quinta-feira, 21 de março de 2013

Como surgiu o Espiritismo?


“Traços do espiritismo são encontrados em diversos povos antigos, como os chineses, egípcios, hindus, romanos, cananeus, babilônios, etc. A consulta aos mortos era feita com o intuito de conhecer o que vinha após a morte. O Espiritismo foi se desenvolvendo gradativamente através dos séculos. Em 1848 o Espiritismo vai encontrar nas irmãs Fox a arrancada para sua expansão no mundo. Diziam elas ouvir pancadas nas paredes e vários ruídos na casa onde moravam. Afirmavam que se comunicavam com agentes invisíveis que respondiam às batidas nas paredes. A busca de contatos com espíritos de outro mundo se espalhou rapidamente pelos Estados Unidos. Mais tarde gerou-se uma grande controvérsia sobre a veracidade das irmãs Fox, ficando as suas experiências somente no plano da suposição, já que ora negavam, ora confirmavam. Em 1856, o Espiritismo alcança o auge, o seu maior divulgador foi um jovem francês chamado Hyppolyte Léon Denizar Rivail. Reconhecido como homem culto e capaz, Léon publicou diversos livros, expandindo o Espiritismo em todo o mundo” - trecho de artigo do site www.espirito.org.br.
Mas vejamos agora os acontecimentos um pouco mais detalhadamente: a doutrina espírita, tal como é, foi revelada aos homens pelos espíritos no século XIX. Uma sequência de fenômenos, que foram ganhando aos poucos complexidade, desencadearam todo o processo de revelação da mesma, como será exposto abaixo.
O primeiro fato observado foi o da movimentação de objetos diversos. Tal fenômeno, que primeiramente fora observado de forma repetida na América e acontecia rodeado de circunstâncias estranhas, tais como ruídos insólitos ou pancadas sem nenhuma causa ostensiva, fora vulgarmente designado pelo nome de "mesas girantes". Em seguida, o mesmo propagou-se pela Europa e outras partes do mundo, despertando a curiosidade de muitos. Se tal fenômeno houvesse se limitado ao movimento de objetos materiais, poderia ser explicado possivelmente por uma causa puramente física, já que estamos longe de conhecer todos os agentes ocultos da natureza. Assim, no entanto, não ocorreu: estava-lhes reservado nos colocar na pista de fatos de ordem singular. Em dado momento, não se sabe por iniciativa de quem, acreditou-se haver descoberto que a impulsão dada aos objetos não era apenas o resultado de uma força mecânica cega, mas sim havia nesse movimento a intervenção de uma causa inteligente.
As primeiras manifestações inteligentes se produziram por meio de mesas que se levantavam e, com um dos pés, davam certo número de pancadas, respondendo desse modo sim ou não, conforme fora convencionado previamente, a uma pergunta feita. Posteriormente obtiveram-se respostas mais complexas com o auxílio das letras do alfabeto, sendo então o número de batidas correspondente ao número de ordem de cada letra. Assim formavam-se palavras e frases que respondiam às perguntas realizadas.
Um dia, o ser misterioso que respondia aos questionamentos, sendo interrogado sobre a sua natureza, declarou que era um espírito. Ninguém imaginou os espíritos como meio de explicar o fenômeno, mas antes fora o próprio fenômeno que revelou isso. Muitas vezes, em se tratando de ciências exatas, formulam-se hipóteses para dar-se uma base ao raciocínio. Não é aqui o caso.
Contudo, tal método de comunicação era demorado e incômodo. O espírito então (e isso é digno de nota) sugeriu outro. Foi um desses seres invisíveis quem aconselhou a adaptação de um lápis a uma cesta ou a outro objeto. Colocada em cima de uma folha de papel, a cesta é então posta em movimento pela mesma potência oculta que movia as mesas. O lápis traça por si mesmo caracteres, formando frases e até mesmo dissertações de muitas páginas sobre as mais altas questões de filosofia, de moral, etc., e com tanta rapidez quanta se se escrevesse com a mão. Tal conselho foi dado simultaneamente na América, na França e em diversos outros países. Eis em que termos o deram em Paris, a 10 de junho de 1853, a um dos mais fervorosos adeptos da doutrina e que, desde 1849, se ocupava com a evocação dos espíritos: "vai buscar, no aposento ao lado, a cestinha; amarra-lhe um lápis; coloca-a sobre o papel; põe-lhe os teus dedos sobre a borda." Alguns instantes após, a cesta começa a mover-se e o lápis escreveu, muito legível, esta frase: "proíbo expressamente que transmitas a quem quer que seja o que acabo de dizer. Da primeira vez que escrever, escreverei melhor".
Há um axioma que diz que para todo efeito inteligente deve-se necessariamente haver uma causa inteligente. Não poderia então deixar de haver uma causa inteligente para os fenômenos de movimentação de objetos, sobretudo das cestas com um lápis acoplado, o que seria sobremaneira impossível de se forjar.
Mais tarde, reconheceu-se que a cesta não era realmente mais do que um apêndice da mão, e o médium, tomando diretamente do lápis, se pôs a escrever por um impulso involuntário e quase febril. Dessa forma as comunicações tornaram-se mais rápidas, mais fáceis e mais completas. Finalmente, a experiência deu a conhecer muitas outras variedades da faculdade mediadora, vindo-se a saber que as comunicações podiam igualmente ser transmitidas pela palavra, pela audição, pela visão, pelo tato, etc. É notável que as comunicações entre o mundo espiritual e o mundo material estão na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural. Tanto que de tais comunicações se acham vestígios entre todos os povos e em todas as épocas. Hoje, se generalizaram e tornaram-se patente a todos.
O Livro dos Espíritos (1857), que marca "oficialmente", por assim dizer, o início do Espiritismo, foi escrito por ordem e mediante ditado de espíritos superiores. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Apenas a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação, constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar: Allan Kardec, sendo que o mesmo analisava as comunicações, confrontava-as umas com as outras, vendo o que era universal e o que era apenas uma opinião isolada de um espírito. De suas próprias palavras vemos seu método, descrito na edição de junho de 1862 da Revista Espírita: “dissemo-lo cem vezes, para nós a opinião de um Espírito, seja qual for o nome que traga, tem apenas o valor de uma opinião individual. Nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma rigorosa lógica, para as coisas que não podemos controlar com os próprios olhos. De que nos serviria dar prematuramente uma doutrina como uma verdade absoluta se, mais tarde, devesse ser combatida pela generalidade dos Espíritos?” “O Espiritismo não é nem uma concepção pessoal, nem o resultado de um sistema preconcebido. É a resultante de milhares de observações feitas em todos os pontos do globo, e que convergiram para o centro que as coligiu e coordenou. Todos esses princípios constituintes, sem exceção, são deduzidos da experiência. A experiência sempre precedeu a teoria” – trecho do livro Obras Póstumas.
Seguindo essa metodologia, Kardec publicou ainda os livros: O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864); O Livro dos Médiuns (1861); O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868), que constituem as chamadas obras básicas do Espiritismo; somando-se a esses, o codificador da doutrina escreveu também O Que É o Espiritismo (1859), Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas (1864), O Espiritismo em Sua Expressão Mais Simples (1862) e Viagem Espírita em 1862 (1862), dentre outras publicações. Textos seus não publicados vieram a formar o livro Obras Póstumas (1890); ainda criou Kardec, em 1858, a Revista Espírita: publicação mensal, da qual esteve à frente por 11 anos, que ajudou em muito a divulgação da doutrina, tendo sido um meio também de se colocar em pauta novas idéias e pensamentos, muitos dos quais vieram a se tornar princípios definitivos do Espiritismo.

 – Conhecendo o Espiritismo sem preconceitos

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