segunda-feira, 20 de outubro de 2014
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
3º Momento: O Amor a si mesmo
“Encontros de Atitudes de Amor”
3º
Momento: O Amor a si mesmo
Tema:
Educação para o Auto-Amor
Do
livro Escutando Sentimentos – A Atitude de Amar-nos como merecemos Ermance Dufuax
(Espírito) – Médium: Wanderley S. de Oliveira (alguns trechos desse maravilhoso
capítulo - O destaque em negrito é nosso)
“O
amor é de essência divina e todos nós, do primeiro ao último, tendes, no fundo
do coração, a centelha desse fogo sagrado.” – Fénelon. (Bordéus, 1861)
O
Evangelho segundo o espiritismo – Capitulo XI – Item 9
O
mais genuíno ato de amor a si consiste na laboriosa tarefa de fazer brilhar a
luz que há em nós.
Permitir o fulgor da criatura cósmica que se encontra nos bastidores das
máscaras e ilusões. Somente assim, escutando a voz de nosso guia interior, nos
esquivaremos das falácias do ego que nos inclina para as atitudes insanas da
arrogância.
Quando
não nos amamos, queremos agradar mais aos outros do que a nós, mendigamos o
amor alheio, já que nos julgamos insuficientes ou incapazes de nos querer bem.
Nesse
momento de perspectivas alvissareiras com a chegada do século XXI, a esperança
acena com horizontes iluminados para a caminhada de ascensão espiritual da
humanidade.
O
resgate de si mesmo há de se tornar meta prioritária das sociedades
sintonizadas com o progresso. O bem-estar do homem, no seu mais amplo
sentido, se tornará o centro das cogitações da ciência, da religião e de todas
as organizações humanas.
Perante
esse desafio social, sejamos honestos acerca do quanto ainda temos por laborar
para erguer a comunidade espírita ao patamar de “escola capacitadora de
virtudes” em favor das conquistas interiores.
Quantos
se encontrem investidos da responsabilidade de dirigir e cooperar com os
grupamentos do Espiritismo, priorizem como compromisso essencial de suas vinhas
o ato corajoso de trabalhar pela formação de ambientes educativos, motivadores
da confiança espontânea e do comprometimento pelo coração.
Trabalhar
pela felicidade do homem deve ser o objetivo maior das agremiações doutrinárias
orientadas pela mensagem de amor do Evangelho. Os modelos e conceitos inspirados
nos princípios espíritas que não se adequarem à condição de instrumentos
facilitadores para a alegria e a liberdade haverão de ser repensado.
Não
podemos ignorar fatores de ordem educacional e social que estimulam vivências
íntimas da criatura em sua caminhada de aprendizado. As últimas duas gerações
que sofreram de modo mais acentuado os processos históricos e coletivos da
repressão atingem a meia idade na atualidade. Renasceram ao longo das décadas
de cinqüenta e sessenta e se encontram em plena fase de vida produtiva,
sofridas pelas seqüelas psicológicas marcantes de autodesamor.
Outro
fator, mais grave ainda, são as crenças alicerçadas em sucessivas vidas
reencarnatórias que constituem sólida argamassa psicológica e emocional, agindo
e reagindo, continuamente, contra os anseios de crescimento íntimo. O complexo
de inferioridade é a condição cármica criada pelo homem em seu próprio
desfavor.
Nada,
porém, é capaz de bloquear ou diminuir o fluxo de sentimentos naturais e
divinos que emanam da alma como apelos de bondade, serenidade e elevação. Nem a formação
educacional rígida ou os velhos condicionamentos são suficientes para tolher a
escolha do homem por novos aprendizados. O self emite, incessantemente,
energias sublimadas, a despeito dos fatores sociais e reencarnatórios que
agrilhoam a mente aos cadinhos regenerativos do conflito e da dor.
Paulo,
o apóstolo de Tarso, asseverou: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal
que não quero esse faço. (1).
Contra
os objetivos da vida profunda, temos forças vivas em nós mesmos como efeitos de
nossos desatinos nas experiências pretéritas.
Considerando
essa manifestação celeste do “ser profundo”, compete-nos talhar condições
favoráveis para o aprendizado das mensagens da alma. Aprender a ouvir nossos
sentimentos verdadeiros, os reclames do Espírito que somos nós mesmos.
A
palavra educação vem do latim educare ou educere. Provérbio: e.
Verbo: ducare, ducere. Seu significado é trazer à luz uma idéia,
levar para fora, fazer sair, extrair. Essa a tarefa dos centros espíritas:
oferecer condições para que o homem extraia de si mesmo seu valor divino na
Obra da Criação.
Em
nossos projetos de religiosidade no centro espírita, o auto-amor deve constituir
lição primordial. Espiritualidade significa grandeza de sentidos para viver.
Essa á a visão do centro espírita em sintonia com a alma do Espiritismo, uma
verdadeira noção de imortalidade sentida e aplicada.
O
auto-amor é um aprendizado de longa duração. Conectar seu conceito a fórmulas
comportamentais para a aquisição de felicidade instantânea é uma atitude
própria de quantos se exasperam com a procura do imediatismo. Amar é uma
lição para a eternidade.
Que
habilidades emocionais temos que desenvolver para o auto-amor? Que cuidados
adotar para aprendermos uma relação de amorosidade conosco? Como alcançar a
condição de núcleos avançados para o desenvolvimento dos valores da alma? Que
iniciativas tomar para que as casas espíritas sejam redutos de aprimoramento de
nossos sentimentos e escola eficientes de criatividade para a superação de
nossas dores? Que técnicas e métodos nos serão úteis para incentivar a alegria
e a espontaneidade afetiva? Como implementar escolas do sentimentos em nossos
grupos doutrinários de estudo sistematizado? Que temas enfocar na melhor
compreensão das manifestações profundas da alma?
Fala-se,
em nossos ambientes de educação espiritual, que não somos bons ouvintes. De
fato, uma das habilidades que carecemos aperfeiçoar nas relações interpessoais
é a arte de ouvir. Mas, da mesma forma que guardamos limitações para ouvir o
outro, também não sabemos ouvir a nós mesmos. Que técnicas adotar para
estimular nossa habilidade de ser um bom ouvinte.
Ouvir
a alma é aprender a discernir entre sentimentos e o conjunto variado de
manifestações íntimas do ser, sedimentadas na longa trajetória evolutiva, tais
com instinto, tendências, complexos, traumas, crenças, desejo, interesses e
emoções.
Escutar
a alma é aprender a discernir o que queremos da vida, nossa intenção-básica. A
intenção do Espírito é a força que impulsiona o progresso através do leque dos
sentimentos.
A intenção genuína da alma reflete na experiência da afetividade humana,
construindo a vastidão das vivências do coração – a metamorfose da
sensibilidade. A conquista de si mesmo consiste em saber interpretar com
fidelidade o que buscamos no ato de existir, a intenção magnânima que brota das
profundezas da alma em profusão de sentimentos.
Os
discípulos sinceros do Espiritismo reflitam na importância do auto-amor como
condição indispensável ao bom aproveitamento da reencarnação. Estar em paz
consigo é recurso elementar na boa aplicação dos Talentos Divinos a nós
confiados.
Amar-se
não significa laborar por privilégios e vantagens pessoais, mas o modo como
convivemos conosco. Resume-se,
basicamente, na forma com tratamos a nós próprios. A relação que estabelecemos
com o nosso mundo íntimo. Sobretudo, o respeito que exercemos àquilo que
sentimos. Auto-estima surge quando temos atitude cristã com nossos sentimentos.
O
amor a si não se confunde com o egoísmo, porque quem tem atitude amorosa
consigo está centrado no self. Deslocou o foco de seus sentimentos para a
fonte de sabedoria e elevação, criando ressonância com o ritmo de Deus. Amar-se
é ir ao encontro de Si Mesmo como denominava Jung.
Alinhavemos
alguns tópicos sugestivos que poderão constar no programa de debates para a
reeducação da vida emocional e psicológica à luz dos fundamentos do
Espiritismo. Tomemos por base a análise educacional de Allan Kardec que diz na
questão número 917 de O Livro dos Espíritos:
“A
educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral.
Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de
manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se
aprumam plantas novas. Essa arte, porém, exige muito tato, muita experiência e
profunda observação. É grave erro pensar-se que, para exercê-la com proveito,
baste o conhecimento da Ciência.”
Responsabilidade
–
Somos os únicos responsáveis pelos nossos sentimentos.
Consciência
–
O sentimento é o espelho da vida profunda do ser e expressa os recados da
consciência. Nossos sentimentos são a porta que se abre para esse mundo
glorioso que se encontra “oculto”, desconhecido.
Ética
para conosco –
Somos tratados como nos tratamos. Como sermos merecedores de amor do outro, se
não recebemos nem o nosso próprio?
Juízo
de valor –
Não existem sentimentos certos ou errados.
Automatismos
e complexos –
O sentimento pode ser sustentado por mecanismos alheios à vontade e à intenção.
Auto-amor
é um aprendizado –
Construir um novo olhar sobre si, desenvolver sentimentos elevados em relação a
nós, constitui um longo caminho de experiências nas fieiras da educação.
Domínio
de si –
Educar sentimentos é tomar posse de nós próprios.
Aceitação
–
Só existe amor a si mesmo através de uma relação pacifica com a sombra.
Renovação
do sistema de crenças – Superar os preconceitos. Julgamentos formulados a
partir do sistema de crenças desenvolvidas com base na opinião alheia desde a
infância.
Ação
no bem –
Integração em projetos solidários. A aquisição de valor pessoal e convivência
com a dor alheia trazem gratidão, estima pelas vivências pessoais. Cuidando bem
de nós próprios, somos, simultaneamente, levados a estender ao próximo o
tratamento que aplicamos a nós. Quando aprendemos a gostar de nós, independente
de sermos amados, passamos a experimentar mais alegria de amar. A ética de amor
a si deve estar afinada com o amor ao próximo.
Assertividade
–
Diálogo interno. Uma negociação íntima para zelar pelos limites do interesse
pessoal.
Florescer
a singularidade –
O maior sinal de maturidade. Estamos muito afastados do que verdadeiramente
somos.
Ter
as rédeas de si mesmo – Para muitos o personalismo surge nesse ato de gerar a
vida pessoal com independência. Pelo simples fato de não saberem como
manifestar seus desejos e suas intenções, abdicam do controle íntimo e
submetem-se ao controle externo de pessoas e normas.
Construção
da autonomia –
Autonomia é capacidade de sustentar sentimentos nobres acerca de nós próprios.
Identificação
das intenções –
Aprender a reconhecer o que queremos, qual nossa busca na vida. Quase sempre
somos treinados a saber o que não queremos.
Sentir-se
bem consigo mesmo é sinônimo de felicidade, acesso à liberdade. É permitir que
a centelha sagrada de Deus se acenda em nós. Conhecer a arte de manejar
caracteres.
Portanto,
a feliz colocação de Fénelon merece a nossa mais ardorosa atenção: “O amor é
de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do
coração, a centelha desse fogo sagrado.”
Não
esqueçamos a recomendação de Lázaro: “O Espírito precisa ser cultivado, como
um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito
mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa.”
(1)
Romanos, 7:19 - O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capitulo XI – item 8
Conselho
Espírita de São Bernardo do Campo
“Encontros
de Atitudes de Amor”
Grupo
Fraternidade Espírita João Ramalho
Reunião do
dia 2 de março de 2008
Tema
Central: Aprendendo a Amar
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
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