domingo, 3 de julho de 2016

XXIII O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAPÍTULO III: HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI #ITENS 8 a 12: MUNDOS SUPERIORES E INFERIORES

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - XXIII

CAPÍTULO III: HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI


ITENS 8 a 12: MUNDOS SUPERIORES E INFERIORES


(Resumo do ensinamento de todos os Espíritos superiores)

A classificação dos mundos em inferiores e superiores é apenas relativa, considerando-se que um mundo é inferior ou superior em relação aos que estão abaixo ou acima dele, na escala evolutiva.

Tendo a Terra como ponto de partida, podemos ter uma idéia de como são os mundos inferiores e superiores a ela. Pela existência de povos vivendo ainda de formas tão primitivas, pela variedade de culturas, tão diferenciadas, pela complexidade de sentimentos existentes no homem, podemos imaginar como são os habitantes dos mundos primitivos, dos mundos mais atrasados do que ela.

Têm a forma humana, sem beleza; não existe nenhuma delicadeza no trato uns com os outros, nenhum sentimento nobre, de preocupação com o outro: apenas a da sobrevivência, a qualquer preço. Sua lei é a da força bruta. Pode mais quem for o mais forte, fisicamente. É o viver atendendo as necessidades dos instintos, pois a razão inicia seu desenvolvimento. Vivem sem invenções, sem indústrias, buscando o alimento na natureza. Têm uma vaga impressão de um Ser Supremo, e essa intuição mais as lutas pela sobrevivência num mundo que lhe parece hostil e difícil, vai facultando um desenvolvimento também diferenciado, de forma que uns se desenvolvem mais que outros, num preparo para uma vida mais ampla.

Diz Kardec que “eles não são criaturas degradadas, mas são crianças que crescem.” São espíritos infantis, vindos do princípio espiritual que venceu as fases nos reinos inferiores e então, iniciam a vida do espírito imortal, na espécie humana.

Nos mundos superiores, a vida também é bem diferenciada da Terra. A forma humana é sempre a mesma, mas quanto mais evoluído o mundo em que habitam, mais a beleza predomina.

O corpo não tem a materialidade daqui, é constituído de fluidos mais sutis do fluido cósmico do mundo que habitam, sempre de acordo com o grau de evolução do espírito.

Não estando mais preso aos pobres sentidos do corpo da Terra, a percepção do espírito se amplia e, parece-nos que o relacionamento interespíritos de planos diferentes se faz, naturalmente, pela vontade de cada um.

”Durante a vida, não estando a alma encerrada numa matéria compacta, irradia e goza de uma lucidez que a deixa num estado quase permanente de emancipação, permitindo a livre transmissão do pensamento"

Os que se amam, mesmo em planos diferentes, mas em mundos da mesma categoria, podem encontrar-se sempre que o queiram, porque a mediunidade generalizada, muito mais desenvolvida, é então, uma faculdade, conscientemente, usada. A vida é eterna como disse Jesus muitas e muitas vezes, e em sendo eterna só pode ter por objetivo a felicidades de todos.

Nesses mundos não existe então, a dor da ausência, a dor da separação, não pelo esquecimento dos seres amados, mas pela oportunidade de se encontrarem, sempre que o queiram. Não há dúvidas quanto ao futuro, as leis divinas são entendidas e aceitas. "A morte não tem nenhum dos horrores da decomposição...", sendo apenas uma mudança, pois as ausências são aceitas como aqui na Terra aceitamos as viagens que os entes queridos fazem ao exterior, por exemplo. Tem-se a certeza do reencontro, das comunicações entre presentes e ausentes.

Todos os atos que aqui exigem esforço, como o andar, falar, pensar, tornam-se, nesses mundos, mais suaves, mais leves e, toda a energia que gastamos aqui em atividades materiais, lá é empregada apenas para as atividades espirituais. Não existe, portanto, o cansaço físico, nem o mental.

O período da infância é mais curto ou quase inexistente e cada existência é muito mais longa, visto que o nascer e o morrer são atos diferentes do que na Terra.

”Entre esses graus inferiores e mais elevados, há inumeráveis degraus, e entre os Espíritos puros, desmaterializados e resplandecentes de glória, é difícil reconhecer os que animaram os seres primitivos, da mesma maneira que, no homem adulto é difícil reconhecer o antigo embrião."

”Nos mundos felizes, as relações de povo para povo, sempre amigáveis, jamais são perturbadas pelas ambições de dominação e pelas guerras que lhes são conseqüentes. Não existem senhores nem escravos, nem privilegiados de nascimento. Só a superioridade moral e intelectual determina as diferentes condições e confere a supremacia. A autoridade é sempre respeitada, porque decorre, unicamente, do mérito e se exerce sempre com justiça."

Como vemos os espíritos não evoluem para uma homogeneização, sempre haverá interesses diferentes formando agrupamentos diferentes, mas quanto mais se elevam os espíritos, mais aprendem a conviver, harmoniosamente, com as diferenças entre uns e outros.

Vivemos ainda em um mundo bastante inferior, mas trazemos em nós o ideal de um mundo feliz, porque filhos criados pelo amor de Deus temos, no íntimo de nós mesmos, a certeza da progressão contínua e do nosso futuro. Somos todos impulsionados pelo progresso. Apenas nos desorientamos pela ignorância das leis divinas e, como crianças, somos imediatistas, desejamos o melhor para nossos dias de agora, pela graça divina ou pelas revoluções, pela imposição de uns, sem o nosso esforço individual.

A descrição de Kardec sobre os mundos felizes mostra nossos sonhos de um mundo perfeito e o espiritismo nos diz que são sonhos realizáveis, pelo desenvolvimento de cada um dos componentes da humanidade terrestre. E se existem mundos felizes é porque outras humanidades já realizaram, através do tempo e do esforço da evolução, esses mesmos sonhos.

Assim, em mundos felizes, ninguém busca colocar-se acima de outros, mas busca sempre elevar-se acima de si mesmo, para tornar-se um Espírito Puro, que é o destino de todo espírito existente e por existir, no universo infinito e em expansão contínua.

Neles, a moral de Jesus é vivida, naturalmente, por todos, o mal não existe, somente o bem.

Pela nossa imperfeição, pelo grau evolutivo que conseguimos alcançar, precisamos ainda dos contrastes para aprender a valorizar a lei divina, que é o Amor. Precisamos sofrer o mal que criamos pela infringência das leis divinas, sentir suas conseqüências, para valorizarmos o bem que existe em nossa essência, em desenvolvimento.

O grau de inteligência e de moralidade que conseguimos alcançar até agora, permite que continuemos desenvolvendo esse bem de forma mais consciente, através da razão e da sensibilidade. Por isso e para isso, precisamos dos contrastes que a vida na Terra nos oferece: bem e mal, saúde e doença, guerra e paz, riqueza e miséria, para aprendermos a valorizar a lei do Bem, a lei do Amor. E nisso não há injustiça, pois pela lei da pluralidade das existências, nós, os habitantes da Terra, passamos por todas essas e outras experiências contrastantes.

Se considerarmos que a moral de Jesus já se encontra na Terra há dois mil anos e que outros missionários, antes e depois dele também a ensinaram, e continuam ensinando, pensamos que já é hora de levarmos mais a sério nossas responsabilidades de seres inteligentes e morais, e buscarmos pôr em prática esses ensinos, se realmente queremos um mundo mais justo e mais prazeroso.

Está na hora de procurarmos, todos nós da humanidade terrena, individual e coletivamente, cada um no seu campo de ação, viver e divulgar pela palavra e pelo exemplo, o bem, a saúde, a paz, a solidariedade, a fraternidade, a caridade, o amor.

Nos mundos felizes, esse contraste não existe, lá brilha e irradia-se a luz do Amor Pleno!

Kardec diz também que o homem foi capaz de pintar os tormentos do inferno, mas não foi capaz de representar as alegrias do céu, pela sua própria incapacidade de imaginar o que não conhece, visto a sua inferioridade. Todavia, continua ele, " à medida que se eleva e se purifica, o seu horizonte se alarga e ele compreende o bem que está à sua frente, como compreendeu o mal que deixa para trás."

Ressalta Kardec que esses mundos felizes não são privilégios de ninguém. Deus não faz diferença entre seus filhos. Criou-os, a todos, da mesma maneira e destinou-os, também a todos, sem exceção, a um mesmo destino: perfeição e felicidade. Deu-lhes potencialidades, qualificações e mundos adequados para alcançar a determinação divina. Cabe-lhes pois, segundo o livre- arbítrio de cada um, realizar a tarefa do desenvolvimento evolutivo, com mais ou menos dificuldades, com mais ou menos sofrimentos, em mais ou menos tempo.

Nós, da Terra, que estamos muito distantes desses mundos felizes, mas que já podemos compreendê-los um pouco em sua natureza, e temos a certeza de que um dia viveremos em um deles, precisamos nos empenhar muito mais, perseverando neste caminho indicado por Jesus e mais esclarecido pelo espiritismo, na melhoria de nós próprios, dos que nos cercam, da cidade, do estado e do país onde vivemos, para que um dia a nossa Terra possa,

Sonhar primeiro é preciso, para que esses sonhos sejam realizados por nós, através do trabalho, do esforço, na fé raciocinada em nós, em nossas possibilidades, com o amparo da Espiritualidade Maior, de Jesus e, acima de todos, de Deus.

Bibliografia:

Allan Kardec, O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Livro Primeiro : Capítulo III : CRIAÇÃO, V ; Pluralidade dos Mundos. Capítulo IV, PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS, III e IV : Encarnação nos Diferentes Mundos e Transmigração Progressiva. Capítulo VI, VIDA ESPÍRITA, I e II : Espíritos Errantes e Mundos Transitórios.

Emmanuel : A CAMINHO DA LUZ, Capítulo III : As Raças Adâmicas.

Leda de Almeida Rezende Ebner
Abril / 2003

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O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORIAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.


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