sábado, 16 de julho de 2016

TEMA 01: FAMÍLIA – conversa mantida (2)

CVDEE - CENTRO VIRTUAL DE DIVULGAÇÃO E ESTUDO DO ESPIRITISMO
Sala Virtual de Estudos Educar
*Estudos destinados à família e à educação no lar*
 *TEMA 01: FAMÍLIA – conversa mantida (2)*
Vou fazer uma colocação e depois queria que a gente conversasse mais um cadinho sobre alguns aspectos, que colocarei ao final, tá legal? :))
 01) Dizemos ou chamamos família o agrupamento de seres (Espíritos) constituídos de pai, mãe e filhos (e também podemos incluir, de uma forma bem mais genérica, os parentes consanguíneos) (e nós, já mais conscientizados podemos incluir no conceito de família os laços afetivos do espírito, independentemente de sermos "do mesmo sangue".  :) )
 No entanto o sentido ou a finalidade da família é diferente de sua conceituarão formal.
 Como bem lembrou Druida até (embora ainda existente em alguns locais) uns anos atrás o relacionamento entre pais e filhos era bem mais difícil, com pouco (quando havia) diálogo, onde a obediência silenciosa devia prevalecer, a profissão dos filhos era escolhida pelos pais (embora isto ainda hoje exista em menor escala) , os papéis do homem, da mulher e dos filhos eram rigidamente definidos.
 A família modificou-se, saiu-se da rigidez para cair-se na indiferença, na liberdade extrema sem responsabilidades, manteve-se a falta de diálogo (de motivos ou formas diferentes, mas ainda assim falta de diálogo - salientando que falamos mais abertamente, o que não significa dialogar); ou seja, saiu-se de um extremo para ir-se ao outro extremo. Veja-se os grandes desencontros humanos que se dá dentro das próprias famílias, jovens refugiando-se em tóxicos, idosos largados em asilos, casais se desencontrando, as "produções independentes" de filhos (onde a família já terá uma outra constituição), etc..
 Há saldos positivos na modificação ocorrida? Sim os há.
No entanto, sentimos a necessidade da construção de bases, de estruturas seguras.
 E era neste sentido que falávamos em resgatar a família, na sua base, nos seus princípios.
 Este resgate com certeza vem na forma de uma construção ou reconstrução do sentido, da finalidade, da essência de família em princípios que irão orientar para a vida.
 E nessa construção é necessária a mudança moral profunda em nós mesmos, que refere-se ao que o Druida bem disse "é o trabalho a ser realizado em nós mesmos: reconhecer e respeitar os direitos de todos, sabendo que os filhos são espíritos como nós; valorizar a convivência familiar, aproveitando todas as oportunidades para abraçar o familiar e valorizá-lo, mostrando o quanto o amamos e o quanto ele é importante para nós; usar de autoridade para com os filhos, mas permiti-los ter sua própria experiência, com acertos e erros(...)" E acima de tudo não apenas nas palavras, mas no exemplo, que é mais eficaz que as palavras soltas que o vento leva.
 Só que , para que possa haver essa construção ou reconstrução do sentido da finalidade da família, dever-se-á começar o sentido ou base de família através da educação dos filhos, tanto do homem quanto da mulher, para que já bem mais orientados possam identificar e "saber escolher" o parceiro ou a parceira, buscando um relacionamento verdadeiro : com compreensão, equilíbrio, autodomínio interior e do amor; o que será a base estrutural do universo familiar que irá aconchegar ao lar um terceiro e quarto e quinto espírito que retornam ao mundo físico.

02) O José Neto, a Soama e o Druida falaram que a atração física/material (lendo-se também física/sexual) e a atração monetária dificilmente poderia formar uma família, vamos verificar as seguintes situações

1a) Supondo-se dois seres que atraídos fisicamente ou monetariamente, resolvem se unir e dessa união advém filhos (um que seja) e posteriormente, como não há bases estruturais verdadeiras, o casal se separa. Poderíamos dizer que houve e há uma família?
2a) Outra situação: um casal de namorados, não bem orientados para as responsabilidades espirituais, se vê às voltas com uma gravidez não planejada, não se casam, mas têm o filho. Houve ou não a construção de uma família?
 3a) Uma moça, solteira, resolve ter um filho, mas não quer ter um pai para ele. Através da inseminação artificial ela engravida e tem seu filho. Houve e há a construção de uma família?
 4a) supondo que em todos os casos, os pais e mães cresceram se conscientizaram e passaram a dar uma orientação mais real e uma educação espiritual aos respectivos filhos.  Houve a construção de uma família?
Tarde cor e amor pra todos vcs
(Lu)
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*Participando*
1a) Supondo-se dois seres que atraídos fisicamente ou monetariamente, resolvem se unir e dessa união advém filhos (um que seja) e posteriormente, como não há bases estruturais verdadeiras, o casal se separa. Poderíamos dizer que houve e há uma família?
*Houve uma família, depois do nascimento do filho e haverá sempre, pois existe uma criança que é o elo que liga o casal. Mas não acredito que tenha havido um lar.*

2a) Outra situação: um casal de namorados, não bem orientados para as responsabilidades espirituais, se vê às voltas com uma gravidez não planejada, não se casam, mas têm o filho. Houve ou não a construção de uma família?
*Esse caso, é bem diferente do primeiro. Eles tiveram um filho antes do casamento, mas isso não impede que acabem juntos, se casando e constituindo uma família nos moldes "convencionados pela sociedade". Acredito que se houver amor verdadeiro entre esse casal, eles formarão uma família mesmo morando em casas separadas.*
Exemplo: Meu pai mora em outra cidade, por causa do trabalho, mas formamos uma "família que mora em duas casas".
 3a) Uma moça, solteira, resolve ter um filho, mas não quer ter um pai para ele. Através da inseminação artificial ela engravida e tem seu filho. Houve e há a construção de uma família?
*Não concordo com uma decisão dessas, pois reconheço a importância da figura paterna na criação de um indivíduo. Mas haverá a construção de uma família sim, se houver amor.*
*Ultimamente, conhecemos vários casos de mulheres que foram abandonadas pelos maridos ou até que ficaram viúvas e formam uma família formada por mãe e filhos.*
*Outros casos semelhantes, apesar de mais raros, são formados por pais e filhos.*
 4a) supondo que em todos os casos, os pais e mães cresceram se conscientizaram e passaram a dar uma orientação mais real e uma educação espiritual aos respectivos filhos.  Houve a construção de uma família?
*Concluirei dizendo o seguinte: quando houver amor verdadeiro haverá sempre uma família. Mesmo não havendo pai e/ou mãe ou não havendo filhos. Haverá uma família se pessoas que se amam se juntarem em torno desse amor.*
 (Soama – RJ)
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1a) Supondo-se dois seres que atraídos fisicamente ou monetariamente, resolvem se unir e dessa união advém filhos(um que seja) e posteriormente , como não há bases estruturais verdadeiras, o casal se separa. Poderíamos dizer que houve e há uma família?
*Neste caso houve uma família, embora o casal não tem laços de afinidade algum, senão a atração física e segurança material, agora têm um compromisso com o filho o que transformará profundamente a dinâmica de suas vidas*
2a) Outra situação: um casal de namorados, não bem orientados para as responsabilidades espirituais, se vê às voltas com uma gravidez não planejada, não se casam, mas têm o filho. Houve ou não a construção de uma família?
*O mesmo raciocínio da questão anterior serve para esta. Agora os pais têm um compromisso para com filho e têm a obrigação de dar-lhe um família pra que este possa receber educação e amor do pai embora estes não sejam casados.*
3a) Uma moça, solteira, resolve ter um filho, mas não quer ter um pai para ele. Através da inseminação artificial ela engravida e tem seu filho. Houve e há a construção de uma família?
*Ainda me pergunto quais as razões que levariam uma mulher a negar o direito de um pai ao filho. Quem da sala puder imaginar ajude-me a esclarecer este ponto. Um filho não pode ser apenas para satisfazer nosso orgulho, para nossa realização pessoal, um filho é um compromisso assumido mesmo que não planejado temos este compromisso. A figura paterna é importante para o crescimento do filho. Sabemos que inseminação artificial é um excelente recurso para pais que não podem ter bebes por vias naturais mas usá-la para outros fins creio que haja uma incoerência.  Retornando a pergunta gostaria de dizer que esta criança não está desamparada e também tem seu direito a família mesmo que com a ausência da figura paterna.*

4a) Supondo que em todos os casos, os pais e mães cresceram se conscientizaram e passaram a dar uma orientação mais real e uma educação espiritual aos respectivos filhos. Houve a construção de uma família?
*E isto é possível porque um filho transforma a dinâmica do casal. A família já está construída houve um crescimento moral entre os pais que perceberam a necessidade de mudança em face a chegada de um filho.*
(José Neto)
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Lendo e estudando com vocês os questionamentos que surgiram sobre o tema família, gostaria de mais esclarecimentos sobre uma outra situação:

*Uma adolescente engravida de seu namorado também adolescente, e em razão disso resolvem se casar. Após algum tempo, devido à fatores de imaturidade e falta de um verdadeiro amor resolvem se separar. Se posteriormente resolverem constituir uma outra família, qual é a orientação que devem Ter para com o fruto do primeiro casamento? Como ficará para essa criança o verdadeiro conceito de família, convivendo com o fato de seus pais não viverem juntos e possuírem outros companheiros (as) e outros filhos?*
(Tatiana)
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Lendo as colocações da Soama e do José Neto e a pergunta da Tatiana:
 a) será que poderíamos então entender que podemos ter uma família casa e uma família lar? Explicando que a família casa seria aquela ligada pelos laços consanguíneos, abrigados dentro de uma estrutura física, onde estamos para dormir, para comer, para nossos afazeres gerais. E a família lar seria aquela ligada afetivamente entre si, onde reina a compreensão, o respeito, a procura do melhoramento interior, do amor.
 b) Assim, a família casa pode vir a ser constituída diferentemente da estrutura ideal: casal se une pelo sentimento e dessa união abriga espíritos reencarnantes, ou seja, poderá vir a ser constituída por todos os exemplos dados no e-mail anterior? Mas a família Lar é aquela que conversávamos anteriormente e que Druida bem salientou o seu sentido, não podendo ser construída de outra forma senão a da consciência e do sentimento?
 c) E, como bem pergunta a Tatiana, como será a questão família , após a separação ou divórcio entre o casal e "Se posteriormente resolverem constituir uma outra família, qual é a orientação que devem ter para com o fruto do primeiro casamento? Como ficará para essa criança o verdadeiro conceito de família, convivendo com o fato de seus pais não viverem juntos e possuírem outros companheiros (as) e outros filhos?" Modifica-se o sentido de família?
 Vamos conversar mais um cadinho sobre?:)
(Lu)
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Oi gente, deixa eu falar só um cadinho?  É bem pouquinho mesmo.
Para mim, a finalidade mor da família é aprendermos a amar e perdoar.  Não existe, no meu entender, melhor lugar para se praticar essas duas "matérias" que vivem reprovando a gente por aí.  Se pararmos pra pensar um pouquinho, às vezes nascemos como filhos de arqui-inimigos porque, mesmo que hajam diferenças, e elas existirão é claro, por sermos filhos somos mais facilmente compreendidos e perdoados. 
Não generalizo, sei que muitos não conseguem essa bênção e se mantêm irredutíveis no ódio mas, creio eu que na grande maioria, espíritos rebeldes, espíritos que se "estranham" com frequência, encontram no seio da família uma excelente oportunidade para crescimento.
O jeito amoroso que o Pai encontrou de fazer-nos aprender sua lei maior, é o que penso.
(Eliene)
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Oi gente, olha eu de novo aqui pitacando...
Na minha opinião só temos a família propriamente dita quando existe a união dos espíritos, ou seja, se pais se separam, não vem muito ao caso desde que preservem o sentimento de responsabilidade pela educação e ascensão daqueles espíritos que vieram como filhos, tios, irmãos.  Se um casal não consegue viver junto por motivos vários, devem, acima de tudo respeitar-se e terem em mente que os espíritos encarnados que constituem aquela família não estão ali por acaso e que existem obrigações.  Constituindo nova família, novos compromissos serão assumidos com a espiritualidade, ou melhor, velhos compromissos poderão ser saldados com a espiritualidade mas, serão propostas a mais e não novas, devendo a família antiga, só porque houve a separação do casal, serem esquecidos.
Seria mais ou menos como acontece com a gente quando casamos.  Saímos da casa de nossos pais para constituir uma nova família mas nossos pais, tios, irmãos, primos etc. etc. etc. não deixam de ser também nossa família.  Apenas estamos tendo a oportunidade de agregar-lhes outros espíritos, fazendo-a crescer para maior serem nossos recursos e possibilidades para a elevação.
Assim vejo a família.  Constituída foi, feita está e não se dissolve, mesmo se houver divórcios.  E isso é que temos todos de ter em mente: compromisso assumido com a espiritualidade e quebrado pode representar "carma dobrado".
(Eliene)
 *Tema 01: Família – conclusão*
O Tema família sempre nos faz refletir, não é? Embora muitos, quando olham para seu título, digam que se vive falando em família e gostariam de ver outros temas menos corriqueiros, menos dia-a-dia, serem conversados, refletidos, pensados esquecendo-se de que a família é a base sustentadora da sociedade.
 No entanto, sempre que abordamos temas relacionados à família, ficamos, como disse a Luiza, com questionamentos íntimos, os quais são positivos na medida em que nos traz um momento para a reflexão e toda reflexão irá resultar em um aprendizado.
 Falamos, durante a semana, muitos aspectos, muitas questões e também sobre alguns questionamentos : uns escritos e outros que nos ficam à mente em indagações íntimas, pessoais.
 Assim, para fechar, concluir o estudo, optei por o fazer através das palavras da Joanna de Ângelis (in: Estudos Espíritas):
 "A família é mais do que o resultante genético... São os ideais, os sonhos, os anelos, as lutas e árduas tarefas, os sofrimentos e as aspirações, as tradições morais elevadas que se cimentam nos liames da concessão divina, no mesmo grupo doméstico onde medram as nobres expressões da elevação espiritual na Terra.
 (...)
 Sustentá-la nos ensinamentos do Cristo e nas ações da reta conduta, apesar da loucura generalizada que irrompe em toda parte, é o mínimo dever de que ninguém se pode eximir."
 *TEMA 01: Família – bibliografia de apoio*
01) O Evangelho Segundo o Espiritismo Allan Kardec Trad. Guillon Ribeiro 106a edição – RJ – FEB – 1992 páginas 329/331
02) O Livro dos Espíritos Trad. Guillon Ribeiro 58a edição – RJ – FEB – 1983 - Casamento e Celibato Questões: 695/696 – 698/699 Página 335
03) O Livro dos Espíritos Trad. Guillon Ribeiro 58a edição – RJ – FEB – 1983 – Poligamia Questão 700  Página 336
04) O Livro dos Espíritos Trad. Guillon Ribeiro 58a edição – RJ – FEB – 1983 / Laços de Família Questões 773/775 Página 361
05) O Problema do Ser, do Destino e da Dor Léon Denis 10a edição – RJ – FEB – 1977 O Problema do Destino Páginas 175/182
06) Depois da Vida Divaldo P. Franco por diversos Espíritos 1a edição – Salvador – Alvorada Editora – 1984 Tormentos Ocultos Páginas 141/146
07) Depois da Vida Divaldo P. Franco por diversos Espíritos 1a edição – Salvador – Alvorada Editora – 1984 Provações Abençoadas Páginas 163/166
08) Estudos Espíritas Divaldo Pereira Franco por Joanna de Ângelis 1ª edição – RJ – FEB – 1982 Família Página 175/180
09) O Pensamento de Emmanuel Martins Peralva 4a edição – RJ – FEB – 1991 Casamento e Sexo Páginas 171/175
10) Estudando a Mediunidade 15a edição – RJ – FEB – 1991 Espiritismo e Lar Páginas 101/105
11) E a Vida Continua... Francisco Cândido Xavier por André Luiz 5a edição – RJ – FEB – 1975 Evelina em ação Páginas 208/219
12) E a Vida Continua... Francisco Cândido Xavier por André Luiz 5a edição – RJ – FEB – 1975 Nova Diretriz Páginas 220/228
13) E a Vida Continua... Francisco Cândido Xavier por André Luiz 5a edição – RJ – FEB – 1975 E a vida continua Páginas 229/244
14) Há 2000 anos... Francisco Cândido Xavier por Emmanuel 16a edição – RJ – FEB – 1981 Um Escravo Páginas 32/49
15) Luz no Lar Francisco Cândido Xavier por diversos Espíritos 3a edição – RJ – FEB – 1978 Preparação familiar Páginas 132/135
16) Nos Domínios da Mediunidade Francisco Cândido Xavier por André Luiz 8a edição – RJ – FEB – 1976 Últimas Páginas / Páginas 283/285
17) Nosso Lar Francisco Cândido Xavier por André Luiz 41a edição – RJ – FEB – 1993 Noções de lar Páginas 110/114
18) Nosso Lar Francisco Cândido Xavier por André Luiz 41a edição – RJ – FEB – 1993 Continuando a Palestra Páginas 115/119
19) O Consolador Francisco Cândido Xavier por Emmanuel 11a edição – RJ – FEB – 1985 Afeição questões 175 e 179 Páginas 107 – 109
20) Obreiros da Vida Eterna Francisco Cândido Xavier por André Luiz 9a edição – RJ – FEB – 1975 Louvor e gratidão Páginas 137/156
21) Pensamento e Vida Francisco Cândido Xavier por Emmanuel 1a edição – RJ – FEB – 1958 Família Páginas 45/48
22) Vida e Sexo Francisco Cândido Xavier por Emmanuel 9a edição – RJ – FEB – 1986 Família Páginas 13/15
23) Educadores do Coração  Walter Barcelos 1a edição – MG – UEM – 1999

24) Nossos Filhos são Espíritos Hermínio C. Miranda 7a edição – RJ – Lachâtre - 1998 
#Doutrina Espírita
#Espiritismo Estudo
#Familia

quinta-feira, 14 de julho de 2016

educar_001a_Tema Família

*educar_001a_Tema   Família*

CVDEE - CENTRO VIRTUAL DE DIVULGAÇÃO E ESTUDO DO ESPIRITISMO
Estudos destinados à família e à educação no lar
TEMA 01: FAMÍLIA

Oi, Pessoal, espero que tudo em paz e luz com e pra vcs:))

 Optamos para dar início aos nossos estudos, o tema Família.

 Abrangente não é? Muitos poderão falar:_ Ah! Mas isto todos nós sabemos o que é, qual a missão, etc e tal...

 Será que realmente sabemos sua organização, sua finalidade, seu objetivo, sua missão?  Ou simplesmente nos deixamos levar pelas conceituações existentes, formalizadas e cristalizadas? Sem pararmos para realmente refletirmos na importância da família dentro de um contexto maior?

 Joanna de Ângelis traz como um dos conceitos de família o ser "Grupamento de raça, da caracteres e gêneros semelhantes, resultado de agregações afins, a família, genericamente, representa o clã social ou de sintonia por identidade que reúne espécimes dentro da mesma classificação. Juridicamente, porém, a família se deriva da união de dois seres que se elegem para uma vida em comum, através de um contrato, dando origem à genitura da mesma espécie. Pequena república fundamental para o equilíbrio da grande república humana representada pela nação.".

Ainda Joanna diz ser a família "grupo de espíritos normalmente necessitados, desajustados, em compromisso inadiável para a reparação, graças à contingência reencarnatória. Assim, famílias espirituais frequentemente se reúnem na Terra em domicílios físicos diferentes, para as realizações nobilitantes com que sempre se viram a braços os construtores do Mundo. Retornam no mesmo grupo consanguíneo o espíritos afins, a cuja oportunidade às vezes preferem renunciar, de modo a concederem aos desafetos e rebeldes do passado o ensejo da necessária evolução, da qual fruirão após as renúncias às demoradas uniões no Mundo Espiritual..."

O Livro dos Espíritos, na questão 695, nos diz: "Será contrário à Lei da Natureza o casamento, isto é, a união permanente de dois seres? Resp.: É um progresso na marcha da Humanidade"

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo , no item 8 do capítulo XIV, temos a seguinte assertiva: "Não são os da consaguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes, podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue(...)".

No mundo atual verificamos que muitas modificações quanto a conceitos éticos, valores de caráter, chamamentos vulgarizados, vêm afetando a estrutura familiar, vem tornando frágeis as estruturas familiares e se a família encontra-se cambaleante a consequência é termos uma sociedade tão ou mais cambaleante...

Assim, vamos iniciar nosso diálogo virtual vendo e/ou revendo algumas questões?:))

01) Qual é realmente o sentido de família?

02) Qual a missão da família?

03) Pode-se construir uma família sobre terreno apenas das atrações físicas, da segurança material?

04) Como buscar uma preparação mais consistente para a formação da família?

TEMA 01: FAMÍLIA – conversa mantida(1)

O tema de estudo desta semana é sobretudo tocante porque nenhuma instituição vem sendo tão atacada pelos tempos contemporâneos quanto a família. Resgatar o seu valor e devolver-lhe a sua importância no contexto social, moral e religioso e dever de todos nós que já temos a consciência despertada pelo espiritismo

1) Qual é realmente o sentido de família?

Penso que família que a congregação de almas que podem cumprir compromissos ou resgates juntos. É a célula mãe da sociedade onde aprendemos a amar e podemos sentir de mais perto o amor e proteção das pessoas. Também é campo de provas onde são colocados frente-a-frente antigos desafetos para que pelo mecanismo da reencarnação esqueçam os ódios e desavenças do passado aprendendo a se amarem mutuamente.

2) Qual a missão da família?

Promover estes encontros para cumprimento de resgates ou compromissos. Preparar o ser para a nova jornada reencarnatória  através do ensinamento que é dado pelo exemplo, fazendo com que o ser amplie sua família espiritual através das afinidades que brotarão no seio familiar ou nas relações sociais.

3) Pode se construir uma família  sobre terreno apenas das atrações física, da segurança material?

Sem dúvida muitas uniões se dão desta maneira. Porém a aparência física  se transforma com o tempo e a segurança material pode não dura por todo o tempo. Neste caso a família não se dissolverá porque nunca houve família

4) Como buscar uma preparação  mais consistente para a formação da família?

Neste campo o espiritismo oferece valoroso auxílio: Instruí-vos e Moralizai-vos. Hoje temos uma vasta literatura a este respeito com os avanços de estudos  da psicologia e pedagogia. Porém e necessário sermos exemplos porque se a palavra encanta o exemplo arrasta.
(José Neto)

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2-    Evoluímos todos juntos ,um ajudando ao outro, respeitando e nos perdoando uns aos outros ,para podermos nos reajustar .

"Para esse desiderato ,são fixados compromissos de união antes do berço ,estabelecendo-se diretrizes para a família ,cujos membros se voltam a se reunir com finalidades especificas de recuperação espiritual e de crescimento intelecto-moral, no rumo da perfeição relativa que todos alcançarão""(do Excelente livro SOS família  pelo espirito de Joanna de Angelis de Divaldo Pereira Franco )

3-  A base de um família e o amor ,e o respeito sentimentos que cultivados não acabam jamais .""O amor e de origem divina .Quanto mais se doa ,mais se multiplica sem jamais exaurir-se."Joanna de Angelis

4- Acredito que uma família baseada no evangelho tudo se torna mais fácil. Uma família evangelizada a convivência será sempre mais fácil. Uma família moralizada só pode ser o caminho para dar certo e principalmente uma família de todos espiritas seria um oásis de bênçãos .( gente quando digo evangelizada e espirita ''e aquele que a sementinha do evangelho já aflorou dentro do coração que já esta se esforçando para colocar em sua vivência diária tudo que Jesus nos ensinou ,fácil de estudar de ler ate de convencer os outros ,mas que quando chega a hora de vivenciar ,principalmente o perdão ,gente não e mole não ...
( Luiza)

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Participando....

01) Qual é realmente o sentido de família?

    A Família é aquele agrupamento de espíritos que por necessidades diversas estão juntos na vida material; seja para acertarem erros do passado, seja para se ajudarem na caminhada da evolução. Então, encontraremos em cada família seres afins e outros não, mas todos estarão juntos para se ajudarem nas tarefas, muitas vezes dolorosas, da evolução espiritual.

02) Qual a missão da família?

    Ser aquele "porto seguro", aquele ambiente onde às vezes parece dar tudo errado, mas para onde voltamos quando precisamos de ajuda e amor.

03) Pode-se construir uma família sobre terreno apenas das atrações físicas, da segurança material?

    Pode se construir um "grupo", mas não acredito que uma família, um lar possa ser construído em bases puramente físicas/materiais.

04) Como buscar uma preparação mais consistente para a formação da família?
    Reforma íntima de cada indivíduo, aprender a respeitar os limites de cada um, compreensão; principalmente AMOR.

(Soama)

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Eu fiquei em dúvida sobre algumas colocações e outras queria até conversar um cadinho mais sobre algumas colocações, vamos conversar todos nós juntos?:))

a)" Resgatar o seu valor e devolver-lhe a sua importância no contexto social, moral e religioso e dever de todos nós que já temos a consciência despertada pelo espiritismo". Como podemos resgatar o valor da família?

b) José Neto, entendo o conceito de família é único, independentemente dela ser formada de forma real, como deveria ser e conter o sentido mais profundo de família; ou dela ser formada através de uma forma mais superficial como apenas a atração física ou o interesse de segurança monetária.
 As consequências de uma formação e de outra é que seriam diferentes... daí eu não ter entendido direito o que vc quis dizer com esta sua colocação:
 "Sem dúvida muitas uniões se dão desta maneira. Porém a aparência física  se transforma com o tempo e a segurança material pode não dura por todo o tempo. Neste caso a família não se dissolverá porque nunca houve família".

c) Vamos aprofundar mais um cadinho a colocação : "Pode se construir um "grupo", mas não acredito que uma família, um lar possa ser construído em bases puramente físicas/materiais." referente à construção da família?
(Lu)

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Participando:

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a)" Resgatar o seu valor e devolver-lhe a sua importância no contexto social, moral e religioso e dever de todos nós que já temos a consciência despertada pelo espiritismo". Como podemos resgatar o valor da família?

Druida: Aprofundando a questão, acho que devemos tomar alguns cuidados para não supervalorizarmos as famílias do passado, em detrimento das famílias do presente. Se estivermos atentos, perceberemos que, com as naturais exceções, as famílias do passado estavam baseadas em um patriarcalismo enorme, com submissão da mulher e dos filhos às vontades do "chefe de família". O diálogo era tão ruim (e às vezes pior) do que é hoje, o sentimento de religiosidade era imposto, as convenções sociais predominavam, o "machismo" (um eufemismo para o adultério, quero dizer) era muito mais consentido socialmente, a disciplina no lar (outro eufemismo para violência no lar) era exagerada, a repressão sexual era enorme, etc.  Claro que a minha ou a sua família pode ter sido totalmente diferente, mas estamos falando de um aspecto histórico generalizado.

Assim, penso que devemos meditar com cuidado a respeito de "resgatar o valor da família". Só podemos resgatar o que já aconteceu um dia, e não me parece que as famílias dos passado possam servir de exemplo para a família que desejamos no presente e futuro.

Precisamos sim "construir os valores da família", pois estes valores são reflexos dos valores dos próprios indivíduos, são os nossos valores.. As dificuldades atuais da família são decorrente das dificuldades íntimas de cada espírito membro da família. Por isso a insistência dos amigos espirituais em nossa modificação para melhor, em nossa moralização, em nosso crescimento espiritual. Somos nós que vamos construir uma família melhor, mas para isso precisamos ser melhores.

O trabalho a ser realizado na família é o trabalho a ser realizado em nós mesmos: reconhecer e respeitar os direitos de todos, sabendo que os filhos são espíritos como nós; valorizar a convivência familiar, aproveitando todas as oportunidades para abraçar o familiar e valorizá-lo, mostrando o quanto o amamos e o quanto ele é importante para nós; usar de autoridade para com os filhos, mas permiti-los ter sua própria experiência, com acertos e erros, valorizando sua individualidade; promover uma censura benéfica do que entra dentro de casa, pelas revistas ou livros, porém, substituindo por algo melhor e não apenas censurando; demonstrar os valores reais pelo exemplo e não somente com palavras; realizar o estudo do evangelho no lar, mostrando que a casa é também lugar de oração; enfim, temos muita coisa que podemos fazer para "construir os valores" reais da família.

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c) Vamos aprofundar mais um cadinho a colocação : "Pode se construir um
"grupo", mas não acredito que uma família, um lar possa ser construído em
bases puramente físicas/materiais." referente à construção da família?

Druida: Depende do que chamamos de família. Um amigo que veio de outra cidade estudar aqui, morando sozinho, disse-nos uma vez: "os amigos do centro são a minha família". Eu perguntei: "ah, são como se fossem a sua família?", ele sério respondeu: "Não, eles são _a_ minha família".

Então, o conceito é bem mais amplo, variando conforme o contexto que abordamos (jurídico, social, religioso, etc.)

O que entendi da colocação acima é que o conceito subjetivo de lar/família independe das relações sociais estabelecidas normalmente pelo casamento.

Acho difícil estabelecer uma família com base apenas na atração física/sexual (que é, entrelinhas, o que significa "base física/material").

Não apenas a família, mas qualquer relacionamento afetivo, a menos que ambos os parceiros estejam na mesma faixa de materialismo. Mesmo assim é uma situação que não se sustenta por muito tempo, pois nossas necessidades afetivas/espirituais superam em muito nossas necessidades físicas.

Por outro lado, lembremos os ensinamentos dos espíritos de que o lar não é formado apenas por espíritos "simpáticos", mas também pelos nossos desafetos que retornam para o reajuste necessário, tornando a família uma fornalha, onde o metal endurecido de nossos corações deve ser derretido. São "atrações" também, mas do tipo espiritual, relacionadas aos laços que criamos em nosso passado.

(Druida)


*EVANGELHO ESSENCIAL 16/2* #NÃO SE PODE SERVIR A DEUS E A MAMON - INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

*EVANGELHO ESSENCIAL 16/2*

Eulaide Lins

Luiz Scalzitti

*16 - NÃO SE PODE SERVIR A DEUS E A MAMON*

*INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS*

*A verdadeira propriedade*
*Espírito Pascal –Genebra,1860.*

O homem só possui como plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo.
* * *

Do que encontra ao chegar e deixa ao partir ele usufrui enquanto aqui permanece.
* * *

Forçado que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode retirar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste.
* * *

Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar neste mundo, visto como, do que tiver adquirido no bem, resultará a sua posição futura.

Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Proceda do mesmo modo com relação à vida futura; proveja-se de tudo o que de lá te possa servir.
* * *

Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de poucos recursos, consegue um menos agradável.

Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa cama rústica e pobre. O mesmo acontece ao homem, com sua chegada no mundo dos Espíritos: depende de suas posses o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o pagará.
* * *

Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe.
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*M. , Espírito Protetor –Bruxelas,1861*

Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado, não sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens.
* * *

Tanto eles não constituem propriedade individual do homem, que Deus frequentemente anula todas as previsões e a riqueza foge àquele que se julga com os melhores títulos para possuí-la.
* * *

Se há riquezas legitimas, estas são as dos bens adquiridos pelo trabalho , quando honestamente conseguidas, porque uma propriedade só é legitimamente adquirida quando, da sua aquisição, não resulta dano para ninguém.
* * *

Poderá o homem usar e abusar de sua fortuna durante a vida, sem ter de prestar contas? Não. Permitindo-lhe que a adquirisse, é possível haja Deus tido em vista recompensar-lhe, no curso da existência atual, os esforços, a coragem, a perseverança. Se, porém, ele somente os utilizou na satisfação dos seus sentidos ou do seu orgulho; se tais bens se tornaram causa de queda, melhor fora não os ter possuído, visto que perde de um lado o que ganhou do outro, anulando o mérito de seu trabalho. Quando deixar a Terra, Deus lhe dirá que já recebeu a sua recompensa.
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*Emprego da riqueza*
*Espírito Cheverus –Bórdeus, 1861*

Não podes servir a Deus e a Mamon. Guarde bem isso na lembrança, você, a quem o amor do ouro domina; você, que venderia a alma para enriquecer, porque eles permitem que se elevem acima dos outros homens e proporcionam os gozos das paixões que lhes escravizam.
* * *

Qual o melhor emprego que se pode dar à riqueza? Procure nestas palavras: "Amem-se uns aos outros" a solução do problema. Elas guardam o segredo do bom emprego das riquezas. Aquele que se encontra animado do amor do próximo tem aí toda escrita a sua linha de procedimento.
* * *

Na caridade está, para as riquezas, o emprego que mais agrada a Deus.
* * *

Não nos referimos á caridade fria e egoísta, que consiste na criatura espalhar ao seu redor o supérfluo de uma existência dourada. Referimo-nos à caridade plena de amor, que procura a infelicidade e a ergue, sem a humilhar.
* * *

Rico! ... dá do que te sobra; faça mais: dá um pouco do que te é necessário, porque o de que necessitas ainda é supérfluo. Mas, dá com sabedoria. Não repeles o que se queixa, com receio de que te engane; vai às origens do mal. Ajuda, primeiro; em seguida, informa-te, e vê se o trabalho, os conselhos, mesmo a afeição, não serão mais eficazes do que a tua esmola.
* * *

Espalha ao redor de ti, com abundância, o amor a Deus, o amor ao trabalho, o amor ao próximo.
* * *

Coloque tua riqueza sobre uma base que nunca te faltará e que trará grandes lucros: a das boas obras.
* * *

A riqueza da inteligência deves utilizá-la como a do ouro. Espalha em torno de ti os tesouros da instrução; espalha sobre teus irmãos os tesouros do teu amor e eles frutificarão.
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*Um Espírito Protetor-Cracóvia,1861*

Quando considero a brevidade da vida, dolorosamente me impressiona a incessante preocupação de que é para vocês objeto o bem-estar material, ao passo que tão pouca importância dão ao aperfeiçoamento moral, a que pouco ou nenhum tempo consagram e que, no entanto, é o que importa para a eternidade.
* * *

Dirias, diante da atividade que desenvolves, tratar-se de uma questão do mais alto interesse para a humanidade, quando se trata, na maioria dos casos, senão de te pores em condições de satisfazer a necessidades exageradas, à vaidade, ou de te entregares a excessos.
* * *

Quantos sofrimentos, aborrecimentos e angústias cada um se impõe; quantas noites de insônia para aumentar a fortuna muitas vezes mais que suficientes!
* * *

Por cúmulo de cegueira, frequentemente se encontram pessoas, escravizadas a penosos trabalhos pelo amor imoderado da riqueza e dos prazeres que ela proporciona, a se vangloriarem de viver uma existência dita de sacrifício e de mérito - como se trabalhassem para os outros e não para si mesmas! Insensatos! Creem realmente, que lhe serão levados em conta os cuidados e os esforços que despendem movidos pelo egoísmo, pela cobiça ou pelo orgulho, enquanto esquecem do seu futuro, bem como dos deveres que a solidariedade fraterna impõe a todos os que gozam das vantagens da vida social?
* * *

*Fénelon, Argel,1860*

Sendo o homem o depositário, o administrador dos bens que Deus pôs nas suas mãos, contas severas serão pedidas do emprego que ele deu, em virtude do seu livre-arbítrio.
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O mau uso consiste em aplicar os bens exclusivamente na sua satisfação pessoal; bom é o uso todas as vezes que deles resulta um bem qualquer para outro. O merecimento de cada um está na proporção do sacrifício que se impõe a si mesmo.
* * *

A beneficência é apenas um modo de empregar-se a riqueza; ela dá alívio à miséria presente; diminui a fome, preserva do frio e proporciona abrigo ao que não o tem. Dever igualmente imperioso e meritório é o de prevenir a miséria. Esta é a missão das grandes fortunas, missão a ser cumprida mediante os trabalhos de todo gênero que com elas se podem executar.
* * *

A riqueza concentrada em uma mão deve ser qual fonte de água viva que espalha a fecundidade e o bem-estar ao seu redor.
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Se Jesus falava principalmente das esmolas, é que naquele tempo e no país em que ele vivia não se conheciam os trabalhos que as artes e a indústria criaram depois e nas quais as riquezas podem ser aplicadas utilmente para o bem geral. A todos os que podem dar, pouco ou muito, digam: dê esmola quando for preciso; mas, tanto quanto possível, converta-a em salário, a fim de que aquele que a receba não se envergonhe dela.

*Desprendimento dos bens terrenos*
*Espírito Lacordaire, Constantina, 1863.*

O apego aos bens terrenos constitui um dos mais fortes obstáculos ao adiantamento moral e espiritual. Pelo apego à posse de tais bens, destroem -se as faculdades de amar, aplicando-as todas às coisas materiais.
* * *

Quer a fortuna tenha vindo da tua família, quer a tenhas ganho com o teu trabalho, há uma coisa que não deves esquecer nunca: é que tudo origina-se de Deus, tudo retorna à Deus. Nada te pertence na Terra, nem sequer o teu corpo: a morte te despoja dele, como de todos os bens materiais. És depositário e não proprietário, não te iluda. Deus te emprestou, terás de os restituir; e ele empresta sob a condição de que o supérfluo, pelo menos, caiba aos que precisam do necessário.
* * *

Um dos teus amigos te empresta certa quantia. Por pouco honesto que sejas, fazes questão de a restituir e ficas agradecido. Pois bem: essa a posição de todo homem rico. Deus é o amigo celestial, que emprestou a riqueza, não querendo para si mais do que o amor e o reconhecimento do rico. Exige deste que, por sua vez, dê aos pobres, que são, tanto quanto ele, seus filhos.
* * *

Um pai de família, por exemplo, deixando de praticar a caridade, economizará, amontoará ouro, para, segundo ele, deixar aos filhos a maior soma possível de bens e evitar que caiam na miséria. É muito justo e paternal e ninguém pode censurar. Mas será sempre esse o único objetivo a que ele obedece? Não será muitas vezes um compromisso com a sua consciência, para justificar, aos seus próprios olhos e aos olhos do mundo, seu apego pessoal aos bens terrenos?

Admitamos seja o amor paternal o único objetivo que o guie. Será isso motivo para que esqueça seus irmãos perante Deus? Quando já ele tem o supérfluo, deixará na miséria os filhos, por lhes ficar um pouco menos desse supérfluo? Não será, antes, dar-lhes uma lição de egoísmo e endurecer-lhes os corações? Não será enfraquecer neles o amor ao próximo? Pais e mães, cometem grande erro, se creem que desse modo conseguirão maior afeição dos seus filhos. Ensinando-lhes a ser egoístas para com os outros, ensina-lhes a sê-lo para com vocês mesmos.
* * *

A um homem que muito trabalhou, e que com o suor de seu rosto acumulou bens, é comum ouvires dizer que, quando o dinheiro é ganho, melhor conhece o seu valor. Nada mais verdadeiro. Pratique a caridade, dentro das suas possibilidades, esse homem que declara conhecer todo o valor do dinheiro, e maior será o seu merecimento, do que o daquele que, nascido na abundância, ignora as rudes fadigas do trabalho. Mas, também, se esse homem, que se recorda dos seus sofrimentos, dos seus esforços, for egoísta, impiedoso para com os pobres, bem mais culpado se tornará do que o outro, pois, quanto melhor cada um conhece por si mesmo as dores ocultas da miséria, tanto mais propenso deve sentir-se em aliviá-las nos outros.
* * *

Sempre há no homem que possui fortuna um sentimento tão forte quanto o apego aos mesmos bens: é o orgulho. Não raro, vê-se o novo rico tornar confuso, com a narrativa de seus trabalhos e de suas habilidades, o sofredor que lhe pede assistência, em vez de ajudá-lo, acaba dizendo: "Faça o que eu fiz." Segundo o seu modo de ver, a bondade de Deus não entra por coisa alguma na obtenção da riqueza que conseguiu acumular; pertence-lhe a ele, exclusivamente, o mérito de a possuir. O orgulho lhe põe sobre os olhos uma venda e lhe tapa os ouvidos. Apesar de toda a sua inteligência e sua aptidão, não compreende que, com uma só palavra, Deus o pode lançar por terra.
* * *

Esbanjar a riqueza não é demonstrar desapego dos bens terrenos: é descuido e indiferença. Depositário desses bens, não tem o homem o direito de os destruir, como não tem o de apoderar-se em seu proveito.

Gastar excessivamente não é generosidade: é, frequentemente, uma modalidade do egoísmo. Um, que gasta exageradamente a fortuna que disponha, para satisfazer a uma fantasia, talvez não dê um centavo para prestar um auxílio. O desapego aos bens terrenos consiste em apreciá-los no seu justo valor, em saber servir-se deles em benefício dos outros e não apenas em benefício próprio, em não sacrificar por eles os interesses da vida futura, em perdê-los sem reclamar, caso agrade a Deus retirá-los. Se, por efeito de imprevistas desgraças, se tornar qual Job, diz como ele: "Senhor, tu me havias dado e me tiraste. Faça-se a tua vontade."Eis aí o verdadeiro desprendimento. Seja, antes de tudo, submisso; confia nAquele que, tendo-lhe dado e tirado, pode novamente restituir-lhe o que tirou. Resista esperançoso ao abatimento, ao desespero, que paralisam as forças. Quando Deus lhe desferir um golpe, não esqueça nunca que, ao lado da mais rude prova, coloca sempre uma consolação. Pondere que há bens infinitamente mais preciosos do que os da Terra e essa idéia ajudará a desprender-se destes últimos.
* * *

A ninguém ordena o Senhor que se desfaça do que possua, em condenação de tornar-se voluntariamente mendigo, porque aquele que o fizesse tornar-se-ia uma carga para a sociedade. Proceder assim fora compreender mal o desprendimento dos bens terrenos. Fora egoísmo de outro gênero, porque seria o indivíduo desobrigar-se da responsabilidade que a riqueza faz pesar sobre aquele que a possui.

Deus a concede a quem lhe parece bom a fim de que a administre em proveito de todos. O rico tem uma missão, que ele pode embelezar e tornar proveitosa a si mesmo.
* * *

Rejeitar a riqueza, quando Deus a concede, é renunciar aos benefícios do bem que se pode fazer, administrando-a com critério. Sabendo passar sem ela, quando não a tem, sabendo empregá-la utilmente quando a possui, sabendo sacrificá-la quando necessário, procede a criatura de acordo com a vontade do Senhor. Diga aquele a cujas mãos venha o que no mundo se chama uma boa fortuna: Meu Deus, tu me destinaste um novo encargo; dá-me a força de desempenhá-lo segundo a tua santa vontade.
* * *

Saiba contentar-te com pouco. Se és pobre, não inveje os ricos, porque a riqueza não é necessária à felicidade. Se és rico, não esqueça que os bens de que dispõe apenas te estão confiados e que tens de justificar o emprego que deres, como se prestasse contas de uma tutela. Não sejas depositário infiel, utilizando-os unicamente em satisfação do próprio orgulho e sensualidade. Não te julgues com o direito de dispor em teu exclusivo proveito daquilo que recebestes, não por doação, mas simplesmente como empréstimo. Se não sabes restituir, não tens o direito de pedir, e lembra-te de que aquele que dá aos pobres, salda a dívida que contraiu com Deus.
* * *

*Transmissão de riqueza*
*São Luís – Paris,1860*


O princípio, segundo o qual ele é apenas depositário da fortuna de que Deus lhe permite gozar durante a vida, tira ao homem o direito de transmiti-la aos seus descendentes? O homem pode perfeitamente transmitir, por sua morte, aquilo de que usufruiu durante a vida, porque o efeito desse direito está subordinado sempre à vontade de Deus, que pode, quando quiser, impedir que aqueles descendentes gozem do que lhes foi transmitido. Não é outra a razão por que desmoronam fortunas que parecem solidamente constituídas. É impotente a vontade do homem para conservar nas mãos da sua descendência a fortuna que possua. Isso não o priva do direito de transmitir o empréstimo que recebeu de Deus, uma vez que Deus pode retirá-lo, quando o considere oportuno.

A Fé Ativa construindo uma Nova Era 30 #Homens de Fé

*A Fé Ativa construindo uma Nova Era 30*

Módulo/Eixo Temático: A Fé Ativa

*Homens de Fé*

 *(Emmanuel, in “Pão Nosso” – cap. 9)*

*“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.” — Jesus (Mateus, 7:24)*
Os grandes pregadores do Evangelho sempre foram interpretados à conta de expressões máximas do Cristianismo, na galeria dos tipos veneráveis da fé; entretanto, isso somente aconteceu, quando os instrumentos da verdade, efetivamente, não olvidaram a vigilância indispensável ao justo testemunho.
É interessante verificar que o Mestre destaca, entre todos os discípulos, aquele que lhe ouve os ensinamentos e os pratica. Daí se conclui que os homens de fé não são aqueles apenas palavrosos e entusiastas, mas os que são portadores igualmente da atenção e da boa-vontade, perante as lições de Jesus, examinando-lhes o conteúdo espiritual para o trabalho de aplicação no esforço diário.
Reconforta-nos assinalar que todas as criaturas em serviço no campo evangélico seguirão para as maravilhas interiores da fé. Todavia, cabe-nos salientar, em todos os tempos, o subido valor dos homens moderados que, registrando os ensinos e avisos da Boa Nova, cuidam, desvelados, da solução de todos os problemas do dia ou da ocasião, sem permitir que suas edificações individuais se processem, longe das bases cristãs imprescindíveis.

Em todos os serviços, o concurso da palavra é sagrado e indispensável, mas aprendiz algum deverá esquecer o sublime valor do silêncio, a seu tempo, na obra superior do aperfeiçoamento de si mesmo, a fim de que a ponderação se faça ouvida, dentro da própria alma, norteando-lhe os destinos.

XXV O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – CAPÍTULO III: HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI - ITENS 16 A 18: MUNDOS REGENERADORES

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – XXV

CAPÍTULO III: HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

ITENS 16 A 18: MUNDOS REGENERADORES

Nova mensagem de Santo Agostinho, também psicografada em Paris, em 1862.

 "Cada turbilhão planetário, girando no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo mundos primitivos, de provas, de regeneração e de felicidade."

Tornar-se mundo regenerador é a próxima fase do nosso planeta, o alvo para o qual devemos nos esforçar para atingir, porque nesses mundos o espírito imortal está liberto de muitos sofrimentos necessários a espíritos rebeldes às leis divinas. Neles goza-se de uma felicidade considerada impossível por muitos de nós, mas mais próxima da felicidade real, que vem de dentro do ser, pela sua compreensão da sabedoria e do amor de Deus.

Alguns mundos transitórios podem ser chamados de regeneradores, porque servem de transição entre os de expiações e os felizes.

Pensamos que nesses mundos acontece a realização dos nossos sonhos atuais de paz e felicidade. Cada povo continua com sua cultura, seus usos e costumes sociais, religiosos, mas sem querer impô-los: a liberdade individual de escolha funciona no respeito à liberdade do outro. As pessoas se movimentam sem restrições, de um país a outro, porque onde estiverem continuarão no esforço de trabalhar no bem.

Nossos maiores e difíceis problemas atuais, como a má distribuição de rendas, as diferenças do viver de muitos na falta do necessário, sem condições intelectuais e financeiras de mudança, dos que lutam e se esforçam para manter sua família num bem-estar razoável e do consumismo e desperdício de outros, pela abundância de bens materiais, estão resolvidos ou em vias de o serem, pela boa vontade de todos que desejam para o próximo o que deseja para si.

Os governos são constituídos por pessoas escolhidas por todos, pela sua inteligência e moralidade vividas no dia a dia. Os deveres e direitos de cada um e de todos estão determinados por leis entendidas e aceitas por todos, porque seus habitantes já estão convencidos de que só o bem de todos e para todos traz a paz e a felicidade para cada um.

São mundos mais felizes em relação à Terra

O homem ainda está sujeito às leis que regem a matéria. A humanidade experimenta as vossas sensações e os vossos desejos mas, está isenta das paixões desordenadas que vos escravizam. Neles não há mais o orgulho que emudece o coração, a inveja que o tortura e o ódio que o asfixia. A palavra amor está escrita em todas as frontes; uma perfeita equidade regula as relações sociais; todos se manifestam a Deus e procuram elevar-se a Ele, seguindo as suas leis."

Diz Santo Agostinho que não existe aí a perfeita felicidade, mas a aurora da mesma. Compreendemos esta afirmativa, mas para nós que vivemos em um mundo onde o bem encontra imensas dificuldades para crescer, a resolução dos nossos problemas maiores será uma imensa felicidade e a amostra de que podemos um dia alcançar a felicidade plena dentro de nós.

Nosso Irmão Maior nos diz isso e afirma que esses mundos representam a calma após a tempestade, a convalescença após uma doença cruel.

Neles, embora vivendo ainda uma vida material, com problemas materiais, mas diferentes dos nossos, o homem sente-se feliz porque sabe que seus esforços têm um sentido nobre, compreende que existe um futuro de paz e felicidade para todos, e que ele está colaborando nessa conquista.

Compreendendo a continuidade da vida, sentindo o amor crescendo dentro de si, sua percepção espiritual se amplia e ele antevê o futuro, colocando-se acima dos horizontes materiais; sente-se participante e colaborador do Pai e confiante, esforça-se mais e mais no bem-estar de todos. Todavia, ainda aí, num mundo bem melhor do que o nosso, o homem não se libertou totalmente do mal e pode falhar, podendo até retornar a um mundo de expiações e de provas, não num retrocesso espiritual, visto que levará consigo o que conseguiu desenvolver, mas para melhorar-se, não prejudicando o progresso dos habitantes do mundo regenerador. É uma punição advinda da lei natural e eterna de causa e efeito e no “a cada um segundo as suas obras", do Mestre Jesus.

Em nossas preces, peçamos a Deus que o objetivo do aperfeiçoamento de nós próprios e da nossa Terra, esteja sempre em nossas mentes e nossos corações, a fim de perseverarmos nesta luta de desenvolver o amor dentro e ao redor de nós, possibilitando que possamos viver um dia em um mundo regenerador.

Bibliografia:

1- Allan Kardec, O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Livro Primeiro: Capítulo III: CRIAÇÃO, V: Pluralidade dos Mundos. Capítulo IV, PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS, III e IV: Encarnação nos Diferentes Mundos e Transmigração Progressiva. Capítulo VI, VIDA ESPÍRITA, I e II: Espíritos Errantes e Mundos Provisórios.

2 - Emmanuel, A CAMINHO DA LUZ, capítulo III: As Raças Adâmicas


Leda de Almeida Rezende Ebner
Junho / 2003


Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.brRibeirão Preto (SP)


O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORIAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.