma bolinha de ping-pong para cada um dos participantes. E em seguida pedir para que se levantem, fiquem de frente para uma parede e joguem a bolinha na parede. Mas todos devem jogar a bolinha juntos ao comando do expositor.
Questionar: O que percebem que acontece?
Que princípio da física podemos tirar deste experimento?
Explicar cientificamente como é a 3ª lei de Newton.
2ª parte- O tema dentro do espiritismo
Visão da ação e reação dentro do espiritismo
Explicar que isso não acontece só com a bolinha, mas também em nossas vidas.
De que maneira?
Questionar os participantes: Vocês já ouviram as frases: Quem planta, colhe ou Fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem?
O que isso significa para vocês? (comentar)
A primeira frase tem relação direta com esta lei.
Vocês acreditam que isso realmente acontece em nossas vidas?
Atividade de Adoletá:
Objetivo: Mostrar que as vezes não percebemos este mecanismo dentro da vida porque a reação as vezes acontece de maneira indireta.
Com os participantes sentados em roda, pedir para que coloquem as mãos sobre as pernas com a palma virada para cima e em seguida coloquem sua mão esquerda debaixo da mão do seu companheiro da esquerda e a mão direita por cima da mão do companheiro da direita ( da mesma maneira que na brincadeira de adoletá). Em seguida o expositor deve começar a brincadeira batendo na palma da mão do seu companheiro da esquerda e aquele que recebeu o tapa deve fazer o mesmo até que o circulo se complete. Não deve ser cantada a música de adoletá para não tirar atenção dos participantes e para que seja mais fácil depois eles entenderem a conclusão desta brincadeira.
Questionamento: Que conclusão podemos tirar desta brincadeira?
Perceber que da mesma maneira que batemos em alguém, também recebemos um tapa. E que desta maneira formamos um círculo de ódio.
A segunda frase ( Fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem? ) quem disse foi o J.C. e ela tem relação direta com a brincadeira. Comentar com a turma.
3ª parte- Ação e reação nas nossas vidas
Perceber a causa dos nossos sofrimentos
Questionamento: Será que conseguimos perceber este universo de coisas acontecendo em nossas vidas?
Ativ. Percepção desta realidade: Este momento de percepção pode ser guiado como um relaxamento onde os participantes de olhos fechados são levados a fazerem suas próprias reflexões.
Iniciar pegando a folha que eles escreveram no começo da aula e pedir para lerem para si e pedir para que fechem os olhos. O expositor deve guia-los para tentarem lembrar daquilo que pode der causado aquele acontecimento em nossas vidas. Tanto as coisas boas como as coisas ruins, será que não encontramos nos nossos atos passados algo que justifique estarmos recebendo estas coisas? (mesmo coisas simples podem servir, como ter ido bem em uma prova, pode ser o resultado de ter estudado para ela).
Quem pôde verificar a ação que trouxe determinada reação para nossas vidas?
As vezes não encontramos na nossa vida atual nenhuma justificativa para o que acontece nas nossas vidas, mas ai devemos lembrar que o que nos acontece hoje pode ser efeito de outras vidas.
Tudo o que acontece é de forma justa, por isso mesmo que não tenhamos conseguido lembrar o que pode ter causado aquilo vale é importante lembrar disso quando formos fazer alguma coisa, pois se queremos reações boas precisamos ter ações iguais!
Aproveitar esta etapa para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o tema.
E ai entram todas as aulas que tiveram anteriormente: Humildade e Bom exemplo, Caridade e auxilio, indulgencia e o perdão e outras que ainda vão ter!
Esta é a aula em que a gente tem que sair com a proposta de praticar todos esses conhecimentos!
4ª parte- Lei de amor
Como amenizamos nossas provas
Mas será que sempre vamos ter que sofrer tudo aquilo que fizemos os outros sofrer?
Não, a bondade divina é tão grande que temos como amenizar as nossas provas. Nós podemos escolher pagar nossas dívidas pelo amor ou pela dor. Infelizmente na maioria das vezes escolhemos paga-la pela dor.
De que forma?
Através da prática do bem e do amor sincero. Em alguns momentos por mais que tenhamos que passar por uma prova muito ruim, se tivermos esses sentimentos dentro de nós temos muita ajuda para nos amparar e ajudar a superar as dificuldades, isso por causa da nossa sintonia com o plano superior e os espíritos bons.
Contar a historinha do Escravo que perdeu o braço e o senhor que perdeu o dedo
Conclusão
Precisamos prestar atenção em nossos atos
Agora que eles já tem o conhecimento desta lei universal devem colocá-la sempre que puderem em prática.
E para ajudá-los a colocar em prática os conhecimentos da aula de hoje, os participantes devem ficar com as bolinhas de ping-pong para sempre se lembrarem da lei de ação e reação.
Ex: de como devemos agir daqui para frente.
Adoleta : Eu te odeio.
Para concluir a aula, deve-se realizar novamente a brincadeira do adoletá sem a musiquinha, porem desta vez quando o expositor iniciar batendo na mão do seu companheiro da esquerda, ele deve dizer eu te odeio e todos devem repetir o mesmo procedimento até que roda se feche, e quando a brincadeira chegar novamente no expositor, este deve para a brincadeira e não bater mais em ninguém. Com isso deve ser explicado que as vezes basta uma pessoa emitir amor para ser capaz de acabar com correntes enormes de ódio que poderiam durar por várias encarnações diferentes.
Historinha
Conta-se, que na época do feudalismo quando o forte da economia era a cana de açúcar, estava um dia um escravo a trabalhar na moenda, servindo como tração para a máquina moer a cana, quando este ficou cansado e não agüentava mais continuar. O senhor do engenho, vendo que o escravo tinha parado de trabalhar, mandou açoitá-lo. E como o escravo estava com suas forças esgotadas e mesmo assim não voltou para o trabalho, o senhor do engenho mandou colocar o braço deste escravo no moedor de cana para que este perdesse seu membro brutalmente.
Agora voltamos aos nosso dias atuais, e acompanhamos um senhor que tem uma vida que é um exemplo de caridade e de humildade. Ele ajuda em todos os trabalhos da casa espírita e é um exemplo de trabalhador abnegado e dedicado ao próximo. No entanto um dia num acidente de carro ele se fere de tal forma que é obrigado a ter que amputar o seu dedo indicador. E alem da sua própria dor pessoal, os trabalhadores que atuavam com ele na casa espírita ficaram indignados com isso, e questionavam em seus comentários: onde está a lei da justiça, como pode uma pessoa tão boa perder o dedo de uma maneira tão brutal? e assim rolavam os comentários. Até que um dia em uma sessão mediúnica o mentor do nosso companheiro se manifestou e disse, que este senhor que hoje praticava a caridade e a beneficência foi um dia aquele senhor que ordenou que o escravo perdesse o braço na moenda de cana. E que em sua programação de vida estava escrito para que ele perdesse o braço inteiro, mas tendo em conta as obras de caridade que ele tem praticado, esta prova foi atenuada e ele perdeu somente o dedo.
Desta pequena história podemos concluir que na ação e reação podemos estar pagando por nossas faltas não somente pela dor, mas também pelo amor podemos abrandar as nossa provas.
CENTRO DE ORIENTAÇÃO EDUCAÇÃO MEDIÚNICA
CURSO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO MEDIÚNICA COEM II
SOCIEDADE ESPÍRITA 16=30
2a. PARTE - RESUMOS DAS UNIDADES
UNIDADE PRÁTICA 08 - ABSORÇÃO E REJEIÇÃO DE FLUÍDOS
ROTEIRO
* A percepção fluídica
* O domínio sobre o aparelho mediúnico
* Assimilar ou Rejeitar FV-86,117; SM-38,76; DM-14; Ro-28; C-409/410
Como já visto na unidade anterior, a psicosfera, que é o conjunto de emanações, vibrações, fluidos e energias emitidas pelos espíritos, encarnados ou não, adquire características e qualidades inerentes à condição de evolução, equilíbrio, pensamentos e sentimentos específicos e emanados de cada espírito.
O médium, com seu potencial receptivo expandido pela concentração, durante a reunião mediúnica pode captar e perceber as emanações da psicosfera de um espírito que dele se aproxime, num processo de comunicação mediúnica.
Colocando-se de forma receptiva, ainda de maneira passiva, o médium, na reunião mediúnica, procura sentir o que a psicosfera do espírito candidato à comunicação lhe transmite em termos de sensações, sentimentos e pensamentos.
Com essa análise, especialmente com o transcorrer da prática, do estudo e da educação de seu equipamento mediúnico, o médium pode perceber que tipo de espírito está presente, qual seu estado de equilíbrio e, até mesmo, quais suas intenções.
De acordo com as necessidades e os objetivos programados para a reunião mediúnica, o médium, após a análise e reconhecimento dos fluidos emitidos pelo espírito, deve tomar a decisão de assimilá-los, dando assim início ao processo de comunicação mediúnica ou, ainda, rejeitá-los, não permitindo que a comunicação venha a ocorrer.
Para assimilar os fluidos e vibrações do espírito que quer se comunicar, o médium, conscientemente, permite que os fluidos o envolvam, procura captar e assimilar os pensamentos e sentimentos do espírito, permitindo que estes passem a fazer parte dos seus, não opondo resistência. Na prática, existe uma interpenetração das psicosferas e perispíritos.
Se, pelo contrário, a decisão é pela não comunicação, o médium deve rejeitar e rechaçar os fluidos e vibrações do espírito, colocando-se numa condição de não aceitação e de não permitir que os pensamentos e sentimentos do espírito misturem-se aos seus. Para isso, além da vontade de não permitir a assimilação, o médium busca a concentração em outro foco, como por exemplo vibrar em favor de outros médiuns, do dirigente ou doutrinador, da entidade que se comunica por outro médium, etc.
A assimilação ou não dos fluidos, que decidirá pelo inicio ou não do processo de comunicação mediúnica, é uma decisão livre e consciente, que cabe apenas ao próprio médium.
LUCAS DE ALMEIDA MAGALHÃES
CENTRO ESPÍRITA LUZ ETERNA CELE
Avenida Desembargador Hugo Simas, 137 Bom Retiro
80520-250 Curitiba Paraná Brasil
www.cele.org.br cele@cele.org.br
REDAÇÃO: Equipe do CELE
CURSO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO MEDIÚNICA COEM II
SOCIEDADE ESPÍRITA 16=30
2a. PARTE - RESUMOS DAS UNIDADES
UNIDADE PRÁTICA 08 - ABSORÇÃO E REJEIÇÃO DE FLUÍDOS
ROTEIRO
* A percepção fluídica
* O domínio sobre o aparelho mediúnico
* Assimilar ou Rejeitar FV-86,117; SM-38,76; DM-14; Ro-28; C-409/410
Como já visto na unidade anterior, a psicosfera, que é o conjunto de emanações, vibrações, fluidos e energias emitidas pelos espíritos, encarnados ou não, adquire características e qualidades inerentes à condição de evolução, equilíbrio, pensamentos e sentimentos específicos e emanados de cada espírito.
O médium, com seu potencial receptivo expandido pela concentração, durante a reunião mediúnica pode captar e perceber as emanações da psicosfera de um espírito que dele se aproxime, num processo de comunicação mediúnica.
Colocando-se de forma receptiva, ainda de maneira passiva, o médium, na reunião mediúnica, procura sentir o que a psicosfera do espírito candidato à comunicação lhe transmite em termos de sensações, sentimentos e pensamentos.
Com essa análise, especialmente com o transcorrer da prática, do estudo e da educação de seu equipamento mediúnico, o médium pode perceber que tipo de espírito está presente, qual seu estado de equilíbrio e, até mesmo, quais suas intenções.
De acordo com as necessidades e os objetivos programados para a reunião mediúnica, o médium, após a análise e reconhecimento dos fluidos emitidos pelo espírito, deve tomar a decisão de assimilá-los, dando assim início ao processo de comunicação mediúnica ou, ainda, rejeitá-los, não permitindo que a comunicação venha a ocorrer.
Para assimilar os fluidos e vibrações do espírito que quer se comunicar, o médium, conscientemente, permite que os fluidos o envolvam, procura captar e assimilar os pensamentos e sentimentos do espírito, permitindo que estes passem a fazer parte dos seus, não opondo resistência. Na prática, existe uma interpenetração das psicosferas e perispíritos.
Se, pelo contrário, a decisão é pela não comunicação, o médium deve rejeitar e rechaçar os fluidos e vibrações do espírito, colocando-se numa condição de não aceitação e de não permitir que os pensamentos e sentimentos do espírito misturem-se aos seus. Para isso, além da vontade de não permitir a assimilação, o médium busca a concentração em outro foco, como por exemplo vibrar em favor de outros médiuns, do dirigente ou doutrinador, da entidade que se comunica por outro médium, etc.
A assimilação ou não dos fluidos, que decidirá pelo inicio ou não do processo de comunicação mediúnica, é uma decisão livre e consciente, que cabe apenas ao próprio médium.
LUCAS DE ALMEIDA MAGALHÃES
CENTRO ESPÍRITA LUZ ETERNA CELE
Avenida Desembargador Hugo Simas, 137 Bom Retiro
80520-250 Curitiba Paraná Brasil
www.cele.org.br cele@cele.org.br
REDAÇÃO: Equipe do CELE
CENTRO DE ORIENTAÇÃO EDUCAÇÃO MEDIÚNICA
CURSO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO MEDIÚNICA COEM II
SOCIEDADE ESPÍRITA 16=30
2a. PARTE - RESUMOS DAS UNIDADES
UNIDADE PRÁTICA 08 - ABSORÇÃO E REJEIÇÃO DE FLUÍDOS
ROTEIRO
* A percepção fluídica
* O domínio sobre o aparelho mediúnico
* Assimilar ou Rejeitar FV-86,117; SM-38,76; DM-14; Ro-28; C-409/410
Como já visto na unidade anterior, a psicosfera, que é o conjunto de emanações, vibrações, fluidos e energias emitidas pelos espíritos, encarnados ou não, adquire características e qualidades inerentes à condição de evolução, equilíbrio, pensamentos e sentimentos específicos e emanados de cada espírito.
O médium, com seu potencial receptivo expandido pela concentração, durante a reunião mediúnica pode captar e perceber as emanações da psicosfera de um espírito que dele se aproxime, num processo de comunicação mediúnica.
Colocando-se de forma receptiva, ainda de maneira passiva, o médium, na reunião mediúnica, procura sentir o que a psicosfera do espírito candidato à comunicação lhe transmite em termos de sensações, sentimentos e pensamentos.
Com essa análise, especialmente com o transcorrer da prática, do estudo e da educação de seu equipamento mediúnico, o médium pode perceber que tipo de espírito está presente, qual seu estado de equilíbrio e, até mesmo, quais suas intenções.
De acordo com as necessidades e os objetivos programados para a reunião mediúnica, o médium, após a análise e reconhecimento dos fluidos emitidos pelo espírito, deve tomar a decisão de assimilá-los, dando assim início ao processo de comunicação mediúnica ou, ainda, rejeitá-los, não permitindo que a comunicação venha a ocorrer.
Para assimilar os fluidos e vibrações do espírito que quer se comunicar, o médium, conscientemente, permite que os fluidos o envolvam, procura captar e assimilar os pensamentos e sentimentos do espírito, permitindo que estes passem a fazer parte dos seus, não opondo resistência. Na prática, existe uma interpenetração das psicosferas e perispíritos.
Se, pelo contrário, a decisão é pela não comunicação, o médium deve rejeitar e rechaçar os fluidos e vibrações do espírito, colocando-se numa condição de não aceitação e de não permitir que os pensamentos e sentimentos do espírito misturem-se aos seus. Para isso, além da vontade de não permitir a assimilação, o médium busca a concentração em outro foco, como por exemplo vibrar em favor de outros médiuns, do dirigente ou doutrinador, da entidade que se comunica por outro médium, etc.
A assimilação ou não dos fluidos, que decidirá pelo inicio ou não do processo de comunicação mediúnica, é uma decisão livre e consciente, que cabe apenas ao próprio médium.
LUCAS DE ALMEIDA MAGALHÃES
CENTRO ESPÍRITA LUZ ETERNA CELE
Avenida Desembargador Hugo Simas, 137 Bom Retiro
80520-250 Curitiba Paraná Brasil
www.cele.org.br cele@cele.org.br
REDAÇÃO: Equipe do CELE
CURSO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO MEDIÚNICA COEM II
SOCIEDADE ESPÍRITA 16=30
2a. PARTE - RESUMOS DAS UNIDADES
UNIDADE PRÁTICA 08 - ABSORÇÃO E REJEIÇÃO DE FLUÍDOS
ROTEIRO
* A percepção fluídica
* O domínio sobre o aparelho mediúnico
* Assimilar ou Rejeitar FV-86,117; SM-38,76; DM-14; Ro-28; C-409/410
Como já visto na unidade anterior, a psicosfera, que é o conjunto de emanações, vibrações, fluidos e energias emitidas pelos espíritos, encarnados ou não, adquire características e qualidades inerentes à condição de evolução, equilíbrio, pensamentos e sentimentos específicos e emanados de cada espírito.
O médium, com seu potencial receptivo expandido pela concentração, durante a reunião mediúnica pode captar e perceber as emanações da psicosfera de um espírito que dele se aproxime, num processo de comunicação mediúnica.
Colocando-se de forma receptiva, ainda de maneira passiva, o médium, na reunião mediúnica, procura sentir o que a psicosfera do espírito candidato à comunicação lhe transmite em termos de sensações, sentimentos e pensamentos.
Com essa análise, especialmente com o transcorrer da prática, do estudo e da educação de seu equipamento mediúnico, o médium pode perceber que tipo de espírito está presente, qual seu estado de equilíbrio e, até mesmo, quais suas intenções.
De acordo com as necessidades e os objetivos programados para a reunião mediúnica, o médium, após a análise e reconhecimento dos fluidos emitidos pelo espírito, deve tomar a decisão de assimilá-los, dando assim início ao processo de comunicação mediúnica ou, ainda, rejeitá-los, não permitindo que a comunicação venha a ocorrer.
Para assimilar os fluidos e vibrações do espírito que quer se comunicar, o médium, conscientemente, permite que os fluidos o envolvam, procura captar e assimilar os pensamentos e sentimentos do espírito, permitindo que estes passem a fazer parte dos seus, não opondo resistência. Na prática, existe uma interpenetração das psicosferas e perispíritos.
Se, pelo contrário, a decisão é pela não comunicação, o médium deve rejeitar e rechaçar os fluidos e vibrações do espírito, colocando-se numa condição de não aceitação e de não permitir que os pensamentos e sentimentos do espírito misturem-se aos seus. Para isso, além da vontade de não permitir a assimilação, o médium busca a concentração em outro foco, como por exemplo vibrar em favor de outros médiuns, do dirigente ou doutrinador, da entidade que se comunica por outro médium, etc.
A assimilação ou não dos fluidos, que decidirá pelo inicio ou não do processo de comunicação mediúnica, é uma decisão livre e consciente, que cabe apenas ao próprio médium.
LUCAS DE ALMEIDA MAGALHÃES
CENTRO ESPÍRITA LUZ ETERNA CELE
Avenida Desembargador Hugo Simas, 137 Bom Retiro
80520-250 Curitiba Paraná Brasil
www.cele.org.br cele@cele.org.br
REDAÇÃO: Equipe do CELE
09 esboço de o livro dos médiuns
C B - Aula 09 - Esboco De # O Livro Dos Mediuns(2).doc 6-30
15 Mencionada a palavra milagre, uma breve consideração sobre o assunto não estará deslocada neste capítulo sobre o maravilhoso.
No seu significado primitivo e pela sua etimologia, a palavra milagre significa coisa extraordinária, coisa admirável de ver; mas esta palavra, como muitas outras, se degenerou do sentido original, e hoje se diz (segundo a Academia) um ato do poder divino contrário às leis comuns da natureza. Este é, de fato, seu significado usual, e é somente por comparação e de maneira figurada que se aplica às coisas comuns que nos surpreendem e cuja causa é desconhecida. Não é de modo algum nossa intenção examinar se Deus pôde julgar útil, em algumas circunstâncias, abolir as leis estabelecidas por Ele mesmo; nosso objetivo é demonstrar unicamente que os fenômenos espíritas, por mais extraordinários que possam parecer, não anulam de modo algum essas leis, não têm nenhum caráter miraculoso nem são maravilhosos ou sobrenaturais. O milagre não se explica; os fenômenos espíritas, ao contrário, se explicam de modo racional; não são, portanto, milagres, mas simples efeitos que têm sua razão de ser nas leis gerais. O milagre ainda tem uma outra característica: o de ser raro e isolado. Acontece que, a partir do momento em que um fato se reproduz, por assim dizer, à vontade e por diversas pessoas, não pode ser considerado um milagre.
A ciência todos os dias faz milagres aos olhos dos ignorantes; eis porque antigamente os que sabiam mais que as pessoas comuns eram considerados bruxos e, como se acreditava que toda ciência sobrehumana vinha do diabo, eram queimados. Hoje estamos muito mais civilizados; contentam-se em enviá-los aos manicômios.
Que um homem realmente morto, como dissemos, seja trazido de volta à vida por intervenção divina, eis aí um verdadeiro milagre, porque isso é contrário às leis da natureza. Mas, se esse homem tiver apenas a aparência da morte, se ainda há nele um resto de vitalidade latente e se a ciência, ou uma ação magnética, conseguir reanimá-lo, será para as pessoas esclarecidas um fenômeno natural, mas, aos olhos de um ignorante, o fato passará por miraculoso, e o autor da façanha será perseguido a pedradas ou venerado, conforme o caráter dos indivíduos.
Que no meio de certo campo magnético um físico lance um papagaio magnetizado e faça atrair para ele um raio, esse novo Prometeu5 será certamente visto como possuidor de um poder diabólico; diga-se de passagem, Prometeu nos parece ter singularmente precedido Franklin6; mas Josué7, parando o movimento do Sol, ou antes da Terra, operou verdadeiro milagre, porque não conhecemos nenhum magnetizador dotado de tão grande poder para operar esse prodígio. De todos os fenômenos espíritas, um dos mais extraordinários é, sem dúvida, o da escrita direta, que demonstra do modo mais evidente a ação das inteligências ocultas; mas o fato do fenômeno ser produzido por seres invisíveis não é mais miraculoso do que todos os outros fenômenos que se devem aos Espíritos, porque esses seres que povoam os espaços são um dos poderes da natureza, cuja ação é incessante sobre o mundo material e sobre o mundo moral.
O Espiritismo, ao nos esclarecer sobre esse poder, nos dá a chave para uma multidão de coisas inexplicadas e inexplicáveis por qualquer outro meio que, em tempos antigos, passaram por prodígios, milagres; ele revela, como no magnetismo, uma lei, senão desconhecida, pelo menos mal compreendida; ou, melhor dizendo, uma lei da qual se conheciam os efeitos, visto que produzidos em todos os tempos, mas não se conhecia a lei, e foi a ignorância dessa lei que gerou a superstição. Conhecida a lei, o maravilhoso desaparece, e os fenômenos entram na ordem das coisas naturais. Eis por que os espíritas não fazem mais milagres ao fazer uma mesa girar ou os mortos escreverem do que o médico ao reviver um moribundo ou o físico ao atrair um raio. Aquele que pretendesse, com a ajuda dessa ciência, fazer milagres seria um ignorante em relação ao assunto ou um farsante.
16 Os fenômenos espíritas, do mesmo modo que os fenômenos magnéticos, antes que se tivesse conhecido a sua causa, devem ter sido considerados prodigiosos; acontece que, da mesma forma que os descrentes, os muito inteligentes, os donos da verdade, que julgam ter o privilégio exclusivo da razão e do bom senso, não acreditam que uma coisa seja possível quando não a compreendem; eis porque todos os fatos considerados milagres são motivo para suas zombarias; como a religião contém um grande número de fatos desse gênero, não acreditam na religião, e daí para a incredulidade absoluta é apenas um passo. O Espiritismo, ao explicar a maior parte desses fatos, lhes dá uma razão de ser. Ele vem, portanto, em ajuda à religião, ao demonstrar a possibilidade de certos fatos que, por não terem mais o caráter miraculoso, não são menos extraordinários, e Deus não é nem menor nem menos poderoso por não ter abolido suas leis. De quantos gracejos as levitações de São Cupertino8 não foram alvo! Acontece que a levitação dos corpos pesados é um fato explicado pelo Espiritismo; nós, pessoalmente, fomos testemunhas oculares, e o senhor Home9, assim como outras pessoas de nosso conhecimento, repetiu muitas vezes o fenômeno produzido por São Cupertino. Portanto, esse fenômeno enquadra-se na ordem das coisas naturais.
17 No número dos fatos desse gênero, é preciso pôr em primeiro lugar as aparições, por serem mais frequentes.
A de Salette10, que divide até mesmo o clero, não tem nada de estranho para nós. Seguramente, não podemos afirmar que o fato aconteceu, por não possuirmos a prova material; mas, para nós, é possível, uma vez que milhares de fatos semelhantes e recentes são de nosso conhecimento; acreditamos nisso não somente porque conhecemos fatos semelhantes, mas porque sabemos perfeitamente a maneira como se produzem. Quem quiser se reportar à teoria das aparições, da qual trataremos mais adiante, verá que esse fenômeno é tão simples e tão autêntico quanto uma multidão de fenômenos físicos que se contam como prodigiosos apenas por falta de se ter a chave que os explique. Quanto à personagem que se apresentou a Salette, é outra questão; sua identidade não foi de modo algum demonstrada; simplesmente admitimos que uma aparição pode ter acontecido, o resto não é de nossa competência; é respeitável que cada qual possa guardar suas convicções a respeito; o Espiritismo não tem que se ocupar disso; dizemos somente que os fenômenos espíritas nos revelam novas leis e nos dão a chave para uma multidão de coisas que pareciam sobrenaturais; se alguns dos fatos que passaram por miraculosos encontram nele uma explicação lógica, é motivo suficiente para não se apressar a negar o que não se compreende.
Os fenômenos espíritas são contestados por algumas pessoas precisamente porque parecem estar além da lei comum e por elas não os saberem explicar. Dai-lhes uma base racional e a dúvida cessa. O esclarecimento no século dezenove, de muita conversa inútil, é um poderoso motivo de convicção; temos visto todos os dias pessoas que não foram testemunhas de nenhum fato espírita, que não viram nenhuma mesa girar, nenhum médium escrever e que estão tão convencidas quanto nós unicamente porque leram e compreenderam. Se acreditássemos apenas no que os olhos podem ver, nossas convicções se reduziriam a bem pouca coisa.
C B - Aula 09 - Esboco De # O Livro Dos Mediuns(2).doc 6-30
15 Mencionada a palavra milagre, uma breve consideração sobre o assunto não estará deslocada neste capítulo sobre o maravilhoso.
No seu significado primitivo e pela sua etimologia, a palavra milagre significa coisa extraordinária, coisa admirável de ver; mas esta palavra, como muitas outras, se degenerou do sentido original, e hoje se diz (segundo a Academia) um ato do poder divino contrário às leis comuns da natureza. Este é, de fato, seu significado usual, e é somente por comparação e de maneira figurada que se aplica às coisas comuns que nos surpreendem e cuja causa é desconhecida. Não é de modo algum nossa intenção examinar se Deus pôde julgar útil, em algumas circunstâncias, abolir as leis estabelecidas por Ele mesmo; nosso objetivo é demonstrar unicamente que os fenômenos espíritas, por mais extraordinários que possam parecer, não anulam de modo algum essas leis, não têm nenhum caráter miraculoso nem são maravilhosos ou sobrenaturais. O milagre não se explica; os fenômenos espíritas, ao contrário, se explicam de modo racional; não são, portanto, milagres, mas simples efeitos que têm sua razão de ser nas leis gerais. O milagre ainda tem uma outra característica: o de ser raro e isolado. Acontece que, a partir do momento em que um fato se reproduz, por assim dizer, à vontade e por diversas pessoas, não pode ser considerado um milagre.
A ciência todos os dias faz milagres aos olhos dos ignorantes; eis porque antigamente os que sabiam mais que as pessoas comuns eram considerados bruxos e, como se acreditava que toda ciência sobrehumana vinha do diabo, eram queimados. Hoje estamos muito mais civilizados; contentam-se em enviá-los aos manicômios.
Que um homem realmente morto, como dissemos, seja trazido de volta à vida por intervenção divina, eis aí um verdadeiro milagre, porque isso é contrário às leis da natureza. Mas, se esse homem tiver apenas a aparência da morte, se ainda há nele um resto de vitalidade latente e se a ciência, ou uma ação magnética, conseguir reanimá-lo, será para as pessoas esclarecidas um fenômeno natural, mas, aos olhos de um ignorante, o fato passará por miraculoso, e o autor da façanha será perseguido a pedradas ou venerado, conforme o caráter dos indivíduos.
Que no meio de certo campo magnético um físico lance um papagaio magnetizado e faça atrair para ele um raio, esse novo Prometeu5 será certamente visto como possuidor de um poder diabólico; diga-se de passagem, Prometeu nos parece ter singularmente precedido Franklin6; mas Josué7, parando o movimento do Sol, ou antes da Terra, operou verdadeiro milagre, porque não conhecemos nenhum magnetizador dotado de tão grande poder para operar esse prodígio. De todos os fenômenos espíritas, um dos mais extraordinários é, sem dúvida, o da escrita direta, que demonstra do modo mais evidente a ação das inteligências ocultas; mas o fato do fenômeno ser produzido por seres invisíveis não é mais miraculoso do que todos os outros fenômenos que se devem aos Espíritos, porque esses seres que povoam os espaços são um dos poderes da natureza, cuja ação é incessante sobre o mundo material e sobre o mundo moral.
O Espiritismo, ao nos esclarecer sobre esse poder, nos dá a chave para uma multidão de coisas inexplicadas e inexplicáveis por qualquer outro meio que, em tempos antigos, passaram por prodígios, milagres; ele revela, como no magnetismo, uma lei, senão desconhecida, pelo menos mal compreendida; ou, melhor dizendo, uma lei da qual se conheciam os efeitos, visto que produzidos em todos os tempos, mas não se conhecia a lei, e foi a ignorância dessa lei que gerou a superstição. Conhecida a lei, o maravilhoso desaparece, e os fenômenos entram na ordem das coisas naturais. Eis por que os espíritas não fazem mais milagres ao fazer uma mesa girar ou os mortos escreverem do que o médico ao reviver um moribundo ou o físico ao atrair um raio. Aquele que pretendesse, com a ajuda dessa ciência, fazer milagres seria um ignorante em relação ao assunto ou um farsante.
16 Os fenômenos espíritas, do mesmo modo que os fenômenos magnéticos, antes que se tivesse conhecido a sua causa, devem ter sido considerados prodigiosos; acontece que, da mesma forma que os descrentes, os muito inteligentes, os donos da verdade, que julgam ter o privilégio exclusivo da razão e do bom senso, não acreditam que uma coisa seja possível quando não a compreendem; eis porque todos os fatos considerados milagres são motivo para suas zombarias; como a religião contém um grande número de fatos desse gênero, não acreditam na religião, e daí para a incredulidade absoluta é apenas um passo. O Espiritismo, ao explicar a maior parte desses fatos, lhes dá uma razão de ser. Ele vem, portanto, em ajuda à religião, ao demonstrar a possibilidade de certos fatos que, por não terem mais o caráter miraculoso, não são menos extraordinários, e Deus não é nem menor nem menos poderoso por não ter abolido suas leis. De quantos gracejos as levitações de São Cupertino8 não foram alvo! Acontece que a levitação dos corpos pesados é um fato explicado pelo Espiritismo; nós, pessoalmente, fomos testemunhas oculares, e o senhor Home9, assim como outras pessoas de nosso conhecimento, repetiu muitas vezes o fenômeno produzido por São Cupertino. Portanto, esse fenômeno enquadra-se na ordem das coisas naturais.
17 No número dos fatos desse gênero, é preciso pôr em primeiro lugar as aparições, por serem mais frequentes.
A de Salette10, que divide até mesmo o clero, não tem nada de estranho para nós. Seguramente, não podemos afirmar que o fato aconteceu, por não possuirmos a prova material; mas, para nós, é possível, uma vez que milhares de fatos semelhantes e recentes são de nosso conhecimento; acreditamos nisso não somente porque conhecemos fatos semelhantes, mas porque sabemos perfeitamente a maneira como se produzem. Quem quiser se reportar à teoria das aparições, da qual trataremos mais adiante, verá que esse fenômeno é tão simples e tão autêntico quanto uma multidão de fenômenos físicos que se contam como prodigiosos apenas por falta de se ter a chave que os explique. Quanto à personagem que se apresentou a Salette, é outra questão; sua identidade não foi de modo algum demonstrada; simplesmente admitimos que uma aparição pode ter acontecido, o resto não é de nossa competência; é respeitável que cada qual possa guardar suas convicções a respeito; o Espiritismo não tem que se ocupar disso; dizemos somente que os fenômenos espíritas nos revelam novas leis e nos dão a chave para uma multidão de coisas que pareciam sobrenaturais; se alguns dos fatos que passaram por miraculosos encontram nele uma explicação lógica, é motivo suficiente para não se apressar a negar o que não se compreende.
Os fenômenos espíritas são contestados por algumas pessoas precisamente porque parecem estar além da lei comum e por elas não os saberem explicar. Dai-lhes uma base racional e a dúvida cessa. O esclarecimento no século dezenove, de muita conversa inútil, é um poderoso motivo de convicção; temos visto todos os dias pessoas que não foram testemunhas de nenhum fato espírita, que não viram nenhuma mesa girar, nenhum médium escrever e que estão tão convencidas quanto nós unicamente porque leram e compreenderam. Se acreditássemos apenas no que os olhos podem ver, nossas convicções se reduziriam a bem pouca coisa.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
09 esboço de o livro dos médiuns
C B - Aula 09 - Esboco De # O Livro Dos Mediuns(2).doc 5=33
OBJETIVO DA OBRA
Allan Kardec - O Livros dos Médiuns - Parte Primeira - Noções Preliminares - cap. 1 - Há Espíritos?
O Espiritismo toma por base três princípios básicos para responder esta questão
QUE PRINCÍPIOS SÃO ESTES?
Muitos afirmam que não é possível a comunicação entre Espíritos desencarnados e encarnados
COMO O ESPIRITISMO ARGUMENTA A RESPEITO?
O MARAVILHOSO E O SOBRENATURAL
Dynamic text markers: Capítulo 02
O Maravilhoso e o Sobrenatural
7 Se a crença nos Espíritos e nas suas manifestações fosse uma concepção isolada, produto de um sistema, poderia, com certa razão, ser considerada ilusão; mas nos digam, então, por que é encontrada tão clara entre todos os povos antigos e modernos, nos livros santos de todas as religiões conhecidas? Alguns críticos dizem: é porque o homem sempre amou o maravilhoso em todos os tempos. Então, o que é maravilhoso para vós? Maravilhoso é o sobrenatural. O que entendeis por sobrenatural? O que é contrário às leis da natureza é sobrenatural. Então deveis conhecer tão bem essas leis que julgais possível fixar um limite ao poder de Deus? Pois bem! Então provai que a existência dos Espíritos e suas manifestações são contrárias às leis da natureza; que não é nem pode ser uma dessas leis. Examinai a Doutrina Espírita e vede se o seu encadeamento não tem todos os caracteres de uma lei admirável, que resolve tudo o que as filosofias não puderam resolver até o momento. O pensamento é um dos atributos do Espírito; a possibilidade que ele tem de agir sobre a matéria, de impressionar nossos sentidos e, por conseguinte, de transmitir seu pensamento, resulta, se podemos nos exprimir assim, de sua constituição fisiológica; portanto, não há no fato nada de sobrenatural, nada de maravilhoso. Que um homem morto, e bem morto, reviva corporalmente, que seus membros dispersos se reúnam para formar novamente o corpo, isso sim seria o maravilhoso, o sobrenatural, o fantástico; isso seria contrário a Lei, que Deus somente pode realizar por um milagre; mas não há nada semelhante na Doutrina Espírita.
8 Entretanto, havereis de dizer, admitis que um Espírito pode erguer uma mesa e mantê-la no espaço sem ponto de apoio; não é isso contrário a lei da gravidade? Sim, da lei conhecida; mas será que a natureza disse a sua última palavra? Antes que se tivesse experimentado a força ascensional de certos gases, quem diria que uma máquina pesada, levando muitos homens, pudesse se erguer do chão e superar a força de atração? Aos olhos de pessoas simples, isso não deve parecer maravilhoso, diabólico? Aquele que tivesse proposto, há séculos, transmitir um telegrama, uma mensagem, a 3.300 quilômetros e receber a resposta em segundos teria passado por louco; se o tivesse feito, teriam dito que era coisa do diabo, porque apenas o diabo seria capaz de agir tão rapidamente. Por que um fluido desconhecido não teria a propriedade, nessas circunstâncias, no caso da mesa que se ergue, de contrabalançar o efeito da gravidade, como o hidrogênio contrabalança o peso do balão? Notemos isso de passagem, é uma comparação, e não uma assimilação, unicamente para mostrar, por pontos de semelhança, que o fato não é impossível. Acontece que foi precisamente quando os sábios, na observação dos fenômenos espíritas, quiseram proceder pelo caminho da assimilação que eles se enganaram. Contudo, o fato está aí; todas as negações não poderão fazer com que ele deixe de existir, porque para nós negar não é provar. Não tem nada de sobrenatural, é tudo o que podemos dizer no momento.
9 Se o fato está constatado, dirão, nós o aceitamos; aceitamos até mesmo a causa que o origina, um fluido desconhecido; mas e a intervenção dos Espíritos? Isso é maravilhoso, sobrenatural.
Aqui seria preciso toda uma demonstração sem sentido e, aliás, repetitiva, pois sobressai em todo ensinamento. Entretanto, para resumi-la em algumas palavras, diremos que a teoria está fundada sobre o seguinte princípio: todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. Do ponto de vista da prática, diremos que os fenômenos espíritas, tendo dado provas de inteligência, hão de ter sua causa fora da matéria; que essa inteligência não sendo a dos assistentes, como se comprovou, deve estar fora deles; uma vez que não se via o ser agindo, era, portanto, um ser invisível. Foi assim que, de observação em observação, se chegou a conhecer que esse ser invisível, ao qual se deu o nome de Espírito, não era outro senão a alma dos que viveram corporalmente, aos quais a morte despojou de seu grosseiro corpo físico, deixando-lhes apenas um envoltório etéreo, invisível em seu estado normal. Eis, assim, o maravilhoso e o sobrenatural reduzidos à sua expressão mais simples. Uma vez constatada a existência de seres invisíveis, sua ação sobre a matéria resulta da natureza de seu envoltório fluídico; é uma ação inteligente, visto que, ao morrer, deixaram o corpo, mas conservaram a inteligência, que é sua essência. Nisso está a chave de todos esses fenômenos considerados erroneamente sobrenaturais. A existência dos Espíritos não é, em vista disso, um sistema preconcebido, uma hipótese imaginada para explicar os fatos; é o resultado de observações e a consequência natural da existência da alma; negar essa causa é negar a alma e seus atributos. Se aqueles que pensam poder dar a esses efeitos inteligentes uma solução mais racional, podendo principalmente explicar a razão de todos os fatos, queiram fazê-lo, e então se poderá discutir o mérito de cada um.
10 Aos olhos dos que consideram a matéria a única força da natureza, tudo o que não pode ser explicado pelas leis da matéria é maravilhoso ou sobrenatural, e maravilhoso é, para eles, sinônimo de superstição. Partindo dessa ideia, a religião, fundada sobre um princípio imaterial, seria uma teia de superstições; não ousam dizê-lo bem alto, mas o dizem à boca-pequena, e acreditam salvar as aparências ao concordar que é preciso uma religião para o povo e para tornar as crianças boazinhas e educadas; acontece que de duas coisas uma: ou o princípio religioso é verdadeiro ou é falso; se é verdadeiro, é para todos; se é falso, não é melhor para os ignorantes do que para as pessoas esclarecidas.
11 Os que atacam o Espiritismo em nome do maravilhoso se apóiam geralmente no princípio materialista, uma vez que, negando todo efeito extramaterial, negam, por isso mesmo, a existência da alma; sondai o fundo de seu pensamento, estudai bem o sentido de suas palavras e vereis quase sempre esse princípio, categoricamente formulado ou camuflado sob as aparências de uma pretensa filosofia racional com que o encobrem. Ao rejeitar por conta do maravilhoso tudo o que decorre da existência da alma, estão rigorosamente consequentes consigo mesmos; não admitindo a causa, não podem admitir os efeitos; daí haver entre eles uma opinião preconcebida que os torna incapazes de um julgamento imparcial do Espiritismo, visto que partem do princípio de negar tudo o que não é material. Quanto a nós, pelo fato de admitirmos os efeitos que são a consequência da existência da alma, será que aceitamos todos os fatos qualificados de maravilhosos, que somos defensores de todos os sonhadores, que somos adeptos de todas as utopias*, de todos os sistemas excêntricos e estranhos? Seria preciso conhecer bem pouco o Espiritismo para supor dessa maneira; mas nossos adversários não pensam assim. A obrigação de conhecer aquilo de que falam é o menor de seus cuidados. Para eles, o maravilhoso é absurdo; o Espiritismo se apóia nos fatos maravilhosos, logo é absurdo: é para eles um julgamento sem apelação, sem contestação. Acreditam apresentar um argumento sem réplica1 quando, após terem feito pesquisas eruditas sobre os convulsionários de Saint-Médard2, os calvinistas de Cévennes3 ou as religiosas de Loudun4, chegaram à conclusão de fraude indiscutível que ninguém contesta; mas essas histórias têm fundamento no Espiritismo? Os espíritas alguma vez negaram que o charlatanismo havia explorado alguns fatos em seu proveito, que a imaginação havia criado muitos deles e que o fanatismo tivesse exagerado muito? O Espiritismo não é solidário com as extravagâncias que se pode cometer em seu nome, assim como a verdadeira ciência não o é com os abusos da ignorância nem a verdadeira religião não o é com os excessos do fanatismo. Muitos críticos apenas comparam o Espiritismo aos contos de fadas e lendas populares, que são ficções: seria como julgar a história pelos romances históricos ou as tragédias.
12 Em lógica elementar, para discutir um assunto, é preciso conhecê-lo, porque a opinião de um crítico somente tem valor quando ele fala com perfeito conhecimento de causa; somente assim sua opinião, ainda que contrária, pode ser levada em consideração; mas qual é seu peso quando analisa uma matéria que não conhece? O verdadeiro crítico deve provar não somente erudição, mas também um saber profundo no que diz respeito à causa em estudo, um julgamento sadio e uma imparcialidade a toda prova, senão o primeiro violinista que aparecesse poderia achar-se no direito de julgar Rossini, e um pintor de paredes, de censurar Rafael.
13 O Espiritismo não aceita todos os fatos considerados maravilhosos ou sobrenaturais; longe disso; ele demonstra a impossibilidade de um grande número deles e o ridículo de certas crenças que são, propriamente falando, superstições. É verdade que, naquilo que ele admite, há coisas que para os incrédulos são puramente do maravilhoso, ou seja, da superstição. Que seja. Mas então que se discutam apenas esses pontos, pois sobre os outros não há nada a dizer, e pregais em vão. Ao atacar o que ele mesmo refuta, provais vossa ignorância do assunto, e vossos argumentos caem no vazio. Haverão de perguntar: Mas até onde vai a crença no Espiritismo? Lede, observai e o sabereis. Toda ciência se adquire somente com o tempo e o estudo; acontece que o Espiritismo, que toca as questões mais graves da filosofia, em todos os ramos da ordem social, que compreende ao mesmo tempo o homem físico e o homem moral, é por si só toda uma ciência, uma filosofia, que não pode ser apreendida em algumas horas, como qualquer outra ciência. Haveria tanta infantilidade em ver todo o Espiritismo confinado a uma mesa giratória como em ver toda física resumida a alguns jogos infantis. Para todos os que não querem ficar na superfície, não são horas, mas meses e anos que serão precisos para sondar o conjunto, todo o edifício. Que se julgue, diante disso, o grau de saber e o valor da opinião dos que atribuem a si o direito de julgar por terem visto uma ou duas experiências como distração ou passatempo. Dirão, sem dúvida, que não têm tempo disponível para dar atenção a esse estudo; nada os obriga a isso; mas, quando não se tem tempo de aprender uma coisa, não se deve falar sobre ela, e ainda menos julgá-la, se não quiser ser tachado de leviandade; acontece que, quanto mais se ocupa uma posição elevada na ciência, menos se é desculpável por tratar levianamente de um assunto que não se conhece.
14 Podemos resumir da seguinte maneira o que acabamos de expor:
1o) todos os fenômenos espíritas têm como princípio a existência da alma, sua sobrevivência ao corpo e suas manifestações;
2o) esses fenômenos, estando fundados numa lei da natureza, não têm nada de maravilhoso nem de sobrenatural, no sentido vulgar destas palavras;
3o) muitos fatos são considerados sobrenaturais por não se lhes conhecer a causa; o Espiritismo, ao lhes definir a causa, os traz para o domínio dos fenômenos naturais;
4o) entre os fatos qualificados de sobrenaturais, há muitos que o Espiritismo demonstra classificando-os entre as crenças supersticiosas;
5o) ainda que o Espiritismo reconheça em muitas das crenças populares um fundo de verdade, não aceita de modo algum como fatos espíritas histórias fantásticas criadas pela imaginação;
6o) julgar o Espiritismo pelos fatos que ele não admite é dar prova de ignorância e emitir uma opinião sem valor;
7o) a explicação dos fatos admitidos pelo Espiritismo, suas causas e consequências morais constituem toda uma ciência e toda uma filosofia, que requer um estudo sério, perseverante e aprofundado, e
8o) o Espiritismo somente pode considerar crítico sério aquele que haja visto tudo, estudando e aprofundado-se, com a paciência e a perseverança de um observador consciencioso; que soubesse tanto sobre o assunto quanto o mais esclarecido dos seus estudiosos; que tivesse alcançado seus conhecimentos em outros lugares que não nos romances da ciência; a quem não se poderia apresentar nenhum fato que ele não conhecesse, nenhum argumento sobre o qual não tivesse meditado; que contestasse não por meras negações, mas com argumentos mais convincentes; que pudesse, enfim, comprovar uma causa mais lógica aos fatos averiguados. Esse crítico ainda está por vir.
C B - Aula 09 - Esboco De # O Livro Dos Mediuns(2).doc 5=33
OBJETIVO DA OBRA
Allan Kardec - O Livros dos Médiuns - Parte Primeira - Noções Preliminares - cap. 1 - Há Espíritos?
O Espiritismo toma por base três princípios básicos para responder esta questão
QUE PRINCÍPIOS SÃO ESTES?
Muitos afirmam que não é possível a comunicação entre Espíritos desencarnados e encarnados
COMO O ESPIRITISMO ARGUMENTA A RESPEITO?
O MARAVILHOSO E O SOBRENATURAL
Dynamic text markers: Capítulo 02
O Maravilhoso e o Sobrenatural
7 Se a crença nos Espíritos e nas suas manifestações fosse uma concepção isolada, produto de um sistema, poderia, com certa razão, ser considerada ilusão; mas nos digam, então, por que é encontrada tão clara entre todos os povos antigos e modernos, nos livros santos de todas as religiões conhecidas? Alguns críticos dizem: é porque o homem sempre amou o maravilhoso em todos os tempos. Então, o que é maravilhoso para vós? Maravilhoso é o sobrenatural. O que entendeis por sobrenatural? O que é contrário às leis da natureza é sobrenatural. Então deveis conhecer tão bem essas leis que julgais possível fixar um limite ao poder de Deus? Pois bem! Então provai que a existência dos Espíritos e suas manifestações são contrárias às leis da natureza; que não é nem pode ser uma dessas leis. Examinai a Doutrina Espírita e vede se o seu encadeamento não tem todos os caracteres de uma lei admirável, que resolve tudo o que as filosofias não puderam resolver até o momento. O pensamento é um dos atributos do Espírito; a possibilidade que ele tem de agir sobre a matéria, de impressionar nossos sentidos e, por conseguinte, de transmitir seu pensamento, resulta, se podemos nos exprimir assim, de sua constituição fisiológica; portanto, não há no fato nada de sobrenatural, nada de maravilhoso. Que um homem morto, e bem morto, reviva corporalmente, que seus membros dispersos se reúnam para formar novamente o corpo, isso sim seria o maravilhoso, o sobrenatural, o fantástico; isso seria contrário a Lei, que Deus somente pode realizar por um milagre; mas não há nada semelhante na Doutrina Espírita.
8 Entretanto, havereis de dizer, admitis que um Espírito pode erguer uma mesa e mantê-la no espaço sem ponto de apoio; não é isso contrário a lei da gravidade? Sim, da lei conhecida; mas será que a natureza disse a sua última palavra? Antes que se tivesse experimentado a força ascensional de certos gases, quem diria que uma máquina pesada, levando muitos homens, pudesse se erguer do chão e superar a força de atração? Aos olhos de pessoas simples, isso não deve parecer maravilhoso, diabólico? Aquele que tivesse proposto, há séculos, transmitir um telegrama, uma mensagem, a 3.300 quilômetros e receber a resposta em segundos teria passado por louco; se o tivesse feito, teriam dito que era coisa do diabo, porque apenas o diabo seria capaz de agir tão rapidamente. Por que um fluido desconhecido não teria a propriedade, nessas circunstâncias, no caso da mesa que se ergue, de contrabalançar o efeito da gravidade, como o hidrogênio contrabalança o peso do balão? Notemos isso de passagem, é uma comparação, e não uma assimilação, unicamente para mostrar, por pontos de semelhança, que o fato não é impossível. Acontece que foi precisamente quando os sábios, na observação dos fenômenos espíritas, quiseram proceder pelo caminho da assimilação que eles se enganaram. Contudo, o fato está aí; todas as negações não poderão fazer com que ele deixe de existir, porque para nós negar não é provar. Não tem nada de sobrenatural, é tudo o que podemos dizer no momento.
9 Se o fato está constatado, dirão, nós o aceitamos; aceitamos até mesmo a causa que o origina, um fluido desconhecido; mas e a intervenção dos Espíritos? Isso é maravilhoso, sobrenatural.
Aqui seria preciso toda uma demonstração sem sentido e, aliás, repetitiva, pois sobressai em todo ensinamento. Entretanto, para resumi-la em algumas palavras, diremos que a teoria está fundada sobre o seguinte princípio: todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. Do ponto de vista da prática, diremos que os fenômenos espíritas, tendo dado provas de inteligência, hão de ter sua causa fora da matéria; que essa inteligência não sendo a dos assistentes, como se comprovou, deve estar fora deles; uma vez que não se via o ser agindo, era, portanto, um ser invisível. Foi assim que, de observação em observação, se chegou a conhecer que esse ser invisível, ao qual se deu o nome de Espírito, não era outro senão a alma dos que viveram corporalmente, aos quais a morte despojou de seu grosseiro corpo físico, deixando-lhes apenas um envoltório etéreo, invisível em seu estado normal. Eis, assim, o maravilhoso e o sobrenatural reduzidos à sua expressão mais simples. Uma vez constatada a existência de seres invisíveis, sua ação sobre a matéria resulta da natureza de seu envoltório fluídico; é uma ação inteligente, visto que, ao morrer, deixaram o corpo, mas conservaram a inteligência, que é sua essência. Nisso está a chave de todos esses fenômenos considerados erroneamente sobrenaturais. A existência dos Espíritos não é, em vista disso, um sistema preconcebido, uma hipótese imaginada para explicar os fatos; é o resultado de observações e a consequência natural da existência da alma; negar essa causa é negar a alma e seus atributos. Se aqueles que pensam poder dar a esses efeitos inteligentes uma solução mais racional, podendo principalmente explicar a razão de todos os fatos, queiram fazê-lo, e então se poderá discutir o mérito de cada um.
10 Aos olhos dos que consideram a matéria a única força da natureza, tudo o que não pode ser explicado pelas leis da matéria é maravilhoso ou sobrenatural, e maravilhoso é, para eles, sinônimo de superstição. Partindo dessa ideia, a religião, fundada sobre um princípio imaterial, seria uma teia de superstições; não ousam dizê-lo bem alto, mas o dizem à boca-pequena, e acreditam salvar as aparências ao concordar que é preciso uma religião para o povo e para tornar as crianças boazinhas e educadas; acontece que de duas coisas uma: ou o princípio religioso é verdadeiro ou é falso; se é verdadeiro, é para todos; se é falso, não é melhor para os ignorantes do que para as pessoas esclarecidas.
11 Os que atacam o Espiritismo em nome do maravilhoso se apóiam geralmente no princípio materialista, uma vez que, negando todo efeito extramaterial, negam, por isso mesmo, a existência da alma; sondai o fundo de seu pensamento, estudai bem o sentido de suas palavras e vereis quase sempre esse princípio, categoricamente formulado ou camuflado sob as aparências de uma pretensa filosofia racional com que o encobrem. Ao rejeitar por conta do maravilhoso tudo o que decorre da existência da alma, estão rigorosamente consequentes consigo mesmos; não admitindo a causa, não podem admitir os efeitos; daí haver entre eles uma opinião preconcebida que os torna incapazes de um julgamento imparcial do Espiritismo, visto que partem do princípio de negar tudo o que não é material. Quanto a nós, pelo fato de admitirmos os efeitos que são a consequência da existência da alma, será que aceitamos todos os fatos qualificados de maravilhosos, que somos defensores de todos os sonhadores, que somos adeptos de todas as utopias*, de todos os sistemas excêntricos e estranhos? Seria preciso conhecer bem pouco o Espiritismo para supor dessa maneira; mas nossos adversários não pensam assim. A obrigação de conhecer aquilo de que falam é o menor de seus cuidados. Para eles, o maravilhoso é absurdo; o Espiritismo se apóia nos fatos maravilhosos, logo é absurdo: é para eles um julgamento sem apelação, sem contestação. Acreditam apresentar um argumento sem réplica1 quando, após terem feito pesquisas eruditas sobre os convulsionários de Saint-Médard2, os calvinistas de Cévennes3 ou as religiosas de Loudun4, chegaram à conclusão de fraude indiscutível que ninguém contesta; mas essas histórias têm fundamento no Espiritismo? Os espíritas alguma vez negaram que o charlatanismo havia explorado alguns fatos em seu proveito, que a imaginação havia criado muitos deles e que o fanatismo tivesse exagerado muito? O Espiritismo não é solidário com as extravagâncias que se pode cometer em seu nome, assim como a verdadeira ciência não o é com os abusos da ignorância nem a verdadeira religião não o é com os excessos do fanatismo. Muitos críticos apenas comparam o Espiritismo aos contos de fadas e lendas populares, que são ficções: seria como julgar a história pelos romances históricos ou as tragédias.
12 Em lógica elementar, para discutir um assunto, é preciso conhecê-lo, porque a opinião de um crítico somente tem valor quando ele fala com perfeito conhecimento de causa; somente assim sua opinião, ainda que contrária, pode ser levada em consideração; mas qual é seu peso quando analisa uma matéria que não conhece? O verdadeiro crítico deve provar não somente erudição, mas também um saber profundo no que diz respeito à causa em estudo, um julgamento sadio e uma imparcialidade a toda prova, senão o primeiro violinista que aparecesse poderia achar-se no direito de julgar Rossini, e um pintor de paredes, de censurar Rafael.
13 O Espiritismo não aceita todos os fatos considerados maravilhosos ou sobrenaturais; longe disso; ele demonstra a impossibilidade de um grande número deles e o ridículo de certas crenças que são, propriamente falando, superstições. É verdade que, naquilo que ele admite, há coisas que para os incrédulos são puramente do maravilhoso, ou seja, da superstição. Que seja. Mas então que se discutam apenas esses pontos, pois sobre os outros não há nada a dizer, e pregais em vão. Ao atacar o que ele mesmo refuta, provais vossa ignorância do assunto, e vossos argumentos caem no vazio. Haverão de perguntar: Mas até onde vai a crença no Espiritismo? Lede, observai e o sabereis. Toda ciência se adquire somente com o tempo e o estudo; acontece que o Espiritismo, que toca as questões mais graves da filosofia, em todos os ramos da ordem social, que compreende ao mesmo tempo o homem físico e o homem moral, é por si só toda uma ciência, uma filosofia, que não pode ser apreendida em algumas horas, como qualquer outra ciência. Haveria tanta infantilidade em ver todo o Espiritismo confinado a uma mesa giratória como em ver toda física resumida a alguns jogos infantis. Para todos os que não querem ficar na superfície, não são horas, mas meses e anos que serão precisos para sondar o conjunto, todo o edifício. Que se julgue, diante disso, o grau de saber e o valor da opinião dos que atribuem a si o direito de julgar por terem visto uma ou duas experiências como distração ou passatempo. Dirão, sem dúvida, que não têm tempo disponível para dar atenção a esse estudo; nada os obriga a isso; mas, quando não se tem tempo de aprender uma coisa, não se deve falar sobre ela, e ainda menos julgá-la, se não quiser ser tachado de leviandade; acontece que, quanto mais se ocupa uma posição elevada na ciência, menos se é desculpável por tratar levianamente de um assunto que não se conhece.
14 Podemos resumir da seguinte maneira o que acabamos de expor:
1o) todos os fenômenos espíritas têm como princípio a existência da alma, sua sobrevivência ao corpo e suas manifestações;
2o) esses fenômenos, estando fundados numa lei da natureza, não têm nada de maravilhoso nem de sobrenatural, no sentido vulgar destas palavras;
3o) muitos fatos são considerados sobrenaturais por não se lhes conhecer a causa; o Espiritismo, ao lhes definir a causa, os traz para o domínio dos fenômenos naturais;
4o) entre os fatos qualificados de sobrenaturais, há muitos que o Espiritismo demonstra classificando-os entre as crenças supersticiosas;
5o) ainda que o Espiritismo reconheça em muitas das crenças populares um fundo de verdade, não aceita de modo algum como fatos espíritas histórias fantásticas criadas pela imaginação;
6o) julgar o Espiritismo pelos fatos que ele não admite é dar prova de ignorância e emitir uma opinião sem valor;
7o) a explicação dos fatos admitidos pelo Espiritismo, suas causas e consequências morais constituem toda uma ciência e toda uma filosofia, que requer um estudo sério, perseverante e aprofundado, e
8o) o Espiritismo somente pode considerar crítico sério aquele que haja visto tudo, estudando e aprofundado-se, com a paciência e a perseverança de um observador consciencioso; que soubesse tanto sobre o assunto quanto o mais esclarecido dos seus estudiosos; que tivesse alcançado seus conhecimentos em outros lugares que não nos romances da ciência; a quem não se poderia apresentar nenhum fato que ele não conhecesse, nenhum argumento sobre o qual não tivesse meditado; que contestasse não por meras negações, mas com argumentos mais convincentes; que pudesse, enfim, comprovar uma causa mais lógica aos fatos averiguados. Esse crítico ainda está por vir.
O BOM SAMARITANO 2-9
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO XV - FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO
O de que precisa o Espírito para se salvar. Parábola do bom samaritano. O mandamento maior. Necessidade da caridade, segundo S. Paulo. Fora da Igreja não há salvação. Fora da verdade não há salvação. Instruções dos Espíritos: Fora da caridade não há salvação.
O QUE PRECISA O ESPÍRITO PARA SER SALVO.
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO.
1. Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á no trono de sua glória; reunidas diante dele todas as nações, separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas, e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda.
Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos foi preparado desde o princípio do mundo; porquanto, tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; careci de teto e me hospedastes; estive nu e me vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes ver.
Então, responder-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? O Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes.
E dirá em seguida aos que estiverem à sua esquerda: Afastai-vos de mim, malditos; ide para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e seus anjos; - porquanto, tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber; precisei de teto e não me agasalhastes; estive sem roupa e não me vestistes; estive doente e no cárcere e não me visitastes.
Também eles replicarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e não te demos de comer, com sede e não te demos de beber, sem teto ou sem roupa, doente ou preso e não te assistimos? Ele então lhes responderá: Em verdade vos digo: todas as vezes que faltastes com a assistência a um destes mais pequenos, deixastes de tê-la para comigo mesmo.
E esses irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna. (S. MATEUS, cap. XXV, vv. 31 a 46.)
2. Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para o tentar: Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? Que é o que lês nela? Ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de todo o teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe Jesus: Respondeste muito bem; faze isso e viverás.
Mas, o homem, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus: Quem é o meu próximo? - Jesus, tomando a palavra, lhe diz:
Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto. Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante. Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar.
Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? O doutor respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo. (S. LUCAS, cap. X, vv. 25 a 37.)
3. Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade: Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura.
No quadro que traçou do juízo final, deve-se, como em muitas outras coisas, separar o que é apenas figura, alegoria. A homens como os a quem falava, ainda incapazes de compreender as questões puramente espirituais, tinha ele de apresentar imagens materiais chocantes e próprias a impressionar. Para melhor apreenderem o que dizia, tinha mesmo de não se afastar muito das idéias correntes, quanto à forma, reservando sempre ao porvir a verdadeira interpretação de suas palavras e dos pontos sobre os quais não podia explicar-se claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro, há uma idéia dominante: a da felicidade reservada ao justo e da infelicidade que espera o mau.
Naquele julgamento supremo, quais os considerandos da sentença? Sobre que se baseia o libelo? Pergunta, porventura, o juiz se o inquirido preencheu tal ou qual formalidade, se observou mais ou menos tal ou qual prática exterior? Não; inquire tão-somente de uma coisa: se a caridade foi praticada, e se pronuncia assim: Passai à direita, vós que assististes os vossos irmãos; passai à esquerda, vós que fostes duros para com eles. Informa-se, por acaso, da ortodoxia da fé? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modo e o que crê de outro'? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor do próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas como a condição única. Se outras houvesse a serem preenchidas, ele as teria declinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
Um homem descia de Jerusalém a Jericó e caiu nas mãos dos ladrões que logo o despojaram do que levava; e depois de o terem maltratado com muitas feridas, retiraram-se, deixando-o meio morto. Casualmente, descia um sacerdote pelo mesmo caminho; viu-o e passou para o outro lado. Igualmente, chegou ao lugar um levita; viu-o e também passou de largo.
Mas, um samaritano, que ia seu caminho, chegou perto dele e, quando o viu, se moveu à com¬paixão.
Aproximou-se, deitou-lhe óleo e vinho nas chagas e ligou-as; em seguida, fê-lo mon¬tar em sua cavalgadura, conduziu-o a uma hospedaria e teve cuidado dele.
No dia se¬guinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo: Toma cuidado dele, e o que gastares a mais pagar-to-ei na volta.
Qual desses três se houve como próximo daquele que caíra nas mãos dos ladrões?
Respondeu logo o doutor:
Aquele que usou com o tal de misericórdia.
Então lhe disse Jesus:
Pois vai, e fase tu o mesmo. (Lucas, 10º, 25-37)
COMENTÁRIO SOBRE A PARÁBOLA:
Muitas vezes ficamos nos perguntando a quem devemos fazer o bem, a quem devemos amar, a quem devemos ajudar, não é mesmo?
Freqüentemente falamos: "...Ah! Fulaninho não é meu amigo, por isso não vou ajudá-lo", e outras coisas nesse sentido.
Daí vão até Jesus e Ele nos conta essa parábola, onde nos demonstra que devemos ter amor para com todos, independentemente da situação ou conhecimento que temos para com as pessoas. Ou seja, devemos prestar auxílio sempre: dentro de casa com todos os nossos familiares e também com aqueles que necessitam, com aqueles que têm fome, com aqueles que têm sede, com aqueles que estão desamparados, com aqueles que estão sofrendo.
Assim, na Parábola do Bom Samaritano, Jesus vem nos orientando que devemos sempre procurar auxiliar, sem interesse em saber se quem necessita de ajuda é desta ou daquela religião, desta ou daquela classe social, desta ou daquela raça ; deste ou daquele sexo; mas que simplesmente procuremos auxiliar ao próximo, aliviando suas dores e suas necessidades. E assim, iremos seguir os exemplos de Amor e Bondade.
VOCABULÁRIO
Denários = dinheiro da época
Jericó = cidade do oriente médio (Israel)
Sacerdote, Levita, Samaritano = àquela época havia diferentes seitas religiosas, e cada um destes representava uma seita diferente e a dos samaritanos era a menos respeitada por todas as outras, pois eram tidos como os protestantes desse tempo.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO XV - FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO
O de que precisa o Espírito para se salvar. Parábola do bom samaritano. O mandamento maior. Necessidade da caridade, segundo S. Paulo. Fora da Igreja não há salvação. Fora da verdade não há salvação. Instruções dos Espíritos: Fora da caridade não há salvação.
O QUE PRECISA O ESPÍRITO PARA SER SALVO.
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO.
1. Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á no trono de sua glória; reunidas diante dele todas as nações, separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas, e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda.
Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos foi preparado desde o princípio do mundo; porquanto, tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; careci de teto e me hospedastes; estive nu e me vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes ver.
Então, responder-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? O Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes.
E dirá em seguida aos que estiverem à sua esquerda: Afastai-vos de mim, malditos; ide para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e seus anjos; - porquanto, tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber; precisei de teto e não me agasalhastes; estive sem roupa e não me vestistes; estive doente e no cárcere e não me visitastes.
Também eles replicarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e não te demos de comer, com sede e não te demos de beber, sem teto ou sem roupa, doente ou preso e não te assistimos? Ele então lhes responderá: Em verdade vos digo: todas as vezes que faltastes com a assistência a um destes mais pequenos, deixastes de tê-la para comigo mesmo.
E esses irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna. (S. MATEUS, cap. XXV, vv. 31 a 46.)
2. Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para o tentar: Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? Que é o que lês nela? Ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de todo o teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe Jesus: Respondeste muito bem; faze isso e viverás.
Mas, o homem, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus: Quem é o meu próximo? - Jesus, tomando a palavra, lhe diz:
Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto. Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante. Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar.
Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? O doutor respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo. (S. LUCAS, cap. X, vv. 25 a 37.)
3. Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade: Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura.
No quadro que traçou do juízo final, deve-se, como em muitas outras coisas, separar o que é apenas figura, alegoria. A homens como os a quem falava, ainda incapazes de compreender as questões puramente espirituais, tinha ele de apresentar imagens materiais chocantes e próprias a impressionar. Para melhor apreenderem o que dizia, tinha mesmo de não se afastar muito das idéias correntes, quanto à forma, reservando sempre ao porvir a verdadeira interpretação de suas palavras e dos pontos sobre os quais não podia explicar-se claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro, há uma idéia dominante: a da felicidade reservada ao justo e da infelicidade que espera o mau.
Naquele julgamento supremo, quais os considerandos da sentença? Sobre que se baseia o libelo? Pergunta, porventura, o juiz se o inquirido preencheu tal ou qual formalidade, se observou mais ou menos tal ou qual prática exterior? Não; inquire tão-somente de uma coisa: se a caridade foi praticada, e se pronuncia assim: Passai à direita, vós que assististes os vossos irmãos; passai à esquerda, vós que fostes duros para com eles. Informa-se, por acaso, da ortodoxia da fé? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modo e o que crê de outro'? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor do próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas como a condição única. Se outras houvesse a serem preenchidas, ele as teria declinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
Um homem descia de Jerusalém a Jericó e caiu nas mãos dos ladrões que logo o despojaram do que levava; e depois de o terem maltratado com muitas feridas, retiraram-se, deixando-o meio morto. Casualmente, descia um sacerdote pelo mesmo caminho; viu-o e passou para o outro lado. Igualmente, chegou ao lugar um levita; viu-o e também passou de largo.
Mas, um samaritano, que ia seu caminho, chegou perto dele e, quando o viu, se moveu à com¬paixão.
Aproximou-se, deitou-lhe óleo e vinho nas chagas e ligou-as; em seguida, fê-lo mon¬tar em sua cavalgadura, conduziu-o a uma hospedaria e teve cuidado dele.
No dia se¬guinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo: Toma cuidado dele, e o que gastares a mais pagar-to-ei na volta.
Qual desses três se houve como próximo daquele que caíra nas mãos dos ladrões?
Respondeu logo o doutor:
Aquele que usou com o tal de misericórdia.
Então lhe disse Jesus:
Pois vai, e fase tu o mesmo. (Lucas, 10º, 25-37)
COMENTÁRIO SOBRE A PARÁBOLA:
Muitas vezes ficamos nos perguntando a quem devemos fazer o bem, a quem devemos amar, a quem devemos ajudar, não é mesmo?
Freqüentemente falamos: "...Ah! Fulaninho não é meu amigo, por isso não vou ajudá-lo", e outras coisas nesse sentido.
Daí vão até Jesus e Ele nos conta essa parábola, onde nos demonstra que devemos ter amor para com todos, independentemente da situação ou conhecimento que temos para com as pessoas. Ou seja, devemos prestar auxílio sempre: dentro de casa com todos os nossos familiares e também com aqueles que necessitam, com aqueles que têm fome, com aqueles que têm sede, com aqueles que estão desamparados, com aqueles que estão sofrendo.
Assim, na Parábola do Bom Samaritano, Jesus vem nos orientando que devemos sempre procurar auxiliar, sem interesse em saber se quem necessita de ajuda é desta ou daquela religião, desta ou daquela classe social, desta ou daquela raça ; deste ou daquele sexo; mas que simplesmente procuremos auxiliar ao próximo, aliviando suas dores e suas necessidades. E assim, iremos seguir os exemplos de Amor e Bondade.
VOCABULÁRIO
Denários = dinheiro da época
Jericó = cidade do oriente médio (Israel)
Sacerdote, Levita, Samaritano = àquela época havia diferentes seitas religiosas, e cada um destes representava uma seita diferente e a dos samaritanos era a menos respeitada por todas as outras, pois eram tidos como os protestantes desse tempo.
sábado, 23 de maio de 2015
O BOM SAMARITANO
INDICE
OBJETIVO DA AULA
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO XV - FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO
O QUE PRECISA O ESPÍRITO PARA SER SALVO.
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
COMENTÁRIO SOBRE A PARÁBOLA:
VOCABULÁRIO
QUESTIONAMENTOS:
O BOM SAMARITANO" OU "O BOM TRAVEST" - (RUBEM ALVES)
A PARÁBOLA RELEMBRADA
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO (RODOLFO CALLIGARIS)
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
PSICOLOGIA DA CARIDADE
NA INTIMIDADE DOMÉSTICA
A GENESE CAPITULO XV - ITEM 53
PLANO DE IDÉIAS Nº 01
OBJETIVO DA AULA
* Enfatizar as Leis Morais;
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
O Evangelho Segundo o Espiritismo (Allan Kardec) Capitulo XV 2-3
O Livro dos Espíritos (Allan Kardec)
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
PARÁBOLA - Do bom samaritano.
A Bíblia Novo Testamento Lucas 10:29 a 37
A Gênese - (Allan Kardec) Capitulo XV 53
Alma E Vida - 1ª Ed. CEU 19
Atravessando A Rua - 1ª Ed. IDE 27
Brilhe Vossa Luz - 1ª Ed. IDE 14
Caminho Espírita - 1ª Ed. IDE 3
Caminhos De Volta - 3ª Ed. GEEM 37
Candeias Na Noite Escura - 2ª Ed. FEB, 1992 3
Convites Da Vida - 3ª Ed. ALVORADA 55
Coragem - 2ª Ed. CEC 18 e 23
Educandário De Luz - 1ª Ed. IDEAL 36
Elucidações Espíritas - 2ª Ed. SEJA 113
Em Torno Do Mestre - 4ª Ed. FEB 74
Espírito E Vida - 2ª Ed. ALVORADA 32
Jesus E O Evangelho - 1ª Ed. Alvorada 21
Libertação Pelo Amor - 1ª Ed. Alvorada 17
Luz No Lar - 4ª Ed. FEB 11
Mãos Unidas - 10ª Ed. IDE 42
Nós - 1ª Ed. CEU 13
O Espírito Da Verdade - 4ª Ed. FEB 86
O Livro Da Esperança - 6ª Ed. CEC 28 e 40
Oferenda - 3ª Ed. ALVORADA 29
Parábolas E Ensinos De Jesus - 11ª Ed. O CLARIM 23
Parábolas Evangélicas À Luz Do Espiritismo - 3ª Ed. FEB 14
Rumo Certo - 3ª Ed. FEB 9
Viajor - 4ª Ed. IDE 1
AÇÃO - Não basta a ação por si só. Imprescindível configurá-la em proveito. Toda circunstância é campo de criatividade para que se realize o melhor. Ninguém sabe quem teria sido o Samaritano da parábola: se um homem de elevada cultura espiritual ou se um analfabeto no conhecimento da vida; se um representante da autoridade ou se um homem a esconder-se das próprias culpas. Entretanto, porque se compadeceu e auxiliou, porque agiu e serviu, em favor do próximo, conseguiu identificar-se com o trabalho dos anjos.
Amanhece - 2ª Ed. GEEM 14
Livro De Respostas - 4ª Ed. CEU 11
Vida Feliz - 14ª Ed. Alvorada 89
MISERICÓRDIA - Qual destes três te parece que foi o próximo do daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.
A Bíblia Novo Testamento Lucas 10:36 a 37
Encontro Marcado - 3ª Ed. FEB 23
Histórias Que Trazem Felicidade - 1ª Ed. CEAC 4
Leon Tolstoi Por Ele Mesmo - 1ª Ed. Petit 7
Oferenda - 3ª Ed. ALVORADA 41
Refúgio - Ed. IDEAL 21
Religião Dos Espíritos - 2ª Ed. FEB 49
Seara Dos Médiuns - 2ª Ed. FEB 79
Tempo De Despertar - 3ª Ed. FEESP 22
NÃO JULGAR - O Bom Samaritano não se preocupou em apontar os malfeitores que haviam espoliado o viajante indefeso, e, sim, ao invés disso, se inclinou, compassivo, para o companheiro tombado no infortúnio, de modo a conchegá-lo ao coração.
Aulas Da Vida - 2ª Ed. IDEAL 15
Encontro Marcado - 3ª Ed. FEB 7, 23
Legado Kardequiano - 3ª Ed. LEAL 60
Taça De Luz - 4ª Ed. FEESP 44
Trilha De Luz - 1ª Ed. IDE 5
PRÓXIMO - Ele (o doutor da lei), querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
A Bíblia Novo Testamento Lucas 10:29
O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. 11 item 9
Assim Vencerás - 3ª Ed. IDEAL 3
Chico Xavier Pede Licença - 7ª Ed. GEEM 12
Correio Fraterno - 2ª Ed. FEB 6
O Espiritismo E Os Problemas Humanos - 2ª Ed. U.S.E. Prefacio
Estradas E Destinos - 1ª Ed. CEU 14
Em Torno Do Mestre - 4ª Ed. FEB 74
Fonte Viva - 10ª Ed. FEB 126
Lázaro Redivivo - 8ª Ed. FEB 47
Parábolas E Ensinos De Jesus - 11ª Ed. O CLARIM 68
Parábolas Evangélicas À Luz Do Espiritismo - 3ª Ed. FEB 14
Religião Dos Espíritos - 2ª Ed. FEB 82
Rumo Certo - 3ª Ed. FEB 9
Taça De Luz - 4ª Ed. FEESP 12
SOLIDARIEDADE - Na parábola do bom samaritano, Jesus situa no necessitado simplesmente um homem. Não lhe identifica a raça, a cor, a posição social ou os pontos de vista. Nele enxerga a humanidade sofredora, carecente de auxílio das criaturas que acendam a luz da caridade, acima de todos os preconceitos de classe ou de religião. Desde aí, novo movimento de solidariedade humana surge na terra.
Aulas Da Vida - 2ª Ed. IDEAL 15
Justiça Divina - 4ª Ed. FEB 9
Roteiro - 4ª Ed. FEB 16
Suave Luz Nas Sombras - 1ª Ed. Alvorada 43
INDICE
OBJETIVO DA AULA
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO XV - FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO
O QUE PRECISA O ESPÍRITO PARA SER SALVO.
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
COMENTÁRIO SOBRE A PARÁBOLA:
VOCABULÁRIO
QUESTIONAMENTOS:
O BOM SAMARITANO" OU "O BOM TRAVEST" - (RUBEM ALVES)
A PARÁBOLA RELEMBRADA
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO (RODOLFO CALLIGARIS)
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
PSICOLOGIA DA CARIDADE
NA INTIMIDADE DOMÉSTICA
A GENESE CAPITULO XV - ITEM 53
PLANO DE IDÉIAS Nº 01
OBJETIVO DA AULA
* Enfatizar as Leis Morais;
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
O Evangelho Segundo o Espiritismo (Allan Kardec) Capitulo XV 2-3
O Livro dos Espíritos (Allan Kardec)
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
PARÁBOLA - Do bom samaritano.
A Bíblia Novo Testamento Lucas 10:29 a 37
A Gênese - (Allan Kardec) Capitulo XV 53
Alma E Vida - 1ª Ed. CEU 19
Atravessando A Rua - 1ª Ed. IDE 27
Brilhe Vossa Luz - 1ª Ed. IDE 14
Caminho Espírita - 1ª Ed. IDE 3
Caminhos De Volta - 3ª Ed. GEEM 37
Candeias Na Noite Escura - 2ª Ed. FEB, 1992 3
Convites Da Vida - 3ª Ed. ALVORADA 55
Coragem - 2ª Ed. CEC 18 e 23
Educandário De Luz - 1ª Ed. IDEAL 36
Elucidações Espíritas - 2ª Ed. SEJA 113
Em Torno Do Mestre - 4ª Ed. FEB 74
Espírito E Vida - 2ª Ed. ALVORADA 32
Jesus E O Evangelho - 1ª Ed. Alvorada 21
Libertação Pelo Amor - 1ª Ed. Alvorada 17
Luz No Lar - 4ª Ed. FEB 11
Mãos Unidas - 10ª Ed. IDE 42
Nós - 1ª Ed. CEU 13
O Espírito Da Verdade - 4ª Ed. FEB 86
O Livro Da Esperança - 6ª Ed. CEC 28 e 40
Oferenda - 3ª Ed. ALVORADA 29
Parábolas E Ensinos De Jesus - 11ª Ed. O CLARIM 23
Parábolas Evangélicas À Luz Do Espiritismo - 3ª Ed. FEB 14
Rumo Certo - 3ª Ed. FEB 9
Viajor - 4ª Ed. IDE 1
AÇÃO - Não basta a ação por si só. Imprescindível configurá-la em proveito. Toda circunstância é campo de criatividade para que se realize o melhor. Ninguém sabe quem teria sido o Samaritano da parábola: se um homem de elevada cultura espiritual ou se um analfabeto no conhecimento da vida; se um representante da autoridade ou se um homem a esconder-se das próprias culpas. Entretanto, porque se compadeceu e auxiliou, porque agiu e serviu, em favor do próximo, conseguiu identificar-se com o trabalho dos anjos.
Amanhece - 2ª Ed. GEEM 14
Livro De Respostas - 4ª Ed. CEU 11
Vida Feliz - 14ª Ed. Alvorada 89
MISERICÓRDIA - Qual destes três te parece que foi o próximo do daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.
A Bíblia Novo Testamento Lucas 10:36 a 37
Encontro Marcado - 3ª Ed. FEB 23
Histórias Que Trazem Felicidade - 1ª Ed. CEAC 4
Leon Tolstoi Por Ele Mesmo - 1ª Ed. Petit 7
Oferenda - 3ª Ed. ALVORADA 41
Refúgio - Ed. IDEAL 21
Religião Dos Espíritos - 2ª Ed. FEB 49
Seara Dos Médiuns - 2ª Ed. FEB 79
Tempo De Despertar - 3ª Ed. FEESP 22
NÃO JULGAR - O Bom Samaritano não se preocupou em apontar os malfeitores que haviam espoliado o viajante indefeso, e, sim, ao invés disso, se inclinou, compassivo, para o companheiro tombado no infortúnio, de modo a conchegá-lo ao coração.
Aulas Da Vida - 2ª Ed. IDEAL 15
Encontro Marcado - 3ª Ed. FEB 7, 23
Legado Kardequiano - 3ª Ed. LEAL 60
Taça De Luz - 4ª Ed. FEESP 44
Trilha De Luz - 1ª Ed. IDE 5
PRÓXIMO - Ele (o doutor da lei), querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
A Bíblia Novo Testamento Lucas 10:29
O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. 11 item 9
Assim Vencerás - 3ª Ed. IDEAL 3
Chico Xavier Pede Licença - 7ª Ed. GEEM 12
Correio Fraterno - 2ª Ed. FEB 6
O Espiritismo E Os Problemas Humanos - 2ª Ed. U.S.E. Prefacio
Estradas E Destinos - 1ª Ed. CEU 14
Em Torno Do Mestre - 4ª Ed. FEB 74
Fonte Viva - 10ª Ed. FEB 126
Lázaro Redivivo - 8ª Ed. FEB 47
Parábolas E Ensinos De Jesus - 11ª Ed. O CLARIM 68
Parábolas Evangélicas À Luz Do Espiritismo - 3ª Ed. FEB 14
Religião Dos Espíritos - 2ª Ed. FEB 82
Rumo Certo - 3ª Ed. FEB 9
Taça De Luz - 4ª Ed. FEESP 12
SOLIDARIEDADE - Na parábola do bom samaritano, Jesus situa no necessitado simplesmente um homem. Não lhe identifica a raça, a cor, a posição social ou os pontos de vista. Nele enxerga a humanidade sofredora, carecente de auxílio das criaturas que acendam a luz da caridade, acima de todos os preconceitos de classe ou de religião. Desde aí, novo movimento de solidariedade humana surge na terra.
Aulas Da Vida - 2ª Ed. IDEAL 15
Justiça Divina - 4ª Ed. FEB 9
Roteiro - 4ª Ed. FEB 16
Suave Luz Nas Sombras - 1ª Ed. Alvorada 43
CENTRO DE ORIENTAÇÃO
E
EDUCAÇÃO MEDIÚNICA
CURSO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO MEDIÚNICA COEM II
SOCIEDADE ESPÍRITA 17-30
2a. PARTE - RESUMOS DAS UNIDADES
UNIDADE PRÁTICA 07 - PERCEPÇÃO E ANÁLISE DE FLUIDOS
ROTEIRO
* Qualidade dos fluidos
* Análise dos fluidos
* Sensações e sentimentos transmitidos aos médiuns LE; LM; G; OP; MM
Partimos da premissa que somos um ser formado de princípio inteligente (espírito), princípio material (corpo físico) e princípio fluídico (Fluido cósmico universal Perispírito) (vide cap II Elementos Gerais do Universo O Livro dos Espíritos).
O fluido cósmico universal desempenha papel intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, muito grosseira para que o espírito possa ter uma ação sobre ela ... se distinguindo por propriedades especiais, ... sendo suscetível a inúmeras combinações.
A matéria física que compõe o nosso corpo com todas a suas funções e possibilidades, entre as quais estão os nossos cinco sentidos, é formada de fluido cósmico universal. Note-se que hoje, a astrofísica, ciência recente, fundamenta seus ensinos sobre o universo levando em conta a existência de vários materiais, em diversos estados energéticos, que devem derivar de uma matéria chamada cósmica universal.
Na pergunta 33 de O Livro dos Espíritos, a resposta é afirmativa, no sentido de que a matéria elementar fluido cósmico universal é suscetível de receber todas as modificações e de adquirir todas as propriedades, concluindo que tudo está em tudo. (Os espíritos mais uma vez se antecipando no tempo, pois hoje o holismo é uma teoria que vem se afirmando em todos os níveis do conhecimento científico).
Desta maneira, conclui-se que a criatura humana com seu equipamento físico e perispiritual encontra-se em condições adequadas de poder, utilizando seus recursos humanos e psíquicos, perceber tudo que o envolve, se encontrando no fenômeno da sintonia.
No processo mediúnico, quando concentrado devidamente, o médium expande seu potencial receptivo, pela expansão que ocorre com seu perispírito, tornando-o mais sujeito a captar as emanações e vibrações do ambiente.
Assim sendo, o médium pode perceber as emanações advindas da psicosfera fluídica das entidades espirituais, pelas impressões transmitidas pelos fluidos e energias que a compõe.
A qualidade da psicosfera do espírito traduz-se em sensações que são transmitidas à psicosfera do médium.
A percepção pois, de uma entidade espiritual se dá através da sintonia e do reconhecimento da qualidade da psicosfera fluídica da mesma. No plano perispiritual a psicosfera revela, através das variações fluídicas, as informações do que a entidade pensa, faz e é; e estas informações impressionam o médium pela sintonia vibratória, e o conhecimento que este (o médium) deve ter pela prática e pela educação mediúnica lhe permite fazer a análise da entidade, em função da análise fluídica que lhe informa a condição dela.
LUCAS DE ALMEIDA MAGALHÃES
CENTRO ESPÍRITA LUZ ETERNA CELE
Avenida Desembargador Hugo Simas, 137 Bom Retiro
80520-250 Curitiba Paraná Brasil
www.cele.org.br cele@cele.org.br
REDAÇÃO: Equipe do CELE
E
EDUCAÇÃO MEDIÚNICA
CURSO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO MEDIÚNICA COEM II
SOCIEDADE ESPÍRITA 17-30
2a. PARTE - RESUMOS DAS UNIDADES
UNIDADE PRÁTICA 07 - PERCEPÇÃO E ANÁLISE DE FLUIDOS
ROTEIRO
* Qualidade dos fluidos
* Análise dos fluidos
* Sensações e sentimentos transmitidos aos médiuns LE; LM; G; OP; MM
Partimos da premissa que somos um ser formado de princípio inteligente (espírito), princípio material (corpo físico) e princípio fluídico (Fluido cósmico universal Perispírito) (vide cap II Elementos Gerais do Universo O Livro dos Espíritos).
O fluido cósmico universal desempenha papel intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, muito grosseira para que o espírito possa ter uma ação sobre ela ... se distinguindo por propriedades especiais, ... sendo suscetível a inúmeras combinações.
A matéria física que compõe o nosso corpo com todas a suas funções e possibilidades, entre as quais estão os nossos cinco sentidos, é formada de fluido cósmico universal. Note-se que hoje, a astrofísica, ciência recente, fundamenta seus ensinos sobre o universo levando em conta a existência de vários materiais, em diversos estados energéticos, que devem derivar de uma matéria chamada cósmica universal.
Na pergunta 33 de O Livro dos Espíritos, a resposta é afirmativa, no sentido de que a matéria elementar fluido cósmico universal é suscetível de receber todas as modificações e de adquirir todas as propriedades, concluindo que tudo está em tudo. (Os espíritos mais uma vez se antecipando no tempo, pois hoje o holismo é uma teoria que vem se afirmando em todos os níveis do conhecimento científico).
Desta maneira, conclui-se que a criatura humana com seu equipamento físico e perispiritual encontra-se em condições adequadas de poder, utilizando seus recursos humanos e psíquicos, perceber tudo que o envolve, se encontrando no fenômeno da sintonia.
No processo mediúnico, quando concentrado devidamente, o médium expande seu potencial receptivo, pela expansão que ocorre com seu perispírito, tornando-o mais sujeito a captar as emanações e vibrações do ambiente.
Assim sendo, o médium pode perceber as emanações advindas da psicosfera fluídica das entidades espirituais, pelas impressões transmitidas pelos fluidos e energias que a compõe.
A qualidade da psicosfera do espírito traduz-se em sensações que são transmitidas à psicosfera do médium.
A percepção pois, de uma entidade espiritual se dá através da sintonia e do reconhecimento da qualidade da psicosfera fluídica da mesma. No plano perispiritual a psicosfera revela, através das variações fluídicas, as informações do que a entidade pensa, faz e é; e estas informações impressionam o médium pela sintonia vibratória, e o conhecimento que este (o médium) deve ter pela prática e pela educação mediúnica lhe permite fazer a análise da entidade, em função da análise fluídica que lhe informa a condição dela.
LUCAS DE ALMEIDA MAGALHÃES
CENTRO ESPÍRITA LUZ ETERNA CELE
Avenida Desembargador Hugo Simas, 137 Bom Retiro
80520-250 Curitiba Paraná Brasil
www.cele.org.br cele@cele.org.br
REDAÇÃO: Equipe do CELE
09 esboço de o livro dos médiuns
C B - Aula 09 - Esboco De # O Livro Dos Mediuns(2).doc 4
OBJETIVO DA OBRA
Indicar os meios de desenvolver as mediunidades
Orientar com segurança quando esta capacidade existe
Guiar as observações das pessoas quanto às manifestações
Mostrar os obstáculos que existe nesta nova ciência
O ESPIRITISMO TEVE GRANDE PROGRESSO QUANDO ENTROU NO CAMINHO FILOSÓFICO
PRIMEIRA PARTE NOÇÕES PRELIMINARES
HÁ ESPÍRITOS?
: Capítulo 01
Há Espíritos?
1 A dúvida em relação à existência dos Espíritos tem como causa primária a ignorância quanto à sua verdadeira natureza. Geralmente, são imaginados como seres à parte na criação, desnecessários e inúteis. Muitos os conhecem somente pelos contos fantásticos com que foram embalados quando crianças, mais ou menos como se conhece a história pelos romances, sem indagar se nesses contos, isentos dos acessórios ridículos, há ou não um fundo de verdade. Só o lado absurdo os impressiona, e eles não se dão ao trabalho de tirar a casca amarga para descobrir a amêndoa; rejeitam o todo, como fazem, na religião, aqueles que, chocados com alguns abusos, nivelam tudo na mesma reprovação.
Qualquer que seja a ideia que se faça dos Espíritos, essa crença está necessariamente fundada na existência de um princípio inteligente fora da matéria, e é incompatível com a negação absoluta desse princípio. Tomamos, portanto, como nosso ponto de partida a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma, da qual o espiritualismo* é a demonstração teórica e dogmática e o Espiritismo é a demonstração patente. Façamos por um instante abstração das manifestações propriamente ditas e, raciocinando por indução, vejamos a quais consequências chegaremos.
2 A partir do momento em que se admite a existência da alma e sua individualidade após a morte, é preciso admitir também:
1o) que é de natureza diferente do corpo e, uma vez dele separada, não tem as propriedades características do corpo; 2o) que possui consciência de si mesma, uma vez que se atribui a ela a alegria ou o sofrimento; de outro modo seria um ser inerte, e assim de nada valeria para nós tê-la.
Admitido isso, essa alma terá que ir para alguma parte; em que se transforma e para onde vai? Conforme a crença comum, vai para o céu ou para o inferno; mas onde é o céu e o inferno? Dizia-se antigamente que o céu ficava em cima, e o inferno, embaixo. Mas onde é o alto e o baixo no universo, desde que se sabe que a Terra é redonda, que o movimento dos astros faz com que o que é alto em um determinado momento torne-se baixo em doze horas e que conhecemos o infinito do espaço, onde o olhar mergulha em distâncias inimagináveis? É verdade que por lugares inferiores ou baixos se entende também as profundezas da Terra; mas o que são agora essas profundezas desde que foram pesquisadas pela geologia? Igualmente, em que se transformaram essas esferas concêntricas chamadas de céu de fogo, céu de estrelas, desde que se constatou que a Terra não é o centro dos mundos, que nosso próprio Sol é apenas um dos milhões de sóis que brilham no espaço e que cada um deles é o centro de um turbilhão planetário? Qual é a importância da Terra perdida nessa imensidão? Por que privilégio injustificável esse grão de areia imperceptível, que não se distingue nem por seu volume, nem por sua posição, nem por um papel particular, seria o único povoado com seres racionais? A razão se recusa a admitir essa inutilidade do infinito, e tudo nos diz que esses mundos são habitados. Se são povoados, fornecem, portanto, seu contingente ao mundo das almas, uma vez que a astronomia e a geologia destruíram as moradas que lhes eram designadas e especificamente depois que a teoria tão racional da pluralidade dos mundos as multiplicou ao infinito?
A doutrina de um lugar determinado para as almas não está de acordo com os dados da ciência, mas outra doutrina mais lógica lhes dá por morada não um lugar determinado e limitado, mas o espaço universal: é todo um mundo invisível no meio do qual vivemos, que nos rodeia continuamente. Haverá nisso uma impossibilidade, algo que repugne a razão? De modo algum; tudo nos diz, ao contrário, que não pode ser de outra maneira. Mas, então, em que se transformam os castigos e as recompensas futuras, se lhes tiramos os lugares especiais de exame? Notemos que a incredulidade em relação a esses castigos e recompensas é geralmente decorrente por se apresentarem esses locais em condições inadmissíveis. Mas, dizei, em vez disso, que as almas levam sua felicidade ou infelicidade em si mesmas; que sua sorte está subordinada ao seu estado moral e que a reunião das almas simpáticas e boas é uma fonte de felicidade; que, de acordo com seu grau de depuração, penetram e entrevêem coisas inacessíveis às almas grosseiras, e todo mundo o compreenderá facilmente. Dizei ainda que as almas somente chegam ao grau supremo pelos esforços que fazem para melhorar e depois de uma série de provas que servem para sua depuração; que os anjos são as almas que chegaram ao último grau, grau este que todos podem atingir por sua vontade; que os anjos são os mensageiros de Deus, encarregados de velar pela execução de seus desígnios em todo o universo, que são felizes com suas missões gloriosas, e dareis à sua felicidade um objetivo mais útil e mais atraente do que o de uma contemplação perpétua, que não seria outra coisa senão uma inutilidade perpétua; dizei, enfim, que os demônios são nada mais, nada menos do que as almas dos maus ainda não depuradas, mas que podem chegar, como as outras, à mais elevada perfeição, e isso parecerá mais de acordo a justiça e a bondade de Deus do que a doutrina de seres criados para o mal, perpetuamente voltados para o mal. Enfim, eis aí o que a razão mais severa, a lógica mais rigorosa, o bom senso, em uma palavra, podem admitir.
Acontece que essas almas que povoam o espaço são precisamente o que se chamam de Espíritos; os Espíritos são a alma dos homens sem o seu corpo físico. Se os Espíritos fossem seres criados à parte, sua existência seria hipotética; mas, se admitirmos que há almas, também é preciso admitir que os Espíritos não são outros senão almas; se admitirmos que a alma está em todos os lugares, é preciso admitir igualmente que os Espíritos estão em todos os lugares. Não se pode, por conseguinte, negar a existência dos Espíritos sem negar a das almas.
3 Na verdade, isso é somente uma teoria mais racional do que a outra; mas já é admirável que uma teoria não contradiga nem a razão nem a ciência; se, além disso, é confirmada pelos fatos, tem a seu favor o privilégio do raciocínio e da experiência. Encontramos esses fatos no fenômeno das manifestações espíritas, que são a prova patente da existência e da sobrevivência da alma. No entanto, muitas pessoas, e aí também está inclusa a sua crença, admitem sem dúvida a existência das almas e por conseguinte a dos Espíritos, mas negam a possibilidade de se comunicar com eles, pela razão, dizem, de que seres imateriais não podem agir sobre a matéria. Essa dúvida está fundada na ignorância da verdadeira natureza dos Espíritos, dos quais se faz, geralmente, uma ideia muito falsa, porque são erradamente concebidos como seres abstratos, vagos e indefinidos, o que não corresponde à realidade.
Imaginemos, primeiramente, o Espírito em sua união com o corpo; o Espírito é o ser principal, é o ser pensante e sobrevivente; o corpo é apenas um acessório do Espírito, um envoltório, uma vestimenta que ele deixa quando está estragada. Além desse envoltório material, o Espírito tem um segundo, semimaterial, que o une ao primeiro; na morte, o Espírito se despoja do corpo físico, mas não do segundo envoltório, ao qual damos o nome de perispírito*. Esse envoltório semimaterial, que tem a forma humana, constitui para ele um corpo fluídico, vaporoso, que, embora invisível para nós em seu estado normal, não deixa de possuir algumas propriedades da matéria. O Espírito não é, portanto, um ponto, uma abstração, mas um ser limitado, ao qual falta apenas ser visível e palpável para ser igual aos seres humanos. Por que, então, não haverá de agir sobre a matéria? É por que seu corpo é fluídico? Mas não é entre os fluídos, os mais rarefeitos, os considerados imponderáveis, a eletricidade, por exemplo, que o homem encontra as suas mais poderosas forças? E não é certo que a luz imponderável exerce uma ação química sobre a matéria ponderável? Nós não conhecemos a natureza íntima do perispírito; mas, supondo-o formado da matéria elétrica, ou outra tão sutil quanto ela, por que não teria a mesma propriedade ao ser dirigido por uma vontade?
4 A existência da alma e a de Deus, que são consequência uma da outra, são a base de todo o edifício e, antes de iniciar qualquer discussão espírita, é importante se assegurar de que o interlocutor admite essa base.
Acredita em Deus?
Acredita ter uma alma?
Acredita na sobrevivência da alma após a morte?
Se ele responder negativamente ou se disser simplesmente: Não sei; gostaria que fosse assim, mas não tenho certeza, o que, muitas vezes, equivale a uma negação benevolente ou educada disfarçada sob uma forma menos chocante para evitar ferir muito francamente o que ele chama de preconceitos respeitáveis, será tão inútil ir além quanto tentar demonstrar as propriedades da luz a um cego que não admite a luz. Porque, definitivamente, as manifestações espíritas não são outra coisa a não ser os efeitos das propriedades da alma. Com um interlocutor assim, é necessário seguir uma ordem diferente de ideias, se não se quer perder tempo.
Admitida a base, não a título de probabilidade, mas como coisa averiguada, incontestável, a existência dos Espíritos será uma decorrência natural.
5 Agora resta saber se o Espírito pode se comunicar com o homem, ou seja, se pode haver entre ambos troca de pensamentos. E por que não? O que é o homem, senão um Espírito aprisionado num corpo? Por que o Espírito livre não poderia se comunicar com o Espírito cativo, como um homem livre se comunica com um que está aprisionado? Desde que se admita a sobrevivência da alma, é racional negar a sobrevivência das afeições? Uma vez que as almas estão em todos os lugares, não é natural pensar que a de um ser que nos amou durante a vida venha para perto de nós, que deseje se comunicar conosco e que para isso se sirva de meios que estão à sua disposição? Durante sua vida não agia sobre a matéria de seu corpo? Não era ela, a alma, quem lhe dirigia os movimentos? Por que razão após a morte do corpo e em concordância com um outro Espírito ligado a um corpo não emprestaria esse corpo vivo para manifestar seu pensamento, como um mudo pode se servir de uma pessoa que fala para ser compreendido?
6 Separemos, por um instante, os fatos que, para nós, são incontestáveis e admitamos a comunicação como simples hipótese; peçamos que os incrédulos nos provem, não por uma simples negação, visto que sua opinião pessoal não pode valer por lei, mas por razões evidentes e inegáveis, que isso não é possível. Nós nos colocamos no seu terreno, e, uma vez que querem apreciar os fatos espíritas com a ajuda das leis da matéria, que tomem nesse arsenal alguma demonstração matemática, física, química, mecânica, fisiológica e que provem por a mais b, sempre partindo do princípio da existência e da sobrevivência da alma:
1o) que o ser que pensa em nós durante a vida não pode mais pensar depois da morte;
2o) que, se pensa, não deve mais pensar nos que amou;
3o) que, se pensa nos que amou, não deve mais querer se comunicar com eles;
4o) que, se pode estar em todos os lugares, não pode estar ao nosso lado;
5o) que, se pode estar ao nosso lado, não pode comunicar-se conosco;
6o) que, por meio de seu corpo fluídico, não pode agir sobre a matéria inerte;
7o) que, se pode agir sobre a matéria inerte, não pode agir sobre um ser animado;
8o) que, se pode agir sobre um ser animado, não pode dirigir sua mão para fazê-lo escrever, e
9o) que, podendo fazê-lo escrever, não pode responder às suas questões nem lhes transmitir seus pensamentos.
Quando os adversários do Espiritismo nos demonstrarem que isso não pode acontecer, por meio de razões tão patentes quanto as com que Galileu demonstrou que não é o Sol que gira ao redor da Terra, então poderemos dizer que suas dúvidas têm fundamento; infelizmente, até agora toda a sua argumentação se resume nestas palavras: Não acredito, portanto isso é impossível. Eles nos dirão, sem dúvida, que cabe a nós provar a realidade das manifestações; nós as provamos pelos fatos e pelo raciocínio; se não admitem nem um nem outro, se negam até mesmo o que vêem, devem eles provar que nosso raciocínio é falso e que os fatos espíritas são impossíveis.
C B - Aula 09 - Esboco De # O Livro Dos Mediuns(2).doc 4
OBJETIVO DA OBRA
Indicar os meios de desenvolver as mediunidades
Orientar com segurança quando esta capacidade existe
Guiar as observações das pessoas quanto às manifestações
Mostrar os obstáculos que existe nesta nova ciência
O ESPIRITISMO TEVE GRANDE PROGRESSO QUANDO ENTROU NO CAMINHO FILOSÓFICO
PRIMEIRA PARTE NOÇÕES PRELIMINARES
HÁ ESPÍRITOS?
: Capítulo 01
Há Espíritos?
1 A dúvida em relação à existência dos Espíritos tem como causa primária a ignorância quanto à sua verdadeira natureza. Geralmente, são imaginados como seres à parte na criação, desnecessários e inúteis. Muitos os conhecem somente pelos contos fantásticos com que foram embalados quando crianças, mais ou menos como se conhece a história pelos romances, sem indagar se nesses contos, isentos dos acessórios ridículos, há ou não um fundo de verdade. Só o lado absurdo os impressiona, e eles não se dão ao trabalho de tirar a casca amarga para descobrir a amêndoa; rejeitam o todo, como fazem, na religião, aqueles que, chocados com alguns abusos, nivelam tudo na mesma reprovação.
Qualquer que seja a ideia que se faça dos Espíritos, essa crença está necessariamente fundada na existência de um princípio inteligente fora da matéria, e é incompatível com a negação absoluta desse princípio. Tomamos, portanto, como nosso ponto de partida a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma, da qual o espiritualismo* é a demonstração teórica e dogmática e o Espiritismo é a demonstração patente. Façamos por um instante abstração das manifestações propriamente ditas e, raciocinando por indução, vejamos a quais consequências chegaremos.
2 A partir do momento em que se admite a existência da alma e sua individualidade após a morte, é preciso admitir também:
1o) que é de natureza diferente do corpo e, uma vez dele separada, não tem as propriedades características do corpo; 2o) que possui consciência de si mesma, uma vez que se atribui a ela a alegria ou o sofrimento; de outro modo seria um ser inerte, e assim de nada valeria para nós tê-la.
Admitido isso, essa alma terá que ir para alguma parte; em que se transforma e para onde vai? Conforme a crença comum, vai para o céu ou para o inferno; mas onde é o céu e o inferno? Dizia-se antigamente que o céu ficava em cima, e o inferno, embaixo. Mas onde é o alto e o baixo no universo, desde que se sabe que a Terra é redonda, que o movimento dos astros faz com que o que é alto em um determinado momento torne-se baixo em doze horas e que conhecemos o infinito do espaço, onde o olhar mergulha em distâncias inimagináveis? É verdade que por lugares inferiores ou baixos se entende também as profundezas da Terra; mas o que são agora essas profundezas desde que foram pesquisadas pela geologia? Igualmente, em que se transformaram essas esferas concêntricas chamadas de céu de fogo, céu de estrelas, desde que se constatou que a Terra não é o centro dos mundos, que nosso próprio Sol é apenas um dos milhões de sóis que brilham no espaço e que cada um deles é o centro de um turbilhão planetário? Qual é a importância da Terra perdida nessa imensidão? Por que privilégio injustificável esse grão de areia imperceptível, que não se distingue nem por seu volume, nem por sua posição, nem por um papel particular, seria o único povoado com seres racionais? A razão se recusa a admitir essa inutilidade do infinito, e tudo nos diz que esses mundos são habitados. Se são povoados, fornecem, portanto, seu contingente ao mundo das almas, uma vez que a astronomia e a geologia destruíram as moradas que lhes eram designadas e especificamente depois que a teoria tão racional da pluralidade dos mundos as multiplicou ao infinito?
A doutrina de um lugar determinado para as almas não está de acordo com os dados da ciência, mas outra doutrina mais lógica lhes dá por morada não um lugar determinado e limitado, mas o espaço universal: é todo um mundo invisível no meio do qual vivemos, que nos rodeia continuamente. Haverá nisso uma impossibilidade, algo que repugne a razão? De modo algum; tudo nos diz, ao contrário, que não pode ser de outra maneira. Mas, então, em que se transformam os castigos e as recompensas futuras, se lhes tiramos os lugares especiais de exame? Notemos que a incredulidade em relação a esses castigos e recompensas é geralmente decorrente por se apresentarem esses locais em condições inadmissíveis. Mas, dizei, em vez disso, que as almas levam sua felicidade ou infelicidade em si mesmas; que sua sorte está subordinada ao seu estado moral e que a reunião das almas simpáticas e boas é uma fonte de felicidade; que, de acordo com seu grau de depuração, penetram e entrevêem coisas inacessíveis às almas grosseiras, e todo mundo o compreenderá facilmente. Dizei ainda que as almas somente chegam ao grau supremo pelos esforços que fazem para melhorar e depois de uma série de provas que servem para sua depuração; que os anjos são as almas que chegaram ao último grau, grau este que todos podem atingir por sua vontade; que os anjos são os mensageiros de Deus, encarregados de velar pela execução de seus desígnios em todo o universo, que são felizes com suas missões gloriosas, e dareis à sua felicidade um objetivo mais útil e mais atraente do que o de uma contemplação perpétua, que não seria outra coisa senão uma inutilidade perpétua; dizei, enfim, que os demônios são nada mais, nada menos do que as almas dos maus ainda não depuradas, mas que podem chegar, como as outras, à mais elevada perfeição, e isso parecerá mais de acordo a justiça e a bondade de Deus do que a doutrina de seres criados para o mal, perpetuamente voltados para o mal. Enfim, eis aí o que a razão mais severa, a lógica mais rigorosa, o bom senso, em uma palavra, podem admitir.
Acontece que essas almas que povoam o espaço são precisamente o que se chamam de Espíritos; os Espíritos são a alma dos homens sem o seu corpo físico. Se os Espíritos fossem seres criados à parte, sua existência seria hipotética; mas, se admitirmos que há almas, também é preciso admitir que os Espíritos não são outros senão almas; se admitirmos que a alma está em todos os lugares, é preciso admitir igualmente que os Espíritos estão em todos os lugares. Não se pode, por conseguinte, negar a existência dos Espíritos sem negar a das almas.
3 Na verdade, isso é somente uma teoria mais racional do que a outra; mas já é admirável que uma teoria não contradiga nem a razão nem a ciência; se, além disso, é confirmada pelos fatos, tem a seu favor o privilégio do raciocínio e da experiência. Encontramos esses fatos no fenômeno das manifestações espíritas, que são a prova patente da existência e da sobrevivência da alma. No entanto, muitas pessoas, e aí também está inclusa a sua crença, admitem sem dúvida a existência das almas e por conseguinte a dos Espíritos, mas negam a possibilidade de se comunicar com eles, pela razão, dizem, de que seres imateriais não podem agir sobre a matéria. Essa dúvida está fundada na ignorância da verdadeira natureza dos Espíritos, dos quais se faz, geralmente, uma ideia muito falsa, porque são erradamente concebidos como seres abstratos, vagos e indefinidos, o que não corresponde à realidade.
Imaginemos, primeiramente, o Espírito em sua união com o corpo; o Espírito é o ser principal, é o ser pensante e sobrevivente; o corpo é apenas um acessório do Espírito, um envoltório, uma vestimenta que ele deixa quando está estragada. Além desse envoltório material, o Espírito tem um segundo, semimaterial, que o une ao primeiro; na morte, o Espírito se despoja do corpo físico, mas não do segundo envoltório, ao qual damos o nome de perispírito*. Esse envoltório semimaterial, que tem a forma humana, constitui para ele um corpo fluídico, vaporoso, que, embora invisível para nós em seu estado normal, não deixa de possuir algumas propriedades da matéria. O Espírito não é, portanto, um ponto, uma abstração, mas um ser limitado, ao qual falta apenas ser visível e palpável para ser igual aos seres humanos. Por que, então, não haverá de agir sobre a matéria? É por que seu corpo é fluídico? Mas não é entre os fluídos, os mais rarefeitos, os considerados imponderáveis, a eletricidade, por exemplo, que o homem encontra as suas mais poderosas forças? E não é certo que a luz imponderável exerce uma ação química sobre a matéria ponderável? Nós não conhecemos a natureza íntima do perispírito; mas, supondo-o formado da matéria elétrica, ou outra tão sutil quanto ela, por que não teria a mesma propriedade ao ser dirigido por uma vontade?
4 A existência da alma e a de Deus, que são consequência uma da outra, são a base de todo o edifício e, antes de iniciar qualquer discussão espírita, é importante se assegurar de que o interlocutor admite essa base.
Acredita em Deus?
Acredita ter uma alma?
Acredita na sobrevivência da alma após a morte?
Se ele responder negativamente ou se disser simplesmente: Não sei; gostaria que fosse assim, mas não tenho certeza, o que, muitas vezes, equivale a uma negação benevolente ou educada disfarçada sob uma forma menos chocante para evitar ferir muito francamente o que ele chama de preconceitos respeitáveis, será tão inútil ir além quanto tentar demonstrar as propriedades da luz a um cego que não admite a luz. Porque, definitivamente, as manifestações espíritas não são outra coisa a não ser os efeitos das propriedades da alma. Com um interlocutor assim, é necessário seguir uma ordem diferente de ideias, se não se quer perder tempo.
Admitida a base, não a título de probabilidade, mas como coisa averiguada, incontestável, a existência dos Espíritos será uma decorrência natural.
5 Agora resta saber se o Espírito pode se comunicar com o homem, ou seja, se pode haver entre ambos troca de pensamentos. E por que não? O que é o homem, senão um Espírito aprisionado num corpo? Por que o Espírito livre não poderia se comunicar com o Espírito cativo, como um homem livre se comunica com um que está aprisionado? Desde que se admita a sobrevivência da alma, é racional negar a sobrevivência das afeições? Uma vez que as almas estão em todos os lugares, não é natural pensar que a de um ser que nos amou durante a vida venha para perto de nós, que deseje se comunicar conosco e que para isso se sirva de meios que estão à sua disposição? Durante sua vida não agia sobre a matéria de seu corpo? Não era ela, a alma, quem lhe dirigia os movimentos? Por que razão após a morte do corpo e em concordância com um outro Espírito ligado a um corpo não emprestaria esse corpo vivo para manifestar seu pensamento, como um mudo pode se servir de uma pessoa que fala para ser compreendido?
6 Separemos, por um instante, os fatos que, para nós, são incontestáveis e admitamos a comunicação como simples hipótese; peçamos que os incrédulos nos provem, não por uma simples negação, visto que sua opinião pessoal não pode valer por lei, mas por razões evidentes e inegáveis, que isso não é possível. Nós nos colocamos no seu terreno, e, uma vez que querem apreciar os fatos espíritas com a ajuda das leis da matéria, que tomem nesse arsenal alguma demonstração matemática, física, química, mecânica, fisiológica e que provem por a mais b, sempre partindo do princípio da existência e da sobrevivência da alma:
1o) que o ser que pensa em nós durante a vida não pode mais pensar depois da morte;
2o) que, se pensa, não deve mais pensar nos que amou;
3o) que, se pensa nos que amou, não deve mais querer se comunicar com eles;
4o) que, se pode estar em todos os lugares, não pode estar ao nosso lado;
5o) que, se pode estar ao nosso lado, não pode comunicar-se conosco;
6o) que, por meio de seu corpo fluídico, não pode agir sobre a matéria inerte;
7o) que, se pode agir sobre a matéria inerte, não pode agir sobre um ser animado;
8o) que, se pode agir sobre um ser animado, não pode dirigir sua mão para fazê-lo escrever, e
9o) que, podendo fazê-lo escrever, não pode responder às suas questões nem lhes transmitir seus pensamentos.
Quando os adversários do Espiritismo nos demonstrarem que isso não pode acontecer, por meio de razões tão patentes quanto as com que Galileu demonstrou que não é o Sol que gira ao redor da Terra, então poderemos dizer que suas dúvidas têm fundamento; infelizmente, até agora toda a sua argumentação se resume nestas palavras: Não acredito, portanto isso é impossível. Eles nos dirão, sem dúvida, que cabe a nós provar a realidade das manifestações; nós as provamos pelos fatos e pelo raciocínio; se não admitem nem um nem outro, se negam até mesmo o que vêem, devem eles provar que nosso raciocínio é falso e que os fatos espíritas são impossíveis.
09 esboço de o livro dos médiuns
C B - Aula 09 - Esboco De # O Livro Dos Mediuns(2).doc 4
OBJETIVO DA OBRA
Indicar os meios de desenvolver as mediunidades
Orientar com segurança quando esta capacidade existe
Guiar as observações das pessoas quanto às manifestações
Mostrar os obstáculos que existe nesta nova ciência
O ESPIRITISMO TEVE GRANDE PROGRESSO QUANDO ENTROU NO CAMINHO FILOSÓFICO
PRIMEIRA PARTE NOÇÕES PRELIMINARES
HÁ ESPÍRITOS?
: Capítulo 01
Há Espíritos?
1 A dúvida em relação à existência dos Espíritos tem como causa primária a ignorância quanto à sua verdadeira natureza. Geralmente, são imaginados como seres à parte na criação, desnecessários e inúteis. Muitos os conhecem somente pelos contos fantásticos com que foram embalados quando crianças, mais ou menos como se conhece a história pelos romances, sem indagar se nesses contos, isentos dos acessórios ridículos, há ou não um fundo de verdade. Só o lado absurdo os impressiona, e eles não se dão ao trabalho de tirar a casca amarga para descobrir a amêndoa; rejeitam o todo, como fazem, na religião, aqueles que, chocados com alguns abusos, nivelam tudo na mesma reprovação.
Qualquer que seja a ideia que se faça dos Espíritos, essa crença está necessariamente fundada na existência de um princípio inteligente fora da matéria, e é incompatível com a negação absoluta desse princípio. Tomamos, portanto, como nosso ponto de partida a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma, da qual o espiritualismo* é a demonstração teórica e dogmática e o Espiritismo é a demonstração patente. Façamos por um instante abstração das manifestações propriamente ditas e, raciocinando por indução, vejamos a quais consequências chegaremos.
2 A partir do momento em que se admite a existência da alma e sua individualidade após a morte, é preciso admitir também:
1o) que é de natureza diferente do corpo e, uma vez dele separada, não tem as propriedades características do corpo; 2o) que possui consciência de si mesma, uma vez que se atribui a ela a alegria ou o sofrimento; de outro modo seria um ser inerte, e assim de nada valeria para nós tê-la.
Admitido isso, essa alma terá que ir para alguma parte; em que se transforma e para onde vai? Conforme a crença comum, vai para o céu ou para o inferno; mas onde é o céu e o inferno? Dizia-se antigamente que o céu ficava em cima, e o inferno, embaixo. Mas onde é o alto e o baixo no universo, desde que se sabe que a Terra é redonda, que o movimento dos astros faz com que o que é alto em um determinado momento torne-se baixo em doze horas e que conhecemos o infinito do espaço, onde o olhar mergulha em distâncias inimagináveis? É verdade que por lugares inferiores ou baixos se entende também as profundezas da Terra; mas o que são agora essas profundezas desde que foram pesquisadas pela geologia? Igualmente, em que se transformaram essas esferas concêntricas chamadas de céu de fogo, céu de estrelas, desde que se constatou que a Terra não é o centro dos mundos, que nosso próprio Sol é apenas um dos milhões de sóis que brilham no espaço e que cada um deles é o centro de um turbilhão planetário? Qual é a importância da Terra perdida nessa imensidão? Por que privilégio injustificável esse grão de areia imperceptível, que não se distingue nem por seu volume, nem por sua posição, nem por um papel particular, seria o único povoado com seres racionais? A razão se recusa a admitir essa inutilidade do infinito, e tudo nos diz que esses mundos são habitados. Se são povoados, fornecem, portanto, seu contingente ao mundo das almas, uma vez que a astronomia e a geologia destruíram as moradas que lhes eram designadas e especificamente depois que a teoria tão racional da pluralidade dos mundos as multiplicou ao infinito?
A doutrina de um lugar determinado para as almas não está de acordo com os dados da ciência, mas outra doutrina mais lógica lhes dá por morada não um lugar determinado e limitado, mas o espaço universal: é todo um mundo invisível no meio do qual vivemos, que nos rodeia continuamente. Haverá nisso uma impossibilidade, algo que repugne a razão? De modo algum; tudo nos diz, ao contrário, que não pode ser de outra maneira. Mas, então, em que se transformam os castigos e as recompensas futuras, se lhes tiramos os lugares especiais de exame? Notemos que a incredulidade em relação a esses castigos e recompensas é geralmente decorrente por se apresentarem esses locais em condições inadmissíveis. Mas, dizei, em vez disso, que as almas levam sua felicidade ou infelicidade em si mesmas; que sua sorte está subordinada ao seu estado moral e que a reunião das almas simpáticas e boas é uma fonte de felicidade; que, de acordo com seu grau de depuração, penetram e entrevêem coisas inacessíveis às almas grosseiras, e todo mundo o compreenderá facilmente. Dizei ainda que as almas somente chegam ao grau supremo pelos esforços que fazem para melhorar e depois de uma série de provas que servem para sua depuração; que os anjos são as almas que chegaram ao último grau, grau este que todos podem atingir por sua vontade; que os anjos são os mensageiros de Deus, encarregados de velar pela execução de seus desígnios em todo o universo, que são felizes com suas missões gloriosas, e dareis à sua felicidade um objetivo mais útil e mais atraente do que o de uma contemplação perpétua, que não seria outra coisa senão uma inutilidade perpétua; dizei, enfim, que os demônios são nada mais, nada menos do que as almas dos maus ainda não depuradas, mas que podem chegar, como as outras, à mais elevada perfeição, e isso parecerá mais de acordo a justiça e a bondade de Deus do que a doutrina de seres criados para o mal, perpetuamente voltados para o mal. Enfim, eis aí o que a razão mais severa, a lógica mais rigorosa, o bom senso, em uma palavra, podem admitir.
Acontece que essas almas que povoam o espaço são precisamente o que se chamam de Espíritos; os Espíritos são a alma dos homens sem o seu corpo físico. Se os Espíritos fossem seres criados à parte, sua existência seria hipotética; mas, se admitirmos que há almas, também é preciso admitir que os Espíritos não são outros senão almas; se admitirmos que a alma está em todos os lugares, é preciso admitir igualmente que os Espíritos estão em todos os lugares. Não se pode, por conseguinte, negar a existência dos Espíritos sem negar a das almas.
3 Na verdade, isso é somente uma teoria mais racional do que a outra; mas já é admirável que uma teoria não contradiga nem a razão nem a ciência; se, além disso, é confirmada pelos fatos, tem a seu favor o privilégio do raciocínio e da experiência. Encontramos esses fatos no fenômeno das manifestações espíritas, que são a prova patente da existência e da sobrevivência da alma. No entanto, muitas pessoas, e aí também está inclusa a sua crença, admitem sem dúvida a existência das almas e por conseguinte a dos Espíritos, mas negam a possibilidade de se comunicar com eles, pela razão, dizem, de que seres imateriais não podem agir sobre a matéria. Essa dúvida está fundada na ignorância da verdadeira natureza dos Espíritos, dos quais se faz, geralmente, uma ideia muito falsa, porque são erradamente concebidos como seres abstratos, vagos e indefinidos, o que não corresponde à realidade.
Imaginemos, primeiramente, o Espírito em sua união com o corpo; o Espírito é o ser principal, é o ser pensante e sobrevivente; o corpo é apenas um acessório do Espírito, um envoltório, uma vestimenta que ele deixa quando está estragada. Além desse envoltório material, o Espírito tem um segundo, semimaterial, que o une ao primeiro; na morte, o Espírito se despoja do corpo físico, mas não do segundo envoltório, ao qual damos o nome de perispírito*. Esse envoltório semimaterial, que tem a forma humana, constitui para ele um corpo fluídico, vaporoso, que, embora invisível para nós em seu estado normal, não deixa de possuir algumas propriedades da matéria. O Espírito não é, portanto, um ponto, uma abstração, mas um ser limitado, ao qual falta apenas ser visível e palpável para ser igual aos seres humanos. Por que, então, não haverá de agir sobre a matéria? É por que seu corpo é fluídico? Mas não é entre os fluídos, os mais rarefeitos, os considerados imponderáveis, a eletricidade, por exemplo, que o homem encontra as suas mais poderosas forças? E não é certo que a luz imponderável exerce uma ação química sobre a matéria ponderável? Nós não conhecemos a natureza íntima do perispírito; mas, supondo-o formado da matéria elétrica, ou outra tão sutil quanto ela, por que não teria a mesma propriedade ao ser dirigido por uma vontade?
4 A existência da alma e a de Deus, que são consequência uma da outra, são a base de todo o edifício e, antes de iniciar qualquer discussão espírita, é importante se assegurar de que o interlocutor admite essa base.
Acredita em Deus?
Acredita ter uma alma?
Acredita na sobrevivência da alma após a morte?
Se ele responder negativamente ou se disser simplesmente: Não sei; gostaria que fosse assim, mas não tenho certeza, o que, muitas vezes, equivale a uma negação benevolente ou educada disfarçada sob uma forma menos chocante para evitar ferir muito francamente o que ele chama de preconceitos respeitáveis, será tão inútil ir além quanto tentar demonstrar as propriedades da luz a um cego que não admite a luz. Porque, definitivamente, as manifestações espíritas não são outra coisa a não ser os efeitos das propriedades da alma. Com um interlocutor assim, é necessário seguir uma ordem diferente de ideias, se não se quer perder tempo.
Admitida a base, não a título de probabilidade, mas como coisa averiguada, incontestável, a existência dos Espíritos será uma decorrência natural.
5 Agora resta saber se o Espírito pode se comunicar com o homem, ou seja, se pode haver entre ambos troca de pensamentos. E por que não? O que é o homem, senão um Espírito aprisionado num corpo? Por que o Espírito livre não poderia se comunicar com o Espírito cativo, como um homem livre se comunica com um que está aprisionado? Desde que se admita a sobrevivência da alma, é racional negar a sobrevivência das afeições? Uma vez que as almas estão em todos os lugares, não é natural pensar que a de um ser que nos amou durante a vida venha para perto de nós, que deseje se comunicar conosco e que para isso se sirva de meios que estão à sua disposição? Durante sua vida não agia sobre a matéria de seu corpo? Não era ela, a alma, quem lhe dirigia os movimentos? Por que razão após a morte do corpo e em concordância com um outro Espírito ligado a um corpo não emprestaria esse corpo vivo para manifestar seu pensamento, como um mudo pode se servir de uma pessoa que fala para ser compreendido?
6 Separemos, por um instante, os fatos que, para nós, são incontestáveis e admitamos a comunicação como simples hipótese; peçamos que os incrédulos nos provem, não por uma simples negação, visto que sua opinião pessoal não pode valer por lei, mas por razões evidentes e inegáveis, que isso não é possível. Nós nos colocamos no seu terreno, e, uma vez que querem apreciar os fatos espíritas com a ajuda das leis da matéria, que tomem nesse arsenal alguma demonstração matemática, física, química, mecânica, fisiológica e que provem por a mais b, sempre partindo do princípio da existência e da sobrevivência da alma:
1o) que o ser que pensa em nós durante a vida não pode mais pensar depois da morte;
2o) que, se pensa, não deve mais pensar nos que amou;
3o) que, se pensa nos que amou, não deve mais querer se comunicar com eles;
4o) que, se pode estar em todos os lugares, não pode estar ao nosso lado;
5o) que, se pode estar ao nosso lado, não pode comunicar-se conosco;
6o) que, por meio de seu corpo fluídico, não pode agir sobre a matéria inerte;
7o) que, se pode agir sobre a matéria inerte, não pode agir sobre um ser animado;
8o) que, se pode agir sobre um ser animado, não pode dirigir sua mão para fazê-lo escrever, e
9o) que, podendo fazê-lo escrever, não pode responder às suas questões nem lhes transmitir seus pensamentos.
Quando os adversários do Espiritismo nos demonstrarem que isso não pode acontecer, por meio de razões tão patentes quanto as com que Galileu demonstrou que não é o Sol que gira ao redor da Terra, então poderemos dizer que suas dúvidas têm fundamento; infelizmente, até agora toda a sua argumentação se resume nestas palavras: Não acredito, portanto isso é impossível. Eles nos dirão, sem dúvida, que cabe a nós provar a realidade das manifestações; nós as provamos pelos fatos e pelo raciocínio; se não admitem nem um nem outro, se negam até mesmo o que vêem, devem eles provar que nosso raciocínio é falso e que os fatos espíritas são impossíveis.
C B - Aula 09 - Esboco De # O Livro Dos Mediuns(2).doc 4
OBJETIVO DA OBRA
Indicar os meios de desenvolver as mediunidades
Orientar com segurança quando esta capacidade existe
Guiar as observações das pessoas quanto às manifestações
Mostrar os obstáculos que existe nesta nova ciência
O ESPIRITISMO TEVE GRANDE PROGRESSO QUANDO ENTROU NO CAMINHO FILOSÓFICO
PRIMEIRA PARTE NOÇÕES PRELIMINARES
HÁ ESPÍRITOS?
: Capítulo 01
Há Espíritos?
1 A dúvida em relação à existência dos Espíritos tem como causa primária a ignorância quanto à sua verdadeira natureza. Geralmente, são imaginados como seres à parte na criação, desnecessários e inúteis. Muitos os conhecem somente pelos contos fantásticos com que foram embalados quando crianças, mais ou menos como se conhece a história pelos romances, sem indagar se nesses contos, isentos dos acessórios ridículos, há ou não um fundo de verdade. Só o lado absurdo os impressiona, e eles não se dão ao trabalho de tirar a casca amarga para descobrir a amêndoa; rejeitam o todo, como fazem, na religião, aqueles que, chocados com alguns abusos, nivelam tudo na mesma reprovação.
Qualquer que seja a ideia que se faça dos Espíritos, essa crença está necessariamente fundada na existência de um princípio inteligente fora da matéria, e é incompatível com a negação absoluta desse princípio. Tomamos, portanto, como nosso ponto de partida a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma, da qual o espiritualismo* é a demonstração teórica e dogmática e o Espiritismo é a demonstração patente. Façamos por um instante abstração das manifestações propriamente ditas e, raciocinando por indução, vejamos a quais consequências chegaremos.
2 A partir do momento em que se admite a existência da alma e sua individualidade após a morte, é preciso admitir também:
1o) que é de natureza diferente do corpo e, uma vez dele separada, não tem as propriedades características do corpo; 2o) que possui consciência de si mesma, uma vez que se atribui a ela a alegria ou o sofrimento; de outro modo seria um ser inerte, e assim de nada valeria para nós tê-la.
Admitido isso, essa alma terá que ir para alguma parte; em que se transforma e para onde vai? Conforme a crença comum, vai para o céu ou para o inferno; mas onde é o céu e o inferno? Dizia-se antigamente que o céu ficava em cima, e o inferno, embaixo. Mas onde é o alto e o baixo no universo, desde que se sabe que a Terra é redonda, que o movimento dos astros faz com que o que é alto em um determinado momento torne-se baixo em doze horas e que conhecemos o infinito do espaço, onde o olhar mergulha em distâncias inimagináveis? É verdade que por lugares inferiores ou baixos se entende também as profundezas da Terra; mas o que são agora essas profundezas desde que foram pesquisadas pela geologia? Igualmente, em que se transformaram essas esferas concêntricas chamadas de céu de fogo, céu de estrelas, desde que se constatou que a Terra não é o centro dos mundos, que nosso próprio Sol é apenas um dos milhões de sóis que brilham no espaço e que cada um deles é o centro de um turbilhão planetário? Qual é a importância da Terra perdida nessa imensidão? Por que privilégio injustificável esse grão de areia imperceptível, que não se distingue nem por seu volume, nem por sua posição, nem por um papel particular, seria o único povoado com seres racionais? A razão se recusa a admitir essa inutilidade do infinito, e tudo nos diz que esses mundos são habitados. Se são povoados, fornecem, portanto, seu contingente ao mundo das almas, uma vez que a astronomia e a geologia destruíram as moradas que lhes eram designadas e especificamente depois que a teoria tão racional da pluralidade dos mundos as multiplicou ao infinito?
A doutrina de um lugar determinado para as almas não está de acordo com os dados da ciência, mas outra doutrina mais lógica lhes dá por morada não um lugar determinado e limitado, mas o espaço universal: é todo um mundo invisível no meio do qual vivemos, que nos rodeia continuamente. Haverá nisso uma impossibilidade, algo que repugne a razão? De modo algum; tudo nos diz, ao contrário, que não pode ser de outra maneira. Mas, então, em que se transformam os castigos e as recompensas futuras, se lhes tiramos os lugares especiais de exame? Notemos que a incredulidade em relação a esses castigos e recompensas é geralmente decorrente por se apresentarem esses locais em condições inadmissíveis. Mas, dizei, em vez disso, que as almas levam sua felicidade ou infelicidade em si mesmas; que sua sorte está subordinada ao seu estado moral e que a reunião das almas simpáticas e boas é uma fonte de felicidade; que, de acordo com seu grau de depuração, penetram e entrevêem coisas inacessíveis às almas grosseiras, e todo mundo o compreenderá facilmente. Dizei ainda que as almas somente chegam ao grau supremo pelos esforços que fazem para melhorar e depois de uma série de provas que servem para sua depuração; que os anjos são as almas que chegaram ao último grau, grau este que todos podem atingir por sua vontade; que os anjos são os mensageiros de Deus, encarregados de velar pela execução de seus desígnios em todo o universo, que são felizes com suas missões gloriosas, e dareis à sua felicidade um objetivo mais útil e mais atraente do que o de uma contemplação perpétua, que não seria outra coisa senão uma inutilidade perpétua; dizei, enfim, que os demônios são nada mais, nada menos do que as almas dos maus ainda não depuradas, mas que podem chegar, como as outras, à mais elevada perfeição, e isso parecerá mais de acordo a justiça e a bondade de Deus do que a doutrina de seres criados para o mal, perpetuamente voltados para o mal. Enfim, eis aí o que a razão mais severa, a lógica mais rigorosa, o bom senso, em uma palavra, podem admitir.
Acontece que essas almas que povoam o espaço são precisamente o que se chamam de Espíritos; os Espíritos são a alma dos homens sem o seu corpo físico. Se os Espíritos fossem seres criados à parte, sua existência seria hipotética; mas, se admitirmos que há almas, também é preciso admitir que os Espíritos não são outros senão almas; se admitirmos que a alma está em todos os lugares, é preciso admitir igualmente que os Espíritos estão em todos os lugares. Não se pode, por conseguinte, negar a existência dos Espíritos sem negar a das almas.
3 Na verdade, isso é somente uma teoria mais racional do que a outra; mas já é admirável que uma teoria não contradiga nem a razão nem a ciência; se, além disso, é confirmada pelos fatos, tem a seu favor o privilégio do raciocínio e da experiência. Encontramos esses fatos no fenômeno das manifestações espíritas, que são a prova patente da existência e da sobrevivência da alma. No entanto, muitas pessoas, e aí também está inclusa a sua crença, admitem sem dúvida a existência das almas e por conseguinte a dos Espíritos, mas negam a possibilidade de se comunicar com eles, pela razão, dizem, de que seres imateriais não podem agir sobre a matéria. Essa dúvida está fundada na ignorância da verdadeira natureza dos Espíritos, dos quais se faz, geralmente, uma ideia muito falsa, porque são erradamente concebidos como seres abstratos, vagos e indefinidos, o que não corresponde à realidade.
Imaginemos, primeiramente, o Espírito em sua união com o corpo; o Espírito é o ser principal, é o ser pensante e sobrevivente; o corpo é apenas um acessório do Espírito, um envoltório, uma vestimenta que ele deixa quando está estragada. Além desse envoltório material, o Espírito tem um segundo, semimaterial, que o une ao primeiro; na morte, o Espírito se despoja do corpo físico, mas não do segundo envoltório, ao qual damos o nome de perispírito*. Esse envoltório semimaterial, que tem a forma humana, constitui para ele um corpo fluídico, vaporoso, que, embora invisível para nós em seu estado normal, não deixa de possuir algumas propriedades da matéria. O Espírito não é, portanto, um ponto, uma abstração, mas um ser limitado, ao qual falta apenas ser visível e palpável para ser igual aos seres humanos. Por que, então, não haverá de agir sobre a matéria? É por que seu corpo é fluídico? Mas não é entre os fluídos, os mais rarefeitos, os considerados imponderáveis, a eletricidade, por exemplo, que o homem encontra as suas mais poderosas forças? E não é certo que a luz imponderável exerce uma ação química sobre a matéria ponderável? Nós não conhecemos a natureza íntima do perispírito; mas, supondo-o formado da matéria elétrica, ou outra tão sutil quanto ela, por que não teria a mesma propriedade ao ser dirigido por uma vontade?
4 A existência da alma e a de Deus, que são consequência uma da outra, são a base de todo o edifício e, antes de iniciar qualquer discussão espírita, é importante se assegurar de que o interlocutor admite essa base.
Acredita em Deus?
Acredita ter uma alma?
Acredita na sobrevivência da alma após a morte?
Se ele responder negativamente ou se disser simplesmente: Não sei; gostaria que fosse assim, mas não tenho certeza, o que, muitas vezes, equivale a uma negação benevolente ou educada disfarçada sob uma forma menos chocante para evitar ferir muito francamente o que ele chama de preconceitos respeitáveis, será tão inútil ir além quanto tentar demonstrar as propriedades da luz a um cego que não admite a luz. Porque, definitivamente, as manifestações espíritas não são outra coisa a não ser os efeitos das propriedades da alma. Com um interlocutor assim, é necessário seguir uma ordem diferente de ideias, se não se quer perder tempo.
Admitida a base, não a título de probabilidade, mas como coisa averiguada, incontestável, a existência dos Espíritos será uma decorrência natural.
5 Agora resta saber se o Espírito pode se comunicar com o homem, ou seja, se pode haver entre ambos troca de pensamentos. E por que não? O que é o homem, senão um Espírito aprisionado num corpo? Por que o Espírito livre não poderia se comunicar com o Espírito cativo, como um homem livre se comunica com um que está aprisionado? Desde que se admita a sobrevivência da alma, é racional negar a sobrevivência das afeições? Uma vez que as almas estão em todos os lugares, não é natural pensar que a de um ser que nos amou durante a vida venha para perto de nós, que deseje se comunicar conosco e que para isso se sirva de meios que estão à sua disposição? Durante sua vida não agia sobre a matéria de seu corpo? Não era ela, a alma, quem lhe dirigia os movimentos? Por que razão após a morte do corpo e em concordância com um outro Espírito ligado a um corpo não emprestaria esse corpo vivo para manifestar seu pensamento, como um mudo pode se servir de uma pessoa que fala para ser compreendido?
6 Separemos, por um instante, os fatos que, para nós, são incontestáveis e admitamos a comunicação como simples hipótese; peçamos que os incrédulos nos provem, não por uma simples negação, visto que sua opinião pessoal não pode valer por lei, mas por razões evidentes e inegáveis, que isso não é possível. Nós nos colocamos no seu terreno, e, uma vez que querem apreciar os fatos espíritas com a ajuda das leis da matéria, que tomem nesse arsenal alguma demonstração matemática, física, química, mecânica, fisiológica e que provem por a mais b, sempre partindo do princípio da existência e da sobrevivência da alma:
1o) que o ser que pensa em nós durante a vida não pode mais pensar depois da morte;
2o) que, se pensa, não deve mais pensar nos que amou;
3o) que, se pensa nos que amou, não deve mais querer se comunicar com eles;
4o) que, se pode estar em todos os lugares, não pode estar ao nosso lado;
5o) que, se pode estar ao nosso lado, não pode comunicar-se conosco;
6o) que, por meio de seu corpo fluídico, não pode agir sobre a matéria inerte;
7o) que, se pode agir sobre a matéria inerte, não pode agir sobre um ser animado;
8o) que, se pode agir sobre um ser animado, não pode dirigir sua mão para fazê-lo escrever, e
9o) que, podendo fazê-lo escrever, não pode responder às suas questões nem lhes transmitir seus pensamentos.
Quando os adversários do Espiritismo nos demonstrarem que isso não pode acontecer, por meio de razões tão patentes quanto as com que Galileu demonstrou que não é o Sol que gira ao redor da Terra, então poderemos dizer que suas dúvidas têm fundamento; infelizmente, até agora toda a sua argumentação se resume nestas palavras: Não acredito, portanto isso é impossível. Eles nos dirão, sem dúvida, que cabe a nós provar a realidade das manifestações; nós as provamos pelos fatos e pelo raciocínio; se não admitem nem um nem outro, se negam até mesmo o que vêem, devem eles provar que nosso raciocínio é falso e que os fatos espíritas são impossíveis.
Assinar:
Postagens (Atom)