A Lei de Deus está escrita na
consciência da criatura humana.
Essa lúcida contestação dos Mentores
da Humanidade ao codificador do Espiritismo, Allan Kardec, abre espaço à
Psicologia para melhor entender os conflitos e os comportamentos complexos que
enfrenta.
Para que a consciência possa
contribuir saudavelmente em favor da conduta humana torna-se indispensável o
hábito da reflexão, a fim de que os níveis primários em que se apresenta ceda
lugar à iluminação em estágio mais avançado.
É compreensível que o Espírito em
condições aflitivas tenha dificuldade de identificar a Lei de Deus nele ínsita.
Porque predomina a matéria, as sensações mais grosseiras na sua existência,
permanece como solo crestado que não permite à semente nele plantada romper-lhe
a couraça, facultando que desabrochem as potências adormecidas.
Em razão da sensualidade e dos apegos
aos prazeres imediatos e desgastantes, continua em germe a essência divina nos
refolhos dessa área superior da psique – a consciência.
O hábito, porém, de silenciar a
ansiedade e os tormentos íntimos, de buscar entender-lhes a procedência e a
presença nos painéis mentais, faculta perceber os conteúdos de que se
constituem, para discernir com segurança o que é edificante e o que lhe é
prejudicial.
Acostumado a agir por impulsos, quase
automáticos, dá vigor à natureza animal de que se reveste, quando deveria
promover a espiritual, que germina e avança atraída pelo Deotropismo no rumo da
plenitude.
Condicionamentos impostos pelos instintos
básicos que governam a existência na sua fase inicial de desenvolvimento
intelecto-moral, à medida que adquire conhecimentos para a lógica existencial,
experiência os lampejos da consciência digna que libera a Lei de Deus, que está
sintetizada no amor.
Na razão direta em que o amor
sobrepõe-se à violência e aos fatores da agressividade, mais valiosos
contributos são cedidos com o consequente enriquecimento de paz e de alegria de
viver.
Ninguém existe destituído de
consciência, exceção feita àqueles que expiam graves delitos em renascimentos
assinalados pelas limitações e deformidades cerebrais...
Todos os seres que pensam dispõem do
auxílio da consciência para fazer o que pode e deve, sempre quando se lhe torne
lícita a realização.
A acomodação defluente da preguiça
mental em alguns indivíduos impedem-no de avançar nos comportamentos corretos.
Deus, a todos os Seus filhos concedeu
consciência do dever, que proporciona as habilidades indispensáveis à conquista
da iluminação.
Essa sublime herança vincula todos os
membros da Criação ao Genitor Celeste.
Ouve a tua consciência sempre que te
encontres em conflito, em dificuldade de definir rumos e comportamentos
adequados.
Reflexiona em silêncio e com calma,
permitindo que a inspiração superior seja captada e o discernimento te aponte a
melhor conduta a seguir.
Evita o costume doentio de transferir
para os outros a tarefa de decidir por ti, de viver sob os conselhos dos demais
como se fosses um parasita psíquico.
Liberta-te do morbo da queixa e
desperta para entender que todos sofrem, têm problemas, mesmo que os não
demonstrem, porque a sabedoria que possuem ao aconselhar é resultado dos
caminhos percorridos, das aflições superadas e dos testemunhos ultrapassados.
Por outro lado, evita o costume de
aconselhamentos e de orientações, de narrar as tuas vivências, como se fossem
as mais importantes do mundo.
O que hajas vivenciado é importante
para ti e nem sempre será regra geral de bom proceder para todos.
Cada ser humano é uma unidade muito
complexa e especial, que faz parte da unidade universal, com as características
próprias e as conquistas positivas e negativas adquiridas.
Quando delegas a outrem
aconselhar-te, não estás disposto realmente a seguires a diretriz que te seja
oferecida. Normalmente, buscas conselhos e bengalas psicológicas até
encontrares o que realmente gostaria que te dissessem aquilo que te é agradável
e compensador. Esse comportamento inconsciente é uma forma autodefensiva,
porque aquilo que te venha a acontecer não será somente de tua responsabilidade.
O crescimento intelectual, assim como
o de natureza moral, é trabalhado continuamente, sem interrupção nem saltos
gigantes.
A cada momento uma conquista nova, um
descobrimento que se incorpora aos conteúdos arquivados na mente.
Permitindo-te ouvir a consciência,
serás inspirado à oração que te fortalecerá o ânimo e te auxiliará a fruir paz.
Quanto mais auscultes a consciência e
exercites a reflexão do pensamento, mais se expandirão as possibilidades e os
registros legais se te farão claros e lúcidos, e te auxiliarão na conquista da
felicidade e da harmonia interior, estimuladoras para os avanços a níveis
superiores da evolução.
Não te detenhas, pois, em queixumes e
rogativas de orientação, como se estivesses desequipado dos instrumentos para
alcançar a vitória sobre as circunstâncias e provações necessárias.
Confia em Deus, na proteção dos teus
Amigos espirituais e também nos teus valores, esses que vens amealhando durante
a reencarnação.
Jesus, que é o Guia da Humanidade, sempre buscava a solidão para reabastecer a consciência com a Lei de Deus, e permanecer como o amor na expressão máxima que se conhece, mesmo quando não amado.
Jesus, que é o Guia da Humanidade, sempre buscava a solidão para reabastecer a consciência com a Lei de Deus, e permanecer como o amor na expressão máxima que se conhece, mesmo quando não amado.
Não tenhas sofreguidão para tudo
resolver sem pensar, sem aprofundar a concentração.
Diante de todo e qualquer aconselhamento
que peças e recebas, não deixes de consultar a tua consciência.
Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco
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