Esse texto visa esclarecer certos pontos essenciais, que são
verdadeiros alicerces da doutrina espírita. Pontos cujo entendimento é
primordial a todo aquele que deseja conhecer o Espiritismo.
Vejamos quais são:
1) Deus existe, e Ele é a causa primária de todas as coisas;
2) a existência do espírito e sua sobrevivência após a morte;
3) a reencarnação;
4) a lei de causa e efeito;
5) a comunicação entre o mundo material e o mundo espiritual;
6) a evolução progressiva dos espíritos;
7) a prática da caridade.
1) Deus existe, e Ele é a causa primária de todas as coisas
Esse é o início, o sustentáculo primordial, a origem de tudo. Há
um texto no site entitulado “Deus existe? Que prova temos?”, que esclarece essa
primeira base da doutrina. Após sua leitura, para saber mais, há também os textos
“Quem é Deus?” e ainda “Providência e onisciência divinas: coisas fantasiosas
demais para o homem moderno?”, que poderão ser úteis para se ter o entendimento
do que Deus representa para o Espiritismo.
2) A existência do espírito e sua sobrevivência após a morte
“A existência do princípio espiritual é um fato que não tem, por
assim dizer, mais necessidade de demonstração que o princípio material; é de
alguma sorte uma verdade axiomática: afirma-se por seus efeitos, como a matéria
por aqueles que lhe são próprios.
Segundo o princípio: ‘todo efeito tendo uma causa, todo efeito
inteligente deve ter uma causa inteligente,’ não há ninguém que não faça a
diferença entre o movimento mecânico de um sino agitado pelo vento, e o
movimento desse mesmo sino destinado a dar um sinal, uma advertência,
atestando, por isso mesmo, um pensamento, uma intenção. Ora, como a ninguém
pode vir a idéia de atribuir o pensamento à matéria do sino, disso se conclui
que está movido por uma inteligência à qual serve de instrumento para se
manifestar.
Pela mesma razão, ninguém tem a idéia de atribuir o pensamento ao
corpo de um homem morto. Se o homem vivo pensa, é, pois, que há nele alguma
coisa que não há mais quando está morto. A diferença que existe entre ele e o
sino, é que a inteligência que faz mover este está fora dele, ao passo que a
que faz o homem agir está nele mesmo.
O princípio espiritual é o corolário da existência de Deus; sem
esse princípio, Deus não teria razão de ser, porque não se poderia mais
conceber a soberana inteligência reinando, durante a eternidade, somente sobre
a matéria bruta, que um monarca terrestre não reinando, durante toda a sua
vida, senão sobre pedras.
Por outro lado, não se poderia conceber um Deus soberanamente
justo e bom, criando seres inteligentes e sensíveis, para destiná-los ao nada,
depois de alguns dias de sofrimentos sem compensações; (...) pensam um instante
para não conhecerem senão a dor, e se extinguem para sempre depois de uma
existência efêmera. Sem a sobrevivência do ser pensante, os sofrimentos da vida
seriam, da parte de Deus, uma crueldade sem objetivo. Eis porque o materialismo
e o ateísmo são os corolários um do outro; negando a causa, não podem admitir o
efeito; negando o efeito, não podem admitir a causa” – trechos de A Gênese.
3)
A reencarnação
Há
três textos no site que explicam os pontos principais envolvendo a questão da
reencarnação: “Reencarnação? Por quê?”, “Por quê não nos lembramos de outras
vidas?” e “A reencarnação não está na Bíblia! Como pode ela existir?”.
4)
A lei de causa e efeito
Existe
um pensamento, já citado no segundo item desse texto, passado ao estado de
axioma, por força de verdade, que expressa essa idéia: todo efeito tem uma
causa. Falando de forma popular: onde há fumaça, há fogo. Disso ninguém duvida.
Se vemos um pássaro cair do céu, atingido por uma bala, deduzimos
automaticamente a causa do fato: um homem praticando caça nas imediações. Esse
axioma da causa e efeito - ou ação e reação - vale tanto para o princípio
material quanto para o espiritual. Nossas ações, sem exceção, sempre trazem
algum efeito, alguma reação. A conseqüência de um ato será tanto boa quanto o
mesmo for bom e tanto desagradável quanto o mesmo for mal. O que fazemos aqui
será refletido futuramente de algum modo, seja enquanto encarnado, seja ao
regressar ao mundo espiritual. Toda infelicidade nasce das imperfeições
humanas, assim como a felicidade perfeita tem sua causa na perfeição das
qualidades que o ser humano pode atingir. As más ações que cometemos têm, desse
modo, sua origem em imperfeições que possuímos, as quais despertam nossos
desejos e paixões mundanas, levando a excessos e desvarios de todas as naturezas
que, por sua vez, darão lugar em algum ponto futuro à diferentes formas de
infelicidade e sofrimento, proporcionais aos atos que os causaram. De forma
recíproca, as boas ações, oriundas de nossas qualidades, nos trarão gozos e
venturas tanto maiores quanto mais abnegados forem tais atos. Não
preocupando-se em colher tais resultados na vida terrena, eles serão sentidos,
por força da lei de Deus, no regresso ao plano espiritual. Longe, no entanto,
deve ficar a idéia que isso tudo se procede apenas no sentido boa
ação-recompensa e má ação-castigo. Os bons atos influenciam
positivamente o espírito. Eles provém uma consciência tranqüila, sem culpas ou
remorsos, o que por si só já traz um certo nível de felicidade. Analogamente,
os maus atos trazem consigo a culpa, o remorso e toda a angústia que esse
sofrimento moral proporciona. Não havendo nenhum arrependimento por parte de
quem o pratica, condição para que surja o sentimento de culpa, Deus haverá de
proporcionar a devida condição de reparo do erro e expiação do mesmo. Frente a
isso, certamente a consciência se atormentará. De qualquer forma, as
conseqüências de diversos atos, em um certo nível, são automáticas,
refletindo-se na alma de quem a pratica, causando perturbação ou ventura.
Nada
há o que façamos que não traga conseqüências. Deus a tudo vê, tendo a medida
exata do que fizemos enquanto encarnados. Por isso, não nos enganemos, os
efeitos serão sentidos, seja na carne, seja apenas no espírito. Cuidemos para
que tais efeitos devam ser venturosos, construindo as suas causas aqui mesmo na
Terra.
5) A comunicação entre o mundo material e
espiritual
A
existência da comunicação entre os encarnados e os desencarnados, por diversos
meios, é um fato. Através dessa possibilidade a doutrina espírita hauriu o seu
corpo. Nesse ponto, há os que se convencem pelos fatos, os que se convencem por
certas comunicações particulares recebidas, aqueles que se convencem pela lógica
e os que de modo algum crêem nessa possibilidade, argumentando que tal idéia
não pode ser nada além do charlatanismo ou da loucura.
Para
os que são cristãos – e mesmo judeus - fica impossível a negação da
possibilidade de comunicação entre o plano carnal e o espiritual, uma vez que
casos assim são relatados na Bíblia, tanto no antigo como no novo testamento.
Além disso, relatos dessa natureza se fazem presentes em inúmeras – para não
dizer (quase) todas – religiões, em todas as épocas e em todos os lugares. Isso
ocorre porque a relação entre os dois planos faz parte da lei natural das
coisas, parte das leis que regem o universo, enfim, da lei de Deus. Não há
nisso nada de anormal, sobrenatural ou fantástico. Há sim, tudo de normal e
natural. O texto “Preconceitos contra a comunicação com os espíritos” refuta os
principais argumentos vindos daqueles que não acreditam na existência dessa
relação entre o plano carnal e o espiritual. Leia ainda “Existe a proibição do
contato com os espíritos na Bíblia?” para saber o que realmente ela coloca
quanto a isso. Querendo saber mais sobre a questão da mediunidade tratar-se de
charlatanismo, leia o texto “Mediunidade profissional e charlatanismo”, que
esclarece de forma breve os mecanismos dessa faculdade inerente ao ser humano.
6)
A evolução progressiva dos espíritos
Outra
lei universal. Ensinada pelos espíritos, poderíamos já deduzi-la da idéia feita
de Deus: Ser com bondade e justiça infinitas.
De
acordo com esse princípio, todos os seres têm um mesmo ponto de partida. Todos
são criados simples e ignorantes, com uma igual aptidão para se desenvolverem e
aperfeiçoarem-se. No final desse processo, é atingido por todos o grau de
perfeição compatível com a criatura, ressaltando-se sempre a importância dos
esforços pessoais que a mesma despenderá - lançando mão do seu livre-arbítrio
-, o que poderá alongar ou abreviar em várias formas o seu caminhar nessa
escala de evolução. Todos, sendo filhos de um mesmo Pai, são objeto de igual
solicitude, não havendo, de forma alguma, aquele que seja mais favorecido ou
melhor que outros, e dispensado do trabalho que seria imposto a outrem para
alcançar o objetivo. Não havendo alguém cuja marcha ascensional seja facilitada
por exceção, todos que cumpriram o caminho passaram pelas fieiras das provas e
da inferioridade.
O
progresso é a condição normal dos seres espirituais, e a perfeição relativa o
objetivo que devem alcançar, podendo sempre, para isso, contarem com a ajuda de
Deus, Supremo Comandante que delega aos espíritos mais aperfeiçoados o dever de
contribuir para o adiantamento daqueles que se encontram ainda em sua infância
espiritual. Torna-se importante entender, nesse caso, o termo
“perfeição-relativa”, pois o ponto máximo desse progresso do espírito não é a
perfeição absoluta e infinita, sendo que desse modo o mesmo seria Deus. Supondo
que, valendo-se da nanotecnologia, uma máquina construa uma esfera perfeita,
com diâmetros nanometricamente iguais em todos os sentidos, sobre todos os
pontos da mesma. Diríamos então que se trataria de uma esfera perfeita, mas nem
por isso ela poderia falar, pensar ou construir coisas. Ela seria uma ESFERA
perfeita, não um ser humano. Assim é como deve ser entendido
esse grau de perfeição, objetivo de todos os espíritos criados por Deus.
Considerando-se
ainda Deus tendo criado desde a eternidade, e criando sem cessar, também de
toda a eternidade terá havido os que atingiram o ponto máximo da escala, assim
como há os que se encontram no início da mesma.
Texto
baseado em excertos de A Gênese.
7)
A prática da caridade
A
prática da caridade é atitude fundamental a ser tomada por todo aquele que se
diz espírita. A lei de Deus é a lei do amor, e deste nasce a caridade, a
fraternidade e a solidariedade entre as pessoas. Aqui se encontra todo o
aspecto moral do Espiritismo, que nada mais é que a moral ensinada pelo Cristo
há cerca de 2000 anos atrás.
Praticar,
sim, mas como? O que é a verdadeira caridade?
Veja
a visão da doutrina espírita sobre isso no texto “A lei do amor e caridade”.
www.saberespirita.com.br
- Conhecendo o
Espiritismo sem preconceitos
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