O LIVRO DOS
MÉDIUNS
(Guia dos
Médiuns e dos Doutrinadores)
SEGUNDA PARTE
DAS
MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO XVI
MÉDIUNS ESPECIAIS
Estudo 77 - 192. VARIEDADES DOS MÉDIUNS ESCREVENTES
-
Segundo o desenvolvimento da faculdade.
Relembramos que na questão 152 afirmou Allan Kardec que a
ciência espírita progrediu como todas as outras e mais rapidamente do que
estas. Ao observar os médiuns em ação o Codificador identificou as variedades
que passamos a estudar.
VARIEDADES DOS MÉDIUNS ESCREVENTES
1º - Segundo o modo de execução
2º - Segundo o desenvolvimento da faculdade
3º - Segundo o gênero e a particularidade das comunicações
4º - Segundo as qualidades físicas do médium
5º - Segundo as qualidades morais dos médiuns
2º - SEGUNDO O DESENVOLVIMENTO DA FACULDADE
Médiuns novatos: aqueles cujas faculdades ainda não estão
completamente desenvolvidas, nem possuem a experiência necessária.
Médiuns improdutivos: os que só recebem sinais sem
importância, monossílabos, traços ou letras sem conexão.
Médiuns desenvolvidos ou formados: aqueles cujas faculdades
mediúnicas estão completamente desenvolvidas, que transmitem as comunicações
com facilidade e presteza, sem hesitação. Concebe-se que este resultado só pelo
hábito pode ser conseguido, porquanto nos médiuns novatos as comunicações são
lentas e difíceis.
Médiuns lacônicos: aqueles cujas comunicações, embora
recebidas com facilidade, são breves e sem desenvolvimento.
Médiuns explícitos: as comunicações que recebem têm toda a
amplitude e toda a extensão que se pode esperar de um escritor consumado.
"Esta aptidão resulta da expansão e da facilidade de
combinação dos fluidos. Os Espíritos os procuram para tratar de assuntos que
necessitam de grande desenvolvimento”.
Médiuns experimentados: a facilidade de execução é uma questão
de hábito e que muitas vezes se adquire em pouco tempo, enquanto a experiência
resulta de um estudo sério de todas as dificuldades que se apresentam na
prática do Espiritismo. A experiência dá ao médium o tato necessário para apreciar
a natureza dos Espíritos que se manifestam para lhes apreciar as qualidades
boas ou más, pelos mais minuciosos sinais, para distinguir o embuste dos
Espíritos zombeteiros, que se acobertam com as aparências da verdade.
Facilmente se compreende a importância desta qualidade, sem a qual todas as
outras ficam destituídas de real utilidade. O mal é que muitos médiuns
confundem a experiência, fruto do estudo, com a aptidão, produto da organização
física. Julgam-se mestres, porque escrevem com facilidade; repelem todos os
conselhos e se tornam presas de Espíritos mentirosos e hipócritas, que os
apanham lisonjeando-lhes o orgulho.
Médiuns flexíveis: aqueles cuja faculdade se presta mais
facilmente aos diversos gêneros de comunicações e pelos quais todos os
Espíritos, ou quase todos, podem manifestar-se, espontaneamente, ou por
evocação.
"Esta espécie de médiuns se aproxima muito da dos médiuns
sensitivos”.
Médiuns exclusivos: aqueles pelos quais se manifesta de
preferência um Espírito, até com exclusão de todos os demais, respondendo ele
pelos outros que são chamados.
"Isto resulta sempre de falta de maleabilidade. Quando o
Espírito é bom, pode ligar-se ao médium, por simpatia, ou com um intento
louvável; quando mau, é sempre objetivando submeter o médium à sua dependência.
E mais um defeito do que uma qualidade e muito próximo da obsessão”.
Médiuns de evocação: os médiuns flexíveis são naturalmente
mais convenientes para este gênero de comunicações, mais aptos a responder às
questões específicas que lhes forem propostas. Sob este aspecto, há médiuns
inteiramente especiais.
"As respostas que dão não saem quase nunca de uns quadros
restritos, incompatíveis com o desenvolvimento dos assuntos gerais”.
Médiuns para ditados espontâneos: recebem comunicações espontâneas
de Espíritos não chamados. Quando esta faculdade é especial num médium, é
difícil e, às vezes, impossível fazer uma evocação por seu intermédio.
"Entretanto, são mais bem aparelhados que os da classe
precedente. Compreenda-se que a aparelhagem aqui referida é a dos elementos
cerebrais, porque é frequentemente necessária uma inteligência mais
desenvolvida para os ditados espontâneos do que para as evocações. Entenda-se
aqui, por ditados espontâneos, os que verdadeiramente merecem essa denominação
e não algumas frases incompletas ou algumas ideias corriqueiras, que se
encontram geralmente nas anotações humanas”.
Encerrando esse estudo que mostra a importância do conhecer
para melhor analisar, transcrevemos nota de José Herculano Pires (tradutor da
edição FEESP), extraída de O Livro dos Médiuns, sobre os médiuns
experimentados, e pertinentes ao momento em que vivemos, quando encontramos
muitos livros considerados espíritas apenas porque foram psicografados.
“(...) essa distinção entre experiência e aptidão é da maior
importância no trato da mediunidade. O médium experiente, segundo o conceito
kardeciano, dificilmente se deixa enganar pelos Espíritos mistificadores, por
mais sutis que estes sejam. O médium apenas apto recebe comunicações absurdas,
livros e até mesmo série de livros, sem perceber que está servindo de
instrumento a influências perniciosas. Daí a necessidade imprescindível de
estudo do problema mediúnico, para que a aptidão mediúnica seja bem aproveitada
através da experiência que só o conhecimento propicia”.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2. ed. São Paulo: FEESP,
1989 - Cap XVI - 2ª Parte – item 191.2º
Tereza Cristina D'Alessandro
Março / 2008
Centro Espírita Batuíra
cebatuira@cebatuira.org.br
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