segunda-feira, 13 de março de 2017
CURSO INTERNET
*2ª PARTE*
*CURSO PARA PRINCIPIANTES NA DOUTRINA ESPÍRITA*
Maria Cotroni Valenti
*2ª Parte*
*26ª AULA*
*Parte A*
*CENTROS DE FORÇA – PLEXOS*
O Universo é um conjunto de Leis, de forças e energias inumeráveis, que estão em constante movimentação de ação e reação
no processo de combinação, modificação, desintegração e renovação dos elementos dos quais é formado.
Nesse meio está o ser humano, cujo organismo se utiliza dessas energias para se manter vivo.
O ser humano se nutre de alimentos, água, ar pela respiração e pelos poros que também respiram e das energias absorvidas através dos Centros de
Forças. Tudo isso e talvez mais alguma coisa que desconhecemos no momento.
Dessa forma ele se mantém vivo e atuante.
No corpo físico temos os plexos que são conjuntos de nervos e gânglios que controlam os movimentos automáticos dos órgãos (sistema vegetativo).
Cada plexo comanda um sistema.
Cada sistema é formado por vários órgãos que recebem os comandos dos plexos.
Os principais são oito. Os Centros de Força sofrem a influência de nossos pensamentos.
Exemplo: Quando pensamos positivamente, sintonizamos e atraímos as energias positivas do Cosmo, que são absorvidas pelos Centros de Força.
São transmitidas aos plexos e distribuídas aos órgãos que compõem os sistemas correspondentes. Estamos assim nutrindo esses órgãos
e sistemas.
Se pensarmos negativamente, acontece o mesmo processo só que com energias negativas.
Estamos então contaminando esses órgãos. Assim ficamos doentes. É como não comermos ou comermos alimentos estragados, não respirarmos bem,
não higienizarmos os poros (através do banho),etc.
Cada pensamento identifica-se com um ou mais Centros de Forças.
São os órgãos dependentes do mesmo que irão receber os fluidos atraídos. Automaticamente vão se reforçar quando o pensamento é
bom, ou se aniquilar se o pensamento é negativo.
Exemplo: quando o nosso pensamento se identifica com o gástrico, a digestão - assimilação dos alimentos – vai sofrer a influencia. Acontece o mesmo
com os outros Centros de Forças e Plexos. Por isso temos de ter bons pensamentos sempre.
Os Plexos e Centros de Força seguem a seguinte ordem:
Plexos no corpo físico e Centros de Forças no Perispírito.
Plexo Sacro – Centro de Força Básico recebe as energias do centro da Terra (Fogo Serpentino ou Kundaline) armazena e distribui aos demais. Localizado no fim
da coluna vertebral.
Exerce influência sobre o Genésico.
Plexo Hipogástrico – Centro de Força Genésico – responsável pelas energias criadoras - controlam os órgãos de reprodução.
Localiza-se no baixo ventre.
Plexo Solar – Centro de Fora Gástrico – controla os órgãos digestivos e recebe influência das emoções. Localiza-se na região
do estomago.
Plexo Mesentérico – Centro de Força Esplênico – controla a circulação e distribuição do sangue e dos elementos vitais.
É responsável também pelo sistema hepático. Localiza-se na região do baço.
Plexo Cardíaco – Centro de Força Cardíaco – controla as emoções e o sentimento. Localiza-se na região do coração.
Plexo Laríngeo – Centro de Força Laríngeo – controla a fonação e a respiração. Localiza-se na região da garganta.
Plexo Frontal – Centro de Força Frontal – ordena todos os processos de manifestação da inteligência, viabiliza as atividades dos órgãos
dos sentidos e controla o sistema nervoso e o sistema endócrino por estar ligado à glândula hipófise. Localiza-se no centro da fronte, acima
do encontro das duas sobrancelhas.
Centro de Força Coronário – no corpo físico é relacionado às glândulas epífise e hipófise. Não tem plexo no corpo
físico. Assimila os estímulos do Plano Superior, orienta todo o metabolismo orgânico, supervisiona todos os demais Centros de Força e Plexos. Localiza-se na região central do cérebro.
Estes são os principais Plexos e Centros de Forças. Temos muitos outros espalhados pelo corpo físico e pelo Perispírito e serão citados em outras
ocasiões.
Os Centros de Forças em outras crenças são chamados de Chacras, Rodas ou Roldanas, podendo ainda ter outros nomes que desconhecemos.
Nos passes temos as projeções de energias, imposições de mãos que tem tudo a ver com os Centros de Força, tanto para limpeza dos mesmos,
como para doações e projeções de energias.
Assim, sustentados por pensamentos positivos podem libertar das más influências e até promover a cura de doenças.
CONSEQUÊNCIAS DOS PENSAMENTOS
Uma das maiores dádivas que recebemos de Deus é o direito e a liberdade de pensar. Ninguém pode nos tirar esse direito.
Pensamos o que queremos. Através do pensamento podemos amar, perdoar, admirar, abençoar e ter um mundo de pensamentos positivos que podem nos ajudar muito.
Mas também podemos pensar de forma que possa nos prejudicar muito. É nesse momento que
entra nossa sensatez.
Como vimos neste capítulo, a nossa saúde do corpo físico depende muito de nossos pensamentos. Assim também acontece com nossa saúde mental e a
situação espiritual.
Quando pensamos, criamos e ao mesmo tempo atraímos. Portanto, temos o que pensamos:
coisas boas ou más.
Grande parte das obsessões é atraída pelo pensamento. O orgulho, a vaidade, o ódio, o desejo de vingança e outras negatividades que mantemos pelos
pensamentos são portas abertas para os Espíritos negativos penetrarem e se abrigarem, após o que passam a ser alimentados pelos
mesmos pensamentos.
A higiene mental através de boas leituras e a seleção de ambientes pode ajudar a evitar tais cultivos. O trabalho produtivo e principalmente em favor de alguma
causa útil tanto no campo material como no espiritual podem até mesmo nos libertar de tais obsessões.
*SOLUÇÃO E CURA REAL*
Para se obter bons resultados nos tratamentos espirituais, é preciso que o assistido receba conhecimentos de doutrina e de vivência diária porque tanto as soluções
dos problemas como as curas das doenças acontecem através dos pensamentos positivos.
Se o assistido não aprender a elevar seu padrão vibratório, não adiantará receber tratamentos Espirituais Jesus disse:“- Conhecereis a Verdade
e a Verdade vos libertará”.
O que é a verdade?
Os ensinamentos de Jesus estão contidos na Lei de Deus.
É o conhecimento acompanhado do bom sentimento que libera a recepção dos fluidos positivos
e possibilita a ação dos Espíritos amigos. Essa é uma das razões da necessidade de se ouvir as palestras antes dos passes, como também
a recomendação da leitura do Evangelho em nossas casas.
O assistido que não assimila nem coloca em prática os conhecimentos, pode passar a vida inteira recebendo tratamentos espirituais sem solução ou cura.
É ai que ele injustamente acusa os médiuns de incompetentes e classifica os trabalhos como fracos.
*NADA PODE SER MAIS FORTE QUE O EVANGELHO*
Muitas pessoas se impressionam com as movimentações dos médiuns durante os trabalhos. Para elas os trabalhos mais agitados são mais fortes. No entanto,
sabemos que os médiuns que frequentam uma escola e que tem o hábito da leitura são calmos e equilibrados e por isso tem mais condições de receber uma boa comunicação e de realizar
um bom trabalho.
Quanto mais esclarecido é o médium, assim como os dirigentes dos trabalhos, mais condições tem de sintonizar com o Plano Maior e atender aos bons Espíritos.
Portanto o trabalho é sem dúvida superior e com maior possibilidade de efeito.
Todo trabalho para ser eficiente, tem de estar apoiado no Evangelho de Jesus.
A preparação tem de ser simples e sincera. A palestra ou mesmo só a boa leitura que antecede o trabalho abre o caminho para a solução ou a cura
do mal e quando o assistido recebe esclarecimentos, a sintonia vibratória se completa.
Portanto, é de suma importância que todos estejamos constantemente estudando e nos aprofundando na doutrina e principalmente no Evangelho que nos leva à tão
importante melhoria íntima.
Só assim poderemos obter a ajuda que deve vir sempre de dentro para fora. Isso quer dizer, em consequência do pensamento positivo.
Fonte:- E.S.E
sábado, 11 de março de 2017
terça-feira, 7 de março de 2017
quinta-feira, 2 de março de 2017
DEUS E OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE
DEUS E OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE
O ‘Livro dos Espíritos’, capítulo I, trata exclusivamente de Deus. Allan Kardec pretendeu demonstrar, com isso, que o Espiritismo tem na existência
de Deus o seu primeiro princípio basilar.
Deus, porém, não pode ser percebido pelo homem em sua divina essência. Mesmo depois de desencarnado, dispondo de faculdades perceptivas menos materiais, não
pode ainda o espírito perceber totalmente a natureza divina.
Pode, entretanto, o homem, ainda no estágio de inferioridade em que se encontra, ter convincentes provas de que espírito existe. Esta provas se assentam na razão
e no sentimento.
Racionalmente, a prova da existência de Deus temo-la neste axioma:
"Não há efeito sem causa."
Vemos constantemente uma imensidade de efeitos cuja causa não está na humanidade, pois a humanidade é impotente para produzi-los. A causa, portanto, está
acima da humanidade. É esta causa que se chama Deus, Jeová, Alá, Fo-Hi, etc.
Outro princípio igualmente elementar e que de tão verdadeiro passou a axioma é o de que "todo efeito inteligente tem que decorrer de uma causa inteligente."
Os efeitos referidos acima absolutamente não se produzem ao acaso, fortuitamente e em desordem. Desde a organização do mais pequenino inseto e da mais insignificante
semente, até a lei que rege os mundos que circulam no espaço, tudo atesta uma idéia diretora, uma combinação, uma providência que ultrapassa todas as combinações humanas.
A causa é, pois, soberanamente inteligente.
Alguns atribuem a formação primária das coisas a uma combinação da matéria, isto é, ao acaso. Isto constitui uma insensatez, pois
o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.
Kardec lembra um provérbio que diz:
"Pela obra se reconhece o autor."
Vejamos a obra e procuremos o autor. O homem orgulhoso nada admite acima de si. Procurando a causa primária da obra do Universo, se reconhece no seu autor uma inteligência
suprema, superior à humanidade.
Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que
todo efeito tem uma causa e adiantar que o nada pode fazer alguma coisa.
Pelo sentimento, pode o homem, ainda compreender a existência de Deus, porque há no homem, desde o mais primitivo até o mais civilizado, a idéia inata
da existência de Deus. Acima pois, do raciocínio lógico, prova-nos a existência de Deus a intuição que dele temos.
O sentimento instintivo que todos os homens têm da existência de Deus é, sem dúvida, uma forte evidência
de Sua realidade. Esse sentimento não é fruto de uma educação, resultado de idéias adquiridas pois ele é universal, encontra-se mesmo entre os selvagens a que nenhum ensino a respeito
foi ministrado. Os povos selvagens nenhuma revelação tiveram, entretanto, crêem instintivamente na existência de um poder sobre-humano.
O QUE É DEUS?Com respeito à conceituação de Deus segundo o Espiritismo, sabendo-se que limitar Deus a uma definição é impossível, a Doutrina Espírita procura partir
de dados racionais para não cair no terreno das idéias imaginárias e místicas.
Allan Kardec [LE-qst 1] indaga aos Espíritos sobre a Divindade. De forma lógica, não usa a forma "Quem é
Deus?" que daria um sentido de personificação, uma idéia antropomórfica, mas busca ele a natureza íntima, a essência das coisas, formulando a proposição desta forma:
"Que é Deus?"; ao que os Espíritos respondem:
"Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas."
Mas quando Kardec procura desenvolver esta definição dos espíritos indagando se poderíamos aprofundar no entendimento
da Divindade, os benfeitores afirmam:
"Não. Falta-lhe, para tanto, um sentido."
E acrescentam:"Quando o seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria,
e pela sua perfeição tiver se aproximado Dela, então A verá e A compreenderá." [LE- qst 10,11]
ATRIBUTOS DA DIVINDADE
Afirma Allan Kardec, baseado no pensamento dos Espíritos Superiores, que não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo,
ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do espírito.
Mas, se não pode penetrar na essência de Deus, o homem pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os atributos necessários, suas qualidades básicas,
porquanto, vendo o que ele absolutamente não pode ser, sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser.
Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender-se a obra da Criação. Esse o ponto de partida de todas as crenças religiosas e
é por não se terem reportado a isso, como ao farol capaz de as orientar, que a maioria das religiões errou em seus dogmas. As que não atribuíram a Deus a onipotência imaginaram muitos
deuses, as que não lhe atribuíram soberana bondade fizeram dele um Deus cioso, colérico, parcial e vingativo.
Podemos assim dizer que Deus é a suprema e soberana inteligência, eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo
e bom, infinitamente perfeito e único.
a) Suprema e Soberana Inteligência: é limitada a inteligência do homem, pois que não pode fazer, nem compreender tudo o que existe. A de Deus, abrangendo
o infinito, tem de ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante,
até ao infinito.
b) Eterno: Deus não teve começo e não terá fim. Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada. Ora, não sendo o nada coisa alguma,
coisa nenhuma pode produzir. Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior, nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou fim, poderíamos conceber uma entidade
existente antes dele e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante, ao infinito.
c) Imutável: se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o universo.
d) Imaterial: a natureza de Deus difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações
da matéria.
e) Onipotente: se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até chegar-se ao ser cuja potencialidade
nenhum outro ultrapassasse. Então esse é que seria Deus.
f) Soberanamente Justo e Bom: a providencial sabedoria das leis divinas se revela nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, não permitindo essa sabedoria que se duvide
da sua justiça, nem da sua bondade.
g) Infinitamente Perfeito: é impossível conceber-se Deus sem o infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber
um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa ultrapassá-lo, faz-se mister que ele seja infinito em tudo.
h) Único: a unicidade de Deus é consequência do fato de serem infinitas as suas perfeições. Não
poderia existir outro Deus, salvo sob a condição de ser igualmente infinito em todas as coisas, visto que se houvesse entre eles a mais ligeira diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao poder
desse outro e então, não seria Deus. Se houvesse entre eles igualdade absoluta, isto eqüivaleria a existir de toda eternidade, um mesmo pensamento, uma mesma vontade, um mesmo poder. Confundidos assim, quanto
a identidade, não haveria, em realidade, mais que um único Deus.
A PROVIDÊNCIA DIVINA
A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas, o cuidado permanente e o interesse infinito que o Criador tem pela sua obra maior, que é o espírito.
Deus está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a ação providencial.
Deus, em relação as suas criaturas, é a própria Providência, na sua mais alta expressão, infinitamente acima de todas as possibilidade humanas.
Manifesta-se em todas as coisas, está imanente no universo e se exerce através de leis admiráveis e sábias. Tudo foi disposto pelo amor do Pai, soberanamente bom e justo, para o bem de seus filhos,
desde as mais elementares providências para a manutenção da vida orgânica até a dispersão da faculdade superior do livre arbítrio, que dá ao homem o mérito da conquista
consciente da felicidade.
Deus tudo fez e tudo faz para o bem das criaturas. Imprimiu-lhes na consciência todas as leis morais e, em relação
à humanidade terrestre, ainda se manifestou quando nos confiou a Jesus.
BIBLIOGRAFIA
1) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) A Gênese - Allan Kardec
GÊNESE E O ESPIRITISMO
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Gênese: Aspectos Gerais. 4. Gênese Planetária. 5. Gênese Moisaica. 6. Gênese Orgânica. 7. Gênese Espiritual. 8. Conclusão.
9. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
A inquietação do homem leva-o a perquirir sobre a origem da vida e do Universo. Pergunta: o que estou fazendo aqui?
De onde vim? Para onde vou? Qual a finalidade da minha vida? A Bíblia e a Ciência fornecem-lhe algumas explicações. Nosso propósito é analisá-las sob a ótica da Doutrina
dos Espíritos
2. CONCEITO
Gênese - do gr. genesis. Sistema cosmogônico; a geração; sucessão dos seres; conjunto dos fatos que concorrem para a produção de qualquer coisa. Biol. Formação, produção ou desenvolvimento de uma célula, um órgão, um indivíduo ou uma espécie. Fisiol. Modo de formação dos elementos anatômicos, de acordo com o qual se formam, mais ou menos rapidamente, corpos sólidos ou semi-sólidos, a
partir das substâncias líquidas (Enciclopédia Brasileira Mérito).
3. GÊNESE: ASPECTOS GERAIS
A gênese se divide em duas partes: a história da formação do mundo material e da Humanidade considerada em seu duplo princípio, corporal
e espiritual. A Ciência se tem limitado à pesquisa das leis que regem a matéria.
Mas a história do homem, considerado como ser espiritual, prende-se a uma ordem especial de idéias, que não
são do domínio da Ciência propriamente dita e das quais, por esse motivo, não tem ela feito objeto de suas investigações. A filosofia, a cujas atribuições pertence, de
modo mais particular, esse gênero de estudos, apenas há formulado, sobre o ponto em questão, sistemas contraditórios, que vão desde a mais pura espiritualidade, até a negação
do princípio espiritual e mesmo de Deus, sem outras bases, afora as idéias pessoais de seus autores (Kardec, 1975, cap. 4, item 11, p. 90).
4. GÊNESE PLANETÁRIA
De acordo com a Ciência, a origem do Universo pode ser descrita da seguinte forma: no princípio não havia absolutamente nada. Mas antes do Big Bang da criação, não havia sequer nenhum espaço vazio. O espaço e o tempo bem como a matéria e a energia, criaram-se nessa explosão,
e não havia um "fora" para onde o Universo explodisse, pois no momento mesmo em que acabava de nascer iniciava a sua grande expansão, o Universo continha tudo, inclusive todo o espaço vazio (Gribbin,
1983, p. 5).
No que tange à origem da Terra, a coisa mais importante que sabemos é que o nosso planeta nativo se formou ao mesmo tempo que o Sol e o resto do Sistema Solar
pela condensação de uma nuvem de gás no espaço interestelar (Gribbin, 1983, p. 107).
O Espiritismo, na Gênese planetária, compatibiliza-se com a Ciência, entendendo que o procedimento científico é a forma pela qual ele pode
construir o conhecimento, com o acréscimo apenas de certos dados de ordem espiritual, uma vez que todos os acontecimentos são planejados, iniciados e guiados no plano extraterreno (Curti, 1980, p. 17).
Assim, segundo o Espírito Emmanuel, Jesus recebeu o orbe terrestre, desde o momento em que se desprendia da massa solar e, junto a uma legião de trabalhadores,
presidiu à formação da lua, à solidificação do orbe, à formação dos oceanos, da atmosfera e à estruturação do globo nos seus aspectos básicos,
estatuindo os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizando-lhe o equilíbrio futuro na base dos corpos simples da matéria (Xavier, 1972, cap. 1).
O amor de Jesus foi o verbo da criação do princípio. "Atingido o momento, Jesus reuniu nas alturas os intérpretes divinos do seu pensamento.
Viu-se, então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas, que envolveu o imenso laboratório planetário em repouso. Daí
a algum tempo, na crosta solidificada do planeta, como no fundo dos oceanos, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra.
Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada. Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma e, com
ele, lançara Jesus à superfície do mundo o germe sagrado dos primeiros homens" (Xavier, 1972, p. 22 e 23).
5. GÊNESE MOISAICA
Segundo a Bíblia, no princípio dos tempos Deus criou, simultaneamente, todas as plantas e animais superiores, a partir da matéria inerte. Deus, do pó da terra, forma o primeiro homem - Adão -, sopra-lhe
as narinas e lhe dá vida. Retira-lhe uma de suas costelas e cria a Eva. Esta é tentada pela serpente e come, juntamente, com Adão o fruto proibido - a maçã. Literalmente considerada, esta
noção é mitológica e antropomórfica. Dá-se a impressão que Deus é um ceramista que manuseia os seres criados por Ele.
Allan Kardec, no capítulo XII de A Gênese, esclarece-nos com precisão a linguagem figurada da Bíblia. Adão e Eva não seria o primeiro e único casal, mas a personificação
de uma raça, denominada adâmica; a serpente é o desejo da mulher de conhecer as coisas ocultas, suscitado pelo espírito de adivinhação; a maçã consubstancia os desejos
materiais da humanidade.
6. GÊNESE ORGÂNICA
A Ciência ainda não sabe como a vida se originou. A hipótese mais aceite é a de que a vida evoluiu a partir da existência de matéria
orgânica inerte dissolvida na água.
No início, há 5 bilhões de anos, as temperaturas eram quentes demais para permitir a existência de protoplasma, a matéria prima das células
vivas. A água, um dos principais componentes do protoplasma, só estava presente como vapor, um entre muitos gazes na quente e escura atmosfera. Depois de arrefecida, formou-se a água e com ela a vida.
O primeiro passo na evolução foi a formação de células vivas, o segundo foi a expansão
da vida, a partir do lodo e pântano. Assim, O protoplasma evolui para as bactérias, as bactérias para os vírus, os vírus para as amebas, as amebas para as algas, as algas para as plantas,
as plantas para os animais até chegar à formação do homem.
Em termos do tempo:
Há ± 4.500 milhões de anos - as mais antigas rochas conhecidas;
Há ± 4.000 milhões de anos - a água condensa-se;
Há ± 3.800 milhões de anos - aparecimento das moléculas orgânicas;
Há ± 3.500 milhões de anos - aparecimento das moléculas de polímero;
Há ± 3.300 milhões de anos - aparecimento das bactérias anaeróbias;
Há ± 2.900 milhões de anos - aparecimento das bactérias anaeróbias com fotossíntese;
Há ± 2.000 milhões de anos - aparecimento das algas, dos protozoários e das bactérias;
Há ± 800 milhões de anos - aparecimento das plantas e dos animais (Taylor, 1983, p. 18 e 19).
O surgimento do Homem (estudos fósseis)
Há ± 25 milhões de anos - o Pliopithecus, um pequeno primata que conseguia andar só em dois pés;
Há ± 14 milhões de anos - o Ramapithecus, o primeiro primata que se assemelha mais ao homem do que aos símios;
Há ± 5 milhões de anos - o Australopithecus, criatura de corpo muito humano semelhante ao chimpanzé na cabeça e na cara;
Há ± 750.000 anos - o Homo erectus.
O Homo erectus andou pela Terra pelo menos durante um milhão de anos fazendo descobertas tão importantes como o domínio do fogo para se aquecer e preparar alimentos. Depois deus origem ao homem moderno,
o Homo sapiens. Alguns fósseis do homem moderno datam de há 250.000 anos. Quando o Homo sapiens aparece em cena, em maior número, (150.000 a 160.000 anos), não é com um só tipo mas, pelo menos, dois. O de testa mais curta destes "antigo-modernos"
é o Homo sapiens neanderthalis ou Homem de Neanderthal. Provavelmente, desapareceu há cerca de 30.000 anos, deixando só o seu primo de fronte
majestosa, o Homo sapiens sapiens, herdeiro da Terra (Taylor, 1983, p. 34 e 35).
Sintetizando:
o átomo evolui para a molécula simples, a molécula simples para a molécula complexa, a molécula complexa para a molécula protéica,
a molécula protéica para molécula de ADN, a molécula de ADN para o organismo unicelular e o organismo unicelular para o organismo pluricelular (Enciclopédia Combi).
Há um problema não solucionado: como da evolução química se passa à evolução biológica?
Segundo o Espiritismo, a vida, também, é o resultado desta complexa evolução comprovada pela Ciência. Allan Kardec, em A Gênese, André Luiz, em Evolução em Dois Mundos e Emmanuel, em A Caminho da Luz, atestam para a formação da camada gelatinosa, depois das altas temperaturas e resfriamento pelo qual
passou o nosso planeta, na época de sua constituição, há cinco bilhões de anos. Há o aparecimento do protoplasma e toda a cadeia evolutiva. A diferença entre Ciência e
Espiritismo é que o segundo faz intervir a ação dos Espíritos no processo de evolução.
7. GÊNESE ESPIRITUAL
Vimos toda a cadeia evolutiva orgânica. Mas o que dá vida à matéria inerte? Allan Kardec diz-nos que o princípio inteligente é que
anima a matéria.
Como entender esse raciocínio?
Deus é a causa primária de tudo. DELE vertem-se dois PRINCÍPIOS: PRINCÍPIO ESPIRITUAL E PRINCÍPIO MATERIAL. Para que possamos entender essa
trilogia espírita, necessitamos incluir a noção de fluido universal, elemento primordial da matéria. Condensando-se o Fluido Universal, teremos os vários tipos de matéria: matéria
bruta, corpo físico, perispírito, fluido vital etc. O Espírito, como essência, difere de tudo o que conhecemos por matéria.
Questão: como se processa a união do princípio espiritual à matéria?
No ato da concepção, o perispírito se contrai até a dimensão de uma molécula, que se liga ao PRINCÍPIO VITO-MATERIAL DO GÉRMEN.
Desenvolve-se unindo molécula por molécula ao novo corpo em formação. O Espírito fica ligado, não unido ao corpo físico. Somente quando a criança vem à luz é
que se une por completo, quando se dá o fenômeno do esquecimento do passado e a tomada da consciência da nova existência terrena. (Kardec, 1975, cap. 9, item 18, p. 214)
Os Espíritos, para o Espiritismo, foram criados simples e ignorantes com a determinação de se tornarem perfeitos.
Para isso, necessitam do contato com a matéria. André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, cita que o princípio inteligente, estagiando na ameba, adquire os primeiros automatismos do tato; nos animais aquáticos, o olfato; nas plantas, o gosto; nos animais, a linguagem. Hoje, somos o resultado de todos os automatismos adquiridos nos vários reinos da natureza. Assim, no reino mineral adquirimos a atração; no reino vegetal, a sensação; no reino animal, o instinto; no reino hominal, o livre-arbítrio, o pensamento contínuo e a razão. (Xavier, 1977, cap. 4)
8. CONCLUSÃO
Embora não tenhamos condições de explicar a origem do Universo e da vida, nada nos impede de reverenciar a Deus, causa primeira de tudo, pela magnanimidade
de sua obra. Que os bons Espíritos possam tirar-nos o véu do orgulho, a fim de que a humildade esteja sempre presente em nossas ações
9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CURTI, R. Espiritismo e Evolução. São Paulo, FEESP, 1980.
Enciclopédia Brasileira Mérito.
GRIBBIN, J. Gênese: As Origens do homem e do Universo. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1983.
KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.
TAYLOR, R. A Evolução. Lisboa, Verbo, 1983.
XAVIER, F. C. A Caminho da Luz - História da Civilização à Luz do Espiritismo, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro, FEB, 1972.
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
PROGRESSÃO DOS MUNDOS
Deus criou o Universo. Dentro desse Universo há vários mundos. Estes mundos são criados gradativamente juntamente com seus habitantes. Muitos planetas foram
criados antes do nosso planeta Terra. Assim como outros ainda serão criados. Portanto, outros Espíritos evoluíram antes de nós. Um desses Espíritos é Jesus. Ele evoluiu em outro planeta
antes do nosso ser criado. Quando Ele estava muito evoluído, Deus o incumbiu de acompanhar o nascimento e desenvolvimento do planeta Terra.
Nosso planeta teve sua origem há mais ou menos 4,5 bilhões de anos e tudo era uma massa incandescente não possibilitando haver vida.
No decorrer de milhões de anos, a massa incandescente foi esfriando e foram se formando os elementos que existem hoje em nosso planeta: o ar, a água, as rochas, o solo, as plantas, os animais e o homem.
A vida apareceu há mais ou menos 3,5 bilhões de anos, portanto, um bilhão de anos após o início da formação da Terra. Afirma-se
que a primeira forma de vida surgiu na água sob forma de seres minúsculos extremamente simples. Estes foram se tornando cada vez mais complexos e deram origem às células, depois às plantas
e aos animais invertebrados que habitavam o mar. Mais tarde, a vida se fixou sobre a terra firme e depois no ar.
É fantástica a marcha de surgimento de diferentes formas de vida sobre a Terra: microrganismos, plantas, peixes, répteis, aves, mamíferos.
Ao longo de muito tempo, os seres sofreram transformações sucessivas, dando origem a várias espécies. Esse processo chama-se EVOLUÇÃO.
Mas, após os répteis, surgem os animais horrendos das eras primitivas, os dinossauros. Emmanuel, no livro A Caminho da Luz disse que a Natureza tornou-se uma grande oficina de ensaios monstruosos. Os trabalhadores do Cristo analisaram a combinação
prodigiosa dos complexos celulares, cuja formação eles próprios haviam delineado, então, aperfeiçoaram a máquina celular no limite possível em face das leis físicas do
globo. Foi então que eles desapareceram para sempre da fauna terrestre.
Os primeiros seres humanos surgiram sobre a Terra há aproximadamente 3 milhões de anos. Parece muito, mas não é, se considerarmos que a vida no planeta
tem mais de 3 bilhões de anos.
Nós espíritas concordamos com a teoria de Charles Darwin, mas ele deteve-se na evolução da forma física e Kardec deu continuidade mostrando que
o corpo evolui conforme a evolução espiritual através da reencarnação.
De acordo com o Gênesis (o primeiro livro bíblico), o mundo, os animais e o homem foram criados diretamente por Deus durante uma semana.
Essa descrição é de uns 3 mil anos atrás, época em que o homem não tinha os conhecimentos científicos de hoje.
Atualmente, a narrativa da criação do mundo seria bem diferente. Mas num ponto ela continuará igual: Deus é o criador de tudo o que existe.
Tudo começa pelo átomo; do átomo passamos a ser um mineral; do mineral passamos a ser um vegetal; do vegetal passamos a ser um animal; do animal passamos a
seres humanos; e enfim, de seres humanos passaremos a arcanjos. Por milênios e milênios de evolução experimentamos graus inferiores até conquistarmos a inteligência. Entre o irracional
e o homem, há longos caminhos a percorrer.
Não fomos criados todos ao mesmo tempo, porque Deus cria incessantemente, por isso é natural que encontremos Espíritos, encarnados e desencarnados em graus de evolução diferentes.
Quando
um cachorro, por exemplo, der sinal de inteligência, não continuará mais aqui na Terra, que não lhe oferecerá condições; ao desencarnar o Espírito desse cachorro irá
para mundos em começo de evolução. Após cachorro, reencarnará no corpo de um primata aprendendo a andar de pé, a usar as mãos. Depois reencarnará num planeta primitivo,
cujos moradores são espíritos que moram em cavernas. E assim, evoluirá com o planeta, assim como ocorreu com nós. Fomos moradores das cavernas, desencarnamos e aprendemos no plano espiritual alguma
coisa; reencarnamos e voltamos melhor, com mais conhecimento; desencarnamos e encarnamos várias vezes até sairmos da caverna e nos tornarmos seres mais evoluídos, buscando cada vez mais o crescimento espiritual.
Nosso planeta já foi um mundo primitivo e está passando de provas e expiações para regeneração. Enquanto isso, outros mundos estão sendo criados e com ele passando por todo
processo de evolução deles e dos seres que nele aparecerem.
Cada planeta é habitado por Espíritos com grau evolutivo correspondente ao planeta.
Allan Kardec classifica os planetas em:
1) Primitivos: onde os espíritos realizam suas primeiras encarnações.
2) De provas e de Expiações: onde predomina o mal, porque há muita ignorância; aí, as pessoas sofrem as conseqüências dos erros praticados (expiação) ou passa por experiências, testes,
testemunhos (provas). A Terra é um mundo assim.
3) De Regeneração: neles não há mais a expiação, mas ainda há provas pelas quais o espírito tem de passar para consolidar as conquistas evolutivas que fez e desenvolver-se mais. São
mundos de transição entre os mundos de expiação e os que vêm a seguir.
4) Ditosos ou Felizes: nestes mundos predomina o bem, porque seus moradores são espíritos mais evoluídos; há muito bem-estar e progresso geral.
5) Divinos ou Celestes: onde o bem sem qualquer mistura e a felicidade é absoluta, como obra sublime dos seus moradores: os puros espíritos.
Compilação de Rudymara retirados dos livros "A Gênese" de Kardec; "O Evangelho segundo o Espiritismo";
"A Caminho da luz" de Emmanuel; "Espiritismo, uma nova era" de Richard Simonetti.
Moisés. Cristianismo. Espiritismo
Iniciação ao Espiritismo
1ª AULA
Moisés. Cristianismo. Espiritismo
A Humanidade recebeu no decorrer da história Três Revelações Divinas: os ensinamentos de Moisés, do Cristo e do
Espiritismo, no texto que se segue apresentamos um resumo destas três revelações.
Ponto de Vista Geral
Revelação: Re + velar (velar = Latim “Velum”) Tirar o véu, por a nu, figuradamente descobrir, fazer conhecer uma coisa secreta ou escondida.
E de forma mais geral ainda: qualquer idéia nova que nos põe a par daquilo que não sabemos. O caráter de qualquer revelação deve ser a verdade.
Ponto de Vista Religioso: A revelação diz respeito mais particularmente às coisas espirituais que o Homem não pode descobrir por meio de seus próprios sentido,
sendo que o conhecimento lhe á dado por Deus ou por seus mensageiros (Profetas, Messias ou Missionários).
Ponto de Vista Científico: Investigações da Ciência que nos fazem conhecer fenômenos e leis da Natureza, que antes desconhecíamos.
As Três Revelações
1ª Revelação: Moisés
– Há duas partes Distintas na lei mosaica: a de Deus, promulgada sobre o Monte Sinal, e a lei civil ou disciplinar, estabelecida por Moisés. Uma é invariável,
a outra é apropriada aos costumes e ao caráter do povo, e se modifica com o tempo.
A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:
I – Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás
deuses estrangeiros diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima no céu, e do que há embaixo na terra, nem de coisa que haja nas águas
debaixo da terra. Não adorarás nem lhes darás culto.
II – Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
III – Lembra-te de santificar o dia de sábado.
IV – Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar.
V – Não matarás.
VI – Não cometerás adultério.
VII – Não furtarás.
VIII – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
IX – Não desejarás a mulher do próximo.
X – Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem outra coisa alguma
que lhe pertença.
Esta lei é de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, um caráter divino. Todas as demais são leis estabelecidas por Moisés, obrigado
a manter pelo temor um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha de combater abusos arraigados e preconceitos adquiridos durante a servidão do Egito. Para dar autoridade às leis, ele teve de
lhes atribuir uma origem divina, como o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A Autoridade do homem devia apoiar-se sobre a autoridade de Deus. Mas só a idéia de um Deus terrível podia impressionar
homens ignorantes, em que o senso moral e o sentimento de uma estranha justiça estavam ainda pouco desenvolvidos. É evidente que aquele que havia estabelecido em seus mandamentos: “não matarás”
e “não farás mal ao teu próximo”, não poderia contradizer-se, ao fazer do extermínio um dever. As leis mosaicas, propriamente ditas, tinham, portanto, um caráter essencialmente
transitório.
Algumas das leis civis ou disciplinares de Moisés: “Olho por olho, dente por dente” – “Amareis o vosso próximo e odiareis o vosso inimigo”.
2ª Revelação – O Cristianismo
Depois de Moisés e antes do aparecimento de Jesus, na Galiléia, surgiu a palavra dos profetas por todos os cantos da Palestina. As profecias anunciavam a chaga do Messias Salvador
do Mundo.
Em Mateus, V: 17-18, encontramos a proposta do Cristo:
“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; cumprimento. Porque em verdade vos digo que o céu e a terra não passarão, até que não se
cumpra tudo quanto está na lei, até o último Jota e o último Ponto”.
Jesus chama Deus de Pai. Totalmente diferente do Deus de Moisés, vingativo e impiedoso, o Deus de Jesus é clemente, soberanamente justo e bom. Jesus acrescenta à revelação
de Moisés, a vida futura, o amor ao inimigo e a necessidade do perdão; e dá como condição única de salvação: “Amai a Deus sobre todas as coisas e ao vosso próximo
como a vós mesmos”.
Mas o papel de Jesus não foi simplesmente o de um legislador moralista, sem outra autoridade que a sua palavra. Ele veio cumprir as profecias que haviam anunciado o seu advento. Sua
autoridade decorria da natureza excepcional do seu Espírito e da natureza divina da sua missão. Ele veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não está na Terra, mas no Reino dos Céus,
ensinar-lhes o caminho que os conduz até lá, os meios de se reconciliarem com Deus, e os advertir sobre a marcha das coisas futuras, para o cumprimento dos destinos humanos. Não obstante, ele não
disse tudo, e sobre muitos pontos limitou-se a lançar o germe de verdades que ele mesmo declarou não poderem ser então compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos claros, de maneira que,
para entender o sentido oculto de certas palavras, era preciso que novas idéias e novos conhecimentos viessem dar-nos a chave. Essas idéias não podiam surgir antes de um certo grau de amadurecimento do
espírito humano. A ciência devia contribuir poderosamente para o aparecimento e o desenvolvimento dessas idéias. Era preciso, pois, dar tempo à ciência para progredir.
3ª Revelação – O Espiritismo
As manifestações dos Espíritos com os encarnados são de todos os tempos e de todos os países.
É, portanto, impossível fixar uma data para
as primeiras aparições de uma força inteligente exterior, de maior ou menor elevação, influindo nas relações humanas. Esses fenômenos espíritas, porém, foram
sempre esporádicos, mal interpretados, e a partir de um determinado momento, causadores de perseguições religiosas.
Foi somente em meados do século 19, que as manifestações espíritas se tornaram ostensivas, sistemáticas, públicas e repetidas, abalando os incrédulos,
acordando consciências e tomando o aspecto de uma invasão organizada. O fato, porém, é que o Espiritismo, como doutrina, surgiu no mundo a 18 de abril de 1857, data em que apareceram nas livrarias
de Paris os primeiros volumes de “O Livro dos Espíritos”.
O Espiritismo é a Terceira das Grandes Revelações, ao mesmo tempo em que o Consolador prometido por Jesus. Eis alguns pontos que confirmam essa afirmativa:
1 – O fato de o Homem poder comunicar-se com os Espíritos traz consequências da mais alta gravidade: é um mundo novo que nos é revelado e é o mais importante
de todos os mundos, porque todos os Homens, sem exceção, terão de voltar a ele.
2 – O conhecimento de tal fato causa profunda modificação nos hábitos e no caráter das pessoas, influindo sobre as relações sociais.
3 – Essa revolução não se limita a um só povo, atingindo todas as classes, nacionalidades, cultos, etc. Confirma, explica e desenvolve o que Cristo disse e
fez. Não mais uma idéia vaga ou imprecisa da vida futura, mas uma revelação consistente do mundo invisível que nos rodeia e povoa o espaço.
4 – Sabe que a alma progride incessantemente através de uma série de existências sucessivas, até atingir o grau de perfeição que se aproxima de
Deus; explica racionalmente a palavra de Jesus, deturpada por vários sistemas religiosos, que lhes deram características essencialmente mundanas.
O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações
com o mundo material. Ele nos mostra esse mundo, não mais como sobrenatural, mas, pelo contrário, como uma das forças vivas e incessantemente atuantes da natureza, como a fonte de uma infinidade de fenômenos
até então incompreendidos, e por essa razão rejeitados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo se refere em muitas circunstâncias,
e é por isso que muitas coisas que ele disse ficaram ininteligíveis ou foram falsamente interpretadas. O Espiritismo é a chave que nos ajuda a tudo explicar com facilidade.
A lei do Antigo Testamento está personificada em Moisés, a do Novo Testamento, no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus. Mas não
está personificado em ninguém, porque ele é o produto do ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do céu, em todas as partes da Terra e por inumerável multidão de intermediários. Trata-se, de qualquer maneira, de uns seres coletivos, compreendendo o conjunto
dos seres do mundo espiritual, cada qual trazendo aos homens o tributo de suas luzes, para fazê-los conhecer esse mundo e a sorte que nele os espera.
Da mesma maneira que disse o Cristo: “Eu não venho destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento”. Também diz o Espiritismo: “Eu não venho destruir a
lei cristã, mas dar-lhe cumprimento”. Ele nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo, mas o desenvolve, completa e explica, em termos claros para todos, o que foi dito sob forma alegórica. Ele
vem cumprir, na época predita, o que o Cristo anunciou, e preparar o cumprimento das coisas futuras. Ele é, portanto, obra do Cristo, que o preside, assim como preside ao que igualmente anunciou: a regeneração
que se opera e que prepara o Reino de Deus sobre a Terra.
quarta-feira, 1 de março de 2017
Estudo n. 91 - "APREÇO"
LIVRO: “PALAVRAS DE VIDA ETERNA”
Francisco C. Xavier/Emmanuel
Estudo n. 91 - "APREÇO"
"Dando sempre graças a Deus por tudo em Nosso Senhor Jesus Cristo"
- Paulo (EFÉSIOS, 5:20)
Na carta aos efésios, particularmente no capítulo 5, ao qual pertence a citação em estudo, Paulo traz uma série de exortações, de advertências para que os cristãos vivam verdadeiramente a sua fé, ou seja, os cristãos são e devem viver como filhos de Deus, tendo como modelo único dessa vivência Jesus Cristo.
Diz, também, que devemos agradecer sempre a Deus Pai por todas as coisas, por todos os benefícios que recebemos ao longo da nossa existência.
"O Universo é uma corrente de amor, em movimento incessante. Não lhe interrompas a fluência das vibrações".
Como criação de Deus, somos parte integrante do Universo, sendo assim, com o nosso sentir, pensar e agir contribuímos com as vibrações que emitimos, daí a responsabilidade que cabe a cada um de nós, para que as nossas vibrações sejam as melhores possíveis, para não prejudicarmos o movimento incessante do Amor.
Na convivência, pois, a vida em sociedade é uma necessidade para o nosso crescimento, precisamos uns dos outros porque não somos auto-suficientes. Por isso mesmo, não podemos esquecer-nos da consideração, da estima que damos aos outros, que podem ser demonstrados através de atos sinceros de amizade, e que representam estímulo para que o outro persevere nas suas lutas, procurando melhorar sempre mais.
A gratidão desempenha papel relevante na estrutura emocional e mental das pessoas.
"O sentido da existência é amar, e para que seja alcançada essa meta, faz-se indispensável que a gratidão aos recursos iluminativos façam parte da agenda emocional do Espírito".
Assim sendo, somente há motivos para a vivência desse sentimento que torna a vida mais agradável, tornando-a cada vez mais digna de ser desfrutada.
Aprendamos a agradecer, não apenas através de palavras, mas principalmente, por meio da fidelidade e do apreço, a quem nos concede amizade e carinho.
Agradeçamos todo o bem que nos chegue; a paz e a luta que se alternam durante os nossos dias, porque se fossem de paz todos eles perderiam o significado, e se fossem apenas de lutas, o cansaço, a exaustão retirariam os incentivos para prosseguirmos, por desaparecer o objetivo.
Nunca cansemos de agradecer, seja qual for a circunstância em que nos encontremos, servindo ao bem ou sofrendo as situações educativas.
Ninguém pode avaliar a importância das pequenas doações, que podem ter para quem as recebe um significado imenso, que não podemos imaginar. Um obrigado, uma prece, uma flor, uma saudação afetuosa, podem provocar mudanças profundas no ser que as recebem.
"O próprio Deus nunca se encontra tão excessivamente ocupado que não se lembre de sustentar o Sol, para que o Sol aqueça, em seu nome o último verme, na última reentrância abismal."
Bibliografia:
1 XAVIER, Francisco C., pelo Espírito Emmanuel. Palavras de Vida Eterna.14. ed., Uberaba-MG: CEC, 1990, lição 89
2 Nascente de Bênçãos - D.P.Franco/Joanna de Angelis - lição n. 30
Maria Aparecida Ferreira Lovo
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