quinta-feira, 21 de março de 2013

Bases da doutrina espírita


Esse texto visa esclarecer certos pontos essenciais, que são verdadeiros alicerces da doutrina espírita. Pontos cujo entendimento é primordial a todo aquele que deseja conhecer o Espiritismo.
Vejamos quais são:
1) Deus existe, e Ele é a causa primária de todas as coisas;
2) a existência do espírito e sua sobrevivência após a morte;
3) a reencarnação;
4) a lei de causa e efeito;
5) a comunicação entre o mundo material e o mundo espiritual;
6) a evolução progressiva dos espíritos;
7) a prática da caridade.
1) Deus existe, e Ele é a causa primária de todas as coisas
Esse é o início, o sustentáculo primordial, a origem de tudo. Há um texto no site entitulado “Deus existe? Que prova temos?”, que esclarece essa primeira base da doutrina. Após sua leitura, para saber mais, há também os textos “Quem é Deus?” e ainda “Providência e onisciência divinas: coisas fantasiosas demais para o homem moderno?”, que poderão ser úteis para se ter o entendimento do que Deus representa para o Espiritismo.
2) A existência do espírito e sua sobrevivência após a morte
“A existência do princípio espiritual é um fato que não tem, por assim dizer, mais necessidade de demonstração que o princípio material; é de alguma sorte uma verdade axiomática: afirma-se por seus efeitos, como a matéria por aqueles que lhe são próprios.
Segundo o princípio: ‘todo efeito tendo uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente,’ não há ninguém que não faça a diferença entre o movimento mecânico de um sino agitado pelo vento, e o movimento desse mesmo sino destinado a dar um sinal, uma advertência, atestando, por isso mesmo, um pensamento, uma intenção. Ora, como a ninguém pode vir a idéia de atribuir o pensamento à matéria do sino, disso se conclui que está movido por uma inteligência à qual serve de instrumento para se manifestar.
Pela mesma razão, ninguém tem a idéia de atribuir o pensamento ao corpo de um homem morto. Se o homem vivo pensa, é, pois, que há nele alguma coisa que não há mais quando está morto. A diferença que existe entre ele e o sino, é que a inteligência que faz mover este está fora dele, ao passo que a que faz o homem agir está nele mesmo.
O princípio espiritual é o corolário da existência de Deus; sem esse princípio, Deus não teria razão de ser, porque não se poderia mais conceber a soberana inteligência reinando, durante a eternidade, somente sobre a matéria bruta, que um monarca terrestre não reinando, durante toda a sua vida, senão sobre pedras.
Por outro lado, não se poderia conceber um Deus soberanamente justo e bom, criando seres inteligentes e sensíveis, para destiná-los ao nada, depois de alguns dias de sofrimentos sem compensações; (...) pensam um instante para não conhecerem senão a dor, e se extinguem para sempre depois de uma existência efêmera. Sem a sobrevivência do ser pensante, os sofrimentos da vida seriam, da parte de Deus, uma crueldade sem objetivo. Eis porque o materialismo e o ateísmo são os corolários um do outro; negando a causa, não podem admitir o efeito; negando o efeito, não podem admitir a causa” – trechos de A Gênese.
3) A reencarnação
Há três textos no site que explicam os pontos principais envolvendo a questão da reencarnação: “Reencarnação? Por quê?”, “Por quê não nos lembramos de outras vidas?” e “A reencarnação não está na Bíblia! Como pode ela existir?”.
4) A lei de causa e efeito
Existe um pensamento, já citado no segundo item desse texto, passado ao estado de axioma, por força de verdade, que expressa essa idéia: todo efeito tem uma causa. Falando de forma popular: onde há fumaça, há fogo. Disso ninguém duvida. Se vemos um pássaro cair do céu, atingido por uma bala, deduzimos automaticamente a causa do fato: um homem praticando caça nas imediações. Esse axioma da causa e efeito - ou ação e reação - vale tanto para o princípio material quanto para o espiritual. Nossas ações, sem exceção, sempre trazem algum efeito, alguma reação. A conseqüência de um ato será tanto boa quanto o mesmo for bom e tanto desagradável quanto o mesmo for mal. O que fazemos aqui será refletido futuramente de algum modo, seja enquanto encarnado, seja ao regressar ao mundo espiritual. Toda infelicidade nasce das imperfeições humanas, assim como a felicidade perfeita tem sua causa na perfeição das qualidades que o ser humano pode atingir. As más ações que cometemos têm, desse modo, sua origem em imperfeições que possuímos, as quais despertam nossos desejos e paixões mundanas, levando a excessos e desvarios de todas as naturezas que, por sua vez, darão lugar em algum ponto futuro à diferentes formas de infelicidade e sofrimento, proporcionais aos atos que os causaram. De forma recíproca, as boas ações, oriundas de nossas qualidades, nos trarão gozos e venturas tanto maiores quanto mais abnegados forem tais atos. Não preocupando-se em colher tais resultados na vida terrena, eles serão sentidos, por força da lei de Deus, no regresso ao plano espiritual. Longe, no entanto, deve ficar a idéia que isso tudo se procede apenas no sentido boa ação-recompensa e má ação-castigo. Os bons atos influenciam positivamente o espírito. Eles provém uma consciência tranqüila, sem culpas ou remorsos, o que por si só já traz um certo nível de felicidade. Analogamente, os maus atos trazem consigo a culpa, o remorso e toda a angústia que esse sofrimento moral proporciona. Não havendo nenhum arrependimento por parte de quem o pratica, condição para que surja o sentimento de culpa, Deus haverá de proporcionar a devida condição de reparo do erro e expiação do mesmo. Frente a isso, certamente a consciência se atormentará. De qualquer forma, as conseqüências de diversos atos, em um certo nível, são automáticas, refletindo-se na alma de quem a pratica, causando perturbação ou ventura.
Nada há o que façamos que não traga conseqüências. Deus a tudo vê, tendo a medida exata do que fizemos enquanto encarnados. Por isso, não nos enganemos, os efeitos serão sentidos, seja na carne, seja apenas no espírito. Cuidemos para que tais efeitos devam ser venturosos, construindo as suas causas aqui mesmo na Terra.
5) A comunicação entre o mundo material e espiritual
A existência da comunicação entre os encarnados e os desencarnados, por diversos meios, é um fato. Através dessa possibilidade a doutrina espírita hauriu o seu corpo. Nesse ponto, há os que se convencem pelos fatos, os que se convencem por certas comunicações particulares recebidas, aqueles que se convencem pela lógica e os que de modo algum crêem nessa possibilidade, argumentando que tal idéia não pode ser nada além do charlatanismo ou da loucura.
Para os que são cristãos – e mesmo judeus - fica impossível a negação da possibilidade de comunicação entre o plano carnal e o espiritual, uma vez que casos assim são relatados na Bíblia, tanto no antigo como no novo testamento. Além disso, relatos dessa natureza se fazem presentes em inúmeras – para não dizer (quase) todas – religiões, em todas as épocas e em todos os lugares. Isso ocorre porque a relação entre os dois planos faz parte da lei natural das coisas, parte das leis que regem o universo, enfim, da lei de Deus. Não há nisso nada de anormal, sobrenatural ou fantástico. Há sim, tudo de normal e natural. O texto “Preconceitos contra a comunicação com os espíritos” refuta os principais argumentos vindos daqueles que não acreditam na existência dessa relação entre o plano carnal e o espiritual. Leia ainda “Existe a proibição do contato com os espíritos na Bíblia?” para saber o que realmente ela coloca quanto a isso. Querendo saber mais sobre a questão da mediunidade tratar-se de charlatanismo, leia o texto “Mediunidade profissional e charlatanismo”, que esclarece de forma breve os mecanismos dessa faculdade inerente ao ser humano.
6) A evolução progressiva dos espíritos
Outra lei universal. Ensinada pelos espíritos, poderíamos já deduzi-la da idéia feita de Deus: Ser com bondade e justiça infinitas.
De acordo com esse princípio, todos os seres têm um mesmo ponto de partida. Todos são criados simples e ignorantes, com uma igual aptidão para se desenvolverem e aperfeiçoarem-se. No final desse processo, é atingido por todos o grau de perfeição compatível com a criatura, ressaltando-se sempre a importância dos esforços pessoais que a mesma despenderá - lançando mão do seu livre-arbítrio -, o que poderá alongar ou abreviar em várias formas o seu caminhar nessa escala de evolução. Todos, sendo filhos de um mesmo Pai, são objeto de igual solicitude, não havendo, de forma alguma, aquele que seja mais favorecido ou melhor que outros, e dispensado do trabalho que seria imposto a outrem para alcançar o objetivo. Não havendo alguém cuja marcha ascensional seja facilitada por exceção, todos que cumpriram o caminho passaram pelas fieiras das provas e da inferioridade.
O progresso é a condição normal dos seres espirituais, e a perfeição relativa o objetivo que devem alcançar, podendo sempre, para isso, contarem com a ajuda de Deus, Supremo Comandante que delega aos espíritos mais aperfeiçoados o dever de contribuir para o adiantamento daqueles que se encontram ainda em sua infância espiritual. Torna-se importante entender, nesse caso, o termo “perfeição-relativa”, pois o ponto máximo desse progresso do espírito não é a perfeição absoluta e infinita, sendo que desse modo o mesmo seria Deus. Supondo que, valendo-se da nanotecnologia, uma máquina construa uma esfera perfeita, com diâmetros nanometricamente iguais em todos os sentidos, sobre todos os pontos da mesma. Diríamos então que se trataria de uma esfera perfeita, mas nem por isso ela poderia falar, pensar ou construir coisas. Ela seria uma ESFERA perfeita, não um ser humano. Assim é como deve ser entendido esse grau de perfeição, objetivo de todos os espíritos criados por Deus.
Considerando-se ainda Deus tendo criado desde a eternidade, e criando sem cessar, também de toda a eternidade terá havido os que atingiram o ponto máximo da escala, assim como há os que se encontram no início da mesma.
Texto baseado em excertos de A Gênese.
7) A prática da caridade
A prática da caridade é atitude fundamental a ser tomada por todo aquele que se diz espírita. A lei de Deus é a lei do amor, e deste nasce a caridade, a fraternidade e a solidariedade entre as pessoas. Aqui se encontra todo o aspecto moral do Espiritismo, que nada mais é que a moral ensinada pelo Cristo há cerca de 2000 anos atrás.
Praticar, sim, mas como? O que é a verdadeira caridade?
Veja a visão da doutrina espírita sobre isso no texto “A lei do amor e caridade”.

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- Conhecendo o Espiritismo sem preconceitos

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