O JOVEM
E SEUS PROBLEMAS
Interessar-se pelo conhecimento da Doutrina Espírita,
acaba gerando no jovem perquiridor de nosso tempo, dúvidas e mais dúvidas sobre
pontos que não se encontram ampla e explicitamente tratados nas obras
disponíveis.
ELIAS E JOÃO BATISTA
Ouvi de um padre que a afirmação de que
João Batista é Elias nada tem a ver com a reencarnação, pois, no caso, Elias estaria
representando apenas o papel de profeta, que também coube a João Batista.
Jesus estaria usando uma linguagem figurada,
referindo-se não à pessoa de Elias, mas ao papel que representou.
(MARINA ALVAREZ MARQUES – MARÍLIA – SP)
Compreendemos e respeitamos a opinião
do sacerdote, e nem poderia ser diferente sua posição. Mas, se compulsarmos os
evangelhos, vamos perceber que as figuras de João e de Jesus causaram no povo
grandes especulações. Profetas, como Jeremias, haviam anunciado a vinda de um
messias e o povo sofrido aguardava ansioso o surgimento desse libertador que
viria extirpar seu sofrimento. Havia vagas noções a respeito da volta à vida, o
que era entendido mais comumente como ressurreição –
uma crença que os hebreus
herdaram dos persas, no período pós-exílio, de 539 a 300 a.C.. Por isso, sem
maiores conhecimentos, apenas amparados pela fé, alguns diziam que João Batista
era Elias ressuscitado. Depois que João morreu, chegaram a levantar a hipótese de
que Jesus era o João ressuscitado, ou mesmo Elias, ou até Jeremias, ou outros
profetas, conforme podemos ler nos escritos de Mateus, Marcos e Lucas. Conta
Mateus (capítulo 11) que, quando João estava na prisão, enviou dois discípulos
a Jesus para confirmar se ele, Jesus, era o messias anunciado, e Jesus afirmou,
entre outras coisas, que João "é o Elias que há de vir", e ainda acrescentou:
"quem tiver ouvidos para ouvir, ouça". É evidente, portanto, que se
falava de pessoas concretas e reais e que João, segundo a opinião de Jesus, era
a mesma pessoa que Elias; só que entre essas duas personalidades havia um
espaço de cerca de 900 anos, que o corpo de João não podia ser o de Elias, pois
João era filho de Izabel e Zacharias, conhecido desde criança, conforme Lucas,
capítulo 1. Um aspecto importante, que salta aos olhos dos que estudam detidamente
os evangelhos, é o fato de que Jesus não questionava os dogmas religiosos e
parece não gostava muito de entrar nesse tipo de discussão. Raras vezes o fez.
Estava preocupado, sim, com a sua
doutrina moral, com a mudança interior do homem. Por isso, tratou de leve esse
e outros assuntos e de acordo com a compreensão do povo, pois, do contrário,
não teria tempo e nem tampouco seria ouvido. Veja "REENCARNAÇÃO NA BÍBLIA"
de Herminio C. Miranda e "REENCARNAÇÃO, O ELO PERDIDO DO
CRISTIANISMO" de Elizabeth Clare Prophet.
“INFORMAÇÃO”:
REVISTA
ESPÍRITA MENSAL
ANO
XXX Nº351
Janeiro
2006
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
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